quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Universidade dos Pés-Descalços (Bunker Roy)

«Em Rajasthan, na Índia, uma escola ensina mulheres e homens do meio rural - muitos deles analfabetos - a tornarem-se engenheiros solares, artesãos, dentistas e médicos nas suas próprias aldeias. Chama-se Universidade dos Pés-Descalços, e o seu fundador, Bunker Roy, explica como funciona.» 




«Nos últimos 40 anos, Sanjit  ‘Bunker'  Roy construiu um notável e sustentável movimento internacional que capacita as pessoas mais pobres do mundo para saírem da pobreza com dignidade, sem sacrificarem a sua cultura ou comunidade. A sua universidade produz o tipo de resultados holísticos que organizações de solidariedade e ONG podem apenas sonhar. Refletindo sobre o processo que o levou, e à comunidade a que ele constantemente dá créditos, a este ponto, e na reação das instituições privilegiadas em que ele foi educado, ele gosta de citar o seu guru, Mahatma Gandhi: "Primeiro eles ignoram-te , depois riem-se de ti, depois lutam contigo  e então tu vences ".»

Fonte (também da imagem): tradução do artigo de Global Environmental Society

domingo, 26 de agosto de 2012

"Incredible Edible" - Palestra TED de Pam Warhurst

«O que deve fazer uma comunidade com a sua terra não utilizada? Alimentos vegetais, é claro. Com energia e humor, Pam Warhurst no TEDSalon conta a história de como ela e uma equipa crescente de voluntários se uniram para transformar parcelas de terra não utilizadas em jardins comestíveis comunitários, e de como mudar o modo como as comunidades encaram os alimentos

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Pam Warhurst é co-fundadora de “Incredible Edible”, uma iniciativa dedicada à produção local de de alimentos através do cultivo, pela comunidade, em terra não utilizada, em Todmorden, Inglaterra»


Fonte: Tradução do texto no site da palestra TED "Pam Warhurst: How we can eat our landscapes"



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 «Pam Warhurst é co-fundadora do Movimento  "Incredible Edible"  um movimento que vem crescendo em Todmorden (Yorkshire, Inglaterra) desde 2008. "Incredible Edible" tem como objectivo levar as pessoas a pensar e a envolver-se na produção local de alimentos. 
Os moradores são incentivados a transformar a sua envolvente em "espaços públicos comestíveis” espaços públicos através do cultivo de alimentos onde é possível - incluindo parques de estacionamento, bares, ruas e escolas. Inicialmente o projeto adotou uma abordagem de guerrilha de jardinagem, mas logo começaram a se aproximar dos responsáveis dos setores público e privado para obter a permissão de plantar em espaços não utilizados. 
Desde então, a equipa de "Incredible Edible" tem trabalhado com o Conselho de Calderdale para tornar mais fácil às pessoas e organizações a plantar em terras de propriedade do Conselho, e formaram parcerias com instituições públicas, como escolas e empresas de transporte. Todas as escolas de Todmorden estão agora envolvidas no movimento. 
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Desafiando as noções do que as pessoas podem criar fisicamente na esfera pública, esse projeto não tem filiação formal e todos os moradores são incentivados a participar como e quando podem. Enquanto "Incredible Edible"  é liderada por um grupo de moradores, a equipa tornou-se uma voz do movimento de alimentação sustentável, dando palestras e visitando organizações em todo o Reino Unido para inspirar diferentes maneiras de pensar em alimentos. 
Pamela torna explícito que este projeto trata de ação em vez de retórica, e busca continuamente oportunidades para as pessoas se envolverem e verem os frutos de seu trabalho.»
 Fonte: Tradução do artigo de Nesta: Pamela Warhurst:Incredible Edible Todmorden

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Fukuoka e os limites do método científico

«Os pesquisadores deviam ser filósofos antes de se tornarem pesquisadores. Deviam questionar-se sobre qual é o objectivo do Homem e o que é que a humanidade deve criar. Os médicos deviam começar por determinar aquilo que é fundamental na vida do Homem.Ao aplicar as minhas teorias à agricultura, experimentei o cultivo de cereais de Inverno de diversas maneiras, com a ideia constante de desenvolver um método que estivesse próximo da Natureza. Consegui-o suprimindo as práticas agrícolas inúteis.

