sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Mensagem de ano novo

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, dá as boas vindas a 2022, recordando todos os obstáculos que a humanidade só poderá superar em conjunto e de forma solidária:
  
 Depois de ver a acutilante paródia "Não olhem para cima" que tão bem retrata a estupidez humana que realmente grassa nos nossos dias, bem precisamos de uma mensagem de esperança numa humanidade que cresça em sabedoria e solidariedade verdadeiras. 

 Que 2022 seja um ano melhor, que cada um de nós faça a sua parte!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Cidades mais verdes

Miúdos e graúdos, todos podem contribuir para cidades mais verdes e sustentáveis! 

«Imagine uma cidade com a qual ninguém se preocupa… Sem espaços verdes. Sem ar limpo. Sem vida.

Nossas ações podem tornar as cidades mais verdes, mais sustentáveis e mais amáveis para o planeta.

Vamos trabalhar juntos para criar cidades verdes para todos.

Nossas ações são nosso futuroFAO

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Dinossauro alerta para a extinção

«A extinção é uma coisa má. E serem responsáveis pela própria extinção? Em quase 70 milhões de anos, essa é a coisa mais ridícula que já ouvi. Estão a avançar em direção ao desastre climático e, mesmo assim, todos os anos os governos gastam centenas de milhares de milhões de fundos públicos em subsídios para os combustíveis fósseis.»   


Este é um excerto do discurso do dinossauro, no vídeo da ONU para a  COP26 -  Conferência mundial sobre alterações climáticas  - que inicia hoje em Glasgow, na Escócia.  

O alerta do dinossauro Frankie (na voz do ator Jack Black)  para o perigo de extinção da Humanidade - é uma mensagem potente!  Mas será que a vão compreender?  Será que a maioria das pessoas - e dos políticos - percebem que está cheio de razão?

«Governos de todo o mundo gastam cerca de 423 mil milhões de dólares todos os anos a subsidiar combustíveis fósseis, os responsáveis por três quartos do total das emissões de gases com efeito de estufa, de acordo com um relatório das Nações Unidas, publicado esta quarta-feira. É provável que o custo real seja muito mais alto, dados os efeitos negativos das alterações climáticas, como a perda de biodiversidade e a deslocação de comunidades devido a fenómenos atmosféricos extremos. »   Público, 28/10/2021

sábado, 16 de outubro de 2021

Os europeus vão ser impedidos de escolher produtos livres de OGM?

Participe na consulta pública até 22 de Outubro


Os europeus vão ser impedidos de escolher produtos livres de OGM?

Esta será uma realidade, mas só se cruzarmos os braços. 
Se resolvermos enfrentar a situação ainda estamos a tempo de defender o principio da precaução e o direito de escolha dos consumidores e produtores.  Apesar de tudo a soberania alimentar ainda pode ser resgatada. 

Como se chegou aqui? As novas técnicas de edição genética (como a CRISPR/Cas) criaram uma nova geração de organismos geneticamente modificados - os Novos OGM que a indústria pretende que não sejam considerados OGM. Assim deixariam de ser regulados pela legislação da UE criada para os OGM e, ignorando o parecer do Tribunal de Justiça da UniãoEuropeiaem sentido contrario, continuam a pressionar a CE europeia para a desregulamentação. 

No final de Setembro, a Direção-Geral da Saúde e Segurança dos Alimentos publicou um texto explicando porque é que os Novos OGM não devem ser abrangidos pelas regras da UE para os OGM.

Com base em promessas de empresas como a Bayer e a Corteva, a CE invoca benefícios infundados dizendo que os Novos OGM contribuem para a redução dos GEE e da aplicação de pesticidas”. 

Tudo isto porque o sector da biotecnologia considera que os Novos OGM, e o patenteamento de genes a eles associado, são uma área prometedora de negócio da qual querem tiram o máximo lucro, sem considerar o que está em causa mesmo em termos de redução drástica da biodiversidade

O registo de patentes sobre os genes está a aumentar rapidamente, estima-se que haja já 20 000 registados dos quais 4 000 são humanos. A criação de bio-mercados nunca esteve tão próxima e nunca a privatização e mercadorização da vida foi tão longe. 

