sábado, 30 de abril de 2011

Entre em acção, não há tempo a perder!


Dia 30 de Abril de 2011 entra em vigor uma vergonhosa directiva Europeia sobre produtos medicinais tradicionais e de origem vegetal (THMPD) que implicará será uma grave redução dos direitos dos europeus na obtenção e uso dos tratamentos de saúde da sua escolha. Já referi duas petições para travar esta directiva, e deixo aqui hoje a da Alliance for Natural Health  dirigida aos membros do Parlamento Europeu. Ouça ou leia o vídeo abaixo para entender o que está em causa: mais uma vez, as grandes multinacionais manobraram os políticos para controlarem mercados e pessoas (aqui está em francês, para quem preferir). 

Se nada fizermos, se não nos manifestarmos, seremos sempre esmagados! 






quinta-feira, 28 de abril de 2011

Pare a directiva sobre produtos tradicionais à base de plantas!

É já no princípio da próxima semana que entra em vigor uma directiva europeia que pretende acabar com o livre comércio da maioria dos produtos à base de ervas medicinais.  No entanto, venenos como o glifosato (vulgarmente conhecido Roundup, da Monsanto), e tantos, tantos, outros continuam livremente à venda. Dá para entender? Eu não consigo, a não ser se tiver em conta que grandes multinacionais estão por trás disto tudo.

Se acha que merecemos o direito a escolher livremente produtos à base de ervas medicinais, assine as petições da GAIA HEALTH e da AVAAZ contra esta directiva.

Petição GAIA HEALTH:
"Solicitamos à União Europeia que ponha fim à directiva sobre produtos medicinais tradicionais e de origem vegetal (sigla inglesa ‘THMPD'), Directiva 2004/24/EC, que se prepara para remover o acesso à grande maioria de produtos à base de plantas a partir de 30 de Abril de 2011.
A 'THMPD' reduz os direitos de auto-determinação na gerência de saúde de cada cidadão europeu. Ultrapassa os controlos razoáveis sobre produtos perigosos, e entra na dimensão de coerção ao limitar as opções para tratamento de problemas de saúde.
O acesso do público a produtos à base de plantas medicinais que tradicionalmente têm estado livremente à disposição tem de continuar ininterrupto."

Petição AVAAZ:
"As concerned EU citizens, we call on the Commission to amend the THMPD Directive, suspending the draconian measures against herbal medicines and removing all barriers to traditional remedies with a long history of use inside and outside Europe. We further call on our governments to refuse to comply with this Directive until it is amended. We have a right to choose among all remedies and medicines that can keep ourselves and our families healthy."

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Razões de peso contra a energia nuclear

Ouçam a médica Dra Helen Caldicott, que há quase quatro décadas vem alertando para os perigos da energia nuclear, referindo-se ao que aconteceu em Chernobil, em Fukushima, as consequências passadas, presentes e futuras na saúde e vida das pessoas. Os riscos que a energia nuclear implica, e não só para os habitantes locais. Para todos nós.! Pena é que não esteja legendado em português, para que mais possam perceber.

Se querem saber o que acontece aos resíduos da energia nuclear para a posteridade, vejam o documentário de Michael Madsen "Into Eternity" sobre o depósito que estão a construir no Norte da Europa, num local a que chamaram "Onkalo", e que encontrei no blogue 'O Tempo Chegou. E isto é só para os resíduos que supostamente são "bem acondicionados"; imaginem os outros que não o são!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Quercus contra energia nuclear

No dia 26 de Abril de 1986, há 25 anos, ocorreu o mais grave acidente relacionado com a energia nuclear, do qual ainda hoje se sentem os efeitos negativos, causado por erros humanos, Chernobil, na Ucrânia. Há pouco mais de mês e meio, no dia 11 de Março de 2011, ocorreu o acidente na central nuclear de Fukushima, Japão, na sequência do sismo e tsunami, a sua dimensão e impacto ainda está por avaliar. 