Mas a agricultura científica moderna não vê as coisas desta maneira. A pesquisa erra à aventura, e cada pesquisador mais não vê do que uma parte da quantidade infinita de factores naturais que afectam o rendimento das colheitas. Além disso, estes factores naturais mudam de lugar para lugar e de ano para ano.

Num mesmo campo, o agricultor deve, em cada ano, cultivar de forma diferente consoante as variações do clima, as populações de insectos, o estado do solo e inúmeros outros factores naturais. A Natureza está em toda a parte em perpétuo movimento; as condições nunca são exactamente as mesmas em dois anos seguidos.

A pesquisa moderna divide a Natureza em pequenos pedaços e leva a cabo experiências que não são conformes nem à lei da Natureza nem à prática. Os resultados são adaptados de acordo com as conveniências da investigação e não com as necessidades do camponês. Pensar que as conclusões da investigação podem ser infalivelmente aplicadas no campo do agricultor é um grave erro.
(...)

Neste momento fala-se muito nos benefícios do "movimento do Bom arroz" e da "Revolução Verde". Dado que estes métodos estão subordinados a variedades de sementes fracas "melhoradas", o agricultor deve recorrer a produtos químicos e a insecticidas 8 a 10 vezes durante a estação de crescimento. Em pouco tempo os microorganismos e a matéria orgânica ficam queimados. A vida do solo é destruída e as colheitas acabam por ficar dependentes de matérias nutritivas fornecidas a partir do exterior sob a forma de fertilizante químico.

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Embora as coisas pareçam resultar melhor quando o camponês aplica as técnicas "científicas", isso não significa que a ciência deva vir em nosso socorro porque a fertilidade natural é insuficiente por natureza. Isso significa que que esse recurso torna-se necessário porque a fertilidade natural foi destruída.

Espalhando palha nos campos, fazendo crescer trevo, devolvendo ao solo todos os resíduos orgânicos, a terra acaba por possuir todas as matérias nutritivas necessárias ao arroz, e aos cereais de Inverno no mesmo campo, todos os anos. Através da agricultura selvagem, os campos danificados pelo cultivo ou pela utilização de compostos químicos agrícolas podem ser efectivamente recuperados.»

Texto de Masanobu Fukuoka (1913-2008), extraído do capítulo "Limites do método científico" do seu livro "A Revolução de Uma Palha", 1975, Editora Via Óptima, 2008

Um livro que todos os agricultores, aspirantes a agricultores e curiosos da agricultura deviam ler! E cientistas também!


(Nota de 14/12/2013: livro disponível para download aqui)


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Pela felicidade humana

"Pobre não é o que tem pouco, mas sim o que necessita infinitamente muito e deseja, deseja, mais e  mais" - citação de Pepe Mujica,  presidente do Uruguai, na Conferência Rio+20, no passado mês de Junho. O seu discurso merece ser ouvido: 

terça-feira, 21 de agosto de 2012

"Utopia no Quintal - Permacultura e Cidade"

"A Permacultura é um conceito que reúne técnicas e práticas visando a convivência sustentável entre o homem e o planeta. O vídeo-documentário Utopia no Quintal – Permacultura e Cidade apresenta exemplos de pessoas que adotaram algumas dessas práticas em suas rotinas, provando que é possível aliar a preservação do meio ambiente à vida corrida das grandes cidades."



Utopia no Quintal - Permacultura e Cidade from Fernando Moura on Vimeo.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Educar com a natureza (entrevista a Satish Kumar)

Imagem obtida em
The National Gallery
Nesta entrevista a Satish Kumar en Maiorca (por Micky Cabot, Françoise Polo, Rosa Estades e Alberto Fraile) Satish fala da importância dos jardins nas escolas, de educar conectando com a natureza.
Foto minha

Fala também da necessidade de educar não só a cabeça (parte racional), mas também o coração (parte emocional) e as mãos (a capacidade de fazer coisas, como cultivar e cozinhar).

Não vale a pena dizer mais nada, o melhor mesmo é ouvir a entrevista!



Satish Kumar nasceu na Índia em 1936, é um activista pela paz e pelo ambiente há mais de 50 anos. Inspirado em Mahatma Gandhi e em Bertrand Russel, Satish já foi monge jainista (religião de Gandhi), e em 1973 estabeleceu-se no Reino Unido assumindo o cargo de editor da revista Resurgence desde então. É um dos co-fundadores do Schumacher College (South Devon, Inglaterra), uma universidade diferente e inovadora quer pelo seu foco na sustentabilidade quer pelos métodos de ensino que pratica.