terça-feira, 25 de abril de 2017

Marcha Mundial do Clima - Portugal

Aproveito o dia em que se comemora a Revolução de Abril em Portugal, para apelar á participação na MARCHA MUNDIAL DO CLIMA, que ocorrerá em diversas cidades do mundo no próximo sábado, dia 29 de abril!



Mapa das concessões atualizado,  já sem as da costa
sul do Algarve (imagem obtida em ENMC/)
ninguém duvida das alterações climáticas e do aquecimento global, duvido é se vamos a tempo de fazer alguma diferença...  pois o avançar da situação dramática é mais rápido do que quaisquer previsões... mas só temos uma opção: tentar fazer alguma coisa

Em Portugal, não se entende como é que se pretende explorar petróleo, em terra e no mar, quando tudo indica que para combater as alterações climáticas a nível energético, a aposta deve ser nas energias renováveis e limpas (solar, eólica).

Felizmente foram canceladas as prospeções na costa sul do Algarve (porque as pessoas se opuseram e se manifestaram), mas infelizmente, em 11 de janeiro passado, o governo deu licença à GALP/ENI para avançar com a prospeção de gás e de petróleo no mar de Aljezur. E muitos outros negócios estão a avançar na costa oeste, é ver o mapa atualizado à direita (mapa anterior, com as concessões na costa sul aqui)!

Assim, em Portugal,  a Marcha Mundial do Clima, no Porto, em Lisboa e em  Aljezur, destina-se a travar Trump e a travar a prospeção e exploração de petróleo e gás em Portugal. 

Junte-se a uma destas marchas, ajude a proteger as próximas gerações:

Marcha Mundial do Clima - Porto  - 29 de abril, 15h, Avenida dos Aliados
Marcha Mundial do Clima - Lisboa  - 29 de abril, 15h, Terreiro do Paço
Marcha Pelo Clima - Não ao Furo - Aljezur - 29 de abril, 15h, frente à Câmara Municipal de Aljezur



Imagem daqui (Portland)
«A eleição de Donald Trump para a presidência dos EUA provocou ondas de resistência em várias frentes, dos direitos humanos à igualdade de género, dos serviços públicos à justiça climática. Trump defende explicitamente o fracking e o carvão. Ao mesmo tempo autorizou o muito contestado oleoduto de Dakota (Dakota Access Pipeline) e o gasoduto Keystone XL, travados na administração anterior. A agenda petrolífera de Trump levou o movimento “People’s Climate Movement”, dos EUA, a lançar o apelo a uma manifestação internacional no próximo dia 29 de Abril.

Em Portugal, o governo tem passado mensagens contraditórias. Em Novembro de 2016, em Marraquexe, na COP22, o Primeiro-Ministro António Costa declarou que Portugal seria carbono neutro em 2050. Dois meses depois, o mesmo governo deu licença à GALP/ENI para avançar com a prospeção de gás e de petróleo no mar de Aljezur, ignorando as mais de 42 mil pessoas que se manifestaram contra o furo, durante a consulta pública. O governo cancelou dois contratos da Portfuel no Algarve, mas mantêm-se 13 outras concessões petrolíferas em Portugal. No entanto, no Parlamento Europeu a maioria dos eurodeputados portugueses assinou o tratado de comércio livre com o Canadá (CETA), que potenciará o aumento das emissões de gases com efeito de estufa, bem como privilégios acrescidos para as grandes companhias.

O aquecimento global antropogénico está a ser provocado pelas elevadas emissões de gases com efeito de estufa, cuja fonte principal são os processos de combustão de hidrocarbonetos, associados à produção e consumo de energia. A magnitude das emissões de gases com efeito de estufa já ultrapassou a capacidade natural do planeta para remover esses gases da atmosfera. O consenso quanto à existência das alterações climáticas e ao gigantesco perigo que representam para os ecossistemas e para a Humanidade, em particular para as camadas mais desprotegidas da população, tarda em produzir respostas políticas concretas numa economia viciada em emissões e poluição desregulada.

Para combater as alterações climáticas é preciso levar a cabo uma mudança que tenha como objectivo a transição justa para as energias renováveis, diminuindo progressivamente o uso de combustíveis sujos e perigosos como o petróleo, o gás natural, e o carvão, ao mesmo tempo que se recusam soluções insustentáveis como a energia nuclear e as grandes barragens.

Para isso, uma das prioridades tem de ser o anulamento imediato de todas as concessões de prospeção e exploração de gás e de petróleo ao longo da costa portuguesa, do Algarve à Beira Litoral, do Oeste à Costa Alentejana. Na nossa opinião, estão baseados numa lei inválida. Não é possível uma política climática coerente que possa coexistir com estes contratos de petróleo e gás natural.

