domingo, 25 de novembro de 2018

Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres

«Só quando a metade da nossa população representada por mulheres e meninas, puder viver livre do medo, da violência e da insegurança do dia a dia, é que poderemos dizer que vivemos em um mundo justo e igualitário.»
António Guterres, Secretário-Geral da ONU

No dia 25 de novembro, Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres , inicia-se uma campanha de ativismo #HearMeToo para acabar com a violência contra mulheres e meninas.

Esta campanha global da UN Women  decorre durante 16 dias até ao Dia dos Direitos Humanos em 10 de dezembro, e consiste na partilha  de histórias de sobreviventes ou mensagens de apoio - aqui.

Nas redes sociais, a campanha inclui também ou na partilha de fotos com a cor laranja usando as hashtags #HearMeToo   #orangetheworld e # 16days  (Facebook, Twitter e Instagram).

A seguir, alguns números alarmantes:

«Em todo o mundo, uma em cada três mulheres sofreu violência física ou sexual, principalmente por parte de um companheiro sentimental.

Apenas 52% das mulheres casadas ou que vivem com um parceiro decidem livremente sobre as relações sexuais, o uso de anticoncepcionais e sua saúde sexual.

Quase 750 milhões de mulheres e meninas que vivem hoje casaram-se antes de completarem 18 anos, e pelo menos 200 milhões delas foram submetidas a mutilação genital feminina.


A nível mundial, em 2012, em um de cada dois casos de mulheres assassinadas, o autor era seu parceiro ou um membro da família. No caso dos homens, essas circunstâncias só ocorreram em um em cada 20 homens assassinados.

71% das vítimas do tráfico em todo o mundo são mulheres e meninas, e 3 em cada 4 delas são usadas para exploração sexual.


Imagem obtida aqui
A violência contra as mulheres é uma causa de morte e incapacidade entre as mulheres em idade reprodutiva tão grave como o cancro, e é uma causa de acidentes de trânsito ruins e malária juntos uma maior saúde.

A violência contra as mulheres é uma causa de morte e incapacidade entre as mulheres em idade reprodutiva tão grave quanto o cancro, e uma causa de problemas de saúde maior do que os acidentes de trânsito e a malária combinados.»

Fonte:  Site da ONU (Nações Unidas)

Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/324512111687460/

sábado, 24 de novembro de 2018

Óleo de palma no meu depósito? NÃO!

Infelizmente, o "barato" preço do óleo de palma, aliado às suas características físicas, que o tornam de fácil utilização na indústria, está a dizimar florestas, orangotangos, ecossistemas,...

Felizmente, já começam a haver campanhas para não utilizar óleo de palma na indústria alimentar, e muitas pessoas já começam a estar sensibilizadas para isso.

No entanto...

O que a maioria dos europeus não sabe é que a Europa subsidia a queima de óleo de palma incorporando-o como "biocombustível" no gasóleo!


Assine a petição #NotInMyTank:  

Imagem daqui

«A grande maioria dos europeus desconhece que abastece o depósito do seu veículo a gasóleo com óleo de palma incorporado na bomba de combustível, mas ao saber deste facto declaram a sua oposição (Sete em cada dez europeus são contra a queima de óleo de palma nos seus carros).


 Num inquérito europeu que envolveu 4.500 cidadãos em nove países, realizado pela consultora de mercado Ipsos, concluiu-se que 82% dos inquiridos não estavam conscientes do fato de que o gasóleo contém óleo de palma incorporado.

 Quando questionados se apoiariam medidas para acabar com o apoio político e os subsídios para a utilização de óleo de palma na produção de biodiesel na Europa, 69% são favoráveis, apenas 14% são contra e 16% não têm opinião sobre o assunto.

A expansão do óleo de palma para alimentar os veículos automóveis na Europa tem como consequências a desflorestação e a drenagem de turfeiras no sudeste da Ásia. 

O biodiesel produzido a partir do óleo de palma é três vezes pior para o clima do que o gasóleo fóssil.  No ano passado, 51% do óleo de palma usado na Europa acabou nos depósitos de carros e camiões. 

Os condutores europeus são os principais consumidores (embora não conscientes) de óleo de palma na Europa.

Uma coligação internacional de associações de defesa do ambiente provenientes de vários países, incluindo a ZERO em Portugal, lançou uma campanha para apelar à Comissão Europeia que concretize a eliminação progressiva do óleo de palma para produção de biodiesel até 1 de fevereiro de 2019.

Está definido na revisão da Diretiva das Energias Renováveis, a eliminação progressiva da utilização de óleo de palma para produção de biocombustíveis, mas esta exige por parte da Comissão a definição de um conjunto de critérios e calendarização. 

