sexta-feira, 13 de maio de 2011

Póstroika - reinventar a sociedade

Primeiro, convido-vos a ver o pequeno filme "Póstroika" da DialogueStudio



Depois, convido-vos a ler na íntegra o artigo de Paulo Pena na Visão do passado dia 3 de Maio, sobre a Islândia e intitulado "A crise levou o dinheiro, mas não a criatividade", do qual transcrevo apenas o lead :

Foto de Bára Kristindóttir, digitalizada da revista Visão
"O lixo diminuiu um quarto, em Reiquiavique. As prateleiras dos supermercados deixaram de ter tantos produtos importados. Algumas famílias começaram a cultivar quintais. E a tricotar camisolas. Os Range Rovers agora chamam-se game-overs. Consumir? "Isso é tão 2007..." Os bancos faliram, as famílias entraram em bancarrota, o Estado estremeceu. Veio o FMI, mas o sistema de proteção social não mudou. Democracia: é a receita dos islandeses para sair da kreppa, o nome islandês da crise. Os banqueiros vão ser julgados. O anterior primeiro-ministro vai ser acusado. A Constituição está a ser revista por cidadãos comuns. A pequena ilha nórdica quase foi ao fundo, mas está a reinventar-se"

12 comentários:

  1. Cara Manuela,

    Interrogo-me porque somos tão cegos, tão passivos, tão tolerantes e submissos. Será que nada vai acontecer por iniciativa do nosso povo e "tudo" se irá resolver pela auto-dissolução do sistema? Ou será que vai ficar tudo na mesma, no mesmo circulo vicioso seguindo os passos de outros igualmente condenados?

    O meu post de ontem (até agora não recuperado) avançava com (parte) da explicação para tanta subserviência, que entendo ser só aparente...

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  2. Fiz link, quer o video que o texto merecem o meu destaque.

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  3. Finalmente consigo deixar comentário.
    Isto esteve a funcionar muito mal...
    Muito bom este post, é inacreditável ao que tudo chegou até agora. Nós, os cidadãos tb nãp temos desculpa por "deixar" tudo entregue a "selvagens" que ao longo de tantos anos deram sempre indícios de má gestão.
    A falta de ética impera até quando?
    Deixo aqui alguns dos roubos praticados e que continuarão calmamente se "nós" deixarmos.

    as parcerias público-privadas:

    http://www.youtube.com/watch?v=DRJabe-QrsM&feature=related

    e uma opinião sobre o FMI:

    http://www.youtube.com/watch?v=j5UXw_lGxM8&feature=youtu.be

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  4. Pois eu sei muito bem o que é ter criatividade sem dinheiro. As coisas da Alma e do Espírito não se podem misturar com o EGO!
    A criatividade é um sopro dirigido a nós directamente do Divino... a Inspiração. Inspirar, quer dizer tomar para dentro de nós... algo tão importante como respirar... ou quase.
    Infelizmente a Sombra do ego paira! e paira a um nível devastador de tal forma, que a criatividade fica muito reduzida. Quando o materialismo, o medo se impõem, até tenho receio de pensar em responder ás perguntas do Rogério, bem cá dentro ... temo o pior. A hipnose colectiva é de tal ordem, que o Povo já não se importa com nada no que toca a Padrões de Valores e de Ética... esqueceu-se da Alma. Assustador! Este País está assustador. A subserviência é algo muito mesquinho e quando está inculcada no Inconsciente Colectivo, as respostas são muito negativas.
    Como pode um Povo reinventar-se se tem os poucos momentos de sossego em frente de uma TV, que os induz a tudo o que é mau, ou estão a jantar a olhar para as desgraças do mundo?!
    Não isto não é a Islandia. Este povo está alienado. Nada de bom auguro... e continuarão lá os mesmos de sempre, a afundar o "barco" para confirmar o que digo.

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  5. Aqui está mais um exemplo a corroborar que em Portugal tudo passa impune!

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  6. Olá! Há muitos anos aqui no Brasil as pressoas tem sido crativas devido a situações absurdas que se sucederam uma à outra.. nos anos 80 quando havia hiperinflação, as famílias compravam produtos de consumo em enorme quantidade para esticar e muita gente trocava produtos em vez de comprar porque os preçcos mudavam todos os dias, sempre para cima. Nessa época toda a economia era indexada, o que gerava gatilhos de preços e gatilhos salarias. Agora que se está falando muito do Brasil e que começcamos a aparecer nos noticiários de outros países os brasileiros estão deixcando a criatividade um pouco de lado para comprar, comprar, comprar.... è uma pena... e o crédito excessivo no país unido à falta de consciência sobre consumo consciente começca a gerar problemas cada vez mais graves...