A sociedade em transição de que tenho falado por aqui, é uma sociedade que procura uma vivência mais simples e sadia, que procura rentabilizar a agricultura de forma natural, que promove o desenvolvimento local, que aproveita o que de bom têm as comunidades que interagem, que procura diminuir os consumos energéticos em tantas as frentes que conseguir e utilizar energia limpa e renovável. A energia nuclear, na minha opinião, representa o oposto a tudo isto. Sobre o tema, transcrevo a mensagem da Quercus:


Quercus exige o encerramento de Almaraz e a aposta na poupança e em novas alternativas energéticas

No dia 26 de Abril faz 25 anos que ocorreu o acidente na central nuclear de Chernobil, na Ucrânia, que em 1986 fazia parte da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, URSS. Já em 1979 tinha existido um acidente grave na central nuclear de Three Mile Island nos Estados Unidos da América, EUA, e neste momento ainda não se conhece a dimensão real do acidente da central nuclear de Fukoshima no Japão, sendo contudo já certo que este terá sido um dos mais graves da história. Temos assim os três maiores acidentes nucleares em três dos países mais avançados nas tecnologias da indústria nuclear e é importante pois, reflectir sobre os problemas de segurança inerentes a este tipo de centrais.

Energia nuclear contrária ao princípio da precaução
Em Portugal tem existido um consenso sobre a não construção de centrais nucleares - Há 35 anos atrás, a população de Ferrel marchou contra a construção da primeira central nuclear em Portugal e estabeleceu um marco na rejeição do nuclear. É importante que o nosso país continue a seguir o princípio da precaução. Este princípio, que está na base das estratégias e políticas do desenvolvimento sustentável, aconselha-nos a agir de maneira a evitar danos potencialmente catastróficos ou irreversíveis para o ambiente e para a saúde humana, ainda que não tenhamos todos os dados em cima da mesa para aferir a gravidade da situação. Em suma, o princípio da precaução leva-nos a agir antecipadamente quando existem sinais claros da possibilidade de ocorrência de um problema, ainda que não tenhamos toda a informação ou toda a certeza sobre o mesmo.

A opção pela fissão nuclear é contrária a este princípio e põe em causa a norma ética da equidade intra e inter-geracional, sendo que à luz dos actuais conhecimentos não é uma solução energética aceitável, quer do ponto de vista dos seus impactes no ambiente, quer na saúde humana.

Um ciclo pouco virtuoso
É fundamental olhar para o nuclear como um todo: os problemas estão no início do ciclo, nas explorações de urânio que causam problemas ambientais e de saúde graves em todo o mundo. Em Portugal várias décadas após o fim da exploração deste minério, sobretudo na zona centro do país, os problemas não foram completamente diagnosticados e por isso estão ainda longe de estar resolvidos. Existem mais de quarenta minas abandonadas que continuam a poluir a água e os solos e a afectar as populações vizinhas.

No final do ciclo também ainda não se conhece um destino estável e seguro a dar aos resíduos nucleares, que se mantêm potencialmente nocivos durante muitos anos, sendo que alguns elementos mantêm a sua radioactividade durante milhares de anos.

O fabrico de bombas atómicas e de armas contendo urânio está também intimamente associado à energia nuclear e é um perigo que continua a pairar sobre a humanidade e o planeta Terra, sendo urgente a eliminação de todo este tipo de armamento para um mundo de paz.

O marco dos 25 anos após Chernobil
Na semana dos 25 anos do acidente de Chernobil, a Quercus ANCN promove, em parceria com o MUNN, Movimento Urânio em Nisa Não (MUNN) e a AZU, Associação de Ambiente em Zonas Uraníferas, um debate sobre as alternativas ao nuclear, a exploração de urânio em Portugal e o encerramento das centrais nucleares em Espanha, especificamente a de Almaraz, junto ao Tejo, a 100km de Portugal, que já ultrapassou o período previsto de funcionamento e, não obstante, viu há alguns meses prolongado em 10 anos o seu período de actividade.

