sábado, 28 de maio de 2011

Rob Hopkins: Transição para um mundo sem petróleo

Rob Hopkins é co-fundador da Rede de Transição. Permacultor e professor, Rob Hopkins é um empreendedor que passou à acção a nível global, agindo localmente. Começando com a Transição na cidade do Reino Unido de Totnes (Transition Town Totnes), a rede de Transição espalhou-se pela Europa, pela América e por todo o mundo.  Mas de que transição estamos a falar?  Ouça a palestra de Rob Hopkins de 2009 no TED para entender essa transição para um mundo para além do petróleo, onde os consumos energéticos são minimizados e as comunidades se tornam mais conectadas e resilientes.
(Nota: tem legendas também em português do Brasil, em a palavra oil, que significa petróleo, foi traduzida para óleo).



Em Portugal já existem 13 comunidades em Transição registadas na rede internacional: Paredes, Pombal, Telheiras, Portalegre, Gaia, Sintra, Rio Tinto, Coimbra, Cascais, Linda-a-Velha, Aldeia das Amoreiras, e também na na Universidade do Minho e na FCUL - Univ. Lisboa. Espreite a Rede Transição e Permacultura Portugal.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Zé Claudio, filho, irmão e herói da floresta! Para sempre!

José Claudio Ribeiro da Silva e sua mulher Maria do Espírito Santo da Silva foram assassinados na passada terça-feira, dia 24 de Maio de 2011, precisamente o dia em que a Câmara de Deputados do Brasil aprovou uma alteração ao Código Florestal do Brasil. Zé Cláudio defendia a floresta. A alteração ao Código Florestal ataca a floresta. A Amazónia, as florestas,  e todos aqueles que a defendem estão de luto. A minha sentida homenagem a Zé Claudio e a todos os que foram assassinados por defenderem a floresta. 

Ouçam o que disse Zé Cláudio no TEDxAmazónia. Um homem de coragem que sabia que iria ser assassinado pelos destruidores da floresta. Zé Claudio, filho, irmão, e herói da floresta! Para sempre! Leiam mais aqui.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Carta da Mãe Natureza

Esta música de MC Tranquilo "Carta da Mãe Natureza"e o vídeo de Vasco Viana já têm uns aninhos, mas hoje dedico-a aos 410 deputados brasileiros que acabam de aprovar o Novo Código Florestal Brasileiro, facilitando assim o caminho para continuação da destruição das florestas no Brasil. Por mim, subscrevo a Nota de Repúdio publicada pelo Diêgo Lobo no blogue E Esse Tal Meio Ambiente?



Carta da Mãe Natureza - MC Tranquilo from Vasco Viana on Vimeo.

domingo, 22 de maio de 2011

Gás de Xisto ou Gás Shale

A ânsia humana e sobretudo corporativa por energia barata continua a virar este mundo do avesso. Parece que tudo vale quando ao fundo do túnel se vê uma fonte de energia. Não chega a energia nuclear com os seus resíduos eternos e riscos catastróficos (Chernobyll, Fukushima), ou os elevados riscos ambientais da extracção de petróleo a grandes profundidades (BP no Golfo do México), ou a imensa destruição de floresta e paisagem causada pela extracção de petróleo de areias betuminosas no Canadá (tar sands ou oil sands), agora a loucura é o gás shale ou gás de xisto, extraído a grandes profundidades com métodos extremamente agressivos, e, presumo eu pelo que li, sem estudos de impacte ambiental sérios.

Para apresentação a quem não conhece este gás, veja a infografia apresentada no SAPO, denominada Energia - Gás de xisto, donde retirei o texto que se segue.

"Os xistos são rochas de aspecto folheado. Elas derivam de rochas argilosas. Certos xistos contém gás preso entre as fissuras. Este é o gás metano.  Existem enormes reservas em várias partes do mundo.
Mas a extracção do gás de xisto é difícil e a técnica muito complexa. É impossível bombear este gás como é feito nas bolsas de gás natural.
Uma das técnicas é a hidro-fracturação: Com uma torre, é feita uma perfuração até atingir a camada de xistos.
Esta perfuração continua horizontalmente, por vários quilómetros. Após a perfuração, são injectadas enormes quantidades de água. A água quebra os xistos, que libertam o gás. 
Esta tecnologia necessita de não apenas milhões de litros de água, mas também de vários produtos químicos. Há ainda o risco de se espalhar pelos lençóis freáticos. "

As imagens foram obtidas por digitalização do artigo do Expresso de 21/05/2011, onde em duas páginas falam sobre as explorações deste gás, onde referem que os Estados Unidos são o maior produtor deste gás, e onde abordam os estudos e prospecções que estão a ser feitos em Portugal, designadamente na costa marítima.


