domingo, 12 de junho de 2011

Corporocracia

Afinal, em que sistema "político" vivemos? Democracia? Será mesmo? Cá em Portugal, parece mais uma Partidocracia, como diz António Barreto. Mas na realidade, quem manda? O Povo? Os Partidos? Os Políticos? Julgo que nenhum deles. Na verdade, vivemos numa Corporocracia, pois são as grandes multinacionais (corporações), detentoras do poder económico e financeiro que têm decidido os destinos dos países e do mundo. Com direitos idênticos aos das pessoas humanas, não têm deveres porque ninguém dentro delas é responsável por nada. Querem fazer-nos viver na ilusão da facilidade e da comodidade, mas vão controlando e destruindo recursos naturais, comunidades, poluindo a natureza e brincando com a saúde humana. E quantas vezes com a capa de "beneméritas"!

Tal é o estado letárgico induzido pela ânsia de consumo, que a mente humana quase já nem sabe distinguir o bem do mal. Infiltradas nos partidos e dominando a comunicação social, as grandes multinacionais mandam em tudo sem que ninguém as tenha eleito. Ou será que votamos nelas cada vez que compramos os seus produtos?

No mês passado, apresentei aqui o documentário "A Corporação", que documenta bem a história e a actuação destes monstros ávidos por lucro. O vídeo que se segue, extraído do documentário de 2008 "Zeitgeist: Addendum" realizado por Peter Joseph (e que agradeço à Fada do Bosque), vai de encontro ao mesmo tema, envolvendo dois outros actores importantes: o Banco Mundial e o FMI. Para ver este documentário completo, aceda aqui.

No vídeo de Annie Leonard "A história dos cidadãos unidos versus corporações", um caminho de constestação a este estado de coisas é apontado. 

Veja, e pense nisso! É difícil reverter este estado? Claro que sim! Muito difícil! Mas por algum lado temos de começar. E o primeiro, é sair da letargia do Matrix e ficarmos conscientes da situação.


14 comentários:

  1. «No fim as dívidas não podem ser pagas. Para os administradores da alta finança o problema é como adiar incumprimentos por tanto tempo quanto possível – e então salvarem-se, deixando governos ("contribuintes") a segurar o saco, assumindo as obrigações de devedores insolventes (tais como a AIG nos Estados Unidos). Mas para fazer isso em face da oposição popular é necessário suprimir a política democrática. Assim o desinvestimento pelos que eram antes perdedores financeiros exige que a política económica seja retirada das mãos de corpos governamentais eleitos e transferida para as dos planeadores financeiros. É assim que a oligarquia financeira substitui a democracia. (...)No fim, países democráticos não estão desejosos de entregar a autoridade do planeamento político a uma oligarquia financeira emergente.
    Não há dúvida de que países pós-soviéticos estão a observar, bem como os latino-americanos, africanos e outros devedores soberanos cujo crescimento tem sido atrofiado pelos programas de austeridade predatórios impostos pelo FMI, Banco Mundial, neoliberais da UE e BCE nas últimas décadas. Todos nós deveríamos desejar que a era pós Bretton Woods esteja ultrapassada. Mas não estará até que a população grega siga a da Islândia dizendo não – e a da Irlanda finalmente acorde.» aqui. Agora esperemos que Portugal acorde também, senão estamos tramados!!!

    ResponderEliminar
  2. Quando me falam da impotência das cidadãos e do definhar da democracia eu respondo: malta, deixem o sofá, questionem e apresentem ideias!
    Depois dizem-me, mas ninguém nos ouve. Ao que eu respondo: tudo isso é política e para se fazer política usam-se partidos, já tentaram?
    Mas dizem-me: ninguém nos convida. Respondo novamente: mas não queriam ser cidadãos activos e autónomos?, têm que fazer por vocês, têm de lutar e reunir mais com vocês para fazer algo.
    Acabem com os preconceitos e ajam!

    ResponderEliminar
  3. Pois é, Manuela, temos que começar a chamar as coisas pelos nomes, e este post vai de encontro a isso.
    É óbvio que já há muito que não são os partidos nem os estados que mandam, muito menos nós, arraia miúda. Mas tem razão numa coisa, é preciso começar por algum lado. Aí, talvez a lucidez ajude, nem que seja para expurgar as amarras...

    Beijo :)

    ResponderEliminar
  4. Manuela, Vou ter de repetir algumas coisas que vi aqui e também que a Fada me deixou. Tem de ser. É necessário divulgar o mais que se puder...

    ResponderEliminar
  5. Amiga Manuela!

    Estive a ler atentamente o seu texto bem como o comentário da Helena e ainda fui saber mais para me documentar, pois francamente estou desmotivada para os assuntos políticos.
    Para mim as soluções seriam bem mais radicais, mas é como lhe digo, já não sei nada e o povo está "em coma total".