Como tal, a Comissão Europeia não deve apenas encarar esta definição de critérios como uma obrigação legal, mas também como uma oportunidade única para mostrar que a UE não está atenta à vontade da grande maioria de europeus, que são contra a utilização de óleo de palma nos carros.

Portugal utiliza uma quantidade limitada de óleo de palma no setor dos transportes, cerca de 2,4% da matéria-prima utilizada para a produção de biocombustíveis é óleo de palma. 

O país tem, portanto, uma excelente oportunidade de estar na linha da frente na eliminação total do uso insustentável deste combustível, aumentando a utilização de matérias residuais como por exemplo os Óleos Alimentares Usados, cuja recolha em Portugal está abaixo do desejável.   

A petição é apoiada pela plataforma SumOfUs. A petição da campanha #NotInMyTank em:  https://www.sumofus.org/not-in-my-tank  »

Fonte: email da ZERO.  Mais informação em:  SETE EM CADA DEZ EUROPEUS SÃO CONTRA A QUEIMA DE ÓLEO DE PALMA NOS SEUS CARROS – ZERO ASSOCIA-SE A CAMPANHA EUROPEIA

Assine a petição #NotInMyTank:   No meu depósito não! 


segunda-feira, 19 de novembro de 2018

O dom é a dádiva (transição interior)

Em português, "dom" significa algo que se recebe, enquanto "dádiva" significa algo que se oferece.
Em inglês, ambas as palavras são traduzidas por uma única palavra "gift".


Charles Eisenstein, autor de vários livros, entre os quais, "Economia Sagrada", fala-nos do nosso "Gift" nestas duas mensagens, tentando que nós entendamos que o dom de cada um deve ser a sua dádiva aos outros. Com a ajuda da ecologia, ele explica que só se pode ser verdadeiramente feliz quando contribuímos para a felicidade dos outros, e que precisamos de ajudar os outros a encontrar o seu dom, a sua dádiva.

No primeiro vídeo, "The Importance of Expressing Your Gift",  Charles Eisenstein explica as razões por que acredita que estamos todos aqui para dar algo ao mundo, e como todos podemos nos ajudar mutuamente a expressar e a partilhar nossos dons!

No segundo vídeo, numa palestra TEDx de 2012, "The Gift of Hapiness", Charles fala sobre o dom da felicidade, explicando como a felicidade verdadeira não existe se nos considerarmos separados do mundo, da natureza e da humanidade  (as legendas em português traduzidas automaticamente estão aceitáveis).





domingo, 11 de novembro de 2018

Natal sem óleo de palma

Uma cadeia de supermercados britânica "Iceland Foods" adotou um vídeo da Greenpeace como publicidade nesta época natalícia, assumindo que estão a remover o óleo de palma de todos os produtos com a própria marca numa campanha #NoPalmOilChristmas. O anúncio, com a voz  da atriz britânica Emma Thomsom. não foi permitido na televisão inglesa por ser "demasiado político" (fonte: Público). Abaixo está o vídeo da Greenpeace Brasil, com legendas em português, mas pode ver aqui o referido anúncio da Iceland. 



«Rang-tan é a história de uma garotinha e sua amiga orangotango que foi forçada a deixar sua casa na floresta. As florestas tropicais da Indonésia são destruídas para o plantio de campos e mais campos de óleo de palma utilizado em produtos que consumimos diariamente. »  Greenpeace Brasil

O consumo excessivo do óleo de palma (espécie Elaeis guineensis) é a razão da extinção dos orangotangos e de muitas outras espécies, pois para a sua produção, são destruídas as florestas nativas e todo o seu ecossistema.

Se quer contribuir para acabar com esta destruição de florestas e orangotangos:


1 - Deixe de consumir óleo de palma na alimentação e na cosmética. 
Tenha atenção aos produtos que compra, verifique os rótulos e rejeite se lá tiver óleo de palma. Na verdade, este não é fácil de detetar, pois os nomes são muitos, como: óleo de palma, óleo de palmiste, gordura vegetal fracionada e hidrogenada de palmiste, estearina de palma, palmoleína ou oleína de palma, manteiga de palma, ... . 
Alguns produtos alimentares já aparecem a anunciar "sem óleo de palma".

2 - Esteja atento e seja interventivo em relação às políticas de combustíveis, pois na União Europeia mais metade do óleo de palma usado é para queimar como fonte de energia, com o descaramento de lhe chamar "renovável"! Veja aqui.

- Assine as petições:


quinta-feira, 1 de novembro de 2018

O regresso do fascismo

O termo fascismo deriva da palavra em latim fasces, que designava um feixe de varas amarradas, e que, acopladas a um machado, se tornou no símbolo do poder de castigar ou de matar.  

