quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Transformando bicicletas velhas em “bicimáquinas”

Uma verdadeira ideia de transição: transformar bicicletas velhas em “bicimáquinas”!  Uma associação na Guatemala (Associação Maya Pedal) transforma peças de bicicleta em máquinas movidas a pedal, as "bicimáquinas". 

Veja o artigo completo em EcoDesenvolvimento.org

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

"Como enfrentar a sexta extinção em massa?" por Leonardo Boff


por Leonardo Boff, 26/02/2012

«Referimo-nos anteriormente ao fato de o ser humano, nos últimos tempos, ter inaugurado uma nova era geológica – o antropoceno – era em que ele comparece como a grande ameaça à biosfera e o eventual exterminador de sua própria civilização. Há muito que biólogos e cosmólogos estão advertindo a humanidade de que o nível de nossa agressiva intervenção nos processos naturais está acelerando enormemente a sexta extinção em massa de espécies de seres vivos. Ela já está em curso há alguns milhares de anos. Estas extinções, misteriosamente, pertencem ao processo cosmogênico da Terra. Nos últimos 540 milhões de anos ela conheceu cinco grandes extinções em massa, praticamente uma em cada cem milhões de anos, exterminando grande parte da vida no mar e na terra. A última ocorreu há 65 milhões de anos quando foram dizimados os dinossauros entre outros.

Até agora todas as extinções eram ocasionadas pelas forças do próprio universo e da Terra a exemplo da queda de meteoros rasantes ou de convulsões climáticas. A sexta está sendo acelerada pelo próprio ser humano. Sem a presença dele, uma espécie desaparecia a cada cinco anos. Agora, por causa de nossa agressividade industrialista e consumista, multiplicamos a extinção em cem mil vezes, diz-nos o cosmólogo Brian Swimme em entrevista recente no Enlighten Next Magazin, n.19. Os dados são estarrecedores: Paul Ehrlich, professor de ecologia em Standford calcula em 250.000 espécies exterminadas por ano, enquanto Edward O. Wilson de Harvard dá números mais baixos, entre 27.000 e 100.000 espécies por ano (R. Barbault, Ecologia geral 2011, p.318).

O ecólogo E. Goldsmith da Universidade da Georgia afirma que a humanidade ao tornar o mundo cada vez mais empobrecido, degradado e menos capaz de sustentar a vida, tem revertido em três milhões de anos o processo da evolução. O pior é que não nos damos conta desta prática devastadora nem estamos preparados para avaliar o que significa uma extinção em massa. Ela significa simplesmente a destruição das bases ecológicas da vida na Terra e a eventual interrupção de nosso ensaio civilizatório e quiçá até de nossa própria espécie. Thomas Berry, o pai da ecologia americana, escreveu:”Nossas tradições éticas sabem lidar com o suicídio, o homicídio e mesmo com o genocídio mas não sabem lidar com o biocídio e o geocídio”(Our Way into the Future, 1990 p.104).

Podemos desacelerar a sexta extinção em massa já que somos seus principais causadores? Podemos e devemos. Um bom sinal é que estamos despertando a consciência de nossas origens há 13,7 bilhões de anos e de nossa responsabilidade pelo futuro da vida. É o universo que suscita tudo isso em nós porque está a nosso favor e não contra nós. Mas ele pede a nossa cooperação já que somos os maiores causadores de tantos danos. Agora é a hora de despertar enquanto há tempo.

O primeiro que importa fazer é renovar o pacto natural entre Terra e Humanidade. A Terra nos dá tudo o que precisamos. No pacto, a nossa retribuição deve ser o cuidado e o respeito pelos limites da Terra. Mas, ingratos, lhe devolvemos com chutes, facadas, bombas e práticas ecocidas e biocidas.

O segundo é reforçar a reciprocidade ou a mutualidade: buscar aquela relação pela qual entramos em sintonia com os dinamismos dos ecossistemas, usando-os racionalmente, devolvendo-lhes a vitalidade e garantindo-lhes sustentabilidade. Para isso necessitamos nos reinventar como espécie que se preocupa com as demais espécies e aprende a conviver com toda a comunidade de vida. Devemos ser mais cooperativos que competitivos, ter mais cuidado que vontade de submeter e reconhecer e respeitar o valor intrínseco de cada ser.