Será este gás de xisto ou gás shale uma oportunidade, como nos querem fazer crer, ou será mais uma ameaça para os equilíbrios do planeta, da natureza e mesmo para da saúde humana? A resposta depende da informação que cada um possui e daquilo que quiser colocar nos pratos da balança. Para mim, o equilíbrio da natureza pesa o suficiente para achar que já está na hora de acabar com a destruição dos recursos da Terra, de diminuir os consumos energéticos e incentivar apenas fontes de energia que sejam renováveis.

Deixo aqui mais algumas ligações para artigos sobre o assunto, vistos de vários ângulos, bem como um vídeo com uma reportagem sobre os efeitos nefastos da contaminação da água, do solo, dos animais e das plantas, devida à extracção de gás na Pensilvânia, EUA. E ainda há a questão da na libertação de 4 a 8% do metano para a atmosfera, gás este com um potencial de efeito de estufa 23 vezes superior ao do CO2.

Público, 29/03/2010 
Do Petróleo ao Posto, 23/11/2010
Sky News, 09/02/2011 (em inglês)
Time, 31/03/2011 (em inglês, donde foi extraído o vídeo)
Instituto CarbonoBrasil, 13/04/2011
Controvérsia (Blog), 14/05/2011
The Oil Drum, 16/05/2011 (em inglês)

sábado, 21 de maio de 2011

Divulgação de eventos formativos ou informativos

Para quem possa estar interessado, divulgo alguns eventos no âmbito da sustentabilidade, a ocorrer nas próximas semanas, em Portugal:
ALIMENTAÇÃO VEGETARIANA

Dia  28 de Maio, a partir das 10h30, na Casa da Horta, no Porto:


Dia  29 de Maio, a partir das 10h30, na Casa da Horta, em Matosinhos:

 HORTICULTURA

Dias 28  e 29 de Maio, a partir das 10h00, no Self-Center Flôr de Lotus,  Paço de Arcos, Oeiras


RESÍDUOS


Dia 3 de Junho, a partir das 9h30, na Casa das Artes em Vila Nova de Famalicão:
  • ENCONTROS de AMBIENTE”, dedicado ao tema “Prevenção de Resíduos para um Futuro Sustentável”. Organização conjunta da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão e da RESINORTE. A participação é gratuita mas sujeita a inscrição obrigatória através do e-mail encontrosdeambiente@vilanovadefamalicao.org. Saber mais aqui.

PERMACULTURA

Dia 4 de Junho, a partir das 9h30, na Quinta da Gruta, Maia:
  • Curso de "Introdução à Permacultura" com Ricardo Marques. Organizado pela Quercus. Inscrições por e-mail para porto@quercus.pt. Preço 25 € para sócios da Quercus e 31€ para não-sócios. Saber mais aqui.
MOBILIDADE ELÉCTRICA

ADIADO para Outubro Dia  28 de Maio, no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães:




      sexta-feira, 20 de maio de 2011

      domingo, 15 de maio de 2011

      Car sharing ecológico

      No passado mês de Dezembro, em Milão, foi lançada uma rede de aluguer de veículos em sistema car-sharing para aluguer à hora - a e-vai - que se estenderá pela região da Lombardia, em Itália, até 2013.  Os veículos são levantados num ponto e podem ser deixados em outros pontos da rede. A frota é composta por automóveis eléctricos Fiat 500, Fiat Panda e  pelo quadriciclo de 2 lugares Teener.  O vídeo e as fotos são na cidade de Como, onde o serviço arrancou no passado mês de Abril.

      Em Lisboa e no Porto já existe "car-sharing" para aluguer à hora, mas falta a parte do "ecológico". A rede de abastecimento Mobi.e lá vai avançando lentamente em Portugal, estando prevista a conclusão da rede piloto para Julho deste ano. Entretanto, já existem quadriciclos eléctricos fabricados em Portugal, como é o caso do Little 4.

      Que tal seguir o exemplo de Itália e usar estes veículos menos poluentes e de preferência fabricados no nosso país para o car-sharing? Menos emissões, menos poluição, menos ruído, mais flexibilidade e promoção da economia nacional, que bem precisa!



