terça-feira, 31 de outubro de 2017

Portugal em seca. Poupe água!

Índice de seca PDSI. Fonte: IPMA, 8/10/2017
Portugal está em seca severa e extrema, e, apesar de se prever uns dias de chuva na próxima semana,  tudo indica que vá continuar.

«O mês de setembro de 2017 em Portugal Continental foi o mais seco dos últimos 87 anos, classificando-se como extremamente seco. Consequentemente verificou-se um aumento da área em situação de seca severa e extrema.

De acordo com o índice meteorológico de seca PDSI, a 30 de setembro cerca de 81.0 % do território estava em seca severa e 7.4 % em seca extrema.»
Fonte: IPMA, 8/10/2017

Poupe água, mesmo que ainda não lhe falte na torneira. Cada vez mais a água potável será um bem escasso. E todavia, essencial!

Não lave passeios, nem terraços, nem calçadas; evite lavar o carro; tome banhos curtos; feche a torneira ao fazer a barba e ao lavar os dentes. Estes cuidados deviam ser já hábitos normais, mas cada vez são mais prementes.


Por dia gastam-se muitos litros de água; 10 litros numa descarga de autoclismo, 80 litros num banho rápido, 100 litros numa lavagem de roupa na máquina e 50 litros numa lavagem de louça na máquina. O esforço para poupar água é uma obrigação.

Algumas dicas para poupar água:

Fonte: Turma da Mónica
1. Uma torneira aberta gasta de 12 a 20 litros/minuto. Pingando, perde até 50 litros/dia. Isto significa 1500 litros por mês. Feche bem as torneiras, verifique-as e repare as fugas de água.

2. Certifique-se que a sua casa não tem torneiras a pingar escondidas. Leia o contador da água após duas horas em que não use agua e verifique se ele mexeu alguma coisa. Se não mexeu, saberá que não tem fugas e que está a economizar água.


3. O caudal de uma torneira é de 11 a 19 litros de água por minuto. Instale um compressor redutor de caudal e poderá reduzir o consumo em 50%.

4. De cada vez que utiliza o autoclismo deita muita água fora, desnecessariamente. Tente regulá-lo de forma a poupar água.

5. Coloque um objecto que não flutue no depósito do autoclismo, como uma garrafa de 1,5 l cheia de água, e os gastos de água serão reduzidos.

6. Evite puxar o autoclismo desnecessariamente. Não deite lixo, óleos e restos de comida na sanita.

7. Como descobrir se o seu autoclismo perde água? Ponha umas gotas de corante no depósito e se vir água corada na sanita, sem ninguém ter puxado o autoclismo, é porque existe uma fuga.

8. Não deixe correr a água enquanto lava os dentes ou faz a barba, pois abrir e fechar a torneira várias vezes é melhor do que deixar a correr água sem necessidade. Mas o melhor é usar o copo ou a pia com água.

9. No duche, feche a torneira enquanto se ensaboa. O consumo cairá de 180 para 48 litros.

10. Prefira o duche ao banho de imersão. E se vai mesmo tomar banho na banheira, tape o ralo antes de abrir a água quente. Apesar de sair fria no início, ficará depois a uma temperatura óptima após adicionar a água quente.

11. Utilize a máquina de lavar louça ou roupa só quando estiverem cheias ou se possuírem programas de meia-carga.

12. Lavar louças com água corrente desperdiça até 105 litros. Encha o lava-loiça, ensaboe a louça com a torneira fechada e depois enxague tudo de uma vez. 

13. Regue as plantas de manhã cedo ou ao cair da noite. Nessa altura, a evaporação de água causada pelo Sol é menor, pelo que poupará este recurso. Se usar mangueira, coloque pistola de rega na ponta.

14. Nunca deite água fora que possa ser útil para outros fins, como regar as plantas ou o jardim, ou mesmo para lavar a casa.

15. Lavar carro: Com uma mangueira gasta 600 litros de água. Lave o carro no máximo uma vez por mês, com balde de 10 litros, para ensaboar e enxaguar.

16. Na limpeza de quintal e calçada USE VASSOURA e não água.

17. Se detectar uma fuga de água num espaço público, contacte imediatamente a entidade competente.

domingo, 29 de outubro de 2017

Transição Interior

Na senda das Comunidades em Transição, materializada através da rede internacional Transition Network ou através de muitas outras comunidades em rede ou isoladas pelo mundo, um dos passos mais difíceis e, no entanto fundamental, é a Transição Interior.

