sábado, 31 de outubro de 2009

Pecado da carne

Não podia deixar deixar de mencionar aqui o excelente artigo de Patrícia Fonseca na revista Visão n.º 869, da passada quinta-feira, intitulado "Os pecados da carne", cujo lead transcrevo a seguir:

"Mais de 75% das doenças surgidas na última década estão comprovadamente relacionadas com os animais que comemos. Entre as crises mediáticas, como a das «vacas loucas» ou a da «gripe suína», há um dia-a-dia de perigos silenciados - em nome da satisfação dos consumidores, que comem cada vez mais carne, mas também do lucro de produtores e distribuidores. As autoridades de vigilância são as primeiras a admitir que a detecção de ingredientes proibidos é «complexa» - num reconhecimento implícito de que a saúde dos consumidores continua em risco."

O artigo é extenso e incide sobretudo nos efeitos perniciosos para a saúde do consumo excessivo de carne aliado à sua produção intensiva, mas aborda também os efeitos ambientais da pecuária de "produção maciça" e questões relacionadas com o bem estar dos animais.

Pelo meio, são feitas 5 perguntas-resposta, que vou citar, começadas por "Sabia que" :
  • "a criação de gado é responsável, a nível mundial, por 18% das emissões de gases com efeito de estufa, mais do que todos os carros, aviões, barcos e comboios do planeta juntos?"
  • "as rações das galinhas de bateria contêm pouco milho, devido ao seu elevado preço, e por isso levam um corante especial para que a gema seja amarela?"
  • "os frangos de aviário foram seleccionados geneticamente para crescerem em metade do tempo que os seus «primos» do campo?"
  • "61% dos agentes patogénicos (vírus, bactérias, parasitas) que afectam os humanos têm origem nos animais que comemos?"
  • "os portugueses comem, em média, 300 gramas de carne por dia - cinco vezes mais do que seria desejável?"
Nós, portugueses, e a maior parte do mundo ocidental, comemos carne demais. A quantidade de carne (ou equivalente) que precisamos varia com a idade e o sexo. De acordo com o "Unite States Department of Agriculture", em média, um adulto precisa de cerca de 5 a 6 onças de "carne equivalente", onde se inclui a carne, o peixe, os ovos, o feijão, ervilhas, nozes e sementes.
Sabendo que uma onça (1 oz) corresponde a 28,3 g (portanto, 5-6 oz são cerca de 140-170 gramas), veja a tabela de equivalências e faça as contas.

Relembro também que para a produção de 1 kg de carne de vaca são necessários 15500 litros de água (ver mais no post sobre pegada de água e água virtual).

Para reflexão, cito também algumas das frases da parte final do artigo mencionado:

"Será o mercado, sempre o mercado, a comandar o jogo. Mas é a cada um de nós , enquanto consumidores, que ele responde. As nossas compras são como um voto. (...) Faça as contas e pese os custos reais: para o ambiente, para a sustentabilidade económica e para a sua saúde. Depois, tal como nas urnas, a escolha é sua. Que seja consciente."

Leia o artigo completo na revista Visão e perceba o que está em jogo. Recomendo vivamente.

30 comentários:

  1. Juan Antonio

    Obrigada pela visita, desde a Catalunha.
    "Gracias y un saludo"

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  2. Já para nao falar nas condicoes em que vivem e morrem os animais que se destinam ao nosso prato. Tudo razoes para eliminar o consumo de carne ou evitá-la ao máximo.

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  3. A carne barata é um perigo para a saúde pública. falemos então daquilo que devemos substituir a carne, frutos legumes e cereais. Segundo uma cientista que ouvi falar, os legumes, frutas e cereais transformados, postos à venda não cumprem as regras sanitárias de segurança, da saúde pública. Os pesticidas são usados entre espaços muito curtos e em doses cada vez mais elevadas, misturando-se com herbicidas altamente tóxicos. O período de segurança para a colheita não é respeitado, para que o ciclo de produção e venda seja o mais breve e eficaz possível. Dentro destes, destaco os maiores inimigos da saúde pública: Alface, tomate, cenouras e morangos. Autênticas bombas envenenadas para o corpo humano. Basta comparar uma cenoura que se pode comprar num supermercado por um bom preço e uma cenoura biológica, esta última parece raquítica. Por tudo o que tenho lido, chego à conclusão que ou somos ricos e compramos tudo biológico, ou temos uma horta e pomar em casa, ou então somos pobres e estamos a ser envenenados dia a dia, pela produção desenfreada da alimentação. Outro inimigo público extremamente perigoso é o aspartame, composto quimico verdadeiramente assassino, que entra como substituto dos adoçantes em tudo que é considerado um produto light, nos adoçantes usados para o café chá doces, etc. e na comida que eu chamo plástica; a fast food.
    Escolham sempre produtos sem a designação light, são autenticos assassinos.
    Para não falarmos já do que vai ser a verdadeira catástrofe alimentar, os trangénicos.
    Para quem quiser aprofundar recomento o livro de Kevin Trudeau, "Curas Naturais Que Eles Não Querem Que Você Saiba".