      Claro que há que ter em atenção que os carros eléctricos só poderão ser minimamente ecológicos se as fontes energéticas que abastecem a rede de electricidade o forem! 
      Em Portugal, de acordo com dados de Março 2011 disponibilizados pela EDP, a percentagem de fontes de energia renovável na energia comercializada é superior a 50%, portanto, estes veículos são de longe preferíveis aos tradicionais a gasolina ou gasóleo.

      sexta-feira, 13 de maio de 2011

      Póstroika - reinventar a sociedade

      Primeiro, convido-vos a ver o pequeno filme "Póstroika" da DialogueStudio



      Depois, convido-vos a ler na íntegra o artigo de Paulo Pena na Visão do passado dia 3 de Maio, sobre a Islândia e intitulado "A crise levou o dinheiro, mas não a criatividade", do qual transcrevo apenas o lead :

      Foto de Bára Kristindóttir, digitalizada da revista Visão
      "O lixo diminuiu um quarto, em Reiquiavique. As prateleiras dos supermercados deixaram de ter tantos produtos importados. Algumas famílias começaram a cultivar quintais. E a tricotar camisolas. Os Range Rovers agora chamam-se game-overs. Consumir? "Isso é tão 2007..." Os bancos faliram, as famílias entraram em bancarrota, o Estado estremeceu. Veio o FMI, mas o sistema de proteção social não mudou. Democracia: é a receita dos islandeses para sair da kreppa, o nome islandês da crise. Os banqueiros vão ser julgados. O anterior primeiro-ministro vai ser acusado. A Constituição está a ser revista por cidadãos comuns. A pequena ilha nórdica quase foi ao fundo, mas está a reinventar-se"

      quinta-feira, 12 de maio de 2011

      Pelos Açores livres de OGM


      "O cultivo de variedades de organismos geneticamente modificados (OGM) é, frequentemente, contestado pelas populações de diversas partes do mundo, pelo conjunto de ameaças para a saúde pública, o ambiente e o desenvolvimento da agricultura tradicional.

      No entanto, numa atitude exemplar, representantes políticos de diversas partes do mundo já as declararão livres de OGM, como sucedeu, por exemplo, em vários municípios portugueses e na Região Autónoma da Madeira [vide zonas livres de OGM em Portugal em http://stopogm.net/?q=node/37 e declaração da Região Autónoma da Madeira em  http://dre.pt/pdf1sdip/2010/08/15700/0352703528.pdf].

      Os Açores, enquanto região rica em agricultura tradicional, primam pela sua singularidade no que respeita às práticas agrícolas, caracterizadas por uma associação com os valores naturais e agro-ambientais. Estas práticas poderiam ser fortemente ameaçadas pelo cultivo de organismos geneticamente modificados, que se baseiam num modelo de agricultura intensiva com forte recurso a produtos agro-químicos agressivos para o ambiente.

      Por outro lado, o tipo de agricultura de produção massiva associada aos OGM, em coexistência com os cultivos convencionais, poderiam colocam em causa as tradições agrícolas locais regionais, uma vez que as variedades tradicionais poderiam, facilmente, acabar por se converterem, também, em transgénicas.

      É neste sentido que os Amigos dos Açores Associação Ecológica e a  Gê-Questa – Associação de Defesa do Ambiente lançaram, hoje, uma petição que solicita aos responsáveis políticos uma atitude exemplar, baseada no Principio da Precaução, que materialize a proibição da introdução no Arquipélago dos Açores de variedades vegetais geneticamente modificadas e que a Região Autónoma dos Açores seja declarada zona livre de cultivo de variedades de OGM.
       
      Pela agricultura tradicional, saúde pública e equilíbrio ambiental assine a petição em  www.amigosdosacores.pt/ogm"

      terça-feira, 3 de maio de 2011

      A Grande História de Tudo


      Depois de ler o livro "A Teoria de Tudo" de Stephen W. Hawking, fiquei com a sensação de que, apesar de ter aprendido muita coisa, a minha ignorância aumentou! Já estava "familiarizada" com o Big Bang,  com a entropia e a segunda lei da termodinâmica, e mesmo com os buracos negros, mas para digerir melhor o princípio da incerteza, a teoria das cordas espaço curvo, quarks, quasares, e outros conceitos cosmológicos, vou aproveitar uns dias de férias e de descanso.

      E para que fiquem num comprimento de onda parecido (mas não muito), convido-vos a ouvir a Grande História pelo historiador David Christian. (Não consegui trazer o vídeo para aqui, pois dá defeito, mas cliquem na imagem para aceder à palestra; tem legendas também em português).

