segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Em aceleração para o abismo

Para reflexão de fim de ano, um extracto de uma entrevista a Edgar Morin, "Avançamos como sonâmbulos até à catástrofe". Edgar Morin (1921-) é um antropólogo, sociólogo e filósofo francês, um dos grandes pensadores contemporâneos e um dos principais teóricos do campo de estudos da complexidade. Ler aqui artigo completo em português (e aqui o original em francês).  

Edgar Morin; imagem daqui
«A velocidade faz parte do grande mito do progresso que anima a civilização ocidental desde os séculos 18 e 19. A ideia subjacente é que agradecemos a ela por um futuro cada vez melhor. Quanto mais rápido formos em direção a esse futuro, melhor, é claro.
...
Esse espírito se desenvolve em detrimento da reflexão e do pensamento. Nosso tempo rápido é, portanto, um tempo anti-reflexo.
...
Estamos presos num processo espantoso em que o capitalismo, o comércio e a ciência são atraídos por esse ritmo. Não se pode culpar um só homem. Devemos acusar Newton por ter inventado o motor a vapor? Não. Efetivamente. o capitalismo é essencialmente responsável. Pelo seu fundamento, que é procurar lucro. Pelo seu motor, a competição, que tenta ganhar ao oponente. Pela incessante sede de “novo” que promove através da publicidade …  Que sociedade é essa que produz objetos que ficam obsoletos cada vez mais cedo? Essa sociedade de consumo que organiza o fabrico de frigoríficos ou máquinas de lavar que se inutilizam após oito anos? O mito do novo, como pode ver – mesmo para detergentes – visa  sempre incentivar o consumo. O capitalismo, pela sua lei natural – a concorrência – empurra para uma aceleração permanente, e através da pressão consumista, para a procura de novos produtos que também eles contribuem para esse processo.
...
A tragédia dessa velocidade é que ela cancela e mata o pensamento político pela raiz. A classe  política não fez nenhum investimento intelectual para antecipar, enfrentar o futuro. Foi o que tentei fazer em meus livros como Introdução a uma política do homem, Caminho, Terre-patrie … O futuro é incerto, é preciso tentar navegar, encontrar um caminho, uma perspectiva. Sempre  houve ambições pessoais na história. Mas elas estavam relacionados com grandes ideias. De Gaulle sem dúvida teve uma ambição, mas teve uma ótima ideia. Churchill tinha a ambição ao serviço de uma grande ideia, que era salvar a Inglaterra do desastre. Agora, não há mais grandes ideias, mas apenas grandes ambições de homenzinhos ou mulherzinhas.»
Edgar Morin

Fonte (francês): Terraeco, Edgar Morin : «Nous avançons comme des somnambules vers la catastrophe »,  28/10/2011
Tradução para português (do Brasil): Pensar Contemporâneo, Edgar Morin: “Estamos caminhando como sonâmbulos em direção à catástrofe”

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Greta Thunberg na COP25

Uma menina mais lúcida que a grande maioria dos adultos! E com a coragem de dizer a verdade!



Mensagem de Greta Thunberg,  de16 anos,  na COP25, Madrid, dia 11 de dezembro de 2019:

«Há um ano e meio atrás eu não falava com ninguém a menos que eu realmente precisasse.

Mas então eu encontrei uma razão para falar e desde então eu fiz muitos discursos e aprendi que para falar em público, se deve começar com algo pessoal ou emocional para chamar a atenção de todos, dizendo coisas como “a nossa casa está pegando fogo”, “eu queria entrar em pânico” ou “como se atrevem?”

Mas hoje não vou fazer isso, pois as pessoas focam-se nessas frases e não se lembram dos factos, as verdadeiras razões pelas quais eu digo essas coisas.
Há cerca de um ano que falo constantemente sobre o rápido declínio dos nossos orçamentos de carbono. Mas como isso ainda está sendo ignorado, continuarei repetindo.

No capítulo 2, na página 108 do relatório SR 1.5 do IPCC lançado no ano passado, diz que podemos ter uma possibilidade de 6% a 7% de limitar o aumento da temperatura global abaixo de 1,5 graus Celsius. Em 1 de Janeiro de 2018, tínhamos um orçamento de 420 gigatoneladas de CO2 para emitir. E é claro que esse número é muito menor hoje, pois emitimos cerca de 42 gigatoneladas de CO2 por ano, incluindo o uso da terra.


Imagem daqui
Com os níveis de emissões atuais, esse orçamento restante será esgotado em cerca de 8 anos. Esses números não são opiniões ou visões políticas de ninguém. Esta é a melhor ciência disponível atualmente. Embora muitos cientistas sugiram que esses números sejam moderados demais, esses são os que foram aceites pelo IPCC.  Note que esses números são globais e, portanto, não dizem nada sobre a equidade, que é absolutamente essencial para fazer com que o Acordo de Paris funcione em escala global.

Isso significa que os países mais ricos precisam fazer sua justa parte e reduzir as emissões para zero muito mais rapidamente e, em seguida, ajudar os países mais pobres a fazer o mesmo, para que as pessoas nas partes menos favorecidas do mundo possam elevar seus padrões de vida. Esses números também não incluem a maioria dos círculos de retorno (feedback loops ), pontos de inflexão não lineares ou aquecimento adicional oculto pela poluição tóxica do ar.

Muitos modelos assumem, no entanto, que as gerações futuras serão capazes de sugar biliões de toneladas de CO2 do ar com tecnologias que não existem na escala necessária e talvez nunca existam. 6% a 7% são as melhores hipóteses dadas pelo IPCC. E agora temos menos de 340 gigatoneladas de CO2 para emitir nesse orçamento para partilhar de forma justa.