A iniciativa, que decorrerá no dia 29 de Abril, consistirá na exibição no cine-teatro de Nisa, pelas 21h00, do documentário “Energias sem fim”, sobre a situação das energias alternativas em Portugal, seguida de um debate. O debate contará com as presenças de:
- António Eloy, CEEETA, Centro de Estudos em Economia da Energia, dos Transportes e do Ambiente
- António Minhoto, Presidente da AZU;
- Gabriela Tsukamoto, Presidente Município de Nisa;
- Nuno Sequeira, Presidente da Direcção Nacional da Quercus;
- Paca Blanco Diaz, Plataforma Antinuclear Cerrar Almaraz;
- Paco Castejón, especialista em energia nuclear;
- Paulo Bagulho, Movimento Urânio em Nisa Não.

As propostas da Quercus
Há muitos anos que a Quercus defende que a aposta deve ser na poupança energética e no uso mais eficiente da energia. Esta é a estratégia mais barata e mais rápida para atingir os objectivos desejados – diminuir a importação de petróleo, gás natural e carvão e reduzir a emissão de gases com efeito de estufa.

Em complemento é ainda fundamental apostar nas energias renováveis, as únicas que são inesgotáveis e gratuitas, bastando apenas desenvolver as tecnologias para as podermos aproveitar, com a vantagem de o podermos fazer de forma descentralizada."

domingo, 24 de abril de 2011

Será que destruir a floresta no Brasil vai ser ainda mais fácil?

No Brasil, desde 2010 que está em cima da mesa a alteração ao Código Florestal, que desencadeou uma luta entre os chamados ambientalistas e os chamados ruralistas, com a discussão de um projecto de lei que já vem de 1999. Neste contexto, ruralistas são aqueles que querem continuar transformando zonas naturais e de floresta que deviam ser preservadas, em zonas de cultivo para a criação de gado, são os que querem ficar livres das multas pelo que destruíram até agora; ou seja, são os que querem alterar o Código Florestal, tornando-o bem mais permissivo. Por outro lado, os ambientalistas são os que querem manter o Código Florestal de forma a proteger o ambiente, o ordenamento do território e as florestas, não amnistiando os delitos velhos, mas antes fazendo cumprir a lei.

"A primeira versão do Código Florestal foi aprovada em 1934. A lei foi pensada por naturalistas e pessoas que, mesmo naquela época, tinham ampla visão da importância das florestas. O código surgiu com o intuito de racionalizar o rápido processo de derrubada das florestas nativas, para garantir reservas de lenha – como é alegado –, mas também para preservar as fontes de água, o regime de chuvas e evitar a ocupação de áreas de risco." (Fonte: SOS Florestas)

Para compreender melhor o que está em jogo, visite a página SOS Florestas, onde tudo está explicado e onde fui buscar o vídeo abaixo, bem claro e sucinto. Do outro lado, os argumentos dos produtores. E ainda, mais razões escondidas dos lobbies para esta alteração, que começam a aparecer (a corrupção, claro, uma boa porção de deputados a serem altamente beneficiados com a alteração ao Código Florestal).



No Brasil, o SOS Floresta prepara uma campanha de mobilização contra a alteração ao Código Florestal,  que terá o seu ponto alto a 28 de Abril. Veja aqui como.

Mais uma vez, a economia e os interesses de alguns ditam a destruição da natureza e de recursos fundamentais para o equilíbrio do planeta. Se coloca o ambiente, a sustentabilidade e o planeta Terra à frente dos interesses económicos, ajude os defensores do Código Florestal do Brasil e envie o seu pedido aos deputados brasileiros, através da petição da AVAAZ:


"Aos deputados brasileiros:
Nós pedimos que vocês rejeitem as propostas de alteração do Código Florestal Brasileiro que aumentam o desmatamento e anistiam crimes ambientais. Qualquer mudança nesta lei deverá fortalecer proteções ambientais e favorecer pequenos agricultores. Por favor, protejam o patrimônio natural e o futuro do Brasil."