    Do que li mais saliento:

    "A “corporocracia” verdadeira surge quando os três poderes de sustentação do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário) tornam legal ou legítimo, em termos jurídicos e institucionais, um sistema de corrupção junto com os políticos para que eles defendam, nessas respectivas instâncias, as posições defendidas pelos “controladores” (que podem ser os administradores das grandes empresas ou quem eestiver acima deles na hierarquia).

    Nesta situação, os políticos tendem a se tornar títeres (isto é, marionetes políticas) dos administradores, muito mais que dos proprietários das ações das grandes empresas. Por este conceito, através do mecanismo de extração de renda monopolística ou oligopolística, as grandes empresas seriam capazes de definir a agenda política nacional dos países e o tipo de governo que as pessoas comuns (o povo) pensam ser uma democracia."
    Veja esta fonte -http://www. alertatotal.blogspot.com

    Beijinhos

    ResponderEliminar
  6. Esta Civilização actual é uma Corporocracia apoiada numa Telecracia que a faz passar por Democracia!

    ResponderEliminar
  7. A grande maioria dos portugueses ainda não caiu na realidade dos efeitos da globalização, quanto mais nos do FMI...ainda pensam que é tudo para o bem dos povos.
    Ai quanta anestesia...
    Manuela, muito bem escolhido o capítulo do Zeitgeist.

    ResponderEliminar
  8. Depois de saber disto, por muito que queiramos, estamos quase impotentes...
    "A estrutura que deve desaparecer é a Nação" Edmond de Rostchilld na revista Enterprise de 1995.

    "A única interrogação do nosso tempo, não é se o Governo Mundial será alcançado, mas sim, pacíficamente ou com violência. Quer se queira ou não, teremos um Governo Mundial, a única questão será se por concessão ou imposição." James Paul Warburg, chefe do grupo financeiro S.G. Warburg, membro do CFR (Council of Foreign Relations) e a Round Table, comissão no Senado dos EUA em 1994.

    "O poder há-de ser inevitávelmente transferido das Nações soberanas para instituições supranacionais" Gianni de Michelis, ex ministro italiano dos Assuntos Exteriores e presidente do Instituto Aspen (um apéndice de la Comissão nTrilateral), em declarações efectuadas ao diario El País em 4 de abril de 1990.

    "O socialismo moderno não dependerá dos teóricos ou dos políticos, mas apenas dos dirigentes das empresas multinacionais" John Kennet Galbraith, socialista fabiano, professor da Universidade de Harvard (académico do Council on Foreign Relations e da Comissão Trilateral), em declarações publicadas a 9 de março de 1977, pelo diário La Vanguardia de España.

    E ainda, depois de ouvir o aviso de Nuriel Rubini, o economista que previu a crise de 2008 dizer, que a economia mundial irá enfrentar a Tempestade Perfeita em 2013, quer-me parecer que os donos das agências de rating já decidiram o futuro do Mundo... não vai a bem, vai a mal! Estou convicta que teremos a terceira Grande Guerra muito brevemente... preparem-se. Só um "milagre" a poderá evitar. Para quando?! só se for a seguir a esta 3ª Grande Guerra! Há que destruir para reconstruir e mais, para reduzir a população.

    ResponderEliminar
  9. Juntamos a isto verdade sobre o que aconteceu no Japão em Março último, em que na Realidade o sismo foi de "apenas" a rondar os 6.0 e que a explosão nos reactores é impossível ser devida a acumulação de hidrogénio...

    E esta: A firma de segurança encarregue da central era israelita e já tinham vindo a público na imprensa e mercado japonês que o Japão tinha aceite enriquecer urânio para o Irão... o resto... o resto vou traduzir e publicar lá no tempo pois aqui não dá!

    ResponderEliminar
  10. Micael Sousa,
    Esperei que a mana lhe respondesse, como não... aí vai:
    Estive a ler o seu blogue, de onde retirei este excerto anti corrupção e lendo isto, " A avaliação do Sistema Nacional de Integridade, que pode ser seguida no site integridade.transparencia.pt, incidirá sobre 13 pilares da sociedade portuguesa: Parlamento, Governo, Tribunais, Administração Pública, Ministério Público e Organismos de Investigação Criminal, Comissão Nacional de Eleições, Provedor de Justiça, Tribunal de Contas, Organismos Especializados de Combate à Corrupção, Partidos Políticos, Comunicação Social, Sociedade Civil e Sector Privado."
    Não entendi como se pode chegar a alguma conclusão... não consigo entender como é que a corrupção possa ser combatida. Deveriam começar por investigar a ERC, que segundo sei, teria como finalidade regular o 4º Poder. Não creio que filiando-nos em Partidos políticos possamos combater a corrupção a todo o nível em Portugal, aliás a nível nenhum, melhor dizendo... uma vez que não existe informação, Verdade e Transparência, como pode ler aqui no blogue do Dr. Garcia Pereira. ou então para lhe demonstrar que isto não é uma questão de Partidos políticos, mas sim de Regime, como tão bem demonstra este artigo. Não devemos fazer parte do problema, mas sim parte da solução. Ouvi a entrevista que deu ao Fórum da TSF e sinceramente, não consegui perceber qual o plano de actuação e abrangência deste movimento... desconfio que como sempre não vai dar a nada, pois este País precisa é de uma Revolução!... mas a Comunicação Social mantém os cidadãos completamente alheados e alienados! Bastava começarem por aí, mas aviso desde já, que Pinto Balsemão é detentor de todo um império em Portugal e está neste momento na Suíça (ou esteve, não sei se já terminou), numa reunião Bilderberg... juntamente com outros senhores do mundo que decidem o nosso futuro.

