terça-feira, 17 de outubro de 2017

Portugal Contra os Incêndios

«Espaços florestais contínuos e, no caso em análise, ocupados predominantemente por monoculturas de eucalipto e pinheiro bravo não sujeitas a gestão adequada face ao risco de incêndio que representam, geram incêndios grandes e severos. 
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«A sociedade portuguesa tem um distanciamento cultural em relação à floresta que urge ultrapassar. Por esse motivo, Portugal regista um elevadíssimo número de ignições por ano, valor que é seis vezes superior ao registado em Espanha e 19 vezes superior ao da Grécia. Neste domínio propõe-se a revisão da estratégia nacional de prevenção de ignições, convidando a comunicação social a desempenhar um papel pedagógico na área da prevenção e a montar um sistema de avisos automáticos e generalizados que permitam impedir ou, quando muito, reduzir o desproporcionado número de ignições que anualmente é registado. »

Fonte: Extrato do Relatório da comissão técnica independente sobre os incêndios de Pedrógão Grande

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(Imagem de TVI24)
«Há várias dezenas de anos prevíamos e denunciávamos publicamente que estávamos a transformar as nossas montanhas numa pira de óptimo material combustível, a que até um “iluminado” ministro chamou o “petróleo verde” de Portugal. Realmente tem razão; arde tão bem ou melhor do que o petróleo.
...
A Humanidade vive, actualmente, numa sociedade de economia de mercado, cuja preocupação predominante é produzir cada vez mais e com maior rapidez, de modo a conseguir-se o máximo lucro, no mais curto espaço de tempo. Por isso é que a plantação do eucalipto foi e é tão incentivada, pois o eucalipto é de crescimento muito rápido e um carvalho (que é nativo) não. O pior é que foi profusa e indiscriminadamente plantado.
...»
Jorge Paiva. Biólogo (29.09.2017). Fonte: A INCOMPETÊNCIA E A DESERTIFICAÇÃO DO PAÍS, em Associação de Plantas e Jardins em Climas Mediterrânicos

(Ver também: Incêndios florestais, causas e consequências (Jorge Paiva, 2013) )

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(Imagem de Paulo Cunha - EPA - obtida em RTP)
Portugal Contra os Incêndios

No próximo sábado, dia 21 de outubro de 2017, de Norte a Sul de Portugal, em várias cidades, as pessoas vão sair à rua para mostrarem que não aceitam mais a passividade perante a tragédia dos incêndios.

BASTA!

Não podemos aceitar que se aceite esta situação! Temos de mostrar que exigimos mudanças sérias já. 

 Alguns dos eventos marcados: 

E fora de Portugal:


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5 comentários:

  1. Por mim eucalipto e pinheiro bravo risquei do mapa. Em terreno que possuo devastei pinheiros e plantei sobreiros azinheiras misturados com carvalhos castanheiros e árvores de fruto. Estou em absoluto apoio a manifestações nacionais. Oxalá mudem o ritmo das coisas.

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  2. É! Nada como os irresponsáveis das CIDADES saírem à rua para mandar vir contra os irresponsáveis dos CAMPOS!

    Vamos lá!

    "A responsável admitiu uma “dispersão” dos meios, tendo em conta o elevado número de incêndios, falou em “negligência” das pessoas e considera as 523 ocorrências um número “pura e simplesmente inaceitável”."

    Juntando à natural negligência das manadas campestres, o acto deliberado e degenerado de atear fogo a "florestas" - monoculturas ou biculturas não são propriamente florestas! - as agora anunciadas manif's, temos novamente o mesmo do costume... ZERO VONTADE DE MUDAR DE FACTO!

    De resto, a ser real o relato do M Tank, assim se faz a REAL MUDANÇA! CORTA-SE TOTAL E ABSOLUTAMENTE COM O PASSADO DE UM DIA PARA O OUTRO.

    Isto é MUDANÇA...

    Tudo o RESTO É CONVERSA PARA ENTRETER E GERAR 'LIKES' NO SHITBOOK!

    Eu... Continuo a aguardar pelo CALHAU e seu poder de FOGO ∞!

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  3. Copenhaga
    https://www.facebook.com/events/122065075130574/?ti=cl

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  4. O blogue fogos2017.blogspot.com apresenta imagens de satélite de alta-resolução (10 metros/pixel) dos fogos que ocorreram em Portugal em 2017. São centenas de imagens a cores, muito detalhadas, do "Antes e Depois" dos incêndios (mostram a mesma zona lado a lado, antes e depois do fogo). As imagens ajudam a perceber a dimensão dos fogos e o seu impacto nas populações. É preciso ver o que se passou para perceber, decidir, ajudar.

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