      Basta olharmos à nossa volta para percebermos como é verdadeira a segunda lei da termodinâmica, pois é inegável a tendência, não só do universo, como também da sociedade, para o caos.  E para o evitar ou  retardar, é necessário muita energia, muito esforço mesmo - uma luta contínua!  
       Fiquem bem, e até breve!

      segunda-feira, 2 de maio de 2011

      Apelo: Manifesto para um mundo melhor

      Este blogue adere e está com o Manifesto para um mundo melhor, publicado no dia 1 de Maio de 2011, no Público,  e que a seguir se transcreve: 


      Como cientistas sociais que partilham valores de democraticidade e de justiça social, temos estado atentos a esta crise económica internacional multifacetada e com consequências profundamente negativas no que diz respeito ao Progresso da Humanidade.

      Vive-se, na Europa e nos Estados Unidos da América, um tempo de crise económica e social profunda, onde o impacto dos mercados financeiros internacionais e da especulação nas economias nacionais se apresenta como fortemente comprometedor não apenas da retoma económica, mas também, não só da estabilidade democrática, como do aprofundamento da democracia e, consequentemente, do bem-estar social.

      Às elevadas taxas de desemprego, à precariedade e volatilidade do mercado de trabalho, resultado de políticas neoliberais protectoras e favorecedoras dos interesses do grande capital, os políticos têm vindo a responder com medidas de combate à crise profundamente fragilizadoras das classes de menor estatuto social e económico, mas sem impacto na resolução dessa mesma crise, servindo apenas para “acalmar” o apetite dos mercados financeiros internacionais através do pagamento de elevados e injustificados juros cobrados às frágeis economias nacionais. Estas medidas são apresentadas às opiniões públicas como as únicas verdadeiramente eficazes para minorar os efeitos da voracidade dos mercados financeiros internacionais desregulados, omitindo o papel daqueles na emergência e aprofundamento da crise. Esta é declarada e assumida pelos governantes e por muitos economistas como se de uma fatalidade se tratasse. Ao mesmo tempo, propaga-se a ideia (ideologia) da inviabilidade de alternativas, a par da fragilização, no caso Europeu, do seu Modelo Social assente na redistribuição económica alegando a sua insustentabilidade a médio e longo prazo e a sua subalternização à Europa da Concorrência.

      Acentua-se a responsabilidade individual e a desresponsabilização do Estado face aos grupos sociais mais vulneráveis, reduzindo as oportunidades para se realizarem enquanto cidadãos, beneficiando os mais poderosos em prejuízo dos mais desfavorecidos.

      O ataque ideológico ao Modelo Social Europeu é um ataque ao mundo, dado que aquele é o modelo-padrão a partir do qual se constroem as aspirações dos cidadãos das nações emergentes e as novas formas de organização social que urge construir nesses países para redistribuir a crescente riqueza de que poucos usufruem.

      As suas consequências são o paulatino desmantelamento das protecções sociais que (ainda) limitam os danos da pobreza e da exclusão social pondo em causa o contrato social que fundamenta a democracia. Às grandes desigualdades de distribuição de rendimento existentes nos países emergentes, perpetuadoras de inúmeras vidas imersas na mais profunda pobreza, juntam-se as novas situações, nos países mais ricos, onde o nível de riqueza cresce ao mesmo tempo que o número de pobres.

      É em períodos de crise que se constroem alternativas de futuro. Todos os que se sentem interpelados, descontentes e explorados não podem ser mobilizados pelo “medo” para soluções autoritárias. E corre-se esse perigo. Por isso, é este o momento certo para que os cientistas sociais, que se ocupam de analisar, de procurar compreender e de sistematizar conhecimento sobre as sociedades, as suas dinâmicas, as suas forças e também os seus efeitos perversos, se empenhem na construção do aprofundamento da democracia. Em conjunto com todos aqueles que estão dispostos a trabalhar por um Mundo Melhor. Com todos aqueles que sabem que a democracia se inventa e se reconstrói. Outros paradigmas são possíveis, mas exigem o compromisso de todos nós, para que se diminua a distância entre governantes e governados, denunciada há tantos anos por Bourdieu; para que seja possível, à semelhança do preconizado por Edgar Morin, resistirmos a uma ideologia dominante que tudo varre à sua frente e que apresenta como evidente e normal o que mais não é que a exploração e a desigualdade, que recusamos; para que seja possível compreender à semelhança de Cynthia Fleury, que a democracia tem que conter a crítica de si própria, de modo a que se reinventem as regras que nos governam, impedindo a “entropia” das democracias. Torna-se, por isso, fundamental a intervenção no espaço público, nomeadamente através da construção de um Manifesto capaz de interrogar o capitalismo desenfreado em que vivemos (e particularmente a submissão às exigências dos mercados financeiros internacionais) que sacrifica parte significativa dos seres humanos em nome do lucro exacerbado de alguns, encaminhando-os para a perda gradual dos Direitos e da Dignidade Humanos. Trata-se de um Manifesto capaz de questionar o tipo de sociedade que está a construir-se com este modelo económico e apontar para a construção de uma sociedade em que o modelo económico não faça refém a maior parte da humanidade, destruindo-lhe nomeadamente a capacidade de indignação através do aumento da insegurança e precariedade associadas ao mercado de trabalho. O papel dos e das cientistas sociais é também desconstruir as “evidências do mercado”, bem como outras ideologias tão eficazes, nomeadamente no que diz respeito à veiculação de que não existe alternativa para a actual ordem económica e social mundial.