É preciso reflectir numa coisa: ao continuar a querer (e a crer) que o crescimento económico se faça à custa da destruição da natureza e seus equilíbrios, está-se a pôr em causa o futuro das futuras gerações. Isto chama-se insustentabilidade! 

Além disso, tanto estamos numa época de urgente protecção da floresta que este  é o Ano Internacional  da Floresta, por isso alterar leis para a desproteger é um verdadeiro retrocesso na civilização!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Dia da Terra 2011 - O tempo chegou ...---... de SOS



"Reconhecer que todos os seres são interdependentes e cada forma de vida tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos."

Este é o primeiro dos princípios da Carta da Terra, de que falei aqui há um ano atrás. E para assinalar o Dia da Terra 2011, deixo-vos dois belos presentes que me foram oferecidos: o vídeo O Tempo Chegou de Voz a 0 db (do blogue O Tempo Chegou...) e o poema S.O.S. de Maria Letra (do blogue Caminhos de Cristal), que a ambos, e mais uma vez muito agradeço.
S.O.S.

Me chamo Planeta Terra!
Socorro! Estou-te gritando!
Estou sofrendo . .. Estou aflito …
Contra o mal, eu estou em guerra,
Porque me está sufocando,
O meu derradeiro grito.

Me chamo Planeta Terra!
Socorro! Eu estou clamando,
Que cuides de mim, agora.
Do que a minha dor encerra,
Perdi a força, o comando,
O meu fim já não demora …

Me chamo Planeta Terra!
Socorro! Que eu estou sofrendo!
No mal, que me está matando,
Há um calor que me aterra,
E que o mundo não está vendo,
Mas que sei estar aumentando.

Me chamo Planeta Terra!
Socorro! Façam mudanças,
No vosso errado viver.
Há uma loucura, aferra,
A vis hábitos de heranças,
Que me estão a corroer.

Me chamo Planeta Terra!
Socorro! Cortem nos gases,
Na carne e na energia.
Plantem árvores. Não erra
Aquele que corta, nas bases,
Os podres da vilania.


Salvem o Planeta Terra!
Organizem debates!
Cultivem árvores!
Observem o inimigo!
Recorram ao que é Natural!
Reciclem sempre que possível!
Optem pela conservação do Planeta!

Maria Letra
Março de 2011

quarta-feira, 20 de abril de 2011

A natureza tem preço?

Para reflectir: um texto essencial e oportuno do Professor Valdemar Rodrigues a não perder aqui.  E apesar do assunto ser muito sério, uma paródia poderá ser útil para o entendimento.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Desatar o pensamento

Imagem de Claudia Rogge
Na encruzilhada em que nos encontramos, precisamos urgentemente de parar para reflectir. Ninguém tem liberdade de pensamento quando o seu pensamento se encontra bloqueado por convicções baseadas em preconceitos ou quando toda a informação que lhe chega é filtrada e distorcida. E sem liberdade de pensamento, não há liberdade de escolha. Ninguém é dono da verdade, apenas se pode  tentar caminhar em direcção a ela. Para isso, precisamos de ver sem ser através do nevoeiro e da imensidão de filtros e caleidoscópios que nos impingem e que nos tolhem a liberdade de pensamento e de escolha. Não é fácil, eu sei, tanto mais que o nevoeiro vem de todos os lados.

Proponho que vejam uma animação da fábula popularizada por Tommy Douglas, Mouseland (do blogue "Alice in my head"), que  revejam o discurso de Chaplin no filme "O Grande Ditador", (do blogue "O Único Planeta que temos"), e que reflictam no contrato que subscrevemos tantos dos nossos dias, porque não tivemos outra escolha, para que lhe possamos dizer NÃO.