Na mensagem "Global Talk" de Sri Prem Baba, de setembro passado, "O que está acontecendo com o nosso mundo?"  (no vídeo abaixo), essa transição está bem explicada. Transcrevo um pequeno extracto:

«Nosso planeta é lindo! 

Mas o povo que vive nele é muito primitivo. 

Somos uma civilização que não merece nem mesmo esse adjetivo: "civilizados".

Não somos civilizados!  Essa ideia é parte da viagem do ego. Nem educados somos. 

Somos muito ignorantes.

Porque eu digo isso?

Porque de acordo com a minha visão, o que nos torna civilizados é a nossa capacidade de criar empatia, de se colocar no lugar do outro. 

Ou seja, nossa capacidade de manifestar o amor em todas as suas dimensões.   O amor tem diferentes dimensões: respeito, igualdade, caridade, humildade, perdão, compaixão. 

Mas esse amor só se manifesta quando formos capazes de nos auto responsabilizar pelas nossas próprias escolhas. Que inclui o fim da vitimização e do jogo das acusações.»


Dedico este post a todos os que acordaram ou estão prestes a acordar.
Dedico também aos que estão em sono profundo, mas esses certamente não virão aqui, muito menos irão ver o vídeo. Mas se chegarem, e se virem, e se entenderem, então já não estavam em sono profundo.





Para acabar, transcrevo um excerto do texto "O bondage da bondade" de Isabela Figueiredo, publicado há dias no seu blogue Novo Mundo:

«Há em nós uma bondade intrínseca contra a qual lutamos todos os dias, por não ser boa ideia evidenciá-la. Ninguém lhe acha graça. Há uma bondade que passamos a vida a calar, a controlar. E, contudo, se há algo de que o mundo precisa é de bondade. Mais nada

(as imagens foram retiradas da página de de Sri Prem Baba no Twitter )

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Abordagens humanísticas na educação - V.N. Famalicão 27/10

No próximo dia 27 de outubro 2017 às 21h realiza-se na Casa de Esmeriz (Rua Jorge Silva, 286, 4760-480 Esmeriz) em Vila Nova de Famalicão, mais uma conversa do Ciclo "Educação em Transição" dinamizado pela Associação Famalicão em Transição.

Para conhecer os m étodos Montessori e Waldorf, temos como convidadas Diana Ferreira (blogue Taquid de partilha e descoberta montessoriana), Carla Freitas (educadora com formação Waldorf) e Raquel Santos (mãe de 3 crianças e presidente da Casa do Sol - Associação Antroposófica - Waldorf).

Numa conversa destinada a mães, pais, professor@s, educador@s e tod@s @s que sentem a necessidade e a urgência de repensar a educação no sentido da humanização e da aproximação à natureza, queremos debater e conhecer de forma espontânea, autêntica e curiosa as possibilidades apresentadas.

Inscrição pelo link  http://famalicaomelhor.blogspot.pt/p/inscricoes.html com donativo consciente para custos de organização (1,5€ para sócios e 2€ para não sócios de Ass. Famalicão em Transição)

Mais informações:
Blogue Famalicão Melhor



terça-feira, 24 de outubro de 2017

Ecorâmicas 2017 - A Floresta

«A Associação Vimaranense para a Ecologia - “AVE” apresenta a 5ª edição das Ecorâmicas, que decorre na cidade de Guimarães, no auditório da “Fraterna” (zona de Couros), entre os dias 26 e 29 de Outubro de 2017.

Este ano o tema da mostra de cinema documental não podia ser mais atual: a FLORESTA.


Para além da estreia mundial do filme “O apelo da floresta: a sabedoria esquecida das árvores", de Jeffrey Mckay, durante estes quatro dias há programação pensada para as escolas do concelho, várias sessões dedicadas ao tema, debates e reflexões com a presença de alguns nomes do meio académico, empresarial e associativo.

O acesso a todas as sessões do evento é gratuito!»

Fonte: e-mail da AVE - Associação Vimaranense para a Ecologia

Mais informação em https://ave-ecologia.org/ecoramicas/2017-a-floresta/
ou em https://www.facebook.com/events/1998873950357523/

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

ICE contra o glifosato chegou à Comissão Europeia

Mais um passo contra o uso do perigoso herbicida glifosato!  Agradecemos a todos os que assinaram a ICE STOP GLIFOSATO, que foram mais de um milhão na Europa e cerca de oito mil em Portugal!