E por que é tão importante ficar abaixo de 1,5 graus? Porque mesmo com um 1 grau, estão a morrer pessoas devido à crise climática. Porque é isso que a ciência unida pede para evitar desestabilizar os climas, de forma a que seja possível evitar reações em cadeia irreversíveis, como derreter glaciares, o gelo polar e o degelo do permafrost do Ártico. Cada fração de um grau importa! Esta é a minha mensagem. É nisto que quero que se foquem!

Então por favor digam-me: Como é que se reage a esses números sem sentir pelo menos algum nível de pânico? Como é que se responde ao facto de que basicamente nada está a ser feito sobre isto, sem se sentir pelo menos um bocado enfurecido? Como é que se comunica isto sem soar alarmista? Eu realmente gostaria de saber!

Desde o Acordo de Paris, os bancos globais investiram 1.9 biliões de dólares (1.900.000.000.000 $) em combustíveis fósseis. 100 empresas são responsáveis por 71% das emissões globais. Os países do G20 representam quase 80% do total de emissões. Os 10% mais ricos do mundo produzem metade de nossas emissões de CO2, enquanto os 50% mais pobres representam apenas um décimo. De facto, temos algum trabalho a fazer, mas alguns mais que outros.

Recentemente, vários países ricos comprometeram-se a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em aproximadamente tantos por cento até aquela data, ou a tornar-se neutros em termos de clima em tantos anos. Isso pode parecer impressionante à primeira vista, mas, embora as intenções possam ser boas, isso não é liderança. Isso não é liderar. Isso é enganoso, porque a maioria dessas promessas não inclui aviação, transportes nem importações e exportações de bens, nem o consumo . Contudo, incluem a possibilidade de os países compensarem suas emissões em outros lugares.

Essas promessas não incluem as taxas de redução anual imediata necessárias para os países ricos, que são necessárias para permanecer dentro do pequeno orçamento restante. Zero em 2050 não significa nada; se continuarem as emissões elevadas mesmo por alguns anos, o orçamento restante se esgotará. Sem ver o quadro completo, não resolveremos esta crise. Encontrar soluções holísticas deveria ser o objetivo da COP, mas parece ter se transformado nalgum tipo de oportunidade para os países negociarem brechas e evitarem aumentar sua ambição.

Os países estão a encontrar maneiras inteligentes de contornar a ação real. Como contar duas vezes as reduções de emissões, como deslocar as suas emissões para o exterior, como voltar atrás nas suas promessas de aumentar a ambição, ou recusar-se a pagar soluções ou indemnizações por perda e danos. Isso tem que parar. 

O que precisamos é de cortes drásticos nas emissões na fonte, mas é claro que apenas reduzir as emissões não é suficiente. Nossas emissões de gases de efeito estufa precisam parar. 

Para ficar abaixo de 1,5 graus, precisamos manter o carbono no solo. 

Apenas definir datas distantes e dizer coisas que dão a impressão de que a ação está em andamento provavelmente fará mais mal do que bem, porque as mudanças necessárias ainda não estão em lugar nenhum. A política necessária não existe hoje, apesar do que se possa ouvir dos líderes mundiais. E ainda acredito que o maior perigo não é a inação. O verdadeiro perigo é quando políticos e CEOs (dirigentes empresariais) estão a fazer parecer que ações reais estão a acontecer , quando, na verdade, quase nada está a ser feito além de contabilidade inteligente e relações públicas (marketing) criativas.

Tive a sorte de poder viajar pelo mundo. E minha experiência é que a falta de consciencialização é a mesma em todos os lugares, mesmo entre os eleitos para nos liderar.  Não há qualquer sentido de urgência, os nossos líderes não se comportam como se fosse uma emergência.  Numa emergência você muda seu comportamento. Se estiver uma criança parada no meio da estrada e os carros estão a chegar a toda velocidade, você não desvia o olhar porque é muito desconfortável, você imediatamente corre e resgata essa criança.  E sem esse sentido de urgência como podem as pessoas entender que estamos diante de uma verdadeira crise, e se as pessoas não estão totalmente cientes do que está a acontecer, elas não vão pressionar quem está no poder para agir. E sem a pressão das pessoas, os nossos líderes podem se safar basicamente não fazendo nada, que é onde estamos agora. E assim andamos à roda.

Daqui a apenas três semanas entraremos numa nova década, uma década que definirá nosso futuro. No momento, estamos desesperados por qualquer sinal de esperança. Bem, eu digo, há esperança. Eu já a vi, mas não vem dos governos ou das corporações. Vem do povo. 

As pessoas que desconheciam, mas agora estão começando a acordar. E uma vez que tomamos consciência, mudamos. As pessoas podem mudar. As pessoas estão prontas para a mudança. E essa é a esperança, porque temos democracia e a democracia está acontecendo o tempo todo. Não apenas no dia das eleições, mas a cada segundo e a cada hora. 

É a opinião pública que governa o mundo livre. De facto, todas as grandes mudanças ao longo da história vieram do povo. Não precisamos esperar. Podemos começar a mudança agora mesmo. 
Nós as pessoas. 
Obrigada. »
Greta Thunberg   (tradução livre)

domingo, 8 de dezembro de 2019

Chomsky & Mujica

CHOMSKY & MUJICA” é um documentário do jovem realizador mexicano Saúl Alvidrez, que nos brinda com um  encontro de sabedoria: junta um dos pensadores mais importantes dos tempos atuais, Noam Chomsky, e o político mais querido do mundo,  Pepe Mujica.

«Este documentário é especialmente dirigido às gerações mais jovens, sendo uma bela e urgente mensagem de humanidade. Explora o amor, a vida, a libertade, o poder e os principais desafios do século XXI junto com dois personagens extraordinários que nunca antes tinham cruzado os seus caminhos.
...
As gerações mais jovens herdaram o maior perigo e responsabilidade de toda a história humana. Hoje, o colapso ecológico, económico, político e social da nossa civilização insustentável parece iminente. Portanto, os millennials* e os centennials** devem alcançar uma mudança global radical nas próximas décadas; mas como?

