sábado, 31 de dezembro de 2022

Pela paz em 2023

Mensagem do secretário-geral da ONU, António Guterres, para 2023

«Nesta véspera de ano novo

Fechamos a porta ao ano que cessa e olhamos para o futuro com esperança

Em 2022, milhões de pessoas em todo o mundo vira, literalmente  fechadas as portas das suas casas e das suas vidas

Da Ucrânia ao Afeganistão, à República Democrática do Congo e em vários outro locais, muitas pessoas foram forçadas a abandonar  os seus lares em ruínas e as comunidades em que viviam em busca de algo melhor.

Em todo o mundo, cem milhões de pessoas foram obrigadas a fugir de guerras, de incêndios, da seca, da pobreza e da fome

Em 2023, precisamos de paz, agora mais do que nunca.

Paz entre todos, pondo fim a conflitos através do diálogo.

Paz com a natureza e com o nosso clima, para construir um mundo mais sustentável.

Paz no lar, para que mulheres e crianças possam viver com dignidade e segurança.

Paz nas ruas e em nossas comunidades, com plena proteção dos direitos humanos.

Paz em nossos locais de culto, com respeito pelas crenças uns dos outros.

E paz no mundo digital, livre de discurso de ódio e de abusos.

Em 2023, vamos colocar a paz no centro de nossas palavras e ações.

Juntos, vamos fazer de 2023 um ano em que a paz seja restaurada nas nossas vidas, nos nossos lares e no nosso mundo.

Vamos fazer de 2023 um ano em que a paz seja restaurada em nossas vidas, nossos lares e nosso mundo»

António Guterres, Secretário Geral da ONU, 29/12/2022 

#paz  #2023 #felizanonovo #happynewyear #peace 

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Mudar a consciência (Eckhart Tolle)

Para 2023, faço votos de mudança de consciência, deixarmos de ser conduzidos por pensamentos e distrações repetitivos e  alcançarmos um estado de alerta que nos permita reconectar com a natureza e, através dela, com o nosso ser interior. Ouça a breve e muito interessante palestra de Eckhart Tolle sobre a mudança de consciência. 
   
 (acione legendas e tradução automática)

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Eppur si muove!

Eppur si muove ou E pur si muove ("no entanto, move-se") é uma frase atribuída a Galileu Galilei referindo-se ao movimento da Terra à volta do Sol numa altura em que a Terra era o centro do Universo.

Este vídeo trata de outro tipo de movimento sobre o qual também não temos a perceção:  são 30 minutos de "timelapses" de várias plantas (e um fungo) a germinar e a crescer. 

 #greentimelapse #timelapse

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Obsolescência prematura

Eletrodomésticos e aparelhos eletrónicos avariam ao fim de pouco tempo de utilização, e a reparação é demasiado cara ou impossível, obrigando à compra de um novo, que custa dinheiro e que prejudica o ambiente. 

Ou então ficaram desatualizados muito antes da sua vida útil expectável, como acontece com a maioria dos telemóveis ou computadores. 

Imagem: DECO
A maioria avaria pouco depois de passar o tempo de garantia - estranho não? Talvez não, talvez seja conveniente...

Isto é obsolescência prematura, que também pode ser obsolescência programada. Na maioria dos casos, não sejamos ingénuos, é intencional. Veja o vídeo da DECO abaixo.

Contra a obsolescência prematura, denuncie nesta página da DECO o seu aparelho que avariou cedo de mais :

https://www.deco.proteste.pt/contra-obsolescencia-prematura

domingo, 18 de dezembro de 2022

A janela que se fecha

 «À medida que os impactos da mudança climática se intensificam ao redor do mundo, a mensagem de que as emissões de gases de efeito estufa precisam diminuir é clara. 

Contudo, o Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2022: A Janela que se fecha - Crise climática pede rápida transformação da sociedade  conclui que a comunidade internacional ainda está muito longe de alcanças os objetivos do Acordo de Paris e não tem um caminho credível para limitar o aquecimento global a 1,5°C. 

Somente uma transformação urgente em todo o sistema pode evitar o desastre climático.» 

Fonte: UNEP

«À medida que os impactos da mudança climática se intensificam, o mundo está se afastando cada vez mais dos objetivos do Acordo de Paris. Atualmente não há um caminho confiável  para limitar o aquecimento global a 1,5°C.

Precisamos fazer mais.

Para evitar uma catástrofe climática devemos reduzir as emissões em 45% até 2030. É hora de uma transformação urgente e em grande escala nos setores de:

  • Fornecimento de eletricidade
  • Indústria 
  • Transporte 
  • Construção
  • Sistemas alimentares

Com a queda dos custos da energia renovável, devemos substituir os combustíveis fósseis.

Através de subsídios e impostos, os governos podem apoiar a agricultura sustentável. As empresas podem reduzir a perda e o desperdício de alimentos e podemos repensar nossas dietas.

São necessários cerca de 6 biliões de dólares (US) para financiar a transição para uma economia de baixo carbono, apenas 2% do total dos ativos financeiros do mundo.

Continuar no caminho atual levará a um aquecimento global de 2.8°C até o final do século

Cada fração de um grau importa.

As soluções estão ao nosso alcance.

Saiba mais no Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2022 da UNEP (United Nations Environment Program)»

quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Apelo à Regeneração

Um apelo e uma mensagem inspiradora neste final de ano tão difícil para o mundo. Sejamos todos regeneradores.