No entanto se a escravatura, que constituía a base da economia de altura, foi abolida também é possível impedir estas novas formas de rentabilizar os seres vivos. Ainda há tempo para mudar de caminho, mas temos de ser rápidos e empenhados. 

Participe na consulta pública até 22 de Outubro



Mais informação em: 

LEMBRE-SE: 
QUEM LUCRA COM OS OGM SÃO APENAS AS EMPRESAS QUE OS PRODUZEM!!!! 

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Pelo fim da obrigatoriedade de instalação de rede de gás

PETIÇÃO à Assembleia da República 

Pelo fim da obrigatoriedade de instalação de rede de gás em habitação própria

   
Numa altura em que o combate às alterações climáticas é crucial, sendo absolutamente necessário parar com o consumo de combustíveis fósseis , ou pelo menos diminuir drasticamente, se queremos alguns resultados, não faz nenhum sentido que qualquer pessoa que construa uma casa seja obrigada a instalar rede de gás, quer seja em terreno agrícola, quer seja em zona sem rede de gás, quer a pessoa não pretenda instalar. 

 
A Lei n.º 59/2018 - da Assembleia da República - veio obrigar a que TODOS os edifícios a construir para habitação tenham de ter rede de gás. Isto é um ERRO, e urge CORRIGIR!

A petição está aberta a assinaturas apenas até 24 de outubro de 2021.

Participe! Assine em:

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Os novos OGM


«O que são os Novos OGMs?

Nos últimos anos, foram desenvolvidos novos métodos de engenharia genética, baseados essencialmente nas seguintes técnicas:

  • Síntese de ADN artificial – a partir de um modelo natural ou não.
  • A capacidade de inserir ADN em localizações precisas praticamente em qualquer ponto do genoma, utilizando nucleases ou “tesouras genéticas”.
  • Cultura em laboratório de células extraídas de animais, as quais são depois manipuladas geneticamente e utilizadas para desenvolver embriões.
  • Manipulação da regulação genética (epigenética).



Estes novos métodos de “tecnologia de síntese genética” ou de “edição de genoma” são muito diferentes de tudo o que até agora se fazia em engenharia genética:

  • A estrutura de ADN que se obtém deixa de estar dependente de sequências de ADN já existentes na natureza. Pode ser desenhada em computador e depois sintetizada em laboratório, ou combinada em diferentes variações.
  • Por vezes, já não é necessário transferir ADN, uma vez que o genoma pode ser modificado diretamente na célula.
  • Nem sempre é necessário alterar a estrutura do ADN para alterar os organismos – isto pode agora ser feito manipulando a regulação genética.
  • Os novos métodos possibilitam alterações radicais do genoma, por exemplo, alterando a sequência de ADN em várias localizações-alvo ou inserindo material genético para o qual não existem modelos na natureza.

Para além disso, decorrem tentativas para criar formas de vida completamente novas – ainda que sem sucesso até agora.» 

Fonte (texto e imagens): Plataforma Transgénico Fora


Saiba mais sobre os elevadíssimos riscos dos OGM de 2ª geração com os exemplos da "mosca monarca", da abelha melífera e do tomate CRISPR, segundo publicações de 2020 e 2021, no artigo:

"A engenharia genética ameaça a subsistência das gerações futuras - Porque é que as novas técnicas de engenharia genética precisam de regulamentação rigorosa?

disponível em:  https://www.stopogm.net/novos-ogm-exemplos/

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Pelo fim da obrigatoriedade de instalação de rede de gás em habitação própria - PETIÇÃO à Assembleia da República

Numa altura em que o combate às alterações climáticas é crucial, sendo absolutamente necessário parar com o consumo de combustíveis fósseis , ou pelo menos diminuir drasticamente, se queremos alguns resultados, 

não faz  nenhum sentido que qualquer pessoa que construa uma casa seja obrigada a instalar rede de gás, quer seja em terreno agrícola, quer seja em zona sem rede de gás, quer a pessoa não pretenda instalar.

