terça-feira, 28 de julho de 2015

Libertação de moscas geneticamente modificadas em Espanha

A empresa Oxitec pretende libertar moscas transgénicas em Espanha (5000 por semana durante um ano), mesmo aqui ao lado, e as moscas não param nas fronteiras...

Vejam a notícia no Público/Ecosfera: "Empresa britânica pede autorização para testar insectos geneticamente modificados destinados a combater praga das oliveiras."

As consequências da disseminação desta mosca GM, são, como todas as manipulações genéticas totalmente imprevisíveis! E os riscos elevadíssimos,  ainda maiores que nas plantas, dada a mobilidade destes insetos!

«Tarragona, e por extensão, a Europa e o mundo, não é um laboratório ao ar livre! A ideia da Oxitec de libertar 1.83 milhões de moscas estéreis com uma mistura de ADN de organismos marinhos, bactérias, vírus e outros insetos é tão assustadora como ridícula.

Para poder experimentar cientificamente há que definirr limites, o que neste é impossível já que os insetos não respeitam fronteiras, e a esterilidade não é 100% eficaz. Então, se a coisa não resultar, como se para? Não há maneira de parar, obviamente.

Entre os efeitos possíveis da libertação destes animais é que as larvas destas moscas morrem dentro de azeitonas. E a quem apetece comer larvas mortas de moscas transgénicas? A mim não.»

Fonte: tradução de "Impeçam libertação de moscas geneticamente modificadas"

Assinem  petição aqui

Petição a: Secretaría de Medio Ambiente y Desarrollo Territorial - Procuraduría Estatal de Protección al Ambien, Chris Creese - Comunicación Oxitec e  Alcalde Ayuntamiento Tarragona

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Muhammad Yunus: "Uma nova lógica"

A não perder, a leitura de um artigo sobre Muhammad Yunus intitulado "UMA NOVA LÓGICA" de Micheline Alves no UOL.  A seguir, algumas frases de Muhammad Yunus extraídas do artigo:

Imagem obtida aqui
«Há 85 pessoas no mundo que têm mais da metade de toda a riqueza do planeta. Já a metade mais pobre da população mundial detém menos de 1% desses recursos. Que mundo é esse? Minha luta tem sido contra essa estrutura. As pessoas não podem fazer nada além de tocar o barco como foi concebido. Luto por uma nova máquina, por alternativas, por um movimento contrário. A estrutura que existe não vai resolver nosso problema. A disparidade de renda só piora, a riqueza se concentra em pouquíssimas mãos.»

«Uma questão essencial está na ideia de emprego. Quem disse que nascemos para procurar emprego? A escola? Os professores? Os livros? Sua religião? Seus pais? Alguém colocou isso na cabeça das pessoas. O sistema educacional repete: ‘você tem que trabalhar duro’. Seres humanos não nasceram pra isso. O ser humano é cheio de poder criativo, mas o sistema o reduz a mero trabalhador, capaz de fazer trabalhos repetitivos. Isso é vergonhoso, está errado. As pessoas precisam crescer sabendo que é uma opção se tornar empregado, mas que existe a possibilidade de ser empreendedor, seguir o próprio caminho.»

«Qual a utilidade do conhecimento se ele não chega às pessoas? Em Bangladesh, tínhamos pessoas morrendo de fome. Faz sentido ensinar teorias tão bonitas, das quais somos tão orgulhosos, e elas não terem o menor significado na vida de quem não pode comer? Há muitas maneiras de morrer, mas a fome é uma das mais dolorosas. Lidar com teorias económicas diante de pessoas morrendo assim era uma piada.»

«Na crise de 2008, eu estava em Nova York. Vendo as notícias sobre o colapso, os escândalos, lembrei daquele gerente que procurei e pensei: quem merece crédito, afinal? Quem está dando calote? Os pobres a quem empresto dinheiro me devolvem cada centavo.»

«Muita gente diz que isso não é um negócio de verdade. Se não tem lucro, não é negócio. De onde vem essa definição? É negócio, sim. É decisão minha não ter lucro. Se a teoria não se encaixa no que eu criei, não sou eu quem está errado; é a teoria.»

Fonte: Uma Nova Lógica, de Micheline Alves em UOL, 21/7/2015

sábado, 11 de julho de 2015

É possível não ser magoado? (J. Krishnamurti)

Jiddu Krishnamurti (Índia, 1895-1986), a partir dos 13 anos foi educado pela Sociedade Teosófica, que achou que ele deveria tornar-se o 'Instrutor do Mundo', fundando em 1911, a Ordem da Estrela do Oriente, com Krishnamurti como chefe. Em 1929, Krishnamurti renunciou a essa função, dissolveu a Ordem já com inúmeros seguidores e devolveu todo o dinheiro e a propriedades doados. 

«Durante o resto da existência, foi rejeitando insistentemente o estatuto de guia espiritual que alguns tentaram lhe atribuir. Continuou a atrair grandes audiências por todo o mundo, mas recusando qualquer autoridade, não aceitando discípulos e falando sempre como se fosse de pessoa a pessoa. O cerne do seu ensinamento consiste na afirmação de que a necessária e urgente mudança fundamental da sociedade só pode acontecer através da transformação da consciência individual. A necessidade do autoconhecimento e da compreensão das influências restritivas e separativas das religiões organizadas, dos nacionalismos e de outros condicionamentos, foram por ele constantemente realçadas» 
 (Fonte: Wikipedia)

No vídeo abaixo, extraído de uma palestra em Ojai, Califórnia, em 1/5/1982, explica o seu entendimento sobre a razão porque nos deixamos magoar pelas outras pessoas.