O terceiro é viver a compaixão não só entre os humanos mas para com todos os seres, compaixão como forma de amor e cuidado. A partir de agora eles dependem de nós se vão continuar a viver ou se serão condenados a desaparecer. Precisamos deixar para trás o paradigma de dominação que reforça a extinção em massa e viver aquele do cuidado e do respeito que preserva e prolonga a vida.

No meio do antropoceno, urge inaugurar a era ecozóica que coloca o ecológico no centro de nossas atenções. Só assim há esperança de salvar nossa civilização e de permitir a continuidade de nosso planeta vivo.»


Fonte: leonardoBOFF.com (negrito meu)

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Quer ser um bom consumidor?

Hoje em dia, somos considerados "consumidores" como se o nosso papel nesta vida fosse "comprar" e não viver! Com as desculpas de que precisamos de consumir para estimular a economia e para estarmos "na moda", a publicidade e todo um sistema económico falhado impingem-nos incessantemente necessidades falsas. E quanto mais consumimos, mais recursos gastamos, mais lixo produzimos. E enquanto os recursos do planeta são esgotados pela civilização do consumo, outras civilizações, sobretudo no hemisfério sul, são privadas de viver com o mínimo à medida que são invadidas pela acção predadora e devastadora de grandes corporações.

Já é tarde para que se comece a pensar com a própria cabeça, mas mais vale tarde que nunca. No entanto, a crise (que ainda está no princípio) irá ser a ferramenta mais poderosa para lutar contra essa lavagem ao cérebro que nos fazem desde que nascemos.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Luta Contra a Monsanto

Imagem obtida em CrooksAndLiars, créditos para Dropstone Farms
A luta contra a gigante multinacional Monsanto, fabricante de pesticidas e sementes geneticamente modificadas, finalmente começa a ter algum impacto, não só na Índia como na sua terra-mãe, nos EUA, onde centenas de milhares de agricultores biológicos já começam a agir em conjunto. 

Também recentemente a França solicitou à Comissão Europeia a suspensão da autorização para semear a variedade de milho transgénico MON810 (Fonte: Folha.com). Aliás, "Desde fevereiro de 2008, o uso da variedade de milho MON 810 da companhia norte-americana de biotecnologia Monsanto foi proibido pelo governo francês em virtude dos riscos à saúde e ao meio ambiente." (Fonte: RuralBr Agricultura)

"Na União Europeia há apenas dois transgénicos autorizados para cultivo: trata-se do milho MON 810, da Monsanto, e da batata Amflora, da BASF (esta última não está aprovada para consumo humano, a não ser como contaminante). No entanto há muitas variedades de transgénicos autorizadas para importação, vindas de países como os Estados Unidos e Argentina, e que depois são cá usados livremente, quer na alimentação humana quer animal
... 
Em Portugal, segundo números oficiais, o cultivo de milho transgénico em 2009 ocupou cerca de 5200 hectares. ... Em Portugal a área cultivada com milho transgénico é menos de 5% da área total cultivada com milho" (Fonte: Plataforma Transgénicos Fora, dados de 2009)

O artigo que se segue, de Roberto Cesar, obtido na sua página Rcesar.net, explica de forma sucinta e clara a forma de atuação dessa gigante sem escrúpulos:

25 de fevereiro de 2012, by rcesar

"Vocês já assistiram algum filme de ficção científica onde no futuro existe uma empresa que domina o mundo, controla a vida de todos os cidadãos do planeta em todos os aspectos, o que eles comem, vestem, como se divertem. Dominam também os governos, ditam as leis, e a maioria da população nem percebe o que está se passando a sua volta?

Se depender dos congressistas americanos esse cenário se tornará real num futuro não muito distante e essa empresa chama-se Monsanto.

Se você quer conhecer melhor a Monsanto, faça o seguinte teste: entre no site de busca de sua preferência e digite apenas a palavra “monsanto” e veja quanta informação negativa sobre esta empresa.

A Monsanto produz sementes geneticamente modificadas que são resistentes ao pesticida Round Up, também fabricado pela Monsanto. Como a Monsanto detém a patente deste gene nenhum produtor pode usar suas sementes sem o seu consentimento. O produtores são proibidos de guardar sementes, tendo que comprar sementes da Monsanto para a safra seguinte.