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  4. Claro que quem não quer que você saiba, são as farmacêuticas, um Lobbie apostado em reduzir a população, e como exemplo dou a Bayer, que fornece no Brasil as sementes dos transgénicos, os pesticidas, os herbicidas e os adubos. Se tivermos em consideração que as pragas não afectam os transgénicos, então para quê estes tratamentos? São até resistentes aos herbicidas mais tóxicos como o "Roundup"

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  5. Manuela, muito bom o post =) Mais um pouco de pressão contra o consumo de carne.

    Falando nisso, você tem a revista em mãos? Teria como passar essa reportagem no scanner e divulgar?

    bjos

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  6. Olá Fada

    É claro que também a produção intensiva de vegetais, os insecticidas, pesticidas e outros agentes químicos artificias para acelerar a produção, e ainda a questão dos transgénicos, são um perigo para a saúde e também para o ambiente.

    Mas há que ter em atenção que a carne, pela sua posição na cadeia alimentar, acaba por incluir todos esses produtos mais os que lhe "injectam" directamente.
    A questão dos biológicos, já sabemos, como da carne de maior qualidade, é o preço.

    Vale a pena ler o artigo para se ficar melhor esclarecido. Os venenos são tantos!

    E na hora de comprar, eu sei que há muitas pessoas que não ganham para poder optar, mas também há muitas pessoas que podem fazer opções mais conscientes, os rótulos ajudam bastante (não totalmente, claro).

    É melhor comer "melhor" e comprar menos um par de calças e umas T-shirts ou bugigangas, parece-me.

    Beijos

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  7. Nisso de comprar coisas supérfluas dou-te toda a razão, mas há muita gente que nem para isso tem... pelo menos 40% dos portugueses, infelizmente. E claro está, ler sempre os rótulos...

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  8. Olá Robson

    É verdade, de vez em quando lá venho apelar à redução do consumo de carne, pois comer carne demais é mau para a saúde e para o ambiente.

    Infelizmente não posso fazer o que me pede, ou ainda "apanho com um processo em cima", mas espero que o site da Visão em breve divulgue este artigo, merece-o.

    Acho que lá ao site (http://aeiou.visao.pt/edicao-n-869-29-de-outubro=f534877) fazer um comentário nesse sentido.

    Obrigada pela visita e um abraço.

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  9. Em Portugal é mesmo incompreensível (a globalização tem estas preniciosas particularidades) que se coma tanta carne.
    Sendo nós um país essencialmente marítimo, e com uma cultura mediterrânica, deveriamos assentar a nossa alimentação no peixe e na dieta mediterrênica que, está comprovado, ser uma das mais saudáveis dietas.

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  10. Ecila

    As condições em que os animais vivem na maioria das explorações são degradantes (falei nisso neste post antigo. Consertar a Cadeia Alimentar), e o artigo também fala sobre isso, mencionando mesmo que os produtores que se dedicaram a uma pecuária de qualidade, com os animais em liberdade, não deixaram de ter lucro.

    É um assunto deveras incómodo, mas devemos estar atentos também a esse aspecto, por muito que custe.

    Um abraço

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  11. E Azeite Eduardo,e azeite... :))

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  12. Eduardo

    Incompreensível, não sei se será, talvez para nós seja, mas há-de haver explicação.

    Toda a alimentação devia ser repensada, quer em termos de equilíbrio na dita pirâmide dos alimentos, que anda muito desrespeitada, quer em termos de sustentabilidade.

    É o problema da carne, aqui referido, é o problema dos vegetais, que a Fada levantou, é também o problema da pesca insustentável... são equilíbrios que alteramos, com más consequências para todos.

    Falta bom senso a nível global!

    um abraço

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  13. É de facto uma realidade chocante esta da carne.
    No entanto,tal como outros produtos ela responde à procura do consumidor.
    Não penso que a carne por si seja um mal para o mundo,mas defendo o seu consumo e produção moderadas.
    Por exemplo, os meus pais e avós são do tempo em que se matavam apenas um ou dois porcos por ano que a própria família produzia.
    O número de vezes que ingeriam carne era reduzido.Não se colocava a questão de não se poder carne vermelha ou enchido devido ao colesterol.
    Mais uma vez reitero que não defendo uma regressão no nosso estilo de vida,mas a adopção de comportamentos existentes anteriormente só fariam bem ao noss planeta e à nossa saúde.