«Krishnamurti é tido mundialmente como um dos maiores pensadores e instrutores religiosos de todos os tempos. Ele não apresentava nenhuma filosofia ou religião, mas falava sobre coisas que preocupam a todos nós em nossa vida diária, dos problemas do viver numa sociedade moderna com sua violência e corrupção, da busca individual por segurança e felicidade e da necessidade da humanidade de se livrar do peso interior do medo, da dor e da tristeza. Ele explicou com grande precisão o funcionamento da mente humana e apontou a necessidade para trazer à nossa vida diária uma qualidade profundamente meditativa e espiritual.

Krishnamurti não pertencia a nenhuma organização religiosa, seita ou país, nem estava associado a qualquer escola política ou pensamento ideológico. Pelo contrário, ele afirmou que estes são os verdadeiros fatores que dividem os seres humanos e que trazem o conflito e a guerra. Ele lembrava incessantemente aos seus ouvintes que antes de sermos hindus, muçulmanos, ou cristãos, somos seres humanos, que somos iguais ao resto da humanidade e que não somos diferentes uns dos outros. Ele pediu que andemos suavemente por esta terra sem nos destruir ou ao meio ambiente. Ele transmitiu aos seus ouvintes um profundo senso de respeito pela natureza. Seus ensinamentos transcendem os sistemas de crenças feitos pelo homem, o sentimento de nacionalismo e de sectarismo. Ao mesmo tempo, eles dão um novo sentido e direção à busca da humanidade pela verdade. Seus ensinamento, além de serem relevantes à idade moderna, são atemporais e universais.»

domingo, 5 de julho de 2015

"A escolha do nosso futuro" por Duane Elgin

Uma mensagem inspiradora de Duane Elgin sobre a  nossa vontade e capacidade de escolher o futuro.  Com mais de 30 anos, o texto extraído do livro "Simplicidade Voluntária", editado pela primeira vez em 1981, é agora ainda mais atual:

«A escolha do nosso futuro

Três grandes alternativas estão diante de nós - o colapso, a estagnação e a transformação.

Imagem obtida aqui
Atualmente, elas se sobrepõem umas às outras, mas irão separar-se, cada vez mais, à medida que caminharmos para o futuro. A dimensão das mudanças que estão ocorrendo são extraordinárias. Como 'icebergs' gigantes, que se desprendem de seus antigos blocos de gelo originais e começam a flutuar livremente pela primeira vez em centenas ou mesmo milhares de anos, civilizações inteiras estão se desagregando, movendo-se e mudando. Iniciamos um processo de transição que se desloca de uma escala individual para uma escala global.

Não estamos sozinhos nesta época de mudanças. Todas as pessoas que encontramos estão de alguma forma envolvidas em suas batalhas pessoais, procurando reagir a este tempo de desafios. Quaisquer que sejam as diferenças entre nós, somos todos participantes deste ritual histórico de passagem.

Como indivíduos, não estamos indefesos diante dessa mudança monumental. Oportunidades de uma ação significativa e considerável estão por toda parte: os alimentos que comemos, o trabalho que realizamos, os meios de transporte que utilizamos, o modo pelo qual nos relacionamos com outras pessoas, as roupas que usamos, os conhecimentos que adquirimos, as causas humanitárias que apoiamos, o nível de atenção que dedicamos, em cada momento, à nossa passagem pela vida, e assim por diante. A lista é interminável, uma vez que a matéria-prima da transformação social é idêntica àquela com a qual a nossa vida diária é construída.

Cada um de nós é responsável pela maneira como conduz sua própria vida - e cada um de nós é um ser único. Portanto, somos os únicos responsáveis pelas nossas ações e escolhas neste período crucial da evolução humana. Ninguém pode tomar o nosso lugar. Cada um de nós contribui de forma singular para a teia da vida. "Ninguém pode fazê-lo por nós. Nossa participação é diferente de todas as outras e aquilo que retemos ou nos negamos a dar é insubstituível.

Acima de tudo, os resultados desta época de transição planetária irão depender das opções que fizermos com indivíduos. Não existem precondições para a escolha de um caminho revitalizador de desenvolvimento da civilização. Nada está faltando. Nada mais é necessário, além daquilo que já temos. Não precisamos de tecnologias diferentes que ainda que ainda estão por ser descobertas. Não necessitamos de lideranças heróicas, maiores do que o próprio homem. Nossa 'única' necessidade é optar, como indivíduos, por um futuro revitalizante e, depois, agir em comunhão com os outros para fazê-lo frutificar.

Por meio de nossas escolhas conscientes, podemos passar da alienação para a ação conjunta, do desespero para a criatividade, da passividade para a participação, da estagnação para o aprendizado, do cinismo para o interesse pelas outras pessoas. Tendemos a pensar que somos fracos, indefesos, impotentes. Contudo, na realidade, somente nós - como indivíduos, trabalhando em cooperação uns com os outros - temos o poder de transformar a situação atual. Longe de estarmos indefesos, somos a única fonte da qual podem emergir a necessária criatividade, compaixão e determinação. A época do desafio já chegou até nós. O outono da era industrial do desenvolvimento já se transformou em inverno. É tempo de começarmos o próximo estágio de nossa jornada."»

do livro "Simplicidade Voluntária" de Duane Elgin, obtido aqui (ou aqui)