A Monsanto Tem um time de investigadores que percorre o país procurando por violadores da sua patente. Quando um produtor que não comprou sementes da Monsanto tem sua lavoura contaminada com o gene patenteado (via polinização de outras lavouras próximas) ele é processado pela Monsanto e é obrigação do produtor provar que ele é que foi contaminado.

Normalmente, os pequenos produtores não conseguem brigar com a Monsanto e na maioria dos casos são obrigados a sair do negócio e pedir falência.

A grande discussão em torno desse assunto foi a aprovação do congresso americano da lei que permite patentear um gene, um elemento da vida. Isso cria um precedente enorme, especialmente porque o gene é um elemento da vida animal e vegetal, e pode se propagar sem controle, mas o “dono” desse gene poderá cobrar os seus direitos sobre seres vivos que carregam este gene.

Imagine um situação hipotética, no futuro, uma empresa consegue criar e patentear o gene que permite que seres humanos sejam imunes ao câncer ou Alzeimer, e que um um casal resolva comprar esse gene e ter um filho isento dessas doenças. Essa criança, quando se tornasse adulto, só poderia ter filhos com o consentimento (e pagamento) a essa empresa pois o gene que carrega em seu corpo é patenteado.

A boa notícia é que os pequenos produtores estão se associando para lutar contra a Monsanto.


No ano passado, 270.000 agricultores orgânicos de cerca de 60 fazendas operadas por famílias tentaram levar a Monsanto ao tribunal por questões relativas a semente geneticamente modificada desenvolvida pela empresa. Os pequenos produtores orgânicos estão preocupados não somente com a questão de como as sementes produzidas pela Monsanto foram levadas pelo vento ou animais para suas plantações, mas também com um problema muito maior que é a Monsanto processando esses produtores. Monsanto perseguiu centenas de agricultores por uso não autorizado de suas sementes patenteadas depois que investigações constataram que suas fazendas continham os produtos da Monsanto – como resultado da polinização por animais e atos da natureza. Incapazes de pagar uma defesa adequada, os pequenos fazendeiros foram compradas pela empresa em massa. Como resultado, a Monsanto viu os seus lucros aumentarem em centenas de milhões de dólares ao longo dos últimos anos. Entre 1997 e 2010, a Monsanto processou 144 fazendas orgânicas e investigou cerca de 500 plantações por ano durante esse período com o que é chamado “polícia das sementes.”
Os fazendeiro estão preocupados que a menos que a Monsanto seja parada, o seu reinado sobre a agricultura mundial vai superar qualquer coisa imaginável.

Eu espero que os pequenos produtores tenham sucesso nessa empreitada, pois como diz o artigo, a Monsanto tem que ser parada senão em pouco tempo ela dominará o mundo."

E eu também espero. Há que deter este monstro!!!

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Bancos cooperativos

E se os bancos existissem para ajudar as pessoas que precisam e não para enriquecer ricos e banqueiros? Não deveria ser aquela a sua razão de existir? E se a sua função real é enriquecer ricos e banqueiros e empobrecer comunidades inteiras e países, não deviam ser banidos e proibidos?

Mas, quando as comunidades sabem o poder que têm e cooperam, há alternativa! Vejam os exemplos de bancos cooperativos: o banco JAK, na Suécia e banco Palmas, no Ceará, Brasil, que alia o microcrédito local à moeda local.


JAK Bank Report (2007) LEGENDADO PT (O Banco que não cobra juros!) from banco jak on Vimeo.



O texto que se segue é a explicação do funcionamento do banco JAK que consta no site do Youtube com o vídeo legendado em português:

"(Uma reportagem sobre um Banco Cooperativa que não cobra juros nos empréstimos! Gravada na Suécia e na Alemanha em Agosto de 2007.)

Na Suécia existe uma cooperativa com 36 500 membros com um crescimento associativo anual de 5%, onde os seus membros membros emprestam dinheiro uns aos outros sem cobrar quaisquer taxa de juro e que acabou por se tornar num banco, propriedade dos seus associados, um banco que não cobra taxas de juro. Não se trata de um conto de fadas, esse banco existe, situa-se na Suécia e chama-se JAK Medlemsbank. Além de ser uma instituição bancária, esta associação é sobretudo um movimento social criado em 1965 e reconhecido oficialmente como banco em 1997. Este sistema financeiro inovador está assim muito próximo da economia real, não necessita de ir buscar dinheiro aos mercados financeiros especulativos, prova que é possível emprestar dinheiro sem juros e que existem soluções para uma sociedade mais justa.