Este projeto procura responder a essa pergunta, simplesmente porque é a pergunta mais importante no momento. E para conseguir isso, foi necessário reunir muita sabedoria.»
Fonte: Kickstarter

Imagens obtidas aqui
Veja o vídeo de apresentação em

As filmagens com Mujica e Chomsky foram realizadas em 2017, mas o realizador não conseguiu reunir antes o dinheiro necessário para cobrir os custos de produção. 

No entanto, através de crowdfunding na plataforma Kickstarter, o projeto ultrapassou o objetivo e será lançado em março de 2020.

Saiba mais sobre este projeto em: 

Aguardamos essa mensagem desses grandes Senhores!

* Millennials =~ Geração Y =~ nascidos entre 1980 e 2000
* Centennials =~ Geração Z =~ nascidos depois de 2000

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

A Economia Circular é no sábado em Famalicão

Este ano a Associação Famalicão em Transição organiza o MERCADINHO DE NATAL, uma feirinha para venda e troca de artigos usados, promovendo a reutilização e com o objetivo de tornar o consumo mais sustentável.  O evento será no dia 7 de dezembro, entre as 10h e as 17h, na Central de Camionagem de V. N. Famalicão.

Para além da feirinha, serão dinamizadas outras atividades relacionadas com a economia circular e a sustentabilidade:

ATIVIDADES MERCADINHO

10H00-17H00
"LET'S SWAP – Troca de Roupa"
Se tens roupa que já não utilizas, não te serve ou simplesmente não queres mais usar, podes trocá-las num SWAP MARKET - de livre acesso - por outras que gostes!

11H00-12H00
Showcooking Doces de Natal” - Pela Sandra Pimenta da Caseira Nova
Sem perder os sabores tradicionais, as novas alternativas vieram para ficar. Deixe-se envolver pelos aromas e opte por um natal mais ético e sustentável.

15H00-16H30
Sustentabilidade está na moda” - mesa redonda com Let’s Swap, Saardinha e KOLLIB, moderada por Nídia Nobre.
Sendo a transição o movimento consciente e motivado de passagem entre a situação atual e o futuro ideal que ambicionamos, está nos valores da nossa Associação a promoção de uma economia circular no nosso concelho, e escolhemos o tema da moda, por ser um tema atual, dado o nível de consumismo desenfreado de fast fashion.

Solidariedade
O Mercadinho de Natal irá apoiar a recolha de roupas e brinquedos, para as crianças do Centro de Acolhimento Temporário e Lar de Infância e Juventude da ATC – Associação Teatro Construção, de Joane.

Ainda há algumas vagas para exposição dos seus materiais/objetos, inscreva-se em:
https://tinyurl.com/Inscr-MercNatal (valor de 12€ ou 8€ para sócios).

Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/464956470792867/
Mais informações: afetra.inscrever@gmail.com

Por uma comunidade mais sustentável, pratique a economia circular! Venha celebrar connosco!

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Alterações e justiça climáticas em debate em Famalicão

Famílias portuguesas e de vários países processam a União Europeia por inação climática

No passado sábado dia 23 de novembro, Vila Nova de Famalicão recebeu um workshop com o tema "Alterações Climáticas e Justiça Climática". Esta foi uma iniciativa da parceria Associação Famalicão em Transição e a ZERO - Associação Terrestre Sustentável que contou com o apoio da Fundação Cupertino de Miranda, onde decorreu.

No primeiro painel, Francisco Ferreira fez um ponto da situação sobre o cenário atual e futuro do impacte das alterações climáticas. Focando as áreas mais importantes a trabalhar como a energia, os transportes/mobilidade, a alimentação e consumo de forma global, não esquecendo os resíduos. A meta da neutralidade carbónica em 2050, tem de ser algo prioritário para os organismos públicos e as mudanças individuais têm de ser assumidas e concretizadas de forma mais célere.

«O que acontece com as alterações climáticas é que o aquecimento global é lento e quando reagirmos é tarde demais, pois só reagimos nas alturas dramáticas. A boa notícia é que o relatório de cientistas das Nações Unidas nos diz que ainda é possível a temperatura não subir mais que 1,5ºC em relação à era pré-industrial; a má notícia é que, apesar de termos a receita, de sabermos o que fazer, como fazer, ainda estamos muito longe de a aplicar» Francisco Ferreira

Paulo Magalhães, jurista e fundador da Casa Comum da Humanidade, apresentou este projeto, de âmbito internacional que vem vindo a ser desenvolvido desde 2016 e que visa garantir a preservação das condições de habitabilidade do planeta. Segundo Paulo Magalhães o “Sistema Terrestre tem de ser reconhecido como bem jurídico global, um bem que existe dentro e fora de todas as soberanias, a única herança global da humanidade”. A proposta passa pela criação de um sistema de contabilidade, em jeito de “condomínio”, em que todos sabemos as contribuições positivas, mas também de negativas dos estados envolvidos.

«A atmosfera é um bem comum genuíno: não conseguimos dividir, nem juridicamente, nem materialmente, não nos conseguimos apropriar dela, mas conseguimos degradá-la porque a alteramos quimicamente.» Paulo Magalhães

Após um curto intervalo, a exibição do vídeo de apresentação do People Climate Case deu o mote para o segundo painel, que contou com a presença dos representantes das três famílias portuguesas que são parte ativa deste processo judicial.



O People Climate Case envolve 10 famílias e uma associação de jovens provenientes de diferentes países da Europa: Portugal, França, Itália, Alemanha, Roménia e Suécia, e fora da Europa – Quénia e Ilhas Figi, que unidos pela sua vulnerabilidade às alterações climáticas, exigem mais ambição aos decisores políticos europeus.