Regeneração é um curta-metragem de 5 minutos com apelo à ação para se juntar a um movimento global de Regeneradores que estão a trabalhar para curar nossos ecossistemas. O filme apresenta Jeff Bridges, Paul Hawken, Christiana Figueres, Kate Raworth, Damon Gameau, Juma Xipai,a George Monbiot e outros Regeneradores de todo o mundo.  Visite  theregenerators.org e crie seu próprio plano de ação  juntando-se aos Regenerators!

 
«Estamos a ser chamados para nos unirmos.
Estamos todos a ser chamados.
Nós… Estamos a ser chamados para ser chamados.
Para nos unirmos.
Para nos unirmos e nos conectarmos
Para conectar.
Para conectar e regenerar.
Regenerar.
Para conectar e regenerar.
Este é um apelo aos cidadãos do planeta.
O que é regeneração?
Regeneração coloca a vida,
Vida.
No centro de cada ato e  de cada decisão.
Nós herdamos um sistema económico que é extrativo e degenerativo.
Conexões vitais foram cortadas entre o ser humano e a natureza.
Essa desconexão e degeneração deixou-nos à beira de uma crise inimaginável.
A degeneração está a roubar o futuro.
Regeneração é curar.
Curar. 
Curar o futuro.
A Regeneração é o único caminho a seguir.
O único caminho a seguir.
Regeneração significa infundir nossas vilas e cidades com a natureza.
Renaturalização.
Nossas vilas e cidades.
Transporte que limpa o ar e acalma o espírito.
Limpa o ar e...
Acalma o espírito.
A regeneração devolve vida aos nossos solos.
Nossos solos de volta à vida.
A regeneração cria fontes renováveis de sistemas de energia operadas localmente, em todos os lugares.
Permite que as pessoas tomem a transição energética em suas próprias mãos e tornem o planeta mais limpo.
Regeneração significa trazer conhecimento das Primeiras Nações para as vanguardas.
Abraçar a sabedoria indígena.
História indígena, vozes indígenas.
Sistemas de conhecimento essenciais que precisamos para viver em harmonia e enfrentar a crise.
Regeneração significa dar aos jovens o poder de moldar seu próprio futuro.
Isto é o que o que a democracia deve ser comunidades e cidadãos empoderados.
Regeneração significa restaurar o ecossistema do planeta.
Permitir que o mundo vivo floresça mais uma vez.
Para mim, regeneração significa amor.
Proteção. Harmonia.
Resiliência.
Amar a vida que nos foi dada neste lindo planeta.
Regeneração significa conhecer as pessoas no meu bairro
e viver numa comunidade,
forte,
segura e solidária.
A regeneração beneficia cada pessoa, cada ser vivo.
Respeitar, conservar, proteger e cuidar.
Podemos usar o que temos da nossa maneira única para cuidar desse lugar que a gente ama.
Cuidar.
Nosso Lar.
A regeneração é como podemos fazer isso.
Estamos todos juntos nisso agora.
Este é um apelo aos cidadãos deste planeta que querem um futuro melhor para todos os seres vivos.
Uma chamada aos regeneradores.
Estou em greve por justiça climática.
Estou dizendo a verdade na Rússia onde é perigoso ser um ativista climático.
Abasteço todos os meus shows com 100% de energia renovável.
Trabalho com agricultores para buscar as melhores maneiras de aumentar a saúde do solo e aumentar a biodiversidade.
Eu responsabilizo nosso governo pela negação contínua quanto ao clima e apoio inquestionável à indústria de combustíveis fósseis.
Eu subo montanhas de salto alto para apoiar a comunidade Queer ao ar livre e defender nossa verdadeira rainha, 
a Mãe Natureza.
Estamos todos a ser chamados a nos unirmos 
para conectar e regenerar.
Veja, estamos a sair de uma civilização industrial
para uma civilização ecológica.
Estamos aqui, vivos neste momento, para fazer isso acontecer.
Você é a regeneração.
Nós somos a regeneração.»

Fonte e mais informação:  https://theregenerators.org/   |  https://youtu.be/GMLyhJw4Bps

domingo, 27 de novembro de 2022

Inutilidades

«É angustiante ver o conteúdo de um frasco de brindes numa festa de Natal da escola. E numa escola com um programa ambiental excecional. Precisamos de fazer melhor.  

É ótimo que as crianças façam cartazes para mostrar que se importam durante a COP. E não queremos tirar a diversão da feira. 

Mas os saquinhos de brindes (e não me falem sobre brindes de festa) precisam desaparecer.

A MENOS QUE NÓS, como escolas, professores e pais, orientemos a educação de nossos filhos para incorporar o pensamento sustentável em seus processos de tomada de decisão, não podemos esperar que nossos filhos aprendam.

E educar nossos filhos é a maior oportunidade que temos de recomeçar a trajetória de nossa relação com o planeta terra.»

Stephen Fern

Fonte do texto (tradução livre) e imagem: publicação de Stephen Fern no LinkedIn

domingo, 20 de novembro de 2022

E o futuro?

Sabemos que toda a vida tem um fim, e que a vida na Terra está  também condenada. O fim da vida da nossa estrela, o Sol, determina o fim na vida na Terra. O sol tem cerca de 4.6 mil milhões de anos e está a meio do seu tempo de vida. Daqui a cerca de 5 mil milhões de anos transformar-se-á numa gigante vermelha, e o planeta Terra será "engolido" pela estrela moribunda (ver aqui).