O sistema é relativamente simples, um associado que necessita de um empréstimo, terá, ao mesmo tempo o que o reembolsa mensalmente, de criar uma conta paralela de poupança de igual montante durante o mesmo período do empréstimo. No fim, quando acabar de pagar o empréstimo, poderá levantar a totalidade dessa sua conta paralela de poupança. Durante esse período, o banco vai utilizar essa conta poupança para financiar outros associados. No final o empréstimo não terá sido sujeito a qualquer taxa de juros.  Um exemplo prático:

Um dos sócios, com um depósito nulo no banco, necessita de 14 000 euros para um período de 11 anos. Vai ter de pagar:
15 euros por mês de despesas de funcionamento
106 euro por mês de reembolso do empréstimo
106 euros por mês numa conta poupança obrigatória
No total deverá pagar por mês 15 + 106 + 106 = 227 euros por mês
Ao fim de 11 anos, o empréstimo estará pago e simultâneamente, a sua conta poupança terá 14 000 euros, que poderá levantar ou deixar para a eventualidade de ter de vir a pedir outro empréstimo e nesse caso terá que criar uma conta poupança obrigatória de um montante inferior.

Numa economia como a nossa, baseada nas taxas de juros, o dinheiro é transferido dos mais pobres para os mais ricos, até se concentrar nas mãos de uma minoria. Actualmente a massa total do dinheiro que circula no mundo, é constituída, quase exclusivamente, pelo dinheiro proveniente das dividas e das suas taxas de juros. Este dinheiro especulativo não assenta em qualquer valor real, isto é em bens e serviços.

É o crescimento exponencial dessa massa monetária especulativa que irá acabar por atingir um ponte de rotura e provocará o desmoronamento da economia mundial tal como a conhecemos actualmente.

Esta iniciativa bancária prova que é possível construir uma economia sustentável e mais equitativa."

(Nota: O vídeo do banco JAK já aqui passou em 30/10/2011 integrado no post "Urge uma nova economia, e o futuro começa agora!", assim como a sugestão para o banco Palmas)

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Famalicão é "Onde vamos parar" no sábado

O Grupo Famalicão em Transição apresenta a primeira exibição pública em Portugal do documentário de Timothy S. Bennett:


no próximo sábado, dia 18 de Fevereiro, às 14:00 horas,
na Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco,
em Vila Nova de Famalicão.

Trata-se de um inquietante documentário que aborda o estado atual desta civilização, através do testemunho de especialistas em áreas como população, alterações climáticas e pico do petróleo.


A sessão , primeira de um conjunto de 3, inclui debate/tertúlia com o convidado Francisco Flórido, do Movimento Terra Solta, que tem desenvolvido um importante trabalho em agricultura urbana em comunidades do Porto e Aveiro.

A entrada é gratuita, mas pede-se a inscrição através do mail famalicaom@gmail.com. Sugere-se aos participantes um donativo simbólico para contribuição nas despesas. Nesta 1ºsessão, não se aconselha a participação de menores de 15 anos.

Ataque em debelação

Na sequência do ataque informático de que este blogue foi vítima, tive de retirar todos os bannerswidgets com ligações a outros sites, inclusive páginas, para que a Google verificasse se o mesmo estava livre de software malicioso.

Neste momento, a Google informa que este blogue está "limpo", mas que levará algum tempo a remover os avisos de "malware".


Os meus pedidos de desculpas aos visitantes deste blogue que depararam com um aviso de vírus ou software malicioso, e sobretudo aos autores de outros blogues que também tiveram problemas por ligarem para aqui.

Agradeço muito a quem  visitar este blogue sem problemas que deixe aqui um comentário nesse sentido. OBRIGADA


Alvo de ataque

Este blogue foi alvo de ataque informático, e encontra-se a aguardar análise da Google para verificar se o problema foi resolvido.

Entretanto, e enquanto o problema não é resolvido, um backup das mensagens já publicadas estão disponíveis no site temporário:


terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Fukuoka e os legumes limpos

Extrato do capítulo "Criar legumes como se fossem plantas selvagens" do livro "A Revolução de Uma Palha", 1975, do japonês Masanobu Fukuoka (1913-2008), que com a sua agricultura selvagem, sem químicos, sem máquinas e com pouco trabalho, foi o precursor do conceito da permacultura:

Imagem obtida em Create&Share
«Falemos agora dos legumes. Tanto pode tratar-se de uma horta para consumo doméstico ou de cultivo em campo.