      Afirmamos, pelo contrário, que uma nova ordem económica mundial é possível: uma ordem que restitua aos seres humanos o Direito à indignação, o Direito ao trabalho, o Direito a expectativas positivas e oportunidades de vida, o Direito à Dignidade.

      Propomos, por isso, a adopção mundial de medidas tendentes a diminuir o impacto social da actual crise mundial que, se consideradas pelas elites governantes mundiais, contribuirão para o incremento das economias nacionais, para restituir ao ser humano a confiança no futuro e para o aprofundamento do sistema democrático.

      Uma democracia saudável é uma democracia mais deliberativa e comunicativa, em que as políticas de “redistribuição”, de “reconhecimento” e de “participação” se articulam em prol de uma justiça mais respeitadora dos direitos humanos, mais cooperativa, sem áreas marginais, tendo em vista transformar este nosso mundo numa comunidade de comunidades.

      A sobreexposição da opinião pública aos economistas do regime e sua cartilha de pensamento único desvitaliza e despolitiza o espaço público, difundindo a ideia que Margaret Thatcher apregoou quando subiu ao poder e que constitui o nó górdio de todo um programa: "não há alternativa". Nos dias que correm, esta questão surge com particular intensidade no respeitante à dívida soberana. A prenoção da intocabilidade da dívida afoga todas as tentativas de a discutir enquanto instrumento privilegiado de transferência dos rendimentos do salário para o capital. Na verdade, o reescalonamento e a reestruturação da dívida deveria permitir aos países não pagarem juros extorsionários. De igual modo, afigura-se fundamental impor uma justa redistribuição dos sacrifícios, obrigando a banca (uma das principais causadoras e beneficiárias da actual crise) a pagar imposto de acordo com os lucros obtidos, a par da taxação das grandes fortunas, das mais-valias bolsistas e urbanísticas, das transferências para offshores. Finalmente, julgamos essencial que qualquer política macroeconómica calcule, de antemão, o número de pobres que vai produzir, para que se perceba e evite os danos sociais e morais da sua implementação.

      A construção de um Movimento Social Internacional
       
      Apela-se a todos os Cidadãos e Cidadãs do Mundo para aderirem a este Manifesto, em ordem a construir um Movimento Social Mundial capaz de enfrentar o actual capitalismo desenfreado que se quer fazer “senhor do mundo” e reféns as pessoas que o habitam. PELA REGULAÇÃO DEMOCRÁTICA E SOLIDÁRIA DO CAPITALISMO. PELA HUMANIDADE COM DIGNIDADE.