Ilustração do fim do Sol e da Terra obtida (aqui)

Mas milhares de milhões de anos é uma  escala que dificilmente entendemos.  A Humanidade só existiu num muito breve trecho dessa escala. Mas mesmo assim, e apesar da inteligência com que foi dotada, a nossa espécie está determinada a acelerar em milhares de milhões de anos  a destruição da vida na Terra e a sua própria destruição, muito, muito tempo antes dessa morte anunciada.

Nunca como nos tempos atuais se teve tanto conhecimento e tanta certeza de que somos nós, Homo Sapiens, que estamos a acelerar a destruição da vida na Terra e a nossa própria extinção. E nunca como nos tempos atuais se ignorou tanto o conhecimento.

O poder das grandes corporações que só visam o lucro e o enriquecimento de alguns, os políticos comprometidos com os interesses instalados e as tais grandes corporações, a ditadura da moda, a ânsia do consumismo, a primazia do hedonismo, a renúncia à espiritualidade e o alheamento em relação aos outros - são ingredientes poderosos que, com o pacto dos media, criaram este caos explosivo em cujo limiar nos encontramos.

Desde a Conferência das Nações sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada em 1992, no Rio de Janeiro (Rio-92), e ao longo de 27 COP (Conference of the Parties), que se assiste dolorosamente ao brutal esforço de uma pequena parte da humanidade, consciente e com vontade de proteger a vida no planeta, a ser enganada por políticos frouxos, grandes empresários e magnatas gananciosos, e ignorada pela maioria da população que escolhe não querer saber do futuro.

Tenho muita pena das gerações jovens e das gerações futuras, tenho vergonha pela Humanidade, que não se importa de lhes destruir a base da sua vida, deixando-lhes um planeta sem condições.

Mas tenho também de aqui deixar palavras de agradecimento a todos aqueles que lutam por um futuro melhor para as gerações vindouras; aos ativistas e voluntários pelo clima, pela natureza e pela justiça social; aos cientistas e outros profissionais que defendem a biodiversidade e a conservação da natureza; aos políticos sérios e fortes que enfrentam os poderes instalados, e que muitas vezes, por isso mesmo, acabam por ser ostracizados; aos empresários justos com os trabalhadores e com o ambiente (sem greenwashing); aos educadores que pelo exemplo ensinam a proteger o planeta; às comunidades indígenas que protegem a natureza, muitas vezes a custo da própria vida; a todos aqueles que, no seu dia a dia, fazem os possíveis para não destruir o resto da natureza, sobretudo pela diminuição do consumo e através de uma vida mais simples. Em nome das gerações futuras, eu digo: OBRIGADA.

E para os que se preocupam com esta coisa de futuro da Humanidade e querem saber mais, aconselho o seguinte artigo do Público de 18 de novembro 2022 (último dia da COP27) - de Vera Moutinho, Claudia Carvalho Silva e José Alves (ilustração e infografia), do qual foram extraídas as imagens a seguir e que ilustram este texto:

 Alterações climáticas: os números que falam






Fonte das imagens: https://www.publico.pt/2022/11/18/azul/noticia/alteracoes-climaticas-numeros-falam-2027711


quarta-feira, 16 de novembro de 2022

A Maior Flor do Mundo

"E se as histórias para crianças passassem a ser de leitura obrigatória para os adultos? Seriam eles capazes de aprender realmente o que há tanto tempo têm andado a ensinar?
José Saramago

Para as crianças de todas as idades fica a curta-metragem de animação baseada no livro A Maior Flor do Mundo, de José Saramago. De Juan Pablo Etcheverry, com música de Emilio Aragón e narração de José Saramago. Produção de Continental Animación.

 

A Maior Flor do Mundo from Fundação Jose Saramago on Vimeo.

Mensagem publicada neste blogue no Dia da Criança, em 1/6/2011, republicada em 1/6//2014, e novamente republicada em 16 de novembro de 2022, centenário do nascimento de José Saramago.

domingo, 23 de outubro de 2022

Ecorâmicas 2022: Decrescimento

No último fim de semana de outubro regressa a Guimarães a mostra de cinema documental sobre sociedade e ambiente ECORÂMICAS com o tema “Decrescimento: Humanizar a Economia”. 

Saiba mais detalhes no site da Associação Vimaranense de Ecologia "Manifesto Verde". Programa aqui.


quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Zero Resíduos #WeChooseReuse

«Cada um de nós produz em média 513 kg de resíduos por ano, ou seja, 1,4 kg por dia. E isto sem contar ainda com uma quantidade maior de resíduos que é produzida por todos os produtos que consumimos e que resultam dos diversos processos ao longo da cadeia de produção. 

As soluções atuais já demonstraram não estar à altura do desafio, por isso, precisamos de uma nova abordagem que vá à raiz do problema, evitando a produção de resíduos na origem e garantindo que os que são produzidos voltam a ser recursos para a sociedade.» (do vídeo abaixo)


«ZERO Resíduos significa conservar e recuperar todos os recursos, sem os incinerar ou depositar em aterro, incentivando mudanças na conceção dos produtos, de forma a reduzir a quantidade e a eliminar a toxicidade dos resíduos e dos materiais utilizados. 