Imagem de Observador
Enquanto cidadãos e coletivos queremos um país e um planeta em marcha para um novo paradigma energético, que respeite os direitos humanos, que ponha as pessoas e a natureza acima dos interesses da indústria petrolífera. Queremos uma outra economia, livre de conceitos e práticas que nos arrastam para a catástrofe.

Dia 29 de Abril, juntando-nos à People’s Climate March internacional, sairemos à rua em vários locais do país para exigir uma resposta séria às alterações climáticas e a recusa da exploração de hidrocarbonetos em Portugal.»

Subscrevem: Academia Cidadã; Alentejo Litoral pelo Ambiente; Amnistia Internacional; ASMAA – Associação de Surf e Actividades Marítimas do Algarve; Bloco de Esquerda; Campo Aberto; Cidadãos pela Pressão Climática; Climáximo; Coletivo Clima; Coopérnico; Futuro Limpo; GAIA - Grupo de Acção e Intervenção Ambiental; GEOTA – Grupo de Ordenamento do Território e Ambiente; Hidrosfera Portugal; Livre; Movimento Alternativa Socialista; MIA – Movimento Ibérico Anti-nuclear; PAN – Pessoas, Animais, Natureza; Peniche Livre de Petróleo; Plataforma Não ao Tratado Transatlântico; Porto Sem OGM; Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza; Sciaena; Sindicato dos Professores do Norte; Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável


segunda-feira, 24 de abril de 2017

Carta Aberta de Cientistas pelo Clima

« As comunidades científicas movimentam-se a nível internacional e preparam manifestações públicas para exprimir a sua condenação desta situação em abril, em vários países do mundo, incluindo Portugal. 

Este é, pois, o momento para manifestarmos a nossa oposição, socialmente responsável e com base no melhor conhecimento científico, aos furos de prospeção e exploração de petróleo e gás na costa e no mar portugueses, desde o Algarve até ao Porto. 

Vimos afirmar que é preciso que cessem, desde já, todos os contratos em vigor e que se recusem novas emissões de licenças, de forma a evitar danos irreparáveis para a economia, o meio ambiente e as suas comunidades.»


«Pensamos no mundo global em que vivemos como um sistema vivo e social, um sistema com que nos preocupamos e que temos a responsabilidade de transmitir às gerações vindouras.

As Cimeiras do Clima têm provocado debates mundiais sobre as alterações climáticas. Cientistas têm sublinhado a insuficiência das medidas tomadas até agora pelos poderes públicos nacionais e internacionais. A isto junta-se o desrespeito das metas acordadas por muitas empresas da energia e das maiores consumidoras, organizadas global e localmente em redes de dominação.

Hoje existe acordo entre a maioria das e dos cientistas quanto à urgência de pôr fim às emissões de gases de efeito de estufa. O conhecimento já existente permite abandonar os combustíveis fósseis em favor de energias limpas, as inovações nesta área são constantes. As alterações climáticas provocadas por ação humana são um problema da sociedade a que a ciência pode e tem vindo a responder. Queremos trabalhar em soluções e fazer parte delas, assumindo um compromisso com o planeta Terra e as vidas que humanas e não-humanas que dele dependem.

A relação entre poderes globais e nacionais está a reconfigurar-se após a eleição de Trump, a aliança com Putin e a ascensão da extrema direita na Europa, o que agrava a situação de forma preocupante. Para os povos, as ameaças à paz, à permanência no território, à saúde, à alimentação, à educação, aumentam a cada dia. Acresce ainda a insuficiência do investimento científico, em muitos países, o que ameaça o trabalho de cientistas e o isola mais, socialmente, das soluções justas para os grandes problemas que requerem a intervenção das várias ciências.

A exploração de combustíveis fósseis em Portugal é, justamente, um dos grandes problemas que temos de enfrentar do ponto de vista da cidadania e das ciências que fazemos. Como cientistas sabemos que a persistência de uma economia predadora do carbono inviabiliza os compromissos políticos nacionais assumidos nas Cimeiras do Clima e defrauda as expectativas das populações. Sabemos que destrói os territórios, mares e rios, a atmosfera, formas e cadeias de vida insubstituíveis, aproximando-nos aceleradamente de um ponto de não retorno. Sabemos que, com essa exploração, as populações não ganham nem trabalho, nem saúde, nem lugar para viver. E sabemos que há alternativas.

As comunidades científicas movimentam-se a nível internacional e preparam manifestações públicas para exprimir a sua condenação desta situação em abril, em vários países do mundo, incluindo Portugal. Este é, pois, o momento para manifestarmos a nossa oposição, socialmente responsável e com base no melhor conhecimento científico, aos furos de prospeção e exploração de petróleo e gás na costa e no mar portugueses, desde o Algarve até ao Porto.

Vimos afirmar que é preciso que cessem, desde já, todos os contratos em vigor e que se recusem novas emissões de licenças, de forma a evitar danos irreparáveis para a economia, o meio ambiente e as suas comunidades.»