    ResponderEliminar
  11. A Manuela ora fala contra as corporações, como a seguir divulga as suas camufladas actividades e participa nelas. E eu tenho, quase, a certeza, que os que seguem estes blogs trabalham para grandes empresas. Isto só ajuda na continuação da ilusão daqueles que acham que estão a remar contra a corrente, mas não estão. São incultos e são a tropa de elite, os técnicos formados, a gente que em troca de uma vida mais confortável, folgada e privilegiada, tem trabalhinhos bem pagos e lá andam a pregar ao vento que querem mudar o mundo. E não, não vivemos numa partidocracia, vivemos numa plutocracia. É bem diferente. Como alguém disse há muito tempo, numa sociedade injusta, ter dinheiro e honrarias e reconhecimento, é motivo de vergonha.

    "É com actos de violência quotidiana que preservamos a pretensa paz reinante na nossa sociedade." Henry David Thoreau em A Desobediência Civil

    ResponderEliminar
  12. Oficina do Alfedo... venha visitar-me que o recebo com muito gosto e verá que a nossa oficina é 1/4 da sua... sou seguidora deste blogue e desde já lhe digo, que pela parte que me toca, errou redondamente.
    "Em dúvida, suspenda o juízo."
    (Pitágoras)
    "Lembre-se de que sempre que você atira barro em alguém, está perdendo terreno."
    (J. Blanchard)

    ResponderEliminar
  13. Querida Amiga Manuela Araújo,
    Estes seus post's são muito pertinentes mas igualmente muito polémicos pois tocam assuntos que "Alguém" não quer ver mexidos!
    São estas ideias que fazem com que esse "Alguém" crie problemas aos demais para que estes desistam de os apresentar. Estarei sempre na "linha da frente" consigo e com quem luta pelo nosso BEM para podermos VIVER MELHOR!
    Um beijinho amigo e solidário.

    ResponderEliminar
  14. Bastante apropriado o termo "corporocracia" para definir o mundo atual, onde prevalecem os interesses das grandes empresas que, é claro, agem tão somente no sentido de levar as pessoas a consumir seus produtos.

    "Corporocracia ou Corporatocracia, ou ainda "O governo das grandes empresas", é a denominação de um governo presumível em que o poder seria transferido do Estado (ou seja, de exercido em nome do povo) para o controle por empresas privadas.

    Não existe até hoje um país reconhecidamente submetido a uma corporocracia, apesar de existirem evidências de que muitos países estejam sujeitos a esse modelo.

    Definição
    Corporocracia é um neologismo derivado da palavra inglesa "corporatocracy" (que às vezes é grafada "corporocracy"). Esta palavra, cunhada pelo Global Justice Movement, descreve o governo de uma sociedade que é capturado por pessoas que tomam decisões favoráveis às "grandes corporações".

    Em português brasileiro, o termo que designa "corporação" é empresa de capital aberto ou sociedade anônima. Assim, em seu sentido geral, "corporatocracy" implica a existência de um governo controlado por pessoas que administram essas grandes empresas, sejam elas suas acionistas ou não.

    Por este conceito, através do mecanismo de extração de renda monopolística ou extração de renda oligopolística, estas grandes empresas seriam capazes de definir a agenda política nacional dos países e o tipo de governo que as pessoas comuns o ("povo") pensam ser uma democracia.

    Pressuposto democrático
    Existe um pressuposto de que nas democracias as pessoas que governam o Estado devem considerar todas as pessoas governadas como iguais, isto é, como dotadas de igualdade política. Como apenas pessoas ricas ou organizações dotadas de grandes recursos financeiros (como o conjunto da grande empresa de capital aberto) pode dispor de recurso monetário suficiente para influenciar as pessoas que tomam decisões governamentais, alguns teóricos argumentam que regimes de governo que são atualmente considerados regimes democráticos pela maioria das pessoas, na realidade, não o são." (Wikipedia)

    ResponderEliminar

Obrigada por visitar o blogue "Sustentabilidade é Acção"!

Agradeço o seu comentário, mesmo que não venha a ter disponibilidade para responder. Comentários que considere de teor insultuoso ou que nada tenham a ver com o tema do post ou com os temas do blogue, não serão publicados ou serão apagados.