domingo, 19 de fevereiro de 2012

Bancos cooperativos

E se os bancos existissem para ajudar as pessoas que precisam e não para enriquecer ricos e banqueiros? Não deveria ser aquela a sua razão de existir? E se a sua função real é enriquecer ricos e banqueiros e empobrecer comunidades inteiras e países, não deviam ser banidos e proibidos?

Mas, quando as comunidades sabem o poder que têm e cooperam, há alternativa! Vejam os exemplos de bancos cooperativos: o banco JAK, na Suécia e banco Palmas, no Ceará, Brasil, que alia o microcrédito local à moeda local.


JAK Bank Report (2007) LEGENDADO PT (O Banco que não cobra juros!) from banco jak on Vimeo.



O texto que se segue é a explicação do funcionamento do banco JAK que consta no site do Youtube com o vídeo legendado em português:

"(Uma reportagem sobre um Banco Cooperativa que não cobra juros nos empréstimos! Gravada na Suécia e na Alemanha em Agosto de 2007.)

Na Suécia existe uma cooperativa com 36 500 membros com um crescimento associativo anual de 5%, onde os seus membros membros emprestam dinheiro uns aos outros sem cobrar quaisquer taxa de juro e que acabou por se tornar num banco, propriedade dos seus associados, um banco que não cobra taxas de juro. Não se trata de um conto de fadas, esse banco existe, situa-se na Suécia e chama-se JAK Medlemsbank. Além de ser uma instituição bancária, esta associação é sobretudo um movimento social criado em 1965 e reconhecido oficialmente como banco em 1997. Este sistema financeiro inovador está assim muito próximo da economia real, não necessita de ir buscar dinheiro aos mercados financeiros especulativos, prova que é possível emprestar dinheiro sem juros e que existem soluções para uma sociedade mais justa.

O sistema é relativamente simples, um associado que necessita de um empréstimo, terá, ao mesmo tempo o que o reembolsa mensalmente, de criar uma conta paralela de poupança de igual montante durante o mesmo período do empréstimo. No fim, quando acabar de pagar o empréstimo, poderá levantar a totalidade dessa sua conta paralela de poupança. Durante esse período, o banco vai utilizar essa conta poupança para financiar outros associados. No final o empréstimo não terá sido sujeito a qualquer taxa de juros.  Um exemplo prático:

Um dos sócios, com um depósito nulo no banco, necessita de 14 000 euros para um período de 11 anos. Vai ter de pagar:
15 euros por mês de despesas de funcionamento
106 euro por mês de reembolso do empréstimo
106 euros por mês numa conta poupança obrigatória
No total deverá pagar por mês 15 + 106 + 106 = 227 euros por mês
Ao fim de 11 anos, o empréstimo estará pago e simultâneamente, a sua conta poupança terá 14 000 euros, que poderá levantar ou deixar para a eventualidade de ter de vir a pedir outro empréstimo e nesse caso terá que criar uma conta poupança obrigatória de um montante inferior.

Numa economia como a nossa, baseada nas taxas de juros, o dinheiro é transferido dos mais pobres para os mais ricos, até se concentrar nas mãos de uma minoria. Actualmente a massa total do dinheiro que circula no mundo, é constituída, quase exclusivamente, pelo dinheiro proveniente das dividas e das suas taxas de juros. Este dinheiro especulativo não assenta em qualquer valor real, isto é em bens e serviços.

É o crescimento exponencial dessa massa monetária especulativa que irá acabar por atingir um ponte de rotura e provocará o desmoronamento da economia mundial tal como a conhecemos actualmente.

Esta iniciativa bancária prova que é possível construir uma economia sustentável e mais equitativa."

(Nota: O vídeo do banco JAK já aqui passou em 30/10/2011 integrado no post "Urge uma nova economia, e o futuro começa agora!", assim como a sugestão para o banco Palmas)

7 comentários:

  1. Olá... Já comentei lá para trás (Montados)!

    Quanto a este tema... Mudar de Rumo, para que tal seja possível e aconteça é condição essencial que uma grande quantidade de indivíduos o deseje... Caso contrario nada de significativo se alterará e o rumo será mantido. Evidente que os poucos que se conseguem libertar do arrastão da MANADA vivem uma vida melhor... No entanto se este "vírus" começasse a infectar muitos indivíduos o antídoto iria por certo ser rapidamente encontrado pelas nossas queridas 8 Famílias... Afinal de contas estes bancos só existem por elas o permitem.

    ResponderEliminar
  2. Se as pessoas cooperarem e se consciencializarem que não são marionetas, as coisas podem mudar! Mas se estiverem derrotadas à partida, então, nada feito!

    ResponderEliminar
  3. Bem... Se formos por aí a maioria não tem noção de que é escrava... quanto mais escrava com cordas!

    Mas se olharmos para a Realidade dos nossos dias, meses, anos a coisa é deste género... E como a maioria dos Progenitores não vê mais nada, é natural que a pouca educação e conhecimento financeiro que passem aos seus descendentes seja na mesma linha. Aliás... Sempre que há uma destas acções de propaganda efectuada por um qualquer banco comercial a coisa é digna de notícia nos canais que formatam o pensamentos da malta dos 8 aos 80...
    E o que escrevi mantém-se: em último caso se tal for necessário a licença é revogada e os que persistirem são perseguidos e medidos em prisões para meditarem!

    Mas se as pessoas não mudam coisas bem mais simples e fáceis e que estão no seu poder e esfera de acção... nem termino pois o final é o do costume...

    Bjs

    ResponderEliminar
  4. Voz, pode até ter razão, mas já pensou que o espírito derrotista )ou derrotado) é um dos melhores aliados das forças negras?

    ResponderEliminar
  5. STAR WARS the dark side!!!

    Manuela esta passou-me ao lado!!! Onde está o "espírito derrotista )ou derrotado)"?

    Mas se quiseres... agora sim... aí vai! eheh

    Pessoalmente estou ciente de que a nossa espécie não vai lá por vontade própria. Nunca foi capaz de tal feito... E hoje em dia muito menos... Ora vê lá mais um bom exemplo de Sustentabilidade... igual a nós afinal somos peritos nestas coisas!! Mas tenho esperança que as forças do SOL nos reorientem!

    ResponderEliminar
  6. Manuela, gostei imenso do conceito, apesar da parte prática do JAK me passar um bocado ao lado (economia e finanças não é o meu forte...), mas adorei um pormenor interessante: TODOS os edifícios estavam repletos de painéis solares!!! E isto em países nórdicos que têm muito menos horas de Sol que nós aqui em Portugal!!!
    Realmente a mudança de mentalidade, quando acontece, é global.
    Haja esperança para que a mudança atinja as mentes e corações dos portugueses em breve!

    Beijinhos,
    Sónia

    ResponderEliminar
  7. Penso que este tipo de bancos nao têm mais sucesso por causa da natureza desconfiada do homem. Como se diz em Portugal: "Quando a esmola é grande, o pobre desconfia." Ja agora estes bancos nao têm a ver com o banco graemme no blangladesh? Nao é tudo o mesmo esquema do microcrédito?

    ResponderEliminar

Obrigada por visitar o blogue "Sustentabilidade é Acção"!

Agradeço o seu comentário, mesmo que não venha a ter disponibilidade para responder. Comentários que considere de teor insultuoso ou que nada tenham a ver com o tema do post ou com os temas do blogue, não serão publicados ou serão apagados.