quarta-feira, 26 de junho de 2013

Corrupção

Corrupção é talvez a palavra portuguesa que consegue suscitar mais indignação e simultaneamente menos ação. “Corrupto”  deriva de “cor ruptos”, do latim, que significa aquele que tem o “coração rompido”.

A corrupção é, provavelmente e a nível mundial, o maior cancro das sociedades, a maior responsável pela degradação económica, grande causadora das enormes desigualdades sociais e injustiças.

Imagem obtida aqui (de Amarildo, 2009)
A corrupção começa no “jeitinho” para não pagar multa ou pela baixa médica a quem não está doente, passa pela militância em partidos políticos só para auferir dividendos pessoais,  pelas falcatruas para receber subsídios indevidamente, pelos negócios entre privados e o estado que beneficiam os privados e prejudicam o estado,  e acaba na “compra” de políticos e juízes pelas grandes multinacionais.

O  grau de  corrupção de uma nação dá uma indicação do grau de desenvolvimento de uma sociedade, não só em civismo, mas também na economia.  Quanto maior o grau de corrupção de um país, mais difícil se torna lutar contra ela, Em alguns países a corrupção é tão alta nos estratos mais ricos e poderosos, que para as camadas sociais mais pobres,  aderir à corrupção é uma questão de sobrevivência.

Em Portugal, lutar contra a corrupção é quase tão difícil com matar ácaros com as mãos. Assim como os ácaros estão por todo o lado, no ar, na pele, nos lençóis, e não os vemos, mas convivemos com eles, também a corrupção está entranhada na sociedade, não a vemos e convivemos com ela.

Felizmente, em 17/9/2010 foi criada a TIAC – TRANSPARÊNCIA E INTEGRIDADE, ASSOCIAÇÃO CÍVICA é uma organização anti-corrupção, representante em Portugal da rede global anti-corrupção Transparency International.

Felizmente, o seu vice-presidente, Paulo Morais, tem aparecido nos meios de comunicação a denunciar casos graves de corrupção, como os casos das parcerias público-privadas.

Felizmente, em 13/10/2010  foi criada a petição “Combate à corrupção através da consciencialização, informação, formação e educação  pelo jovem Micael Sousa, de Leiria, que percebeu que o fenómeno da corrupção tem de ser combatido em todas as escalas, sendo crucial a educação e informação da sociedade civil.

Felizmente, Micael Sousa, que criou o “Movimento Anti-Corrupção”, teve o justo direito a artigos de jornais nacionais de grande tiragem, a entrevistas na rádio (Prova oral,  Antena1), a palestra no Ignite, ...,  mas, infelizmente, a petição referida, dois anos e meio depois de ser criada, tem apenas 1888 assinaturas.

Não há dúvida que muito há a fazer e a denunciar contra a grande corrupção que aflige e rouba este país. Mas será que a educação para a ética e a sensibilização da população para a chamada “pequena corrupção” não é também muito importante e fundamental?

Será mesmo verdade que: “Os Portugueses fazem mais do que a Lei o permite e menos do que a ética o exige”, ou será que não assinam a petição por estar dirigida à Assembleia da República, e os portugueses não acreditam naqueles que nos deviam representar (vídeo abaixo)? No entanto, sendo este o caso, se a petição tiver número suficiente de assinaturas, os deputados teriam de falar do tema e veriam que o assunto não nos passa ao lado. E depois, a corrupção é tão transversal e prejudicial que muitos meios para a combater serão sempre poucos.


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