A Lei n.º 59/2018 - da Assembleia da República -  veio obrigar a que TODOS os edifícios  a construir para habitação tenham de ter rede de gás. O que é muito estranho, pois denota uma forte influência de lobbies...   Assim, e no seguimento da queixa enviada para a Provedoria de Justiça (referida aqui), criei a petição à Assembleia da República:

Pelo fim da obrigatoriedade de instalação de rede de gás em habitação própria

para a qual venho apelar à  assinatura, pois, apesar de poder ser submetida assinada apenas por um cidadão,  se for subscrita por um mínimo de 1000 cidadãos é, obrigatoriamente, publicada no Diário da Assembleia da República e os peticionários são ouvidos em audição na comissão. Se a petição for subscrita por mais de 4000 cidadãos, é apreciada em Plenário da Assembleia.

A petição está aberta a assinaturas até 24 de outubro ou até atingir 4000 assinaturas.

Participe!       Assine   aqui

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

sábado, 28 de agosto de 2021

A casa passiva e o conceito Passive House

A casa passiva é um conceito que se enquadra na arquitetura bioclimática, em que são aproveitados os recursos naturais do local da construção para reduzir as suas necessidades energéticas e ao mesmo tempo usufruir de uma casa (ou outra construção) com conforto. A localização, o clima local, a topografia, a vegetação e a exposição solar são fatores muito importantes a ter em conta, mas muitas vezes estão já determinados quando se vai construir,  reconstruir ou adaptar. Nestes casos, a eficiência energética e conforto ficam a cargo das características construtivas.

Nesse sentido, o conceito "Passive House" (no original alemão PassivHaus) foi desenvolvido na Alemanha no final dos anos 80, e em 1996 foi fundado o PassivHaus Institut, entidade que investiga e certifica edifícios construídos segundo este conceito.

Fonte:  Ass. PassivHaus / Imagem ART Architects


«O CONCEITO PASSIVE HOUSE

Passive House é um conceito construtivo que define um padrão que é eficiente, sob o ponto de vista energético, confortável, economicamente acessível e sustentável.

Eficiência energética
A Passive House é o mais elevado padrão de eficiência energética a nível mundial: as poupanças energéticas (aquecimento e arrefecimento) atingem os 75% em comparação com os edifícios convencionais e de acordo com a regulamentação actual.

Confortável
Uma Passive House tem temperatura uniforme, sem grandes variações (temperatura mínima 20ºC e temperatura máxima 25ºC) e uma boa qualidade do ar interior (humidade relativa, CO2), contribuindo para o bem estar e saúde dos seus ocupantes.

Acessível
Numa Passive House o acréscimo do custo de construção não ultrapassa, em média, os 5% em relação a uma construção convencional, sendo possível construir a preços correntes. Os custos de operação de uma Passive House são substancialmente mais baixos que um edifício convencional devido às reduzidas necessidades energéticas e de manutenção.

Sustentável
Numa Passive House há uma redução drástica das emissões de CO2, devido à eficiência energética. O conceito Passive House contribui para a protecção climática pela menor dependência de combustíveis fosseis. As baixas necessidades energéticas de uma Passive House podem ser facilmente supridas por fontes renováveis de energia.»

Uma casa pode ser passiva, construída de acordo com os princípios e técnicas Passive House, e ser ou não certificada.  A certificação  requer acompanhamento de técnicos com formação para o efeito e acarreta custo adicional.

O vídeo a seguir explica o conceito Passive House em  90 segundos.


Mais informação em: 

sábado, 21 de agosto de 2021

A escolha da humanidade (Duane Elgin)

 «A escolha da humanidade 

A nossa primeira tarefa enquanto comunidade humana é reconhecer a espantosa capacidade de escolha que temos diante de nós.