Há muitas maneiras de interpretar a realidade, mas se não estivermos atentos, nem sequer  a chegamos a vislumbrar. Para além da realidade, porém, podemos optar por tentar construir um optimismo que nos ajude a seguir em frente, pelo caminho que escolhemos.

sábado, 16 de abril de 2011

Acção pelas Sementes Livres


(A mensagem que se segue foi transcrita do site GAIA)
 
"As Jornadas Internacionais de Acção marcam o ponto alto da Campanha Europeia pelas Sementes Livres  que denuncia a revisão em curso da legislação europeia em matéria de produção e comercialização de sementes. Esta revisão vai favorecer a crescente privatização das sementes agrícolas por uma dúzia de multinacionais, com graves consequências para horticultores e agricultores pequenos e para a segurança e autonomia alimentares, não só na Europa como em todo o mundo.

O mercado das sementes é hoje um oligopólio, com dez empresas a controlar 67% do mercado global de sementes comerciais. Através da manipulação genética, as patentes e a cobrança de direitos para a reprodução de sementes estas empresas estão a condicionar a diversidade genética do nosso planeta.

Os tratados internacionais e a legislação europeia já estão a favorecer fortemente as variedades de sementes industriais em detrimento das variedades tradicionais e da diversidade fitogenética conseguida com o trabalho de homens e mulheres agricultores ao longo de séculos. A nova legislação a ser proposta pela Comissão Europeia em 2011 vem restringir ainda mais a acção do agricultor, obrigando a burocracias que na prática vão inibir a reprodução de sementes tradicionais.

A Campanha Europeia pelas Sementes Livres reclama o livre acesso às sementes, o apoio à preservação da diversidade agrícola e a proibição das patentes sobre plantas. As sementes são um bem comum e vital e não devem ser entregues à exploração exclusiva da indústria agro-alimentar."

Programa das Jornadas em Bruxelas:
Dia 17 de Abril - celebração das sementes e do mundo rural com um intercâmbio internacional de sementes, conferências e debates, música, filme e dança. Ver programa completo
Dia 18 de Abril - manifestação diante os escritórios das multinacionais de sementes e desfile até ao Parlamento Europeu para entregar a petição europeia pelas sementes livres.

Programa das Jornadas em Portugal:
Dias 16 e 17 de Abril - celebração das sementes e do mundo rural com oficinas sobre horticultura e preservação de sementes, tertúlias e círculos de conversas, trocas de sementes, trabalho na horta, música e filme em Almada, Braga, Cartaxo, Lisboa, Montemor-o-Novo e Porto. Ver programa completo
Dia 18 de Abril - Concentração nos Restauradores (LX) às 14.30 e desfile com teatro até à representação da Comissão Europeia para entregar a petição europeia pelas sementes livres.

Programa das Jornadas no Mundo:
Iniciativas organizadas no dia 17 de Abril em pelo menos 20 países. Ver programa das iniciativas no site da Via Campesina.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Planeta da fome

Por cá, entra-se a fundo numa crise económica, a fome alastra a uma velocidade imparável,  os cortes do Estado para apoio social vão ser a doer, as instituições de solidariedade social não vão conseguir dar resposta a tanta gente necessitada e a crise social é eminente!

E noutros lados do mundo uma crise já maior, continua a agravar-se. "1.2 mil milhões de pessoas por todo o mundo vivem com menos de 1.25 dólar por dia (pobreza extrema). As pessoas extremamente pobres sofrem de fome e subnutrição e não têm possibilidade de aquisição de medicamentos essenciais ou de acesso a água potável e saneamento básico. Residem em casas pouco seguras, não têm tempo nem dinheiro para a educação e vivem política e socialmente excluídas das suas sociedades." (Fonte: Objectivo 2015).

Com as alterações climáticas, a seca alastra em alguns países, outros estão em vias de extinção porque ficarão submergidos pela subida do nível da água do mar, outros  ainda são fustigados por inundações que devastam as suas colheitas.  Os impactos das alterações climáticas juntam-se, assim ao estúpido e imoral desequilíbrio na distribuição de riqueza do planeta, agravando a pobreza e a fome. Até em países ricos a fome chega pela mão de desastres naturais aliados a escolhas tecnológicas insensatas.