Imagem obtida aqui
Embora sem definição consensual, o fascismo tem como características, as ambições totalitárias, o militarismo, a mobilização em massa da população,  a crença num líder forte com poder absoluto, a educação para a obediência, o desencorajamento do pensamento crítico, o uso da violência para repressão política, o recurso a bodes expiatórios, o populismo e a demonização de grupos sociais, entre outros aspectos.

Os europeus conhecem bem o fascismo que grassou na Europa da primeira metade do século XX, e assumidamente assim designado por Mussolini na Itália (Partido Nacional Fascista) e com o nome de Nacional Socialismo na Alemanha, com  Hitler, que ficou conhecido como Partido Nazi ou Nazista (de Nationalsozialist).  Apesar de associado habitualmente à extrema direita, o fascismo também existe na extrema esquerda - como o foi o regime de Estaline.


Símbolo do fascismo (wikipedia)
«O fascismo nasceu dentro da sociedade. A ignorância da sociedade de massa é também uma ignorância dos valores espirituais e morais. O fascismo surge nesse contexto. Como afirmo em Para combatir esta era:  apesar do progresso científico e tecnológico e do enorme acesso à informação, a força dominante da nossa sociedade é a estupidez organizada. Mão se detém o fascismo através da economia, da tecnologia ou da ciência, nem mesmo através de através das instituições - porque elas dependem das pessoas que as compõem - mas apenas com uma mentalidade diferente.  

Mann, Camus, Sócrates e muitos outros pensadores alertaram que a "nobreza de espírito" é um dos ideais mais democráticos que existem. Para cultivá-lo, não é preciso dinheiro, ser  tecnologicamente avançado ou ter um diploma universitário. A nobreza de espírito é uma mentalidade, é saber o que é a dignidade humana.»
Fonte: Rob Riemen (em entrevista, daqui)


O pequeno livro O Eterno Retorno do Fascismo de Rob Riemen, resume em poucas páginas , como o fascismo é como um vírus que se encontra latente no seio da sociedade, e como o egoísmo e a falta de valores são o veículo que lhe permite desenvolver-se. Abaixo algumas transcrições:

"Albert Camus e Thomas Mann não foram decerto os únicos a compreender depressa, mas a guerra terminou, o que todos ansiamos esquecer: o bacilo fascista estará sempre presente no corpo da democracia de massas. negar este facto ou dar outro nome ao bacilo não nos tornará resistentes a ele. Pelo contrário.  Se queremos combatê-lo eficazmente, teremos de começar por admitir que está novamente prestes a contaminar a nossa sociedade, teremos de o chamar pelo seu nome: «fascismo». Além disso, o fascismo nunca é um desafio, é sempre um grave problema porque desemboca inevitavelmente no despotismo e na violência. E chamamos perigo a tudo o que provoque estas consequências. Negar a existência de um problema ou, pior ainda, de um perigo é praticar a política da avestruz. Quem não aprende com a história está condenado a vê-la repetir-se.
... ...
«Somos antifascistas!»
Em 2004, o eminente historiador americano e especialista em história do fascismo, Robert O. Paxton, publicou a sua notável obra The Anatomy of Fascism, onde sublinha que, no século XXI, nenhum fascista se designará a si próprio como tal. Os fascistas não são estúpidos e são mestres na arte da mentira. Os fascistas contemporâneos distinguem-se em parte pelo que dizem, ainda que seja igualmente importante o modo como actuam. À semelhança de Togliatti, Paxton afirma que o fascismo, devido á sua angustiante falta de ideias, e ausência de valores universais, assumirá sempre a forma e as cores do seu tempo e da sua cultura. Assim, o fascismo na América será religioso e contra os Negros, ao passo que na Europa Ocidental será laico e contra o islão, na Europa do leste, católico ou ortodoxo e anti-semita. A técnica usada é idêntica em toda a parte: um líder carismático populista, para mobilizar as massas; o seu próprio grupo é sempre vítima (das crises, da elite ou dos estrangeiros); e o ressentimento orienta-se todo para um «inimigo». O fascismo não precisa de um partido democrático cujos membros sejam individualmente responsáveis; necessita de um líder inspirador e autoritário ao qual se atribuem instintos superiores(as suas decisões não têm de ser justificadas), de um líder capaz de ser seguido e obedecido pelas massas. O contexto em que esta forma de política pode dominar é o de uma sociedade de massas afectada pela crise que ainda não aprendeu as lições do século XX."

Fonte: "O Eterno Retorno do Fascismo", Rob Riemen, 2010, edição portuguesa:  Bizâncio,  2012


O pensamento crítico e os valores universais, como a solidariedade, a justiça, a liberdade, a bondade, são fundamentais para o reconhecimento e luta contra o fascismo, pois é na ausência dos mesmos que ele consegue crescer.