As famílias considerarem que a UE não está a fazer tudo o que está ao seu alcance para combater as alterações climáticas e proteger os seus direitos fundamentais. Como tal, os cidadãos apelam ao tribunal para que assumam que as alterações climáticas são uma questão de direitos humanos e que a EU é responsável por proteger os seus direitos e os direitos das gerações futuras.

Armando Carvalho, Engenheiro Florestal de profissão, dedicou mais de 20 anos à gestão e proteção de uma floresta biodiversa nas suas propriedades próximo de Santa Comba Dão, descreveu como viu e viveu a destruição da sua floresta nos incêndios florestais que ocorreram em Portugal, em outubro de 2017. Num relato com uma ligação clara entre o incêndio e as alterações climáticas, apresentou o seu ponto de vista sobre como vê o futuro da floresta portuguesa e sobre o muito que é necessário fazer.

Joaquim Caixeiro pertence a uma das 35 famílias que em conjunto com Alfredo Sendim gerem uma cooperativa agrícola na Herdade Freixo do Meio, próximo de Montemor-o-Novo. Foi patente a sua preocupação com a falta de água que poderá colocar em causa a agricultura em modo de produção biológico, que praticam na herdade. Com o aumento da frequência dos fenómenos climatéricos adversos poderão ter de abandonar a atividade agrícola.

Ildebrando Conceição dedica-se à apicultura há décadas na região de Tomar. De forma apaixonada, transmitiu aos presentes qual o impacto atual das alterações climáticas sobre a atividade das abelhas, um ser vivo fascinante com o qual trabalha há várias décadas. Tem constatado que as alterações na estação de floração e o clima cada vez mais incerto, com estações irregulares e imprevisíveis começaram a colocar em causa a sobrevivência das abelhas, conduzindo a uma perda de produtividade de mel, que atingiu os de 60% em 2017.


Associação Famalicão em Transição
famalicaom@gmail.com
https://famalicaomelhor.blogspot.com/

ZERO - Associação Sistema Terrestre Sustentável
zero@zero.ong
http://www.zero.ong/


Vídeo do 1º painel: aqui
Mais fotografias (@Filipa Sampaio): aqui

domingo, 24 de novembro de 2019

"Fleur d'oranger" - um livro a ler!

 "Fleur d'Oranger" (Flor de laranjeira) pode ser  o primeiro livro de ficção de Rica Sainov, mas a verdade é que nada no livro parece  obra de principiante.

Desde uma trama muito bem engendrada e sem falhas, uma história cativante, uma escrita limpa, clara e acessível, até uma bela mensagem, tudo se conjuga para que este livro possa ser um best-seller!  Haja a divulgação suficiente!

Li o livro, gostei tanto que tive de o acabar no dia seguinte; o livro prende! Já o emprestei ao meu filho e a vários amigos - e todos adoraram o livro. É um livro intergeracional, que agrada a adultos e a jovens, e com uma mensagem ecológica (e não só) muito importante, que precisa ser passada!

Recomendo sinceramente este livro, e dou os parabéns ao amigo Ricardo Novais  (que escreve como Rica Sainov), e desejando-lhe o melhor sucesso para o livro (e para a vida).

Podem obter o livro na Livraria Fontenova em Famalicão, ou adquiri-lo na Chiado Editora, Fnac ou Wook.

A próxima sessão de apresentação do livro será em Vila Nova de Gaia, na FNAC do Gaiashopping, dia 29 de novembro às 19h00. Estão convidados.

Sinopse

«Gabriel, um menino inteligente e bem-educado, vive aos doze anos de idade, em Fafe, um episódio fantástico e sobrenatural que o vai catapultar para uma demanda interminável pelo seu verdadeiro propósito de existência.

Ao mudar-se com a sua família para o Porto, vai conhecer o seu inseparável companheiro Damian e também Rodolfo, Daniela e Sara. Eternamente apaixonado por Daniela, nunca dá a devida atenção aos crescentes avanços de Sara.

Com Daniela, Damian e Sara a orbitar constantemente na sua vida, em ciclos de afastamentos e reencontros, deparando-se com novas revelações, decide dedicar-se estrategicamente a uma vida dupla.


Imagem: https://www.facebook.com/ricasainov/
Numa senda muito própria, com coragem e determinação, vê-se obrigado a viajar a locais de beleza e de cultura únicos e até a enfrentar uma poderosa organização criminosa.
Um livro original e emocionante que nos vai obrigar a refletir sobre temas tanto supérfluos como profundos das nossas vidas.» (daqui)

Rica Sainov

«Rica Sainov é natural do Porto. Licenciado em Ciências Farmacêuticas, com pós-especialização em Análises Clínicas e detentor de pós-graduações em Terapias Naturais e Complementares e Acupuntura Integrativa, leciona farmacologia, fitoterapia e culinária curativa em várias escolas de saúde do país.

Tentando voltar à Mãe Natureza, procura incessantemente integrar os seus conhecimentos científicos com o poder curativo da Terra, com a finalidade de proporcionar alternativas terapêuticas, mantendo sempre viva a convicção de que, para haver uma cura efetiva, é fundamental uma auscultação, uma viagem intrincada ao âmago do nosso ser, através do perdão e do amor incondicional.

Rica escreve em blogues e e-magazines. Este é o seu primeiro romance.» (daqui)

domingo, 10 de novembro de 2019

Dia Mundial da Bolota

Foi uma maravilha visitar lugares de Portugal onde os "Quercus" (família dos carvalhos) autóctones ainda são muito abundantes na paisagem: foram uns dias a recuperar forças pela Beira Alta,  em Mêda, Foz Côa, Freixo de Numães, Marialva, sítios lindíssimos, a visitar, vestidos das cores quentes de outono.  No Minho, onde vivo, infelizmente, poucos são os redutos onde existem carvalhais.