Quando falamos de ZERO Resíduos estamos a referir-nos a uma meta que é ética, económica, progressiva, eficiente e visionária, para orientar os cidadãos e as instituições na alteração dos seus estilos de vida e práticas quotidianas, numa sociedade que, para ser sustentável, tem que se reintegrar nos ciclos naturais, onde os resíduos devem ver pensados como recursos.»

Saiba mais no vídeo da ZERO sobre o conceito Zero Resíduos, ou na fonte, o site da ZERO

 

Embora o conceito Zero Resíduos aqui referido implique um compromisso da parte dos municípios, todos nós, como indivíduos, como trabalhadores em empresas ou como voluntários, somos parte muito importante deste processo, deste compromisso.


A nível europeu, a campanha #WeChooseReuse , nascida do movimento  #BreakFreeFromPlastic,  promove o apoio dos europeus à reutilização, e já conta com o compromisso de mais de 100 mil cidadãos, 165 ONG, cerca de 300 empresas e 34 municípios.

Junte-se a este movimento e comprometa-se a atingir metas de redução de resíduos e de embalagens em

https://wechoosereuse.org/  

ou em  https://zero.ong/wechoosereuse/    (pt)

#WeChooseReuse #BreakFreeFromPlastic #CircularEconomy #PactoEcologicoEuropeu

domingo, 16 de outubro de 2022

Alimentação: o futuro pela boca!

NÃO DEIXAR NINGUÉM PARA TRÁS é o lema do Dia Mundial da Alimentação 2022 que se assinala a 16 de outubro. Mas da maneira como a grande parte da população dos países mais ricos se tem vindo a alimentar, e com as opções e o desperdício associado, continuam a ficar para trás muitas pessoas, a sofrer de fome, inanição e injustiça social; ficam para trás também muitos animais maltratados e encarcerados em explorações industriais; e fica para trás a natureza, devido à excessiva e desequilibrada exploração de recursos, desflorestação, extinção da biodiversidade e agravamento das alterações climáticas. E está tudo interligado! 

Pirâmide dupla, BCFN
«A alimentação é um tema que toca a todos e a cada um de nós. Todos comemos e estamos, portanto, dependentes do acesso a alimentos saudáveis e nutritivos. O acesso aos alimentos e a qualidade da alimentação são, por isso, questões-chave do desenvolvimento humano. Uma sociedade não pode ser considerada desenvolvida se estas questões não estiverem, em grande parte, resolvidas. O acesso aos alimentos e a qualidade da alimentação (ou a sua falta) têm, por outro lado, profundas implicações ao nível da saúde pública, do bem-estar das pessoas e do capital humano, afetando, portanto, a própria capacidade de uma sociedade para se desenvolver.

Pirâmide da pegada de carbono, BCFN
A alimentação é, além disso, o principal motivo para atividades produtivas como a agricultura e a pesca, que transformam profundamente os ecossistemas terrestres, aquáticos e marinhos que nos rodeiam. A pegada ecológica e a sustentabilidade do nosso modelo de produção, transformação, transporte, distribuição e consumo de alimentos são, por isso, questões incontornáveis no debate sobre a alimentação. A desigualdade social afeta fortemente o acesso de muitos a uma alimentação de qualidade, quer nos países em desenvolvimento quer nos países ditos desenvolvidos. Esta é, por isso, também uma questão a não excluir de qualquer discussão séria sobre o futuro da alimentação. Uma alimentação com futuro requer, assim, o acesso, por parte de todos, a uma alimentação saudável e ecologicamente sustentável.


O futuro da alimentação humana num mundo em crescimento demográfico, com dietas em rápida mutação, com escassez crescente de recursos cruciais como a água, a energia e o solo fértil, e num contexto de alterações climáticas cada vez mais visíveis, coloca hoje desafios monumentais à ciência e à tecnologia, às políticas públicas nos mais diversos domínios e a todos nós, enquanto cidadãos e consumidores.
...
Fonte: Akatu
O futuro da alimentação passa pelas decisões do consumidor, que, multiplicadas por sete mil milhões, se transformam na força de mudança mais poderosa. As escolhas alimentares dos consumidores serão um dos fatores mais decisivos para a mudança climática e têm impactos sobre o consumo de água e de energia e sobre o uso do solo. São muito diferentes as necessidades de energia, água e terra para a produção, transporte, consumo e armazenamento de diferentes tipos de alimentos, bem como os resíduos produzidos. As escolhas alimentares dos consumidores afetam ainda a saúde pública, o bem-estar das pessoas e a sua capacidade de contribuir para o desenvolvimento da sua sociedade. Deste modo, parece muito claro que modificar os comportamentos e decisões de consumo é questão-chave para assegurar uma alimentação saudável, ambientalmente sustentável e geradora de maior potencial de desenvolvimento.»

Fonte: "O Futuro da Alimentação: Ambiente, Saúde e Economia", Fundação Calouste Gulbenkian; (extraído da introdução do relatório, de José Lima Santos, Isabel do Carmo, Pedro Graça e  Isabel Ribeiro)



Estou convicta de que o futuro depende mais da alimentação do que de qualquer outra coisa ou atividade que possamos fazer.  As nossas escolhas alimentares interferem profundamente na nossa saúde e na dos nossos descendentes, no ambiente, biodiversidade e alterações climáticas, na economia, soberania alimentar e democracia. Muito mais do que parece à primeira vista.



Quando escolhemos o que compramos para comer, não estamos apenas a promover a nossa saúde ou a nossa doença, estamos a votar num determinado sistema económico.