«Pela quarta vez na história da União Europeia foram atingidas as assinaturas necessárias para validar uma ICE - Iniciativa de Cidadania Europeia. Ao contrário do que é referido na notícia abaixo, Portugal também esteve envolvido - o Ministério da Justiça confirmou (uma hora antes de fechar o prazo!!) 7990 adesões, o que dá uma excelente taxa de 83% de correção das assinaturas. 

Uma grande vitória e estamos todos de parabéns, sobretudo considerando que aconteceu tudo em 5 meses! Mostra claramente a enorme oposição pública ao uso do glifosato. 

Os próximos passos pertencem à Comissão, que tem o máximo de 3 meses para responder. Antes disso haverá reuniões entre a Comissão e os organizadores, uma audiência pública no Parlamento Europeu e mais umas quantas formalidades.Tudo isto vai estar a acontecer no mesmo período em que a Comissão anda a convencer os Estados Membros a reautorizar o glifosato por mais dez anos. O conflito não podia ser mais evidente e, com muita sorte, o glifosato pode acabar mesmo chumbado. Não percam os próximos episódios.»

Margarida Silva, Plataforma Transgénicos Fora, (email lista OGM.pt), 11/10/2017


«Comissão Europeia recebe iniciativa de cidadãos contra uso de glifosato
LUSA / 09 OUT 2017

A Comissão Europeia anunciou hoje ter recebido uma iniciativa de cidadania europeia para proibir o uso de herbicidas à base de glifosato, que recolheu mais de um milhão de assinaturas de cidadãos de 22 Estados-membros, excluindo Portugal.

O executivo comunitário vai pedir aos responsáveis pela iniciativa -- que, à data da submissão, foi apoiada por cidadãos de 22 Estados-membros, excluindo Portugal, Eslováquia, Estónia, Reino Unido, República Checa e Roménia -- que apresentem, num período de três meses, as suas propostas.

A iniciativa de cidadania europeia, a quarta a ser apresentada, pede a Bruxelas que "proponha aos Estados-membros a proibição do glifosato, reforme o procedimento de aprovação de pesticidas e estabeleça, ao nível da UE, metas de redução obrigatórias para a utilização de pesticidas".


Imagem obtida aqui
A iniciativa Proibição do glifosato e proteção das pessoas e do ambiente contra pesticidas tóxicos angariou 328.399 euros de financiamento e mais de um milhão de apoiantes.

Uma iniciativa de cidadania europeia é um convite para que a Comissão Europeia apresente uma proposta legislativa em domínios em que a União Europeia tem competência para legislar.

Uma iniciativa de cidadania deve ter o apoio de, pelo menos, um milhão de cidadãos da UE provenientes de, no mínimo, sete dos 28 Estados-Membros e obter em cada um desses países um número mínimo de subscritores.»

Veja também  este vídeo sobre a relação entre glifosato e transgénicos nas Manhãs na TV com Alexandra Azevedo da Plataforma Transgénicos Fora!

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Portugal Contra os Incêndios

«Espaços florestais contínuos e, no caso em análise, ocupados predominantemente por monoculturas de eucalipto e pinheiro bravo não sujeitas a gestão adequada face ao risco de incêndio que representam, geram incêndios grandes e severos. 
...
«A sociedade portuguesa tem um distanciamento cultural em relação à floresta que urge ultrapassar. Por esse motivo, Portugal regista um elevadíssimo número de ignições por ano, valor que é seis vezes superior ao registado em Espanha e 19 vezes superior ao da Grécia. Neste domínio propõe-se a revisão da estratégia nacional de prevenção de ignições, convidando a comunicação social a desempenhar um papel pedagógico na área da prevenção e a montar um sistema de avisos automáticos e generalizados que permitam impedir ou, quando muito, reduzir o desproporcionado número de ignições que anualmente é registado. »

Fonte: Extrato do Relatório da comissão técnica independente sobre os incêndios de Pedrógão Grande

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(Imagem de TVI24)
«Há várias dezenas de anos prevíamos e denunciávamos publicamente que estávamos a transformar as nossas montanhas numa pira de óptimo material combustível, a que até um “iluminado” ministro chamou o “petróleo verde” de Portugal. Realmente tem razão; arde tão bem ou melhor do que o petróleo.
...
A Humanidade vive, actualmente, numa sociedade de economia de mercado, cuja preocupação predominante é produzir cada vez mais e com maior rapidez, de modo a conseguir-se o máximo lucro, no mais curto espaço de tempo. Por isso é que a plantação do eucalipto foi e é tão incentivada, pois o eucalipto é de crescimento muito rápido e um carvalho (que é nativo) não. O pior é que foi profusa e indiscriminadamente plantado.
...»
Jorge Paiva. Biólogo (29.09.2017). Fonte: A INCOMPETÊNCIA E A DESERTIFICAÇÃO DO PAÍS, em Associação de Plantas e Jardins em Climas Mediterrânicos