Junte a sua voz na petição 1billionhungry para exigir que os políticos actuem contra a fome, que façam dessa luta uma prioridade. É preciso acudir em  zonas e épocas de crise  alimentar, não só matando a fome do momento, mas também ajudando os povos mais pobres a  se auto-sustentarem.  Mais de 3 milhões já assinaram, no entanto, mais de 1000 milhões passam fome!

Sobretudo, é urgente travar e impedir a exploração dos mais pobres (pessoas, pequenas empresas, povos e países) pelos mais ricos (pessoas, mega-empresas, especuladores e países).

domingo, 10 de abril de 2011

Tempo de Transição

O texto que se segue é um extracto da mensagem de Luís Queirós do passado dia 4 de Abril no blogue Transição. Aconselho a que leiam o texto integral no original, aqui.

«Tempo de Angústia e de Incerteza, Tempo de Transição

Vivem-se tempos de angústia e de incerteza no nosso país, mas também um pouco por toda a parte. É a crise económica, o aquecimento global, os desastres ambientais, a crise energética, a globalização, as assimetrias regionais, os conflitos latentes, o terrorismo ou a, sempre presente, ameaça nuclear. São contingências universais mas que na aldeia global afectam potencialmente todas as pessoas e todos os lugares, mesmo os mais isolados e remotos. E, o pior de tudo, é esta espiral de pobreza que paira sobre nós como uma espada afiada e que ameaça, por longo tempo, o nosso futuro.
...
O que está verdadeiramente em causa é o modelo - predador de recursos e poluidor - em que assenta a nossa economia, e que já não funciona. Falam-nos de crescimento como a solução de todos os problemas a começar pelo desemprego, e nós sentimos que estamos a tocar o céu, a atingir um limite para lá do qual já não se pode crescer: falta o espaço vital, faltam os recursos, sobra a população e sobra a poluição.
...
E parece que nem sequer existe o outro lado da crise! Os acontecimentos das últimas décadas roubaram-nos a esperança no chamado modelo socialista, que alimentou os sonhos da juventude da minha geração. Acabou a crença nos “amanhãs que cantam”, e está definitivamente desacreditado o modelo de "a cada um segundo as suas necessidades, de cada um segundo as suas capacidades".

Hoje só nos resta o estreito caminho da Transição, que é uma reaproximação à natureza, e uma nova forma de olhar o mundo, menos consumista e mais solidária. »

Sobre a Transição, conhece a rede em Portugal? Se não, espreite em Transição e Permacultura Portugal.

E como completa hoje um ano desde o primeiro colóquio sobre Transição em Portugal, no qual tive muito gosto de participar, ficam aqui os meus parabéns ao João Leitão que o organizou e que criou a rede acima referida, a todos os que participaram no colóquio, e a todos os que estão em Transição. Bem hajam.

sábado, 9 de abril de 2011

Alimentação - A vida fora de controlo

(Este post foi aqui publicado em 15 de Novembro de 2009, mas julgo que merece  um novo ânimo , pelo que o republico. Se ainda não viram, não percam o documentário, com o testemunho, entre outros, de Vandana Shiva)

Em vésperas do início da Cimeira Mundial sobre Segurança Alimentar, encontrei a Declaração de Roma Sobre a Segurança Alimentar Mundial e Plano de Acção da Cimeira Mundial da Alimentação de 1996. Nesta cimeira e numa altura em que havia 800 milhões de pessoas com fome, os chefes de estado comprometeram-se a reduzir este número para metade até 2015. Já passaram 13 anos, faltam menos de 6 anos para 2015, e o número de pessoas numa situação de fome crónica subiu para 1000 milhões.

Nesta nova cimeira, expliquem ao mundo porque falharam tão redondamente! Pois só depois de entenderem isso, poderão traçar novas estratégias eficazes para combater a fome.

De acordo com a FAO, "Segurança Alimentar existe quando toda a gente, a todo o tempo, tem acesso a alimentação segura, nutritiva e suficiente para satisfazer as suas necessidades e preferências alimentares para uma existência activa e saudável".