Fonte: BCFN
Ao preferir produtos biológicos, ao optar por produtos locais e da época, ao escolher dietas vegetarianas (ou ao introduzir refeições vegetarianas), ao não comprar produtos processados ou excessivamente embalados, não está apenas a cuidar da sua saúde, está também a cuidar da saúde do planeta.

Dia 16 de outubro é o Dia Mundial da Alimentação; dia 1 de novembro é o Dia Mundial do Veganismo; dia 8 de novembro é o Dia Europeu da Alimentação e Cozinha Saudáveis; que o assinalar destas datas permitam contribuir para a informação e reflexão sobre  o assunto.

Para saber mais sobre alimentação saudável, consulte o blogue NUTRIMENTO do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, da Direção-Geral da Saúde, no qual pode consultar muitos manuais sobre alimentação, inclusive os manuais (entre muitos outros):


 

Informa-se também que a partir de hoje está em consulta pública o Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (2022-2030) que pode consultar em:


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Mensagem  publicada a 6 de novembro de 2016, republicada em 16 de outubro de 2018,  atualizada (1º e último parágrafos) e republicada a 16 de outubro de 2022, Dia Mundial da Alimentação.

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Fome num mundo a aquecer

De acordo com o relatório da Oxfam, "FOME NUM MUNDO A AQUECER, Como a crise climática agrava a fome já existente no mundo", as alterações climáticas estão a agravar a fome de milhões de pessoas em todo o mundo e acentuar as desigualdades.

«A crise climática está a acelerar em todo o mundo, alterando rapidamente nossos padrões climáticos e criando crises desde as secas e incêndios florestais nos Estados Unidos e na Austrália, até as ondas de calor do verão na Europa e a pior seca da África Oriental em quase meio século.

As alterações climáticas estão a causar secas mais frequentes e intensas, inundações, ondas de calor e outros eventos climáticos extremos, e estes, por sua vez, contribuíram para a disseminação e agravamento da insegurança alimentar.

O número de desastres climáticos aumentou cinco vezes nos últimos 50 anos.

A pesquisa da Oxfam analisou 10 dos “hotspots climáticos” mais afetados – aqueles países com os apelos humanitários da ONU mais recorrentes em resposta a grandes eventos climáticos extremos desde 2000: Afeganistão, Burkina Faso, Djibuti, Guatemala, Haiti, Quénia, Madagáscar, Níger, Somália e Zimbábue. A pesquisa descobriu que esses países com clima mais quente, húmido ou seco também estão a mergulhar numa fome mais profunda.

Embora seja extremamente difícil medir o impacto direto exato das alterações climáticas sobre a fome, dada a natureza complexa das crises de fome, à medida que o clima extremo se torna mais feroz e mais frequente, está a devastar a vida de milhões de pessoas já desfavorecidas atingidas por outras crises, roubando-lhes de suas casas, colheitas e sua próxima refeição.

Como ilustra a Tabela 1, o número total de pessoas que sofrem de fome aguda nesses 10 hotspots climáticos mais que duplicou nos últimos seis anos, de 21,3 milhões para 47,5 milhões.

. Quatro desses dez países também lideraram consistentemente a lista de países atingidos pela fome aguda principalmente devido a extremos climáticos, de acordo com o Relatório Global para Crise Alimentar

. Quase 18 milhões de pessoas nesses 10 países estão atualmente à beira da inanição.

...

Apelo da OXFAM para a ação:


A crise climática está aqui, e as pessoas já estão a morrer de fome devido ao clima. Embora os governos devam tomar medidas imediatas para salvar vidas e controlar os impactos da atual crise climática, são necessárias ações urgentes para preparar os países vulneráveis ​​para os próximos choques climáticos. Isso inclui garantir financiamento climático para apoiar as pessoas mais impactadas e investir em sistemas alimentares resilientes, sustentáveis ​​e justos no género, que funcionem para todas as pessoas e para o planeta.  

Na 77ª Assembleia Geral da ONU e antes da COP27, a Oxfam pediu aos governos medidas urgentes para:

Reduzir drasticamente as emissões: Todos os países, especialmente as nações poluidoras ricas, devem assumir suas responsabilidades e reenviar ambiciosas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) de acordo com sua parte justa para limitar o aumento da temperatura global abaixo de 1,5°C. Isso inclui cortes drásticos nas emissões globais, incluindo o tratamento das emissões da agricultura insustentável, alimentação animal, desflorestação e uso de combustíveis fósseis.

Fornecer assistência de emergência para salvar vidas agora: Para salvar vidas agora, doadores, especialmente de nações ricas e poluidoras, devem preencher imediatamente a lacuna de apelo humanitário da ONU para ajudar países e pessoas impactados. Para preencher essa lacuna, os governos devem garantir que as empresas e os ricos pagam a sua parte justa de impostos, principalmente aqueles que lucram com os danos ao planeta.

Compensar de forma justa os mais impactados pela crise climática: além de cumprir a meta de financiamento climático de 100 mil milões de US dólares para mitigação e adaptação climática, os países ricos poluidores devem compensar os países de baixa renda pelos danos e perdas que lhes causaram devido às mudanças climáticas. Isso ocorre por meio do estabelecimento de um mecanismo de financiamento para lidar com perdas e danos sob a UNFCCC, bem como o cancelamento da dívida para ajudar esses países a se prepararem e lidarem com os choques climáticos.