    Eu estou num projeto de ficar um ano sem comprar como uma forma de refletir e fazer uma autocrítica. Se tiveres interesse dê uma olhada e me diga o que pensa.

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  7. Amiga Manuela!

    Este sim é um exemplo a seguir.
    Pergunto-me ... o que vai acontecer aos políticos e toda esta canalha que nos deslapidou toda a riqueza???
    NADA !!!!

    Como eu gostava que este povo acordasse de vez...

    Beijinhos

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  8. Bravos como vikings, pelo que podem ver a seguir:

    A partir daí, e de modo muito mais virulento que no ano passado, multiplicam-se as pressões para forçar o povo islandês a inverter o seu voto. Todas as ameaças valem: bloqueio das exportações islandesas, nomeadamente dos produtos da pesca; travagem da ajuda financeira do FMI; bloqueio das negociações de adesão à União Europeia (quando se vê como a Grécia e a Irlanda são ali tratadas, isto é ao invés um coisa boa!), etc. E depois, diz-se aos islandeses, vocês devem compreender que o Reino Unido e os Países Baixos fizeram um importante gesto de generosidades para convosco. Estes dois países não irão mais longe e, se vocês disserem não, o caso prosseguirá diante dos tribunais, onde a factura certamente será mais salgada.

    E, como se tudo isso não bastasse, eis que as agências de classificação imiscuem-se no voto islandês. Num comunicado datado de 23 de Fevereiro, a agência Moody's não é nada suave: "Se o acordo for rejeitado, sem dúvida desclassificaremos a nota da Islândia a Ba1 ou mais abaixo, tendo em conta repercussões negativas que se seguiriam para a normalização económica e financeira do país". E a agência acrescenta que, em caso de voto positivo, elevaria sem dúvida a perspectiva da nota actual (Baa3) para "estável" contra "negativa".

    Tudo isso sem recordar a imposição que em 2009 levou os irlandeses a adoptar por cansaço de guerra o Tratado de Lisboa. Sem retomar um por um os argumentos evocados acima, há um que merece ser retido: o Reino Unido e os Países Baixos processariam a Islândia perante tribunais e ganhariam. Uma tal afirmação, contestada por numerosos juristas, supõe que estes dois países estivessem no direito de exigir que a Islândia transformasse uma dívida privada em dívida pública. Nada é menos certo. E mesmo se se chegasse a "provar" isso triturando os textos europeus, será que é moralmente aceitável que os contribuintes islandeses fossem constrangidos a quitar uma tal dívida?

    É inegável que o acordo proposto aos islandeses é mais favorável que o anterior, sob a reserva contudo de que a taxa proposta seja uma taxa fixa. Mas a verdadeira questão não está aí: mesmo com condições de reembolso aliviadas, uma dívida ilegítima permanece ilegítima e não deve ser paga. Se o povo islandês emitir um novo voto negativo, este será um sinal forte para outros países europeus estrangulados pela dívida. Sem dúvida é isto que mais temem os mestres das finanças [1] , daí o encarniçamento em exigir o reembolso de uma soma que acaba por ser bastante modesta, se se comparar com as fortunas que o governo britânico gastou para salvar os seus próprios bancos.
    Aqui:
    http://resistir.info/islandia/chantagem_odiosa_09mar11.html

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  9. Este artigo diz muito...


    Deputado alemão envia carta a Sócrates a pedir que Portugal rejeite pacote de ajuda.

    (...)E deixa um aviso relativamente ao crescimento dos partidos e de movimentos populistas e nacionalistas, caso sejam cada vez mais pedidos esforços adicionais. "Sendo estes [partidos] coroados de êxito, a Europa ficaria ameaçada por um futuro hediondo e obscuro", adverte... Aqui está o artigo integral

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  10. Convém ler também esta mensagem. Os gregos já nos podem ensinar qualquer coisa e para isso fizeram um filme. Para não falar nos islandeses claro...

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  11. Fada, obrigada pelos links.

    Bons exemplos a seguir.
    Sustentabilidade também é cidadania.

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  12. Olá Rogério, Ana Teresa, Fada, Marina, Ná e David

    Muito obrigada pela visita e pelos comentários, e em especial ao Rogério pelo link que fez no seu excelente blogue Conversa Avinagrada, e à Fada pelas sábias reflexões e links que partilhou.

    Quanto à esperança que o Povo acorde, confesso que tenho muito, muito pouca... talvez acorde daqui a uns anos, quando isto estiver ainda pior do que agora.

    Desengane-se, pois, quem julga que chegámos ao fundo do poço... mas havemos de lá chegar, pois estamos bem lançados, e então o Povo acordará!

    Uma boa semana a todos :)

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Obrigada por visitar o blogue "Sustentabilidade é Acção"!

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