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  14. Olá Ana

    É verdade, entramos por caminhos muito maus, para todos.
    Como disse o Eduardo, a nossa dieta tradicional, a mediterrânica, era muito melhor para a saúde. E tinha muito, mas muito menos carne.

    Eu gostaria muito de ser vegetariana, mas gosto pouco de cozinhar, e cá por casa a malta não alinha nisso, e eu, não tenho tempo nem vontade de cozinhar dois pratos. Mas que a carne cada vez entra em menor quantidade cá em casa, isso é uma verdade, e cada vez estou mais atenta à proveniência e qualidade.

    Temos mesmo de voltar à alimentação antiga, ou continuaremos a ser um povo cheio de doenças, que antes não existiam ou pouco existiam (cardiovasculares, cancro...)

    Pela saúde, pelo ambientes, e pelo respeito aos animais.

    Um abraço

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  15. Caros visitantes

    Como tenho alguma modéstia, ela não me deixa fazer um post sobre o assunto, mas como não é assim muita, vou dar aqui, em jeito de comentário uma nova que muito me alegrou:

    Este blogue "Sustentabilidade é Acção" está em destaque (como enlace recomendado) no site português do Canal Odisseia, em "Comunidade" :o))

    Quem me avisou foram os colegas do SafeNature, que também lá está. E o blogue O Único Planeta que Temos, que faz parte da lista.

    Parabéns aos dois blogues mencionados, e obrigada aos contribuidores deste blogue, visitantes e aos que se dão ao trabalho de comentar, dando dinâmica a este blogue.

    Abraços

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  16. Outro dos venenos é o acucar branco, que faz parte da nossa alimentacao diária e que é muito dificil de evitar totalmente. Informem-se e tentem consumir apenas acucar amarelo, aqui na Alemanha compra-se um excelente acucar nas lojas biológicas, acredito que também exista em Portugal.

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  17. Amiga Manuela,

    Tenho consciência de que a carne é um dos principais meios que originam doenças gravíssimas, como o cancro, entre outras.
    Eu pessoalmente como mais peixe e legumes e muita fruta ...mas não nego que de vez em quando lá vai um carninha...

    Pois é :(

    Beijinho

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  18. Manuela, eu continuo a pensar que o maior problema está na quantidade de carne, e de todos os outros alimentos, que consumimos desnecessariamente: o pecado da gula.
    Perdoem-me mas temos de equilibrar não só a nossa dieta, mas também equilibrar a distribuição dos alimentos.
    um abraço

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  19. merecido:

    http://www.odisseia.pt/index.php?sec=comunidad

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  20. --
    Olá, Manuela,
    gosto do seu blogue sempre atento a tudo o que se anda a passar. O seu sentimento, neste âmbito é o meu.
    Esta divulgação da realidade que nos é ocultada, é o caminho a seguir, pois a maior parte das pessoas, á partida, está tão inconsciente e acomodada que tenta a toda a força que não lhe passem informação, pois "ficam tristes", "não podem fazer nada", etc. Portanto, "água mole em pedra dura...".Sei que todos temos liberdade para pensar e agir, desde que não prejudiquemos ninguém, o que não é o caso, relativamente ao que este modelo de economia anda a fazer. Cada vez mais, a má distribuição da riqueza e a destruição do nosso planeta. Sabiam que 75% dos cereais cultivados no mundo, vão para a alimentação do gado para o nosso consumo e que esse gado só alimenta 10% da humanidade? E que todos estes cereais dariam para acabar com a fome no mundo? Não sou fundamentalista, mas, com a informação que temos sobre este assunto, rapidamente se chega á conclusão, que se está a dar cabo do planeta e da nossa própria "humanidade", através da nossa má alimentação. Existem mitos sobre o consumo da carne e derivados de animais completamente errados, porque "dá jeito" que pensemos assim. Embora se pense que este tipo de consumo, nos forneça cálcio, é nas sociedades mais desenvolvidas que existe osteoporose a nível quase pandémico, enquanto que nos países mais pobres, apesar de passarem fome , isso não acontece.
    As pessoas têm mesmo que ter consciência do quanto TODOS nós contribuímos diariamente para o desgaste do nosso planeta e miséria da maior parte da população do mundo.
    Por isso,também não irei desistir!
    Quanto á reportagem, é preciso mais desta natureza, mas penso que não deixam! Desculpem me se me estendi demasiado!