Já todos sabemos que a quantidade é insuficiente, a todo o tempo, para mais de mil milhões de pessoas. E já todos saberemos que não é segura para muitas mais? Saberemos o que os OGM (organismos geneticamente modificados, GMO) e as grandes multinacionais do ramo estão a fazer à saúde, à biodiversidade, à economia, aos agricultores?

Se vir a reportagem de 2004 "A vida fora de controlo" (em baixo), vai entender um pouco. Se  quiser ler o excelente texto de Ecila no post "O Futuro da Alimentação" no blogue Alice In My Head, e se vir o respectivo filme, entenderá um pouco mais.



(Documentário recolocado em 22/5/2013)

sexta-feira, 8 de abril de 2011

A crise não chega às regalias dos deputados

Ontem saiu uma notícia no Público sobre a votação de uma proposta para reduzir as regalias relativas a viagens dos eurodeputados. A proposta foi rejeitada pela maioria dos membros do Parlamento Europeu (por 402 votos contra, 216 a favor e 56 abstenções). Dos 22 eurodeputados portugueses, apenas 9 votaram a favor. Leia os detalhes no artigo "Metade dos eurodeputados portugueses não abdica de viagens em executiva" e diga-me onde está a consciência da maioria dos políticos. É tão fácil legislar para que os outros, os que menos culpa têm, paguem a crise, não é? (Imagem obtida no referido artigo do Público)

Neste blogue não se fala de política partidária. Mas é impossível não falar de política porque tem sido ela, aliada à economia, o maior entrave à sustentabilidade. Esta notícia é apenas um pequeno exemplo, e a propósito das regalias dos eurodeputados, vale a pena ouvir o que disse Miguel Portas, um dos impulsionadores dessa proposta de redução de regalias, numa sessão que ocorreu há mais de um ano, salvo erro em Fevereiro de 2010.



Sem dúvida que Miguel Portas estava com a razão há mais de um ano nessa sessão, e continuou com ela na sessão do passado dia 4 de Abril, aqui:

"Isto não é sério, meus amigos, isto é indecente e muito triste"

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Green Blogger Awards - Março 2011

O blogue LXSustentável nomeou a mensagem deste blogue Dia Mundial da Água 2011 – “O Poço de Ryan” para  os Green Blogger Awards de Março 2011. Também na primeira edição, em Julho, e em Setembro, este blogue foi nomeado, sendo que no mês de Setembro, a mensagem  ODM – Objectivos de Desenvolvimento do Milénio foi a vencedora, devido aos vossos votos. Com o prémio, um vale FNAC, comprei livros dedicados a temáticas da sustentabilidade, um dos quais foi o prémio do concurso aqui lançado Melhorar o Mundo na Escola.

Mais uma vez agradeço à equipa de LXSustentavel  por continuarem esta iniciativa, e por terem nomeado o  Sustentabilidade é Acção.  Os nomeados de Março 2011 são:
    1. Cidadania Lx - Um ano de bicicleta na cidade
    2. O Único Planeta que Temos - Obsolescência Programada
    3. A Nossa Terrinha - Limpar Portugal: um ano depois
    4. Ambio - Energia solar
    5. Sustentabilidade é AcçãoDia Mundial da Água 2011 – “O Poço de Ryan”
    Os Green Blogger Awards são uma iniciativa do blogue LXSustentavel, com o objectivo de reconhecer, mensalmente, os melhores blogues portugueses que abordam a temática da sustentabilidade, pre-seleccionando 5 posts que consideram ter contribuído para a discussão e consciencialização deste tema.
    Para votarem,  basta comentarem com o título do vosso post favorito aqui, até 18 de Abril.

        segunda-feira, 4 de abril de 2011

        Quem matou o carro eléctrico?

        Muito se fala nos carros eléctricos, mas quase ainda não circulam em Portugal, ainda ninguém os vê. Na realidade,  automóveis eléctricos existem há muitos, muitos anos, mesmo antes dos carros a gasolina. Quem diria, não?  No filme documentário de Chris Paine, de 2006, Quem Matou o Carro Eléctrico, dá para entender o jogo sujo  (ou pelo menos uma parte) que está por trás do atraso com que estes carros chegam ao mercado.