Em relação à horta basta dizer que devemos cultivar os legumes certos no momento certo num solo preparado com composto orgânico e estrume. No Japão antigo, o método para cultivar legumes de consumo doméstico misturava-se harmoniosamente com o modo de vida natural. As crianças brincavam sob as árvores de fruta da horta. Os porcos comiam os restos da cozinha e patinhavam em círculos. Os cães ladravam e brincavam enquanto o camponês semeava a terra fértil. Minhocas e insectos cresciam junto com os legumes, as galinhas debicavam as minhocas e punham ovos para as crianças. 

Era assim que, há não mais de vinte anos, a família rural típica cultivava os seus legumes.


Preveniam-se as doenças das plantas fazendo crescer as culturas tradicionais no momento certo, conservando o solo de boa saúde fazendo regressar à terra de todos os resíduos orgânicos, e praticando a rotação de culturas. Os insectos nocivos eram apanhados à mão ou comidos pelas galinhas. Na parte sul de Shikoku, havia uma espécie de galinhas capazes de comer as minhocas e os insectos sem esgaravatar as raízes nem estragar as plantas.


Algumas pessoas poderão mostrar-se inicialmente cépticas quanto à ideia de usar o esterco animal e os dejectos humanos. É que hoje as pessoas querem legumes "limpos". Por isso, os agricultores cultivam-nos em estufas quentes sem utilizar terra alguma. Culturas em cascalho, culturas em areia e culturas hidropónicas tornam-se cada vez mais populares. Os legumes desenvolvem-se graças a substâncias químicas e a luz é filtrada através de toldos de vinil. Parece estranho que as pessoas tenham acabado por pensar que estes legumes cultivados quimicamente são "limpos" e saudáveis para consumo. Os alimentos que cresceram num solo equilibrado através da acção das minhocas, dos microorganismos e dos esterco animal em decomposição são os mais limpos e sadios de todos.»

 Fonte: "A Revolução de Uma Palha", Masanobu Fukuoka, Editora Via Óptima, 2008

(Nota de 14/12/2013: livro disponível para download aqui)

sábado, 11 de fevereiro de 2012

"A floresta numa garrafa"

Documentário da BBC "Forest in a Bottle" sobre o montado de sobreiros, no Alentejo. O Montado de Sobro é um ecossistema onde a vida selvagem prospera. No entanto, a substituição da cortiça nas rolhas nas garrafa de vinho por outros materiais coloca em risco a preservação desta biodiversidade.

"Espectacular documentário sobre a vida selvagem dos montados de sobreiros em Portugal. Defenda um dos ecossistemas mais ricos da Europa preferindo rolhas de cortiça." (Fonte: ecologicalcork.com/)


Documentário: "Forest in a Bottle" from EcoLogicalCork.com on Vimeo.

Saiba mais sobre o Montado de Sobro e a cortiça em:


domingo, 5 de fevereiro de 2012

ACTA - ameaça subreptícia

"Recentemente os projetos de lei antipirataria SOPA e PIPA, que dariam a criadores de conteúdo um poder absurdo sobre a internet, entraram na pauta do mundo inteiro depois que diversos sites fizeram blecautes em protesto. Porém, uma ameaça mais insidiosa está se espalhando, de maneira menos barulhenta: é o ACTA (Anti-Counterfeiting Trade Agreement), que quer implementar propostas semelhantes às da SOPA e PIPA no mundo inteiro." Fonte: Gizmodo Brasil, de 26/01/2012

"Depois de três anos de negociações, o Anti-Counterfeiting Trade Agreement (Acta) foi assinado no sábado, 1, em Tóquio, prometendo endurecer radicalmente as regras antipirataria em todo o mundo. Estados Unidos, Canadá, Coreia do Sul, Japão, Marrocos, Cingapura, Austrália e Nova Zelândia são os primeiros signatários, mas outros países – como México, Suíça e membros da União Europeia – podem aderir até 1º de maio de 2013." Fonte:  Estadão, de 02/10/2011

Para mais informação sobre a ACTA, que ameaça a liberdade e os direitos das pessoas, veja o vídeo abaixo e visite as fontes referidas acima e o site http://www.stopacta.info/. E esta ameaça não se fica pela censura na internet, como as já referidas propostas americanas SOPA e PIPA, vai muito mais longe... incluindo patentes sobre sementes e impedimentos a medicamentos genéricos.

