quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Viver com OGM - uma carta da America

Carta aberta de organizações não governamentais, cientistas, grupos anti-OGM, celebridades e industriais da alimentação americanos, dirigida aos países da Europa, alertando sobre os sérios e variados perigos dos cultivos transgénicos. Excerto traduzido de:


Imagem obtida aqui
«Escrevemos como cidadãos americanos preocupados, para partilhar a nossa experiência com os cultivos geneticamente modificados (GM) e os danos resultantes para o nosso sistema agrícola e na adulteração dos nossos recursos alimentares.

No nosso país, os cultivos transgénicos são responsáveis por cerca de metade da área cultivada. Cerca de 94% da soja, 93% de milho e 96% de algodão são GM.

O Reino Unido e o resto da União Europeia ainda não adotaram as culturas GM como nós, mas estão atualmente sob tremendas pressões dos governos, dos lobistas da biotecnologia e das grandes corporações, para a adotar o que nós hoje consideramos como uma tecnologia agrícola em falência.
(...)

Controlo do fornecimento de alimentos

Pela nossa experiência, acabamos por entender que a engenharia genética de alimentos realmente nunca teve a ver com o bem público, com alimentar pessoas com fome, ou com apoiar os nossos agricultores. Também não tem a ver com a escolha do consumidor. Em vez disso, trata-se do controle privado e corporativo do sistema alimentar.

Imagem obtida em TESTbiotech
Esse controle abrange áreas da vida que afetam profundamente o nosso bem-estar no dia-a-dia, incluindo a segurança alimentar, ciência e democracia. Põe em causa o desenvolvimento de uma agricultura amiga do ambiente, genuinamente sustentável, e impede a criação de um fornecimento de alimentos transparente e saudável para todos.

Hoje, nos Estados Unidos, desde a semente ao prato, a produção, distribuição, comercialização, controle de segurança e consumo dos alimentos, são controlados por um punhado de empresas, muitas das quais têm interesses comerciais em tecnologia de engenharia genética.

Elas criam os problemas, e, em seguida, vendem-nos as chamadas soluções, num ciclo fechado de geração de lucros, inigualável em qualquer outro tipo de comércio.

Todos precisamos de comer, e é por isso que todos os cidadãos se devem esforçar para entender estas questões.

Tempo de levantar a voz!

Os americanos estão a sofrer os impactos negativos desta tecnologia agrícola arriscada e não comprovada. Os países da UE devem tomar nota: não há benefícios nas culturas GM suficientemente grandes para compensar esses impactos. As autoridades responsáveis que continuam a ignorar esse fato são culpadas de negligência grave do dever.

Nós, abaixo assinados, partilhamos a nossa experiência e o que aprendemos para que vocês não caiam nos mesmos erros.

Apelamos fortemente para que resistam à aprovação de culturas geneticamente modificadas, que se recusem a plantar as que já tenham sido aprovadas, que rejeitem a importação e/ou venda alimentos para animais ou destinados ao consumo humano contendo OGM, e para lutarem contra a influência das corporações na política, na regulação e na ciência.

Se o Reino Unido e o resto da Europa se tornarem o novo mercado para as culturas e alimentos GM, os nossos próprios esforços para rotular e regulamentar OGM serão mais difíceis, se não impossíveis. Se os nossos esforços falharem, as vossas tentativas para manter OGM fora da Europa também irão falhar.

Se trabalharmos juntos, porém, podemos revitalizar o nosso sistema alimentar global, garantindo o solo saudável, campos saudáveis, alimentos saudáveis e pessoas saudáveis.»

Artigo completo traduzido em português aqui.  Artigo original  em inglês aqui.


2 comentários:

  1. Esta e muitas outras questões importantes, de interesse internacional, são postas num segundo plano, subjugadas pelo poder do grande capital especulador, que já tanto maltrata e destrata, sem dó nem piedade, os povos da sociedade global. Ou seja, não importa o planeta, a saúde ou a alimentação das pessoas, desde que os aviltantes lucros se mantenham.

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    1. Olá Leonardo

      Infelizmente, tenho de concordar. Assuntos importantes, com fortes implicações na qualidade de vida e no ambiente, como os transgénicos ou o TTIP, e quase nada chega à população em geral.

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