Se, por um lado, optarmos por ver o Universo como uma entidade desprovida de vida, então é compreensível que sejamos invadidos por sentimentos de alienação existencial, de ansiedade, pavor e medo. Por que motivo haveríamos de desejar estabelecer uma comunhão com o espaço vazio e a fria indiferença da matéria inerte?  Relaxar no contexto de um universo morto apenas fará com que nos afundemos no desespero existencial. Assim sendo, mais vale viver à superfície da vida, sem ansiar por qualquer tipo de profundidade. 

Imagem: NASA, 2011 (daqui)
Se, por outro lado, sentirmos que vivemos num Universo vivo, então é natural que sejamos invadidos por sentimentos de conexão, curiosidade e gratidão em relação ao que nos rodeia.  Quando nos vemos como habitantes do jardim cósmico da vida, que se tem vindo a desenvolver desde há biliões de anos, o nosso olhar sobre o Universo deixa de ser um olhar de indiferença, medo e cinismo, e passa a ser um olhar de curiosidade, amor e reverência.

O futuro da humanidade depende de qual destas perceções adotarmos e das escolhas subsequentes que fizermos.

O bem-estar da humanidade e da Terra dependem do despertar da geração atual, da sua passagem da adolescência à idade adulta enquanto espécie, e do estabelecimento de uma nova relação com a natureza, com os outros seres humanos e com o Universo vivo.

Se não acolhermos o milagre da vida que nos rodeia e nos permeia, estaremos certamente votados à extinção enquanto espécie. O caos climático, o aumento do nível do mar, as migrações em massa, bem como a extinção de inúmeras espécies, estão já a ultrapassar um ponto crítico, produzindo mudanças irreversíveis na Terra e dificultando a possibilidade de uma viragem da humanidade em direção a um futuro sustentável.

Será que iremos escolher a destruição em detrimento da vida? Por muito que nos custe aceitar essa hipótese, penso que é realista concluir que, a menos que a humanidade encontre uma ponte inspiradora em direção a um futuro alicerçado na experiência comum de um imenso potencial evolutivo, não disporemos da motivação necessária para transformar separação e sobrevivência em comunidade e coevolução.

A humanidade começa agora a despertar, à medida que o impulso da necessidade exterior vai ao encontro do impulso da capacidade interior. Contudo, as mudanças climáticas radicais estão a acelerar tão rapidamente que existe um perigo real de que as respostas da humanidade possam revelar-se demasiado escassas e demasiado tardias, o que nos pode conduzir a uma nova idade das trevas.

Se estivermos distraídos e em negação, e ignorarmos a urgência e a importância da grande transição agora em curso, perderemos uma oportunidade única e irrepetível de evolução. A cada geração é pedido que faça sacrifícios pela próxima, para que seja uma cuidadora do futuro. Esta geração está a ser empurrada por uma Terra ferida e convidada por um Universo acolhedor a oferecer uma enorme dádiva ao futuro da humanidade: trabalhar em conjunto com justiça e maturidade para realizar conscientemente o nosso potencial biocósmico e o propósito de aprender a viver num Universo vivo.»

Duane Elgin

Tradução: Projeto "Clube das Histórias: Abrir as portas ao sonho e à reflexão" (enviado por email agosto 2021). Original em DailyGood: Humanity's Most Urgent Challenge, Duane Elgin,  2018/04/30.

domingo, 18 de julho de 2021

Milhões de deslocados do clima


As alterações climáticas já chegaram há muito. Eventos extremos, como a seca e os incêndios devastadores e mortíferos de 2017, já fizeram muitas vítimas por cá. Por estes dias, a Alemanha e outros países da Europa estão também a sofrer com inundações como nunca viram. Temperaturas anormais, de cerca de 50ºC no Canadá, norte do Estados Unidos e Rússia, mostram que nenhuma parte do planeta está a salvo do que aí vem. 

Mas apesar disso, há regiões onde a probabilidade de se tornarem inabitáveis é maior, e as pessoas estão-se a deslocar. O mundo do futuro será muito diferente do que conhecemos. Já não chega agir para mitigar as alterações climáticas, vamos mesmo ter de mudar a nossa abordagem, vamos ter de nos adaptar. Disso depende a sobrevivência da nossa espécie, e de muitas outras.