Preparar os países pobres e as pessoas pobres para o próximo choque climático: os governos devem se comprometer com ações antecipadas e preparação antecipada para os choques climáticos, incluindo a garantia de financiamento para ser prontamente despachado antes dos desastres climáticos e a mobilização de sistemas de alerta precoce e garantir que as comunidades e organizações locais afetadas estejam no coração da resposta. Isso também inclui investir em esquemas de proteção social para ajudar as pessoas a lidar com a situação.

Construir sistemas alimentares mais justos, resilientes e sustentáveis: os governos e o setor privado devem colocar sistemas alimentares mais justos e de gênero no centro da resposta climática, para ajudar os produtores de alimentos de pequena escala a se recuperar, reconstruir e responder às crises climáticas. Isso inclui investir na agricultura sustentável que apoie a produção local de alimentos e preserve o planeta.

Fornecer vias seguras e legais para as pessoas forçadas a se mudar devido às mudanças climáticas: para chegar a países seguros tanto em termos de desastres climáticos de curto prazo quanto para alterações climáticas de longo prazo que tornam seus locais de origem inabitáveis.

Garantir uma resposta climática sensível ao género: gerar dados para entender melhor o impacto da crise climática sobre mulheres, meninas e indivíduos não binários e garantir que eles possam ter acesso a  serviços sociais básicos.»

Fonte: HUNGER IN A HEATING WORLD - How the climate crisis is fuelling hunger in an already hungry world ), OXFAM MEDIA BRIEFING 16 September 2022  (tradução livre)

quarta-feira, 14 de setembro de 2022

ECOLOGIA PROFUNDA

Dedico este Dia da Ecologia (Ecology Day) à Ecologia Profunda. Enquanto a Ecologia é uma ciência, a Ecologia Profunda trata do respeito pela natureza.

"Deep Ecology", Óleo sobre tela de Daniel Mirante, 2009
A palavra Ecologia tem origem no grego "oikos", que significa casa, e "logos", estudo. É a ciência que estuda as interações entre os seres vivos e seu ambiente: a influência do ambiente nos seres vivos, a influência dos seres vivos do ambiente, a interação dos seres vivos entre si.

A Ecologia Profunda, por outro lado, é um conceito filosófico, que considera que a natureza possui valor intrínseco, independentemente da utilidade que tem para o ser humano.  A sua ideia central é a de que fazemos parte da natureza e não estamos à parte dela. Cada elemento da natureza, ser vivo ou não vivo, inclusive os seres humanos, deve ser preservado e respeitado para garantir o equilíbrio. 

O conceito de Ecologia Profunda foi proposto pelo filósofo e ecologista norueguês Arne Næss em 1973, mas  já existia muito antes em diversas sociedades humanas, particularmente indígenas, como forma de pensar e agir. 

"A Terra é uma comunidade à qual pertencemos, não um objeto que nos pertence", Aldo Leopoldo
Esta filosofia, que deriva do pensamento de Thoreau  e Aldo Leopoldo, contrasta com a visão corrente do mundo (antropocêntrica), mesmo com a teoria do desenvolvimento sustentável preconizada pela ONU cujo princípio n.º 1 (da Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento) é:

"Os seres humanos estão no centro das preocupações com o desenvolvimento sustentável. Têm direito a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza." 

Os  princípios básicos da Ecologia Profunda, definidos em 1984 por Arne Næss em conjunto com George Sessions, podem ser lidos no quadro ao lado. 

Transcrevo (novamente) uma pequena parte do discurso do índio norte-americano Chefe Seattle, de 1845, que demonstra um saber superior ao que a ciência nos dá, e que exemplifica a ecologia profunda:


"A terra não pertence, ao homem: é o homem que pertence à terra. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo quanto agride a terra, agride os filhos da terra. Não foi o homem quem teceu a trama da vida: ele é meramente um fio da mesma. Tudo o que ele fizer à trama, a si próprio fará." (ler o resto aqui).



Nota: Esta é apenas uma abordagem ligeira sobre a ecologia profunda e de acordo com a minha interpretação.


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Esta  mensagem foi originalmente publicada neste blogue no dia 5 de junho de 2013 com o seguinte 1º parágrafo:

«Porque a palavra Ecologia tem sido usada muitas vezes de forma inapropriada, decidi dedicar este Dia Mundial do Ambiente 2013 à Ecologia, mais propriamente à Ecologia Profunda. Enquanto a ecologia é uma ciência, a ecologia profunda trata verdadeiramente do respeito pelo ambiente.»

segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Glifosato causa doenças neurodegenerativas


Um estudo recente de Winstone et al. publicado  no Journal of Neuroinflammation, demonstra que  o glifosato infiltra-se no cérebro e aumenta a citocina pró-inflamatória TNFα com implicações nas doenças neurodegenerativas.

 «Conclusões

Coletivamente, esses resultados mostram pela primeira vez que o glifosato se infiltra no cérebro, eleva a expressão de TNFα e Aβ solúvel e interrompe o transcriptoma de maneira dependente da dose, sugerindo que a exposição a esse herbicida pode ter resultados prejudiciais em relação à saúde da população em geral.»

Glifosato é o herbicida mais usado no mundo, e em Portugal, é vulgarmente conhecido por Roundup, e é usado (a rodos) na agricultura e na limpeza de caminhos, como se não fosse um verdadeiro veneno.