Neste dia 10 de novembro, comemora-se o 11º Dia Mundial da Bolota. E porquê comemorar a bolota? Muito simplesmente porque urge repovoar o nosso país desse género de árvores (género Quercus) que foram dizimadas desde há 500 anos.

Em nome da biodiversidade, da fertilidade do solo, da paisagem, e do clima, vamos recolher e semear bolotas para  restaurar os carvalhais e os montados neste país.

Também para assinalar a data e comemorar os carvalhos autóctones, sobreiros e azinheiras, venho apresentar o blogue sobre a Bolota:

bologta: a bolota que tem um blog
 
Este blogue é dinamizado pela Escola Secundária Quinta das Palmeiras, da Covilhã, que foi quem criou esta data, celebrada pela primeira vez em 2009.

No bologta  pode ver o vídeo abaixo, que enquadra o Dia Mundial da Bolota, pode descarregar o  Manual da Bolota, muito útil para quem passar à ação, e ter muito mais informação sobre a floresta autóctone,os carvalhos e outros quercus de Portugal.

terça-feira, 5 de novembro de 2019

Remover o plástico dos rios (antes de chegarem ao mar)

Os mil rios mais poluídos levam cerca de 80% da poluição plástica que chega aos oceanos.

Enquanto milhares de milhões de pessoas no mundo continuam sem saber ou sem querer diminuir o consumo de plástico e aplicar a política dos 3R (Reduzir, Reutilizaar, Reciclar), é urgente e importante juntarem-se novas ideias e novas técnicas para remover o plástico dos oceanos... ou dos rios que para lá o levam.

Imagem daqui
The Ocean Cleanup é uma fundação holandesa, fundada em 2013 pelo inventor Boyan Slat (aos 18 anos), atualmente com mais de 80 engenheiros, pesquisadores, cientistas e modeladores computacionais que trabalham diariamente para livrar os oceanos do mundo do plástico. Já começaram a remover resíduos de plástico da grande ilha de lixo no Pacífico (ver em JN).

No passado dia 26 de outubro de 2019, Boyan Slat apresentou o plano para que o plástico não chegue aos oceanos: o Interceptor, um sistema desenhado para remover plástico dos rios. Vejam o vídeo da apresentação abaixo (seleccionar legendas de tradução automática).



A seguir, um vídeo que explica como funciona o Interceptor:



Saiba mais em: https://theoceancleanup.com/ | https://theoceancleanup.com/rivers/

sábado, 2 de novembro de 2019

Workshop Alterações Climáticas e Justiça Climática

«As alterações climáticas vieram para ficar. Mas qual a sua verdadeira extensão? A proteção das populações contra os efeitos das alterações climáticas é uma obrigação dos decisores políticos? Deve a proteção das pessoas face aos efeitos das alterações climáticas ser considerada como um direito humano?
Esta e outras questões lançam o mote para o  workshop que conta com a participação de reputados especialistas em alterações climáticas, em questões jurídicas e cidadãos que  corajosamente abraçaram um processo judicial contra a Comissão e o Parlamento Europeu, no qual exigem maior ambição europeia nas metas traçadas para combate às alterações climáticas.

Dia 23 de novembro, venha conhecer os factos, os argumentos, as histórias e debater o assunto!



Fundação Cupertino de Miranda
23 de novembro, Vila Nova de Famalicão

Entrada livre mediante inscrição em https://bit.ly/31Lk4tS

PROGRAMA

14h30 || Abertura do secretariado

15h00 || Sessão Oficial
. Paulo Cunha, Presidente da Câmara Municipal de Famalicão (a confirmar)
. Pedro Álvares Ribeiro, Presidente da Fundação Cupertino de Miranda (a confirmar)
. Manuela Araújo, Presidente da Associação Famalicão em Transição
. Francisco Ferreira, Presidente da ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável

15h30 || “O cenário de alterações climáticas. O hoje e o amanhã!
. Francisco Ferreira, Professor na Universidade Nova de Lisboa e Presidente da ZERO

15h50 || “O Sistema Terrestre é um Bem Comum indivisível, mesmo sobre um ponto de vista jurídico
. Paulo Magalhães, Jurista, Fundador da Casa Comum da Humanidade

16h10 || Debate
. Moderador Catarina Oliveira, Associação Famalicão em Transição

16h30 || Pausa para café

16h45 || “People´s Climate Case stories
Visualização de alguns testemunhos das famílias envolvidas no processo em tribunal.

17h15 || Debate
. Moderador Francisco Ferreira, Associação ZERO.
Demandantes no processo “People´s Climate Case”:
. Armando Carvalho, Eng. Florestal
. Ildebrando Conceição, Apicultor
. Joaquim Caixeiro, Talhante da Herdade Freixo do Meio

18h00 || Encerramento
Cartaz com o programa (pdf) aqui 




segunda-feira, 28 de outubro de 2019

1,5 milhões de visitas


Hoje, 28 de outubro de 2019, este blogue Sustentabilidade é Acção atingiu 1.500.000 visitas!
Desde 14 de março de 2009, foram 1375 as publicações  que trouxeram um milhão e meio de visualizações! Isto dá uma média de 1090 visitas por mensagem e de cerca de 14.200 visitas por ano.

E assim, agradeço a todos os que visitaram este sítio ao longos destes 10 anos e meio, e espero que tenham gostado ou que tenha valido a pena.


Este é um dos meus contributos para a proteção do ambiente, e sobretudo para uma consciencialização de que não somos donos do planeta, que precisamos dele e que o devemos respeitar. Assim como aos outros e a nós próprios.