«Em todo o mundo, as pessoas estão se a mudar por causa das alterações climáticas. São deslocados - forçados a sair de sua terra por causa de  acontecimentos relacionados com o clima - fugindo de eventos repentinos ou forçados a deixar uma área que está a passar por uma mudança gradual.  Está a acontecer em todo o lado - mas agora é a taxa mais alta da década. E os dados mostram que afeta muito mais as pessoas dos países mais pobres do que as dos países mais ricos.  Uma análise da Sky News descobriu que desastres relacionados com o clima em 2020 fizeram com que as pessoas das nações mais pobres se mudassem quase cinco vezes mais do que as dos países mais ricos.»

Saiba mais na fonte (do texto a azul e imagens), a infografia da Sky News:  https://news.sky.com/story/climate-change-the-people-forced-from-their-homes-by-floods-wildfires-storms-and-sea-level-rise-12355533





segunda-feira, 7 de junho de 2021

Sobre a obrigatoriedade de instalação de rede de gás em habitações

É um contrassenso que hoje em dia a legislação obrigue qualquer pessoa que queira construir a sua habitação, a instalar rede de gás, ainda que, não tenha intenção de a usar, optando por energias renováveis, ou menos poluentes, ou com menos consequências a nível do efeito de estufa!

Na legislação de há uns anos, a instalação de gás em habitação própria era obrigatória, ainda que não pretendesse usá-la, a não ser que a casa se localizasse em zona sem rede de gás ou em Reserva Agrícola.

Em 2017, o governo alterou a legislação nesse apesto, de forma a que,  quem pretendesse construir habitação própria, poderia prescindir de instalar rede de gás, se não pretendesse usar essa fonte de energia,

Nem um ano passado, eis que, por apreciação parlamentar, o decreto-lei foi alterado, passando a ser obrigatória a instalação de gás em TODAS as habitações. 

O mais estranho é que, o texto em que o PCP pediu a apreciação parlamentar apenas se referia a questões de segurança das instalações de gás.... e que que instalação de gás é mais segura que a inexistente? Dá a impressão que alguém ou algum lobby com interesse na instalação ou no projeto de gás, inadvertidamente colocou aquela alteração...  O que se teria passado? Alguém me explica a lógica?

Em relação a isso, enviei hoje a seguinte queixa para a Provedoria de Justiça (só foi pena não me ter apercebido disso há mais tempo):

«A Lei n.º 59/2018 de 21 de agosto que alterou o Decreto-lei n.º 97/2017 de 10 de agosto, designadamente o n.º 2 do artigo 3º, veio retirar obrigar à instalação de rede de gás para os edifícios destinados a habitação própria, mesmo que o promotor da obra opte pela exclusão da instalação de gás.  

Ou seja, veio obrigar a que todos os edifícios para habitação sejam obrigados a instalar rede de gás, independentemente de haver intenção de usar essa fonte de energia ou mesmo de existir rede de gás no local.

Sabe-se que o gás natural, ou mesmo o gás engarrafado, como propano ou butano, são combustíveis fósseis, não renováveis, que emitem dióxido de carbono na sua combustão, ou seja, contribuem para aumentar a concentração de gases com efeito de estufa na atmosfera, acelerando as alterações climáticas.

Ora, obrigar o cidadão que não quer usar gás na sua casa a instalar a respetiva rede, contraria todas as orientações da União Europeia e nacionais a nível de combate às alterações climáticas, que estabelecem objetivos de redução do uso de combustíveis fósseis.  Esta obrigatoriedade de instalar rede de gás contraria:

1 - A Diretiva (UE) 2018/2001 do Parlamento Europeu e do Conselho relativa à promoção da utilização de energia de fontes renováveis, designadamente os números (73) e (74) do preâmbulo, o artigo 1º (Objeto) e o artigo 15º (Procedimentos administrativos, regulamentos e códigos), mais especificamente o n.º 4, que se transcreve:
"Os Estados-Membros devem introduzir medidas adequadas nos seus regulamentos e códigos de construção para aumentar a quota de todos os tipos de energia de fontes renováveis no setor da construção."

