quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Charcos com Vida

Os charcos não são poças de água suja! São pequenas massas de água, permanentes ou temporárias, cruciais para a preservação dos ecossistemas. Infelizmente, nos séculos passados o Homem empreendeu uma luta contra os charcos, aterrando-os e eliminando-os para construir ou agricultar, reduzindo, assim, a biodiversidade dos ecossistemas. Atualmente, cerca de um terço dos anfíbios estão ameaçados de extinção, extinção esta a que a eliminação dos charcos não é alheia.

Os textos que se seguem, neste Dia Mundial das Zonas Húmidas, são da autoria do Cibio (Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto), no âmbito da campanha "Charcos com Vida", que muito têm feito no sentido da informação e preservação dos charcos e dos anfíbios.

"Para comemorar o Dia Mundial das Zonas Húmidas, o projecto Charcos com Vida lançou um poster sobre a Biodiversidade destes importantes habitats aquáticos. Este poster (tamanho 50x70cm, papel reciclado), com ilustração de Marcos Oliveira , será distribuído gratuitamente para todas as entidades inscritas no projecto e poderá ser adquirido por 2€ + portes de envio (geral@charcoscomvida.org).

Em simultâneo publicamos hoje no site do projecto uma animação desta imagem com informação sobre a biodiversidade ilustrada."


Visitem: www.charcoscomvida.org/biodiversidade/a-vida-de-um-charco

"O que é um charco?

Os charcos são massas de água parada ou de corrente muito reduzida, de carácter permanente ou temporário, de tamanho superior a uma poça (pequena massa de água efémera, que normalmente é possível atravessar com um só passo) e inferior a um lago (massa de água com mais de 1 hectare (ha.) de superfície e uma profundidade que permite a sua estratificação). A duração dos charcos pode ser muito variável consoante o clima e a geologia do local, mas para os objectivos deste projecto considera-se que deverão ter uma duração mínima de quatro meses.
...
Os charcos são ecossistemas frágeis e instáveis, uma vez que, devido às suas reduzidas dimensões e volume de água, pequenas alterações do meio ou do regime de chuvas podem originar grandes flutuações ou mudanças ecológicas.

Os charcos podem apresentar níveis de biodiversidade muito superiores quando comparados com grandes massas de água, como lagos e lagoas, podendo mesmo considerar-se hotspots de biodiversidade em termos locais.
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Devido à sua fragilidade, singularidade e riqueza ecológica, os charcos temporários mediterrânicos estão inscritos no Anexo I da Directiva Habitats como habitats prioritários em termos de conservação (habitat 3170), o que proíbe por lei a sua destruição e exige a designação de Zonas Especiais de Conservação (ZEC) para garantir a sua preservação. Apesar disso, a realidade mostra uma regressão generalizada destes habitats em toda a bacia mediterrânica. "

Fonte e texto completo em Charcos com Vida  - O que é um charco?

5 comentários:

  1. Ha muitos anos, teria eu uns 13 ou 14 anos, passava sempre por um pequeno charco quando ia e vinha da doutrina. Nem sei se era um charco porque era bem pequeno, mas tinha muita vida, essencialmente rãs e girinos. Também tinha outros animais principalmente aves mas o que me lembro mais era as rãs. Eu gostava de ficar ali algum tempo a observar aquilo mas um dia o charco foi destruído. Ficava num sitio privado. Ainda hoje recordo esse charco que foi das minhas primeiras experiências com a natureza.

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  2. Olá Bruno

    Também eu tenho recordações (de há muitos anos) de passar e ficar a olhar para os charcos a pulular de vida, com os seus alfaiates, girinos, rãs e uma panóplia de outros seres. Mas foram desaparecendo, desaparecendo... felizmente que há quem se dedique a tentar recuperar e informar sobre a sua importância, a ver se deixam de os "aterrar" com terra , alcatrão, cimento ou lixo!


    Obrigada e uma boa semana

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  3. Boa tarde
    Manuel Araújo
    Precisava se me pudesse informar via email, se existe alguma legislação sobre jurisdição de charcos localizados, em propriedade privada nas zonas rurais á beira e ou confinante com a via pública, a quem compete a preservação do mesmo, relativo a limpeza, tratamento da vegetação, corte dos canaviais que eventualmente estejam a prejudicar e sem alguma vedação de proteção sobre a via pública.
    Cumprimentos
    João Manuel
    camjoao@gmail.com

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  4. Boa tarde
    Averiguando e pesquisando cheguei a conclusão:
    CHARCO - São leitos/ massas de águas paradas, poderá considerar-se linha de água e de Recurso Hídrico, estando abrangido pelo DL/54/2005 (que estabelece a titularidade dos recursos hídricos) alterado pela lei da água através do DL/130/12, em zonas abrangidas pelo perímetro urbano, os particulares carecem de autorização das autarquias no caso de necessidade de intervenção dos charcos, relativo a limpeza, tratamento da vegetação, corte dos canaviais, iclui aterros ou movimentação de terras do mesmo, fora do perímetro urbano carecem de autorização da “APA” – Agência Portuguesa do Ambiente.
    Cumprimentos
    João Manuel

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    Respostas
    1. Boa noite João Manuel
      Muito obrigada pela disponibilização da informação.
      Cumprimentos

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