Assine a petição da AVAAZ contra a ACTA ao Parlamento Eurpeu, onde a proposta será votada em Junho de 2012, em: http://www.avaaz.org/po/eu_save_the_internet/

sábado, 4 de fevereiro de 2012

As bases da produção biológica de alimentos

O vídeo abaixo, intitulado "Alimento orgânico: o sonho da autossuficiência" é uma verdadeira lição sobre os fundamentos básicos de produção biológica de alimentos.

"O protagonista dessa história é o agricultor orgânico, Jorge Studer, que nos recebeu no Sítio Aredês, sua propriedade no município de Teresópolis, região serrana do estado do Rio de Janeiro. Depois de largar a carreira de administrador na Suíça, virou agricultor e mudou-se para o Brasil. O objetivo principal de Jorge é alcançar a total subsistência, vendendo somente o excedente da produção.

De acordo com o produtor, esse é um caminho viável para agricultores conquistarem maior autonomia e independência, livres da necessidade de compra de insumos agrícolas (como agrotóxicos). Sua propriedade, de 48 hectares, é uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) e protege integralmente 40% de sua área. Localizado na Zona de Amortecimento do Parque Estadual dos Três Picos é um exemplo de atividade sustentável na região."  Fonte: O ECO - Vídeos

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Charcos com Vida

Os charcos não são poças de água suja! São pequenas massas de água, permanentes ou temporárias, cruciais para a preservação dos ecossistemas. Infelizmente, nos séculos passados o Homem empreendeu uma luta contra os charcos, aterrando-os e eliminando-os para construir ou agricultar, reduzindo, assim, a biodiversidade dos ecossistemas. Atualmente, cerca de um terço dos anfíbios estão ameaçados de extinção, extinção esta a que a eliminação dos charcos não é alheia.

Os textos que se seguem, neste Dia Mundial das Zonas Húmidas, são da autoria do Cibio (Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto), no âmbito da campanha "Charcos com Vida", que muito têm feito no sentido da informação e preservação dos charcos e dos anfíbios.

"Para comemorar o Dia Mundial das Zonas Húmidas, o projecto Charcos com Vida lançou um poster sobre a Biodiversidade destes importantes habitats aquáticos. Este poster (tamanho 50x70cm, papel reciclado), com ilustração de Marcos Oliveira , será distribuído gratuitamente para todas as entidades inscritas no projecto e poderá ser adquirido por 2€ + portes de envio (geral@charcoscomvida.org).

Em simultâneo publicamos hoje no site do projecto uma animação desta imagem com informação sobre a biodiversidade ilustrada."


Visitem: www.charcoscomvida.org/biodiversidade/a-vida-de-um-charco

"O que é um charco?

Os charcos são massas de água parada ou de corrente muito reduzida, de carácter permanente ou temporário, de tamanho superior a uma poça (pequena massa de água efémera, que normalmente é possível atravessar com um só passo) e inferior a um lago (massa de água com mais de 1 hectare (ha.) de superfície e uma profundidade que permite a sua estratificação). A duração dos charcos pode ser muito variável consoante o clima e a geologia do local, mas para os objectivos deste projecto considera-se que deverão ter uma duração mínima de quatro meses.
...
Os charcos são ecossistemas frágeis e instáveis, uma vez que, devido às suas reduzidas dimensões e volume de água, pequenas alterações do meio ou do regime de chuvas podem originar grandes flutuações ou mudanças ecológicas.

Os charcos podem apresentar níveis de biodiversidade muito superiores quando comparados com grandes massas de água, como lagos e lagoas, podendo mesmo considerar-se hotspots de biodiversidade em termos locais.
...
Devido à sua fragilidade, singularidade e riqueza ecológica, os charcos temporários mediterrânicos estão inscritos no Anexo I da Directiva Habitats como habitats prioritários em termos de conservação (habitat 3170), o que proíbe por lei a sua destruição e exige a designação de Zonas Especiais de Conservação (ZEC) para garantir a sua preservação. Apesar disso, a realidade mostra uma regressão generalizada destes habitats em toda a bacia mediterrânica. "

Fonte e texto completo em Charcos com Vida  - O que é um charco?