2 - A Diretiva 2010/31/UE de 19 de maio de 2010, reformulada em 1 de janeiro de 2021,  relativa ao desempenho energético dos edifícios, que promove a descarbonização do parque imobiliário.

3 -  A Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas, aprovada na resolução de Conselho de Ministros n.º 24/2010 de 1 e abril, que refere que "Reduzir emissões é, assim, a primeira linha de combate às alterações climáticas, de mitigação do risco das suas consequências."

4 - O Programa de Ação para Adaptação às Alterações Climáticas, aprovado na Resolução do Conselho de Ministros n.º 130/2019, que refere:
"Portugal contribuirá internacionalmente para os objetivos do Acordo de Paris através do compromisso de redução das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) de modo a que o balanço entre estas emissões e a remoção ou captura de GEE da atmosfera (por exemplo, através do sequestro de carbono florestal ou agrícola) seja nulo em 2050."

5 - A Constituição da República Portuguesa, designadamente o n.º 1 e a alínea f) do n.º 2 do artigo 66º (Ambiente e qualidade de vida).

Assim, solicita-se que a Assembleia da República anule a alteração ao n.º 2 do artigo 3º do Decreto-lei n.º 97/2017 de 10 de agosto, efetivada pela  Lei n.º 59/2018 de 21 de agosto , de forma a que a instalação de rede de gás em edifícios destinados a habitação própria não seja obrigatória, mas opcional.

O Estado não pode fazer leis que dão passos atrás na luta contra as alterações climáticas, contrariando-se a si próprio, sucumbindo a interesses das multinacionais ou a associações profissionais.  O interesse dos cidadãos e a proteção do ambiente são fundamentais.»

sábado, 8 de maio de 2021

David Attenborough, 95 anos

David Attenborough completa hoje 95 anos! Parabéns pelo aniversário e por uma vida dedicada a dar a conhecer ao mundo a maravilha que é a natureza. Nos últimos tempos, David tem alertado para o estado crítico em que se encontra o nosso planeta, em que tantos recursos naturais foram destruídos. 

 O vídeo abaixo é um alerta, assim como o documentário David Attenborough: Uma Vida no Nosso Planeta. Informem-se, ajam, ajudem a salvar o que ainda pode ser salvo. Ao alcance de muitos todos está o voto em quem cuida do planeta, a escolha consciente daquilo que compra, e sobretudo, reduzir o consumo.
 

domingo, 25 de abril de 2021

Liberte-se (e foque-se)

 Aproveitando este dia 25 de abril, que em Portugal comemora a revolução dos cravos e simboliza a liberdade, liberte a sua mente das distrações impostas pelos media e por tudo o que o rodeia e foque-se no que é importante. 

Não é fácil.... talvez não o seja.... pelo menos ao princípio, mas também não é difícil, e vale muito o pequeno esforço pela enorme melhoria na qualidade de vida que implica!

Veja o vídeo abaixo de "Sustainable Human", com texto de Dandapani  (coloque legendas e selecione tradução automática), e compreenda a sua mente, e como a sua consciência se foca... onde os outros querem... ou onde você quer!

Para quem tem Netflix, recomendo também o Guia Headspace para a Meditação, uma série  que o ajuda a meditar e a focar-se de uma forma extremamente simples e clara. 

sexta-feira, 23 de abril de 2021

A História do Plástico

A curta animada "A História do Plástico" (The Story of Plastic) revela o que está para além das manchetes sobre a poluição do plástico, apontando as verdadeiras causas e consequências da crise global do plástico.

«Grande parte da conversa sobre a poluição do plástico concentra-se no plástico no ambiente - mas isso é apenas uma parte da história. 

