sábado, 29 de fevereiro de 2020

Espaços naturais em Portugal: o desrespeito!

Nos últimos tempos, a catadupa de atentados ambientais que este território de portugal tem sofrido, é assustadora!  Desde os atentados múltiplos do Plano Nacional de Barragens ao Aeroporto de Montijo, passando por um projeto turístico megalómano em Tróia, sinceramente, não sei onde vamos parar!  Cada vez me convenço mais que continuamos a ter os "nossos" governos ao serviço dos grandes poderes económicos! E os ABUSOS DE PODER sucedem-se!

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Aeroporto no Montijo

Construir um novo aeroporto no Estuário do Tejo!

 - Numa zona sensível e importante para a biodiversidade e na rota migratória de muitas aves; sim, já lá existia uma base aérea, mas com reduzido tráfego; os impactos ambientais do novo projeto são enormes.

Imagem obtida no Facebook da ZERO
- «Impacte climático não foi sequer calculado no caso do aeroporto do Montijo como exige a Diretiva Europeia de 2014 e a legislação nacional que a transpôs. ZERO estima em cerca de 700 mil toneladas/ano as emissões de dióxido de carbono associadas, já em 2022.»  Fonte: ZERO

- A prepotência e o abuso da democracia: como os Presidentes de Câmara da Mota e do Seixal não concordam, e a lei carece da sua concordância, os governantes dizem: "Então muda-se a lei".

Isto é o ABUSO na sua forma mais descarada e estúpida!

Saiba mais sobre o impacto deste aeroporto nas aves migratórias em: https://www.wilder.pt/historias/sera-que-o-estuario-do-tejo-tem-espaco-para-as-aves-e-para-o-novo-aeroporto/

Se não concorda com a construção deste aeroporto, assine as petições:
Contra a construção de um aeroporto complementar na Base Aérea nº 6 - Montijo

e a petição holandesa destinada a proteger aves migratórias, designadamente a espécie ameaçada, o Maçarico-de-bico-direito (Black-tailed godwit):  SAVE THE BLACK-TAILED GODWITS

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Barragem em Ribeira de Pena

Ponte de Arame antes da devastação da vegetação (daqui)
É desolador o panorama em Ribeira de Pena! As margens cortadas, não resta uma árvore, as casas já sem portas e janelas, os habitantes, na maioria idosos, deslocados, desenraizados, as histórias contadas pela Ponte de Arame e o percurso Camiliano, a ser submersas ou desviados -  o desrespeito pelo património natural, histórico e humano!

Até um trabalhador da empresa subcontratada para a "limpeza" comentou:

"É o meu trabalho, mas isto parte o coração: pessoas que viveram aqui toda a sua vida, na reta final são expulsas do seu lugar; e até sobreiros magníficos tivemos de deitar abaixo, não dá para entender!"

Para quê? Para mais uma pequena percentagem de energia - que podia ser obtida, por outros meios menos devastadores (por exemplo, a microgeração), mas sobretudo para os accionistas da Iberdrola (e mais alguns) ganharem muito dinheiro! O resto são desculpas.

Veja também:  Barragem vai apagar do mapa aldeia de Ribeira de Pena

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Projeto urbanístico em Tróia


Na península de Tróia, o estado português autorizou um projeto urbanístico destinado a turismo, que vai levar à destruição dum habitat único; e  com parecer negativo do Estudo de Impacte Ambiental:

Imagem da Península de Tróia (daqui)
«classifica-se o impacte 'eliminação de habitats' como: negativo, direto, certo, permanente, irreversível, de magnitude forte e muito significativo»

Mas aprovado pelas instituições do estado! Mais um ABUSO de poder!

«Um hotel de cinco estrelas, três aldeamentos turísticos, 76 moradias, 128 unidades de alojamentos e 584 camas no total. Equipamentos de desporto e de lazer, um parque de estacionamento para mais de 700 veículos. Tudo isto numa das zonas mais bem preservadas do litoral português.»

Um projeto ilegal do ponto de vista ecológico, por violar as leis do Ambiente, mas que recebeu luz verde do Estado português!

Veja também  em: Projeto de luxo da herdeira da Zara arrasa dunas protegidas de Tróia

Para quê? Para a dona da Zara, a mulher mais rica de Espanha (e mais alguns) ganhar muito dinheiro. O resto são desculpas.

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Depois de décadas de destruição maciça da natureza, e num país com a população a decrescer, nada justifica que não se comece a mudar de rumo e a começar a ter respeito pela natureza e pelos estudos sérios de impacte ambiental!

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