22 de abril de 2017

Gil Fesch
Gil Penha-Lopes
Helena Freitas
Henrique de Barros
Inês Farias
João Arriscado Nunes
João Camargo
João Ferrão
João Guerra
João Lavinha
João Teixeira Lopes
João Veloso
Jorge Paiva
Jorge Sequeiros
José Lima Santos
José Manuel Pureza
José Maria Castro Caldas
Júlia Seixas
Lanka Horstink
Luís Ribeiro
Luísa Schmidt
Manuel Carvalho da Silva
Manuel Sarmento
Margarida Cancela de Abreu
Margarida Silva
Miguel Centeno Brito
Miguel Heleno
Nuno Almeida Alves
Nuno Santos Carneiro
Otávio Raposo
Patrícia Maciel
Patrícia Vieira
Paula Guerra
Paula Sequeiros
Paula Silva
Paulo Raposo
Paulo Talhadas Santos
Pedro Bacelar de Vasconcelos
Pedro Matos Soares
Pedro Pereira Leite
Ricardo Paes Mamede
Rita Ferreira
Rui Bebiano
Rui Gil da Costa
Rui Vitorino
Sandro Mendonça
Sinan Eden
Stefania Barca
Tatiana Moutinho
Teresa Summavielle
Violeta Ferreira
Viriato Soromenho-Marques»

segunda-feira, 17 de abril de 2017

O poder de uma escolha

«Mudar hábitos que duraram décadas, hábitos ancestrais que duraram milénios, requer coragem e altruísmo. 
A verdade dá-te o poder de fazeres as tuas próprias escolhas»
(do vídeo)

(imagem daqui
«Vídeo produzido e dirigido por estudantes de biologia da USP (Universidade de São Paulo), procura motivar o fortalecimento do pensamento crítico e desenvolvimento de posturas e valores éticos sobre a exploração animal, hábitos alimentares e gerais de consumo, implicando em ações conscientes na conservação da biodiversidade e bem estar dos seres vivos no planeta terra. Investe na correlação entre conteúdos sobre diversidade, destruição de habitats, ética, ecologia e uso intensivo de recursos como água, grãos e terra utilizados na exploração animal (agropecuária e pescas predatórias). »

Direção: Giovanna Blumenthal; Animação: Vitor Gregolin.


O Poder de Uma Escolha - Como Salvar a Vida na Terra Agora from Giovanna Blumenthal on Vimeo.

terça-feira, 11 de abril de 2017

Doce veneno

«Quando falamos em açúcar, sorrimos e abanamos a cabeça. “Não, eu até nem como assim tanto açúcar”, não é o que está a pensar? Mas a dura verdade é que come, praticamente todos os dias, quando consome produtos processados. E essa é, provavelmente, a razão por que faz tantas dietas, anda no ginásio e, mesmo assim, não consegue perder peso.»
...
Tal como qualquer outra droga, o açúcar é viciante. É este o poder da indústria alimentar que nos enche os sentidos com tantas fontes altamente aliciantes. Por isso é realmente penoso pensar numa dieta sem bolachas, sem uma bola de Berlim na praia, sem um suminho ou umas batatinhas aqui e ali — porque estamos viciados em açúcar sem nos apercebermos


Sobre este nosso doce "amigo", leia o artigo de Christiana Martins na revista do Expresso de 22/02/2014 (e fonte das imagens ao lado), que encontra no link aqui:


E não perca a Reportagem SIC de 2015 SOMOS O QUE COMEMOS!


SOMOS O QUE COMEMOS, Grande Reportagem SIC (2015) from quemse importa on Vimeo.

Depois, vá à cozinha, leia os rótulos e faça as suas contas...

domingo, 2 de abril de 2017

Escola da Ponte


Nenhuma escola é igual a outra, mas quase todas seguem o modelo supostamente "imposto": aulas expositivas, turmas, disciplinas, testes, ...

No entanto, há escolas realmente diferentes, embora raras, e mesmo no ensino público!

A Escola da Ponte (São Tomé de Negrelos, Santo Tirso) desde 1976, que tem marcado a diferença. As crianças e adolescentes do 1º ao 3 ciclo, aprendem, em primeiro lugar, a ser autónomos e responsáveis, e a cooperar. Depois, pesquisam e aprendem as matérias através de uma metodologia de projeto, com a ajuda uns dos outros e  dos professores (ver aqui).


A metodologia da escola teve como mentor o Professor José Pacheco, que atualmente se encontra a desenvolver escolas diferentes no Brasil.  

A escola é tão especial que até surgiu uma petição com o título: Queremos o Modelo da Escola da Ponte em mais escolas públicas


Para a conhecer melhor,  veja a reportagem da TVI (maio 2014) no vídeo abaixo , e leia a reportagem RTP de Junho de 2016.

Sim, uma outra educação é possível, também em Portugal!