      Almerindo Afonso (Sociólogo da educação, Instituto de Educação, Universidade do Minho), Ana Benavente (Socióloga da educação, ICS-ULHT, Lisboa), Ana Diogo (Socióloga Universidade dos Açores). Afrânio Mendes Catâni (Sociólogo, Universidade de São Paulo, Brasil) Álvaro Borralho (Sociólogo, Universidade dos Açores), Alexandra Castro (Socióloga, CET/ISCTE), Alberto Melo (Associação in Loco e Universidade do Algarve), António Teodoro (Professor, investigador em educação, Universidade Lusófona), Andrea Spini (Sociólogo, Universidade de Florença, Itália) Bernard Lahire (Sociólogo, École Normale Supérieure Lettres et Sciences Humaines, Universidade de Lyon 2, França), Boaventura de Sousa Santos (Sociólogo, Director do CES, Faculdade de Economia, Universidade de Coimbra), Carlo Catarsi (Sociólogo, Universidade de Florença, Itália) Carlos Estêvão (Sociólogo da Educação, Instituto de Educação, Universidade do Minho), Casimiro Balsa (Sociólogo, Universidade Nova de Lisboa), Claire Auzias (Historiadora, França) Conceição Nogueira (Psicóloga Social, Escola de Psicologia, Universidade do Minho) Fátima Pereira Alves (Socióloga, Universidade Aberta), Fernando Diogo (Sociólogo, Universidade dos Açores), Filipe Carmo (Historiador), Gilberta Rocha (Socióloga, Universidade dos Açores), Giovanna Campani (Antropóloga, Universidade de Florença, Itália), Isabel Guerra (Socióloga, DINAMIA/CET, IUL/ISCTE), João Teixeira Lopes (Sociólogo, Faculdade de Letras, Universidade do Porto), Luísa Ferreira da Silva (Socióloga, ISCSP - Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Universidade Técnica de Lisboa), Manuel Carlos Silva (Sociólogo, Instituto de Ciências Sociais, Universidade do Minho), Maria Alice Nogueira (Socióloga, Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil) Maria José Casa-Nova (Socióloga da educação, Instituto de Educação, Universidade do Minho), Maria Helena Cabeçadas (Antropóloga), Manuel Matos (Professor aposentado da FPCE, Universidade do Porto), Manuel Sarmento (Sociólogo, Instituto de Educação, Universidade do Minho), Margaret Gibson (Professor Emérita of Education and Anthropology, University of California, Santa Cruz, USA), Maurizio Matteuzzi (Filósofo, Universidade de Bologna, Itália), Michael Young (Sociólogo, da educação, institute of Education, London) Michel Messu (Sociólogo, Universidade de Nantes, França), Nancy Fraser (Henry A. & Louise Loeb Professor of Philosophy and Politics, New School for Social Research, New York, USA), Nathalie Burnay (Socióloga, Universidade de Namur, Bélgica), Paulo Pereira de Almeida (sociólogo, ISCTE, Lisboa), Pedro Silva (Sociólogo da educação, Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, Instituto Politécnico de Leiria), Roger Dale (Sociólogo, Universidade de Bristol, Inglaterra), Rui Brito Fonseca (Sociólogo, CIES/ISCTE-IUL) Universidade de Lisboa), Rui Canário (Sociólogo da educação, Instituto de Educação, Universidade de Lisboa) Rui Santiago (Professor da Universidade de Aveiro), Saniye Dedeoglu (Centre For Research in Ethnic Relations, School of Health and Social Studies, University of Warwick, Inglaterra), Sílvia Carrasco Pons (Antropóloga, Universidade Autónoma de Barcelona, Espanha), Sofia Marques da Silva (Socióloga da Educação, FPCE, Universidade do Porto) Tiziana Chiappelli (Educadora, Universidade de Florença, Itália), Tiago Neves (Sociólogo, FPCE, Universidade do Porto) David Smith (Sociólogo, Canterbury University, Kent, United Kingdom), Vitor Matias Ferreira (Sociólogo, Prof. Emérito do ISCTE) Xavier Bonal (Sociólogo, Universidade Autónoma de Barcelona, Espanha), Xavier Rambla (Professor de Sociologia, Universidade Autónoma de Barcelona, Espanha).

      Quem concordar, pode subscrever este manifesto em http://www.manifestoparaummundomelhor.com/

      domingo, 1 de maio de 2011

      Dia Nacional da Permacultura [na Austrália]

      Hoje, em Portugal, comemora-se o Dia da Mãe e o Dia do Trabalhador. Na Austrália, 1 de Maio é o Dia Nacional da Permacultura. Se a Austrália foi o berço da Permacultura, nada mais natural que seja também o berço do Dia da Permacultura. Porque não, já no próximo ano, juntarmos por cá o Dia da Permacultura ao Dia do Trabalhador? Afinal, já há muita gente envolvida, mas é preciso envolver muitos mais!

      Permacultura é uma filosofia de vida que passa por: "Cuidar da terra, porque temos de parar de maltratar a terra mãe e assumir uma existência mais positiva; Cuidar das pessoas, porque pessoas felizes e realizadas cuidam bem do planeta e dos seus semelhantes; Partilhar os excedentes e limitar o consumo, porque simplesmente não precisamos da maior parte do que temos ou adquirimos." (Fonte: Portal da Permacultura)