segunda-feira, 29 de agosto de 2022

"Fast-Fashion": a moda que mata!

A ignorância e a ganância são as maiores inimigas da sustentabilidade. Elas comandam um exército de pessoas alheias, pessoas exploradas, pessoas ludibriadas que deixam que assim seja ou que não sabem como fazer diferente. Muitas das ferramentas dos que comandam o sistema são incutidas culturalmente desde sempre naqueles que mantém o sistema que os prejudica.

A moda, a imitação do presente, é uma dessas ferramentas, e bem poderosa. A moda rápida, a fast fashion,  a que muda todos os anos, todas as estações, que não tem qualidade e não dura, ainda é muito mais poderosa.


Imagem obtida em Unifardas

«Fast fashion é a moda rápida, a moda que você pode receber em casa em poucos cliques, a moda que que se fabrica em poucas semanas ou até mesmo em poucos dias.

Fast fashion é moda descartável, moda que usamos como uma palha, que usamos cada vez menos tempo, moda que privilegia a quantidade em detrimento da qualidade, moda que é difícil de reciclar.

Fast fashion é a moda que nos leva a comprar mais, mais vezes, é a moda de demasiado, é a moda que nos sufoca, é a moda que nos faz gastar, é a moda que nos faz acreditar que economizamos dinheiro, é moda que só enriquece as indústrias que a criam.

Fast fashion é a moda que nos envenena, a moda dos produtos químicos que causam doenças, a moda que seca os rios, a moda sintética cheia de microplásticos, a moda que esgota nossos recursos e destrói a biodiversidade. Fast fashion é a moda que mata.

Fast fashion é moda de baixo custo, moda que se vende ao preço das condições de trabalho, do salário e da saúde dos trabalhadores desde o início da cadeia produtiva até aos vendedores; é a moda que explora.

Fast fashion é a moda da infelicidade, a moda que nos vende felicidade, mas que nunca nos satisfaz, a moda disforme que nunca nos torna bonitos, belos ou magros o suficiente.


A fast fashion é um sistema bem lubrificado, que precisa ser interrompido: informando-se, desintoxicando-se de tudo o que nos ensinaram e incutiram, mudando a maneira como consumimos, partilhando e fazendo campanha para mudá-la.»


A primeira imagem e o texto acima a azul fazem parte do GUIA DE RESISTÊNCIA À FAST FASHION (GUIDE DE RÉSISTANCE À LA FAST-FASHION), da Zero Waste France, que encontrei no site Défi Rien de Neuf (Desafio Nada de Novo).

Este guia "oferece conselhos sobre como mudar a sua relação com a roupa e reduzir o seu consumo, mas também para desafiar as marcas e incentivá-las a rever o seu modelo de produção e venda. Como bónus: uma lista resumida de todas as ações a serem implementadas para resistir ao fast fashion, passo a passo."

Para já só conheço esta publicação em francês, se alguém conhecer tradução para português, por favor deixe aqui nos comentários.



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O site e a aplicação Good On You  avalia marcas internacionais em relação à sustentabilidade ambiental e aos direitos humanos e dos animais (ver aqui os parâmetros avaliados).

Assim, antes de entrar numa loja dum grande cadeia de roupa, calçado ou acessórios, veja como está classificada na aplicação Good On You – Ethical Fashio na Google Play ou na App Store

(Acrescentado a 26/12/2022)

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2 comentários:

  1. Quanto à nocividade da "Fast Fashion", concordo a 100% com o que aqui foi escrito. Obrigada,

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    1. Muito obrigada, Maria João, pelo seu contributo. Cumprimentos

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