"Ninguém cometeu maior erro que aquele que não fez nada só porque podia fazer muito pouco" Edmund Burke


Cuidar de si próprio, cuidar dos outros, cuidar do planeta!
OBRIGADA!   BEM HAJAM!








sábado, 26 de outubro de 2019

Não há futuro com o capitalismo

«Não tem futuro dentro do capitalismo.
...
 O nosso tempo está acabando, real e oficial.
...
«Na nossa era do capitalismo desenfreado, do capitalismo financeiro, do capitalismo das ações, em que a gente passa a não ter nenhum tipo de responsabilidade sobre como o dinheiro é feito e como o dinheiro é gasto,  é mais fácil imaginar o fim do mundo que o fim do capitalismo.

Convido todos vocês para irmos na contramão, e pensarmos um jeito de destruir esse modelo que está destruindo o planeta.»

Rita Von Hunty 

Depois de vários anos a pesquisar sobre os problemas ambientais, cheguei à conclusão, como já disse aqui algumas vezes, que a razão fundamental do estado de degradação ambiental (e social) em que se encontra este nosso planeta, é o capitalismo, um sistema económico completamente irracional.

Este vídeo do canal Tempero Drag com Rita Von Hunty (Guilherme Terreri Pereira),  explica ,de uma forma clara - não porque a palhinha (canudo) de plástico não é seu inimigo - mas porque o capitalismo vai dar cabo do planeta.



sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Não se esqueçam da Natureza



"Se não protegermos a natureza, nós não podemos nos proteger"   Harrison Ford

(O vídeo tem legendas em português, basta selecionar)


quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Ave em Transição?

Um dos primeiro eventos integrados no Dia de Ação Comum pela Natureza é em Guimarães,  é organizado pela CIM do Ave e tem a ver com o Movimento de Transição - será que vamos ter TRANSIÇÃO à escala inter-municipal?


Vamos co-criar o I Encontro Ave em Transição?
Segunda-feira, 7 de outubro 2019, às 18h 
nas instalações da CIM do Ave, em Guimarães (map) - Rua Capitão Alfredo Guimarães, 1 - Guimarães.

Todos os interessados em saber mais sobre esta iniciativa e em contribuir para a criação do primeiro encontro “Ave em Transição”, estão convidados a juntarem-se a uma reunião aberta.

Inscreva-se e ajude a co-criar a Transição no Vale do Ave!  (inscrições aqui  - gratuitas)

Mais sobre o Ave em Transição em: https://aveemtransicao.squarespace.com/

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Greve Climática Global - 27 de setembro


«Somos vários movimentos, associações, e colectivos que têm estado empenhados na luta existencial pela justiça climática, e tal como ocorreu com as passadas greves climáticas estudantis internacionais de 15 de março e 24 de maio, consideramos essencial que Portugal mantenha uma participação activa neste movimento mundial. Segundo nos informa a melhor Ciência, a viabilidade material de um futuro com estabilidade climática não poderá ser alcançada sem uma modificação fundamental do nosso sistema produtivo, energético, de transportes, alimentação, florestas, entre outros.

Em setembro, vamos organizar uma semana de mobilizações que começa no dia 20, e acaba com uma Greve Climática no dia 27 de Setembro.»


Aqui mais perto de Famalicão:

Braga – Praça da República - 17h00

Guimarães – Largo da República do Brasil - 10h30

Porto - Praça da República - 17h00

Outras cidades e  locais:

Portugal:    https://salvaroclima.pt/

Internacionalhttps://pt.globalclimatestrike.net/  (

Ver também aqui

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

"Como se atrevem?!"

"Como é que se atrevem?!

Vós roubastes-me os sonhos e a infância com as vossas palavras ocas.
E contudo, eu sou dos que têm sorte.
Pessoas estão a sofrer, pessoas estão a morrer.
Há ecossistemas inteiros a colapsar,
estamos no início de uma extinção em massa,
e a única coisa de que falam é de dinheiro,
e contos de fada de crescimento económico eterno.

Como é que se atrevem?!

Vós estais-nos a falhar!
Mas os jovens começam a entender a vossa traição.
Todas as gerações vindouras estão com os olhos em cima de vós,
E se escolherem falhar-nos,
eu digo: nunca vos perdoaremos!
Não deixaremos que escapem impunes!

É aqui e agora que traçamos o limite:
O mundo está a acordar
E a mudança vem aí - quer queiram quer não!"

Greta Thunberg, 23/9/2019, Cimeira da Ação Climática, em Nova Iorque



Já uma menina discursou na ONU há 27 anos, calou a ONU, mas tudo continuou na mesma.

Agora, não há mais como continuar na mesma.

A bem ou a mal, a humanidade vai ter de mudar, ou vai também integrar o rol das espécies em extinção!

domingo, 22 de setembro de 2019

Dia de Ação Comum pela Natureza

Dia de Ação Comum pela Natureza (DACN) destina-se a cultivar e reforçar o espírito de convergência entre as associações de proteção da natureza e outras associações, grupos ou entidades, assinalando esse espírito através de atividades a realizar um pouco por todo o país.

São atividades de defesa, conservação, celebração, educação para a Natureza, a realizar pelas entidades aderentes, preferencialmente nas datas de 7 a 14 de outubro, ou datas próximas,

O DACN foi proposto no 1º Encontro de Convergência Ambiental, em 7 de outubro de 2017, em Vila Nova de Famalicão, e os procedimentos adotados foram definidos pela Comissão Organizadora do 3º Encontro, composta por: Campo Aberto - associação de defesa do ambiente, Associação Famalicão em Transição, Associação dos Amigos de Mindelo de Defesa do Ambiente e Associação dos Amigos do Rio Ovelha.

