quarta-feira, 9 de março de 2011

Tomate prestes a ser patenteado pela empresa Monsanto

Imagem obtida em CrooksAndLiars,
créditos para 
Dropstone Farms
Nós, cidadãos, temos de abrir os olhos, estar atentos e levantar a nossa voz, porque a natureza está a saque. Leiam o seguinte comunicado de imprensa que está disponível no site GAIA, e assinem a carta aos membros do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia pelas sementes livres .




«Tomate prestes a ser patenteado pela empresa Monsanto

Instituto Europeu de Patentes oferece cada vez mais controlo sobre mercado das sementes a empresas que já detêm o monopólio do sector.

Lisboa, 9 de Março de 2011 - Um estudo recente (1) , encomendado pela coligação No Patents On Seeds (2) e publicado hoje em Munique, revela que o Instituto Europeu de Patentes (IEP) tem a intenção de conceder mais patentes sobre as sementes, plantas e alimentos resultantes de processos de criação convencionais. O relatório denuncia que a divisão de análise do IEP informou, em Janeiro deste ano, a empresa de sementes Seminis, uma subsidiária da empresa norte-americana Monsanto que não há objecções de fundo ao seu pedido de obtenção de uma patente sobre tomates criados com métodos convencionais (EP1026942). O IEP mandou pareceres semelhantes a outros candidatos.

“Se esta tendência não for travada, dentro de poucos anos não haverá sementes no mercado que não estejam protegidas por patentes. Corporações como a Monsanto, Syngenta ou Dupont decidirão então quais as plantas cultivadas e quais os alimentos vendidos na Europa e o respectivo preço,” diz Cristoph Then, um dos porta-vozes da coligação No Patents On Seeds.

As conclusões do estudo surpreendem, dado que em Dezembro de 2010, baseado no precedente criado pelas patentes pedidas para Brócolo e Tomate, o Comité de Recurso do IEP deliberou que em geral os processos para a criação convencional de plantas não são patenteáveis. Uma decisão final sobre o caso do Brócolo é esperado nas próximas semanas. No entanto, a investigação recente mostra que é expectável que as patentes sobre plantas, animais, sementes e os alimentos provenientes dos mesmos vão continuar a ser concedidas na Europa. Segundo a interpretação da lei por parte do IEP, os processos de criação continuam a ser excluídos da protecção por patentes, mas paradoxalmente os produtos que resultam destes processos são patenteáveis.

“A proibição legal sobre patentes na área da criação convencional de plantas foi esvaziada pela prática corrente do Instituto Europeu de Patentes,” afirma Kerstin Lanje da Misereor, uma organização Católica para o desenvolvimento. “Mesmo antes da decisão final sobre a patente do Brócolo, o IEP continua o seu lóbi a favor das multinacionais. Estas grandes corporações terão carta branca para abusar sistematicamente as leis das patentes para obter controlo sobre todos os níveis da produção de alimentos. Isto também terá impacto nas pessoas nos países do Sul, que já hoje sofrem as consequências do aumento continuado do custo da alimentação.”

Segundo o estudo da No Patents On Seeds, não menos de 250 pedidos de obtenção de patente para organismos geneticamente modificados e cerca de 100 pedidos para plantas criadas convencionalmente foram registados junto do IEP em 2010. Os pedidos de patentes relativas à criação convencional de plantas estão a aumentar de ano para ano, liderados pela Monsanto, Syngenta e Dupont. Adicionalmente, cerca de 25 pedidos de patentes relativas à criação de animais deram entrada no IEP. Em 2010, este concedeu cerca de 200 patentes sobre sementes obtidas com e sem engenharia genética.

Governos como o alemão, organizações não-governamentais, associações de agricultores e criadores independentes na Europa e no mundo têm contestado a concessão de patentes sobre plantas e animais. A coligação No Patents On Seeds pretende intensificar o seu lóbi para uma redefinição da legislação europeia sobre patentes. Neste sentido é hoje lançado um novo apelo de subscrição da petição internacional contra as patentes sobre a vida (3) , da qual a Campanha pelas Sementes Livres (4) em Portugal é uma das primeiras signatárias.»

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6 comentários:

  1. Da minha parte a petição já lá o meu nome.

    Estas empresas estão a ter dificuldades a entrar no mercado o Europeu, por causa da opinião publica, mesmo assim não largam o osso.


    A história da patente das sementes faz-me lembrar a história do negócio da água na Bolívia. Era uma vez na Bolivia, os seus cidadãos , recolhiam a água dos poços e guardavam a água da chuva para consumo, certo dia chegou uma corporação (Monsanto da água) comprou o aquífero da região e vendia a água aos cidadão, mas como estes faziam concorrência desleal(Recolhiam a água da chuva), o governo da altura resolver proibir a recolha de água da chuva.

    Isto para ser uma Corporação de sucesso, é só preciso é ter uma imaginação demente, privatizar a água da chuva, patentear sementes, imprimir dinheiro do ar depois "emprestar" com juros, privatizar o CO2(já está em marcha), estas pessoas devem passar horas a inventar estes esquemas...

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  2. Carlos

    O meu nome também já lá está!
    Imaginação demente... gostei da ideia.

    Quanto à História que fala na Bolívia, deve ser esta - Abuela Grillo

    Pois tentei arranjar informação para saber a "fonte" da história da Abuela Grillo e não consegui. Se me diz que é a Monsanto, nem dá para duvidar. Empresa mais demente e menos ética não há!

    Se arranjar mais informação sobre essa história, avise, por favor.

    Obrigada

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  3. Apesar de referenciarem que a opinião pública europeia está contra, a mim parece-me não ser de "fiar", porque continuam a galgar terreno (até acho que isto é uma manobra).
    Acho inacreditável o que andam a conseguir.
    É só sobressaltos, uns a seguir aos outros e este mercado sem ética vai conseguindo devido á ignorância e algum crédito do "povo".
    É assustador.
    Nunca se devia ter patenteado nenhuma espécie de vida.
    Não ando a conseguir gerir muito bem uma certa angústia pela falta de participação das pessoas nas matérias que lhes dizem respeito.
    É que o que está errado, não mudará, se não houver participação da maioria.

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  4. É realmente assustador.
    Se bem que na Europa estamos um pouco mais protegidos, esta situação vai durar até quando?

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  5. Ana Teresa

    Não sei como é possível isto acontecer. Como já disse não sei onde, este mundo só endireita quando as grandes corporações de capital anónimo deixarem de ser consideradas "pessoas" colectivas, e passarem a ser meros objectos sem direitos, ou serem mesmo completamente EXTINTAS.

    O povo precisa de acordar; porque os políticos dormem ao som de embalar do tilintar do dinheiro que essas empresas tocam...

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  6. Mãe da Rita

    Não, não estamos protegidos, temos de nos proteger, porque essas empresas compram quase todos os que estão no poder...

    Assinem e divulguem a petição, por favor, ajudem o povo a acordar.

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