(Ver também: Incêndios florestais, causas e consequências (Jorge Paiva, 2013) )

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(Imagem de Paulo Cunha - EPA - obtida em RTP)
Portugal Contra os Incêndios

No próximo sábado, dia 21 de outubro de 2017, de Norte a Sul de Portugal, em várias cidades, as pessoas vão sair à rua para mostrarem que não aceitam mais a passividade perante a tragédia dos incêndios.

BASTA!

Não podemos aceitar que se aceite esta situação! Temos de mostrar que exigimos mudanças sérias já. 

 Alguns dos eventos marcados: 

E fora de Portugal:


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domingo, 15 de outubro de 2017

Aliança pela Floresta Autóctone

Por um futuro livre de incêndios em Portugal, 
"Recusar a passividade perante os fogos no nosso território"

«LANÇAMOS ESTE APELO a todas as entidades e cidadãos que aceitem participar numa aliança para a recuperação da floresta autóctone em Portugal. Face ao estado degradado e insustentável do coberto vegetal no País, é nossa convicção que do restauro da floresta autóctone depende um futuro liberto do flagelo sistemático dos incêndios. Aqui fica o nosso convite para que a partilhem connosco.»

Leia o texto do Apelo e, se sentir como nós, subscreva-o e divulgue-o em seu redor.»


Fonte: Aliança pela Floresta Autóctone  (http://florestautoctone.webnode.pt/)

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

O encontro "Ação Ecológica" em famalicão foi um sucesso

Encontro "Ação Ecológica, Transição Sustentável e Regeneração",  que reuniu mais de 35 associações ligadas à defesa do ambiente, e que ocorreu no passado dia 7 de outubro em Vila Nova de Famalicão.

O evento, organizado pela Associação Famalicão em Transição e Campo Aberto - associação de defesa do ambiente, foi um sucesso e superou todas as expectativas.

O encontro teve lugar na Casa do Território, Parque da Devesa, e  teve como objetivo a partilha, a troca de experiências e de perspectivas das diversas colectividades ligadas ao ambiente, provenientes de todos os pontos do país e com trabalho realizado nesta área, de modo a conhecer-se, em profundidade e abrangência, a situação ecológica e ambiental do Noroeste de Portugal.

Apesar da maioria dos grupos presentes serem do Norte de Portugal, participaram também outras associações de âmbito nacional, como a Acréscimo, AMO Portugal- Associação Mãos à Obra, LPN - Liga para a Proteção da Natureza, SEA - sociedade de Ética Ambiental, Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza e a Zero -Associação Sistema Terrestre Sustentável.

As associações organizadoras, Associação Famalicão em Transição e Campo Aberto - associação de defesa do ambiente concluíram que este evento foi um sucesso e superou todas as expectativas.


Foi forte a motivação e a participação, que ultrapassou as fronteiras do "Norte", trazendo a Famalicão várias associações de âmbito nacional, ligadas à proteção do ambiente. 


Deste evento ficou a vontade generalizada de uma ação conjunta e coordenada pela proteção dos rios, o foco no envolvimento da população e das instituições locais, assim como o debate sobre todas as questões relacionadas com os incêndios florestais, numa perspectiva de prevenção, através da defesa e promoção da floresta autóctone, da forte redução de monoculturas de eucalipto e do reforço da vigilância florestal.


De salientar a questão do papel ambíguo e perigoso que poderão vir a ter centrais de biomassa de resíduos florestais, visto a capacidade a instalar poder superar o volume de resíduos que podem ser produzidos se não houver incêndios.

No final as entidades interessadas assinaram a "Carta de Famalicão", documento que visa contribuir para que no País se enfrentem problemas decisivos para o nosso futuro comum, como são os do território, da preservação dos nossos recursos naturais, da qualidade de vida, da energia, do clima e de uma economia sustentável, numa atitude que, em vez de agredir esses valores essenciais, os proteja e salvaguarde.

Em breve a carta será divulgada e aberta à subscrição de outras entidades e indivíduos.

Vídeo reportagem da FamaTV aqui