DIA DE AÇÃO COMUM PELA NATUREZA

Convergência Ecológica e Ambiental

Para saber mais, consulte :

Dia de Ação Comum pela Natureza (o que é o DACN) 

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Parem de subsidiar o petróleo, apostem nas florestas!

«Os ativistas ambientais Greta Thunberg e George Monbiot ajudaram a produzir um curta-metragem (abaixo), destacando a necessidade de proteger, restaurar e usar a natureza para enfrentar a crise climática. Ecossistemas vivos, como florestas, mangues, pântanos e fundos marinhos, podem extrair enormes quantidades de carbono do ar e armazená-los com segurança, mas as soluções climáticas naturais atualmente recebem apenas 2% do financiamento gasto na redução de emissões.»  (daqui)

«O seu apelo para proteger, restaurar e financiar soluções climáticas naturais vem à cabeça da greve climática global liderada por jovens na sexta-feira e de uma Cimeira da ONU sobre Ação Climática em Nova York na segunda-feira. ...

Restaurar a natureza também ajuda a proteger as pessoas dos crescentes eventos climáticos extremos que a crise climática está a provocar, pois as árvores ajudam a evitar inundações e os mangues protegem as costas. Além disso, a aniquilação da vida selvagem que resultou na redução de 60% na população de animais desde 1970 pode ser combatida, recriando o habitat perdido. No entanto, continua sendo vital que a queima de combustíveis fósseis seja interrompida para que a emergência climática termine.

"No momento, estamos a ignorar as soluções climáticas naturais", disse Thunberg. “Gastamos 1000 vezes mais em subsídios globais a combustíveis fósseis do que em soluções baseadas na natureza. Esse é o vosso dinheiro, os vossos impostos e as vossas economias".»

Fonte: The Guardian, 19/9/2019 (tradução livre)



Ver também: Florestas, a solução esquecida (com Jane Goodall e Alec Baldwin)

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Mobilizações pelo clima em setembro

«Em setembro de 2019, milhões de pessoas sairão de seus trabalhos e lares para ir às ruas, lado a lado com jovens em mobilizações pelo clima, para exigir o fim da era dos combustíveis fósseis.

Nossa casa está em chamas – precisamos agir com urgência. Exigimos justiça climática para todos.

JUNTE-SE ÀS MOBILIZAÇÕES PELO CLIMA EM SETEMBRO

Junte-se aos jovens que vão estar nas ruas durante a Mobilização Global pelo Clima, numa semana de ações que vão exigir o fim da era dos combustíveis fósseis e justiça climática para todos.»

Fonte e mais informação em:  https://pt.globalclimatestrike.net/ 



Encontre um evento perto de si em https://secure.avaaz.org/po/event/global_climate_strike/

«No dia 20 de setembro, Greta Thunberg liderará a maior Mobilização Global pelo Clima de todos os tempos, dias antes de uma crucial Cúpula Climática da ONU em Nova York.

E onde quer que estejamos, o que quer que estejamos fazendo, todos podemos participar deste momento histórico para o nosso planeta.

Não importa se você está sozinho, com colegas de trabalho ou em uma grande manifestação nas ruas - use a ferramenta abaixo para carregar uma foto sua  com um cartaz apoiando a mobilização e depois convide seus amigos e familiares para fazerem o mesmo!

Se você também enviar sua foto para a mídia social, use as seguintes hashtags: #ClimateStrike #ClimateHope»


Fonte e site pata partilhar a foto da sua luta em: https://secure.avaaz.org/campaign/po/global_climate_strike_photos_sptl11/

terça-feira, 17 de setembro de 2019

O martelo da destruição

Estranhamento Global é o título do 2º episódio da série documental portuguesa  2077 - 10 Segundos Para o Futuro.

A série é de 2017, mas ontem na RTP1 passou novamente o 2º episódio, onde são focados temas como a destruição de recursos, a perda de biodiversidade e as alterações climáticas.

As imagens ao lado são da parte em que Prem Rawat compara a tecnologia nas mãos de humanos a um martelo nas mãos de uma criança pela primeira vez - que vai experimentá-lo destruindo tudo à sua volta!

Na minha opinião, qualquer criança seria mais cautelosa do que os humanos movidos pela ganância, mas a metáfora está muito bem "apanhada". 

Veja o episódio (com os temas: Espaço; Exploração Recursos Naturais; Poluição; Alterações Climáticas)   em: 

2077 - 10 Segundos Para o Futuro: Estranhamento Global 

Sinopse (extracto):
«Usámos os combustíveis fósseis para dar o grande salto da revolução industrial e enchemos a atmosfera de dióxido carbono, de forma explosiva, nos séculos XX e XXI.
Mesmo que hoje parássemos completamente de enviar dióxido de carbono para a atmosfera, a quantidade que já foi libertada é tal que é suficiente para provocar o aquecimento global durante décadas, tal como um pulmão que é sujeito à ação do tabaco durante anos. Quão estranho irá o clima ficar, depende das medidas que tomarmos hoje.»

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Crise climática: como estamos e para onde vamos


As alterações climáticas representam uma emergência sem precedentes, diz a ONU. Nunca a destruição foi tanta e tão rápida e governos e comunidade internacional estão a falhar no combate à crise climática. De acordo com o Relatório Especial do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, na sigla inglesa) já são visíveis os impactos destrutivos das alterações climáticas e as previsões não são animadoras. Limitar o aquecimento global exigirá a limitação das emissões de dióxido de carbono em todos os sectores da actividade humana.»

«Ao longo de uma semana, jornalistas de todo o mundo reunidos no projecto Covering Climate Now querem reforçar a cobertura noticiosa sobre a crise climática.»  

«O projecto Covering Climate Now reúne mais de 250 órgãos de comunicação social de todo o mundo – jornais, revistas, televisões e rádios (mas também cientistas, meteorologistas, astrónomos) – que se comprometem a publicar trabalhos sobre alterações climáticas ao longo da semana que antecede a realização da Cimeira para a Acção Climática da ONU, a 23 de Setembro em Nova Iorque.