    Obrigada
    Ana Teresa

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  21. Olá, Manuela :)

    Excelente, o seu post. Eu vi a revista Visão, e embora não tenha lido o artigo em análise, a imagem chamou logo a minha atenção. Isso e o facto de já há algum tempo ter reduzido imensamente o consumo de carne. A razão prende-se com o verdadeiro desconsolo que é a carne disponível para consumo actualmente. Comecei a não gostar dos pratos de carne, até chegar, em certos casos, a sentir alguma repugnância. Foi um processo bastante natural. Digamos que "não me sabia bem". Agora, como carne, mas muito pouca, e procuro ter mais cuidado na minha escolha.

    Cada vez mais sinto preferir peixe e legumes. Mas a verdade é que hoje a nossa alimentação está em risco, de um modo geral, por tudo o que aqui foi referido. É um facto terrível, contra o qual é preciso lutar.

    Os meus parabéns pelo destaque dado ao seu blogue. Merecido!

    Um abraço.

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  22. Infelizmente este é um dos hábitos mais difíceis de ser abandonado, e mesmo entre ambientalistas e ecologistas o assunto ainda é encarado como extremismo e fazem piada. No fundo a raiz dessa postura repousa em questões filosóficas, na noção de que o mundo aí está para o nosso usufruto, que nós somos os descendentes diretos de Deus e por isso podemos tratar a natureza como estamos tratando. É o antropocentrismo que impera. Ainda. E este é o nosso calcanhar de Aquiles. A Amazônia, por exemplo, está sendo posta abaixo para a pecuária.Lamentável! Um abraço Manuela.Liete.

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  23. O único problema, quer dizer, não é o único mas está bem é que a fuga para o peixe também nos traz cada surpresa mais desagradável. Mas, mesmo assim, aposto no peixe.

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  24. Os meus parabéns ao blog por se encontrar referenciado no Canal Odisseia.Merece!

    Abraço,
    Ana Portugal

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  25. Ecila
    Eu já uso o açúcar amarelo em quase tudo excepto em algumas receitas, mas mesmo assim, não se usa muito cá em casa.

    Fernanda
    Tem razão, as estatísticas comprovam que a carne em excesso é muito má para a saúde, e se juntarmos a má qualidade...

    Paulo
    Tem razão, como disse à Fernanda os maus hábitos de comer demasiada carne estão-se a ver na saúde dos portugueses. Eu já como pouca, e cada vez menos.
    Obrigada por achar o destaque do Odisseia merecido.

    Ana Teresa
    Muito obrigada pelo seu interessante testemunho, aqui em comentário, que muito enriquece e completa este "post". O consumo excessivo de carne tem gravíssimas consequências ambientais e na qualidade de vida dos animais.
    Importa mesmo não desistirmos.

    Ana Paula
    Eu também, como disse, cada vez como menos carne e mais legumes. Só traz vantagens.

    Liete
    Não sei se algum dia será abandonado o consumo de carne, acho que não, mas tenho esperança que as pessoas se consciencializem que têm que reduzir, e em muito, a quantidade. Se comemos 5 vezes que o necessário, eu ficaria muito satisfeita que a média fosse para 1/5 da actual.

    Ferreira-Pinto
    Também comer demasiado peixe, não será bom, mas regrado, e se as grandes empresas de pesca praticarem uma pesca sustentada, já é o bom caminho.

    Ana
    Muito obrigada pelos parabéns e pela visita.


    Abraços a todos, e muito obrigada por participarem.

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  26. Depois deste post vou virar vegetariano...é certinho!!! belo blogue

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  27. Rui F. Vieira
    Eu também já estive mais longe de ser vegetariana!
    Muito obrigada pela visita e comentário.

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  28. Manuela,
    Já chego aqui um pouco atrasada, mas não quero deixar de lhe dar os parabéns por este blogue fazer parte da comunidade no Canal Odisseia.
    Quanto à carne e ao peixe, eu como tão pouco de qualquer deles, porque como pouco de uma maneira geral, que, de facto, nunca estive doente, o que faria de mim uma excelente candidata a dadora de sangue, não fosse o facto de, para tal, a pessoa dever pesar pelo menos 50 quilos, o que nunca atingi. Veja só a ironia!
    Mais uma vez parabéns e um abraço.

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  29. Olá Josefa
    Estamos na mesma onda, também como pouca carne, pouco peixe, poucos doces, mas já estive doente (nada de grave), e também só ultrapassei os 50 kg quando estive grávida :)
    Muito obrigada pelos parabéns, e um grande abraço.

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