«O glifosato (N-(fosfonometil)glicina), o ingrediente ativo em muitos herbicidas comerciais, tem sido o herbicida mais aplicado em todo o mundo desde o ano de 2000, logo após a introdução de culturas tolerantes ao glifosato em 1996. Hoje, mais de 113 milhões de quilos de glifosato são utilizados na agricultura a cada ano nos Estados Unidos. ... Embora atualmente considerado seguro pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPS) e pela Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA), pesquisas recentes indicam que o glifosato pode ser tóxico para o corpo humano, o que merece uma investigação mais aprofundada. Os efeitos agudos dos herbicidas têm sido extensivamente estudados, no entanto, as complicações a longo prazo da exposição permanecem amplamente desconhecidas. De particular preocupação é que o glifosato demonstrou atravessar a barreira hematoencefálica in vitro, mas ainda não foi estudado extensivamente no cérebro.»

Em 2018 participei num estudo sobre a presença de glifosato na urina dos portugueses, publicado mais tarde na revista Environmental Toxicology and Pharmacology. Numa altura em que mais de metade dos meus alimentos já eram de produção biológica, parte deles cultivados por mim, fiquei estupefacta com a quantidade desta substância que foi encontrada na minha urina:  0,17 microgramas por litro em julho e 0,54 microgramas por litro em outubro (o valor mais baixo em julho é explicado por consumir, no verão, mais produtos da minha horta); imaginem aqueles que não se preocupam com a proveniência dos seus alimentos!

Neste tema dos pesticidas, há 3 coisas completamente incompreensíveis: 

  1.  que agências de proteção do ambiente aprovem venenos (sim, todos os pesticidas são venenos) químicos sem muitos, independentes e prolongados estudos,  
  2.  que essas agências continuem a ignorara os estudos independentes que já há começaram a ser publicados, e 
  3.  que o princípio da precaução seja totalmente ignorado!~~
Fonte: Journal of NeuroinflammationWinstone et al. : "Glyphosate infiltrates the brain and increases pro‑inflammatory cytokine TNFα: implications for neurodegenerative disorders", 2022

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

"Fast-Fashion": a moda que mata!

A ignorância e a ganância são as maiores inimigas da sustentabilidade. Elas comandam um exército de pessoas alheias, pessoas exploradas, pessoas ludibriadas que deixam que assim seja ou que não sabem como fazer diferente. Muitas das ferramentas dos que comandam o sistema são incutidas culturalmente desde sempre naqueles que mantém o sistema que os prejudica.

A moda, a imitação do presente, é uma dessas ferramentas, e bem poderosa. A moda rápida, a fast fashion,  a que muda todos os anos, todas as estações, que não tem qualidade e não dura, ainda é muito mais poderosa.


Imagem obtida em Unifardas

«Fast fashion é a moda rápida, a moda que você pode receber em casa em poucos cliques, a moda que que se fabrica em poucas semanas ou até mesmo em poucos dias.

Fast fashion é moda descartável, moda que usamos como uma palha, que usamos cada vez menos tempo, moda que privilegia a quantidade em detrimento da qualidade, moda que é difícil de reciclar.

Fast fashion é a moda que nos leva a comprar mais, mais vezes, é a moda de demasiado, é a moda que nos sufoca, é a moda que nos faz gastar, é a moda que nos faz acreditar que economizamos dinheiro, é moda que só enriquece as indústrias que a criam.

Fast fashion é a moda que nos envenena, a moda dos produtos químicos que causam doenças, a moda que seca os rios, a moda sintética cheia de microplásticos, a moda que esgota nossos recursos e destrói a biodiversidade. Fast fashion é a moda que mata.

Fast fashion é moda de baixo custo, moda que se vende ao preço das condições de trabalho, do salário e da saúde dos trabalhadores desde o início da cadeia produtiva até aos vendedores; é a moda que explora.

Fast fashion é a moda da infelicidade, a moda que nos vende felicidade, mas que nunca nos satisfaz, a moda disforme que nunca nos torna bonitos, belos ou magros o suficiente.


A fast fashion é um sistema bem lubrificado, que precisa ser interrompido: informando-se, desintoxicando-se de tudo o que nos ensinaram e incutiram, mudando a maneira como consumimos, partilhando e fazendo campanha para mudá-la.»


A primeira imagem e o texto acima a azul fazem parte do GUIA DE RESISTÊNCIA À FAST FASHION (GUIDE DE RÉSISTANCE À LA FAST-FASHION), da Zero Waste France, que encontrei no site Défi Rien de Neuf (Desafio Nada de Novo).

Este guia "oferece conselhos sobre como mudar a sua relação com a roupa e reduzir o seu consumo, mas também para desafiar as marcas e incentivá-las a rever o seu modelo de produção e venda. Como bónus: uma lista resumida de todas as ações a serem implementadas para resistir ao fast fashion, passo a passo."

Para já só conheço esta publicação em francês, se alguém conhecer tradução para português, por favor deixe aqui nos comentários.



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O site e a aplicação Good On You  avalia marcas internacionais em relação à sustentabilidade ambiental e aos direitos humanos e dos animais (ver aqui os parâmetros avaliados).

Assim, antes de entrar numa loja dum grande cadeia de roupa, calçado ou acessórios, veja como está classificada na aplicação Good On You – Ethical Fashio na Google Play ou na App Store

(Acrescentado a 26/12/2022)

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sábado, 30 de julho de 2022

Direito a um ambiente limpo, saudável e sustentável

Em 28 de julho de 2022, a Assembleia Geral da ONU adotou uma resolução reconhecendo o direito a um ambiente limpo, saudável e sustentável. 