O PÚBLICO junta-se à iniciativa e de 16 a 23 de Setembro publica uma série de reportagens sobre alterações climáticas.»

Fonte: Jornal Público  (daqui daqui  e daqui)

De salientar a infografia publicada hoje com muita informação gráfica e acessível, que pode ver em:

https://www.publico.pt/2019/09/16/infografia/alteracoes-climaticas-ja-mudou-chegar-341




(As imagens neste post são da referida infografia)

terça-feira, 3 de setembro de 2019

"Tudo precisa de mudar, e tem de ser hoje!"

«A única coisa que precisamos mais do que esperança é a ação. Quando começarmos a agir, a esperança estará em toda a parte. Em vez e procurar a esperança, procura a ação. Então, e só então, a esperança virá.
Hoje, usamos 100 milhões de barris de petróleo por dia.
Não há políticas para mudar isso.
Não há regras para manter esse petróleo no solo.
Portanto, não podemos mudar o mundo a jogar pelas regras, porque as regras precisam de ser mudadas.
Tudo precisa de mudar, e tem de ser hoje!»

Greta Thunberg, 15 anos, nov 2018 (do vídeo abaixo)



(Publicado inicialmente  3/3/2019, aqui)

domingo, 1 de setembro de 2019

Bem vindos ao Antropoceno

"Bem vindos ao Antropoceno" é uma instalação com música e performance de Henrique Zamith (Música à Janela), que, com belíssima música e com a ajuda de Agostinho da Silva e José Saramago, nos coloca em reflexão sobre o percurso da humanidade e sobre esta época anormalmente acelerada em que nos colocamos: o Antropoceno! Abaixo o vídeo e o texto, a não perder!



«Um Homo Sapiens amnésico, “olha" sem sucesso, através de uma "Janela”, em busca da sua consciência. Da intimidade de sua "sala", com a música, poesia e vídeo como linguagem. este Homo Sapiens explora o seu contacto pessoal com o Antropoceno num futuro improvável, possivelmente próximo.

As instalações ANTROPOCENO surgem da necessidade de explorar artisticamente a experiência pessoal de conviver numa civilização cada vez mais consciente que o desenvolvimento que atingiu, pode resultar em colapso ambiental.

Apesar da falta de consenso sobre a denominação, Antropoceno é um termo que cada vez mais encerra a ideia que o planeta em que vivemos jamais conheceu a configuração que tem atualmente, em que apenas uma espécie animal consome tantos recursos em tão pouco tempo. Deixando a marca da sua presença de múltiplas formas e à escala planetária.»

Henrique Zamith
Veja também:  Antropoceno: como colaborar

sábado, 31 de agosto de 2019

Dia Global de Ação pela Amazónia - 5 de setembro

«Incêndios sem precedentes estão devastando a Amazônia - este ano foram mais de 74 mil incêndios que representam um aumento de 84% em relação ao mesmo período no ano passado. Esta é uma tragédia internacional e uma contribuição perigosa para o caos climático.

Essa devastação está diretamente relacionada à retórica anti-ambiental do presidente Bolsonaro, que erroneamente enquadra as proteções florestais e os direitos humanos como impedimentos ao crescimento econômico do Brasil. Agricultores e pecuaristas entendem a mensagem do presidente como uma licença para cometer incêndios com impunidade desenfreada, a fim de expandir agressivamente suas operações na floresta tropical.

A destruição da Amazônia não é nova, os povos indígenas da Amazônia vêm alertando sobre os riscos para a floresta tropical há anos e resistindo à destruição - às vezes à custa de suas próprias vidas.

A Articulação Nacional dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) pediu solidariedade internacional em resposta aos incêndios e ameaças cada vez maiores. A Amazon Watch e a Extinction Rebellion estão liderando uma convocação para um Dia de Ação Global para a Amazônia em 5 de setembro de 2019, também conhecido como "Dia da Amazônia". Por favor junte-se a nós!

Reúna-se em comunidade para organizar ações diretas não violentas, incluindo protestos, marchas e vigílias. Você também pode organizar um show beneficente ou uma exibição de filmes para levantar fundos que são muito necessários para proteger a Amazônia.

É fundamental que, antes da Cúpula do G7, da Assembléia Geral da ONU e da Semana do Clima, esta questão seja posta em primeiro plano e que a pressão internacional seja imposta para forçar o Brasil a suprir urgentemente os incêndios, proteger a Amazônia e respeitar os direitos dos povos indígenas e seu território.

Em 5 de setembro, convocamos a comunidade global á agir em embaixadas ou consulados brasileiros e nos escritórios das corporações que lucram com a destruição da Amazônia.

Governos e empresas em todo o mundo estão fortalecendo as políticas tóxicas de Bolsonaro quando entram em acordos comerciais com seu governo ou investem em empresas de agronegócios que operam na Amazônia.

A Amazon Watch e a APIB conduziram uma investigação neste ano que mostrou quantas empresas norte-americanas e européias - como Cargill e ADM - e financiadores - como BlackRock, JP Morgan Chase e Santander - são cúmplices no desmatamento da Amazônia.

Inscreva-se aqui para participar de ações planejadas para sua área ou organize sua própria ação e convide membros de sua rede.

Obrigado!

Patrocinadores:
Amazon Watch
Extinction Rebellion 
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB)»

Fonte: https://actionnetwork.org/event_campaigns/global-day-of-action-for-the-amazon




Ver também:

Artigo no Público:  A Amazónia está a arder. Como podemos ajudar?  (Mariana Durães, 23/8/2019)

Artigo no SulInformação: A Amazónia somos Nós (Analita Alves dos Santos, 30/8/2019)