A verdade é que a produção de plástico prejudica as pessoas e o planeta muito antes do plástico chegar às prateleiras das lojas! Além do mais, as empresas responsáveis ​​raramente são responsabilizadas. Estamos apontando nomes!»
Fonte: Brett Chamberlin, The Story of Stuff Project
 

quinta-feira, 22 de abril de 2021

A Terra dos Homens

Para assinalar o DIA DA TERRA 2021, inspire-se com este belíssimo vídeo "A Terra dos Homens" realizado pelo fotógrafo português
Paulo Ferreira, com a colaboração de Loving The Planet, texto e voz do famalicense Eduardo Rêgo.  


«São imagens registadas nos Picos de Europa, Noruega, Patagónia, Nova Zelândia e Islândia. São imagens obtidas através da técnica de timelapse que nos fazem sentir como é bela a Terra dos Homens. Elas mostram a beleza da “nossa casa”, ao mesmo tempo que a voz de Eduardo Rêgo (autor da locução) nos faz meditar sobre o nosso maior problema.

Ao longo do vídeo é possível viajar por paisagens naturais, ao sabor da mensagem de que é importante mudarmos de rumo. Um rumo que nos leve de regresso à natureza, dado que estamos a perder o sentido da complementaridade. Do afeto, do gosto pela cooperação. Falta vivermos mais próximos, mesmo que fisicamente distantes.

Tal como é dito no vídeo, a felicidade é a utopia permanente da criança que há em mim. Inocente, que tropeça, cai, mas vai em frente à procura do que não vê…, mas sente!»                                                                                Paulo Ferreira

domingo, 14 de março de 2021

A História das Coisas: 12 anos depois

Foi no dia 14 de março de 2009, depois de ver o vídeo "A História das Coisas", que decidi criar este blogue Sustentabilidade é Acção. O vídeo dizia-me tanto que senti necessidade de partilhar.

Com períodos mais ativos, outros menos ativos, faz hoje 12 anos que este sítio ajudou na sensibilização para a verdadeira sustentabilidade e ajuda na defesa do ambiente. Pelo menos, face às 1.617.000 visitas e 1463 mensagens, assim o espero.

Deixo um grande agradecimento a todos os que seguiram, visitaram, leram e comentaram este sítio, e partilho novamente o mesmo vídeo com que começou: A História das Coisas de Annie Leonard, 2007. O filme tem 14 anos mas a mensagem continua válida!  Se não viu não perca. Se viu, volte a ver.  

Aliás, vale a pena ver os vários vídeos de "The Story of Stuff" e repensar o consumo, que "máquinas" de destruição e desigualdade estamos a alimentar com o nosso consumo irracional!

12 anos

sexta-feira, 12 de março de 2021

Travar o TCE - o Tratado que bloqueia o Acordo de Paris

O que é o Tratado da Carta da Energia (TCE)?

Para descobrir, assista a este excelente vídeo explicativo de 2 minutos feito pela equipa de jornalistas independentes Investigate Europe: 

 
 «O TCE é um acordo internacional de 1994 e que se aplica a mais de 50 países. O TCE dá aos investidores estrangeiros no sector da energia amplos poderes para processarem os estados por medidas governamentais que alegadamente tenham “lesado” os seus investimentos. 

Os investidores usam um sistema de tribunal paralelo para processarem os estados e as indemnizações que os governos têm de pagar podem chegar a milhares de milhões. 

Cada vez mais, o TCE está a ser alvo de protestos, particularmente devido ao seu potencial para obstruir a transição dos tão prejudiciais combustíveis fósseis, para as energias renováveis. 


 Como é que o TCE entrava a transição para a energia limpa? 

O TCE permite que investidores estrangeiros no sector de energia processem os governos por decisões que possam ter um efeito negativo nos seus lucros, mesmo tratando-se de medidas climáticas.  

Por exemplo, a gigante alemã do carvão RWE está a processar a Holanda, exigindo 1,4 mil milhões de euros de indemnização pela eliminação progressiva do carvão. 

Como o regime jurídico do TCE favorece os investidores, é muito imprevisível e as multas a que os governos podem ser sujeitos são devastadoras, o tratado funciona como um forte incentivo para atrasar, enfraquecer, ou fazer desistir das urgentes medidas necessárias para fazer avançar a transição energética.» 


 Assinar petição nacional:  https://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT106111