Cascata da Ferida Má, Rio Âncora
A resolução A/76/L.75:   

1. Reconhece o direito a um ambiente limpo, saudável e sustentável como um direito humano;

  2. Observa que o direito a um ambiente limpo, saudável e sustentável está relacionado com outros direitos e com o direito internacional existente;

  3. Afirma que a promoção do direito humano a um ambiente limpo, saudável e sustentável exige a plena aplicação dos acordos ambientais multilaterais segundo os princípios do direito ambiental internacional;

  4. Exorta os Estados, organizações internacionais, empresas e outras partes interessadas a adotar políticas, aumentar a cooperação internacional, fortalecer a capacitação e continuar a partilhar boas práticas a fim de ampliar os esforços para garantir um ambiente limpo, saudável e sustentável para todos.


"Esta resolução envia uma mensagem de que ninguém pode tirar de nós a natureza, o ar e a água limpos ou um clima estável - pelo menos, não sem luta", 

disse Inger Andersen, Diretora Executiva do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP), 

"agora devemos construir sobre esta vitória e implementar o certo, porque a tríplice crise planetária (alterações climáticas, perda da natureza e da biodiversidade, poluição e resíduos) é uma enorme ameaça para as gerações presentes e futuras. Se as nações implementarem totalmente esse direito, isso mudará muito – ao capacitar a ação na tríplice crise planetária, fornecer um ambiente regulatório global mais previsível e consistente para as empresas e proteger aqueles que defendem a natureza." 

Fonte: https://www.unep.org/news-and-stories/story/historic-move-un-declares-healthy-environment-human-right

quinta-feira, 28 de julho de 2022

Conclusão da petição "Pelo fim da obrigatoriedade de instalação de rede de gás em habitação própria"

A petição Pelo fim da obrigatoriedade de instalação de rede de gás em habitação própria que submeti no Portal da Assembleia da República (AR) foi apresentada à AR em 23 de outubro de 2021, e, após audição com o deputado relator em junho de 2022 (ver mais informação aqui neste blogue e no site da AR) foi dada como concluída e arquivada em 18 de julho de 2022.

O relatório final da pode ser lido aqui.


Extrato do relatório final, original aqui

Ou seja, praticamente um ano depois a esperança num desfecho justo, alimentada um pouco também pela chamada a audição (que não era obrigatória), evaporou-se.

O relatório é muito simpático e totalmente inconclusivo, sendo que o deputado relator se absteve de emitir opinião. O relatório limitou-se a relatar os factos, passe o pleonasmo, e a "suposta" conclusão limitou-se a "dar conhecimento" do relatório aos Grupos Parlamentares, ao Ministro do Ambiente e Alterações Climáticas e ao Presidente da República  "para os devidos efeitos".

Não sei quais serão "os devidos efeitos", mas julgo que serão coisa nenhuma; ou seja, a Comissão de Ambiente e Energia da Assembleia da República arquivou o processo SEM QUALQUER DECISÃO OU OPINIÃODe facto, não admira que os cidadãos não confiem nas instituições políticas! No entanto, gostaria de estar enganada e que ainda haja alguma consequência. 

sábado, 16 de julho de 2022

Não à desregulamentação dos alimentos com novos OGM!

QUEREMOS DECIDIR O QUE COMEMOS E O QUE SEMEAMOS!  

Assine já a petição! 

 Não à desregulamentação dos alimentos com novos OGM!

 

O poder económico capturou o poder político, e o poder político serve-se a ele próprio ao invés de proteger os comuns que asseguram a sobrevivência de todos: solo, água, ar, biodiversidade, sementes e património genético, ameaçados pelos OGM e pelas patentes sobre as plantas e a comida. A Comissão Europeia está a ignorar o parecer do Tribunal de Justiça da União Europeia. Quer abolir as regras de rotulagem vigentes e enfraquecer o controlo de segurança para a 2ª geração de OGM > os Novos OGM. No entanto os cidadãos não abrem mão do Princípio da Precaução nem do direito legal de escolha.

QUEREMOS DECIDIR O QUE COMEMOS E O QUE SEMEAMOS!

A boa tecnologia é a que não ameaça a Natureza

Foi lançada em abril uma petição por 36 organizações da sociedade civil, provenientes de 17 países da União Europeia, entre eles Portugal, para travar a desregulamentação em curso dos organismos geneticamente modificados (OGM) de segunda geração.

«Exortamos o nosso governo ... bem como os decisores europeus a recusar todas as tentativas que excluam os Novos OGM da actual legislação Europeia sobre os OGM e a serem firmes na obrigatoriedade das verificações de segurança, transparência e rotulagem relativamente a Velhos e Novos OGM. Só assim será garantida a segurança dos nossos alimentos, a protecção da natureza, do meio ambiente e da liberdade de escolha.»

Assine a petição contra a desregulamentação dos novos OGM  AGORA

https://www.stopogm.net/nao-a-desregulamentacao-dos-alimentos-com-os-novos-ogm


Mais informação sobre os Novos OGM:

https://www.stopogm.net/perguntas-e-respostas-sobre-a-peticao-nao-a-desregulamentacao-dos-alimentos-com-os-novos-ogm/