        Trata-se do exemplo do que se passou na Califórnia, nos anos 90, com o EV1 da General Motors e outros veículos eléctricos, criados na sequência de uma lei daquele estado que  obrigava  a que uma pequena percentagem dos veículos tivessem zero de emissões.

        Veja como um veículo muito mais limpo, silencioso e menos poluente que os seus congéneres a gasóleo ou gasolina, suficiente autónomo e veloz, e que deixou marcas positivas nos seus utilizadores, foi retirado de circulação ainda novo e literalmente destruído. Como os lobbies conseguiram destruir a lei e os carros eléctricos! Milhares deles!

        Entretanto Chris Paine realizou o documentário sequela chamado "A Vingança do Carro Eléctrico",  que tem a sua estreia mundial marcada para o Dia da Terra, a 22 de Abril, no Tribeca Film Festival em Nova Iorque.

        domingo, 3 de abril de 2011

        O aviso da Irlanda e o exemplo da Islândia

        No passado dia 27 de Março, o jornal irlandês Independent publicou uma carta dirigida a Portugal, no género "quem te avisa, teu amigo é" (tradução minha aqui, embora limitada, pelo que aconselho o original)  no qual a Irlanda avisa Portugal  de que a "ajuda externa" ou "resgate" que se adivinha no horizonte não são, na realidade, nenhuma ajuda, mas sim o prolongar do grave problema para as próximas gerações.

        A Islândia, um país europeu não pertencente à União Europeia, esteve (e está) na falência, mas vai por um caminho muito diferente: em vez de seguir a ditadura financeira, escolheu a verdadeira democracia. Um caminho em que os cidadãos passaram a ter voz activa, a decidir os destinos da nação. Os bancos e os recursos naturais foram nacionalizados e os culpados pela falência do país estão a ser responsabilizados. A situação ainda está muito difícil, mas o caminho para a saída da crise está a ser traçado e há sinais positivos.

        Sobre o exemplo da Islândia, recomendo que leiam a mensagem de Maria Josefa Paias no blogue Restolhando: Islândia - uma lição de democracia, do passado dia 13 de Março, e o artigo no jornal ionline - Islândia. O povo é quem mais ordena. E já tirou o país da recessão, de 26 de Março.

        Com o aviso da Irlanda, e com o exemplo da Islândia, será que os portugueses irão cometer as mesmas asneiras de sempre? Einstein dizia que para novos problemas, novas soluções. Neste caso, o problema é velho, mas sem dúvida que é preciso partir do zero para chegar à solução. Porque as soluções velhas não resolveram coisa nenhuma! Antes pelo contrário!

        sábado, 2 de abril de 2011

        Sobre a insustentabilidade do sistema financeiro mundial

        Encontrei o vídeo que está abaixo incorporado no blogue da MaFaR, Sonhar que... é possível acabar com a pobreza, com o jornalista, radialista e activista republicano Alex Jones. Considero que Alex Jones tem muita razão naquilo que diz da podridão do sistema financeiro, e de como esse sistema fraudulento e imoral contribui para literalmente arrasar as economias dos países. É um absurdo o que se passa neste planeta, com países inteiros a sucumbir à especulação dos monstros financeiros!

        No entanto, já conhecia Alex Jones de outras vídeos. Ele acredita que um grupo de poderosos tem vindo a  arquitectar o domínio do mundo. Porque a primeira reunião  desse grupo foi num hotel chamado "Bilderberg", na Holanda (em 1954), ficaram conhecidos por esse nome. O grupo integra poderosos do dinheiro e da política. Alguns mais constantes, outros são convidados às vezes (políticos do momento). Esse grupo existe, as reuniões existem. Mas o que eles lá discutem, não se sabe...

        Segundo os Anti-Nova Ordem, como Alex Jones, o grupo Bilderberg está a conspirar a "Nova Ordem Mundial", um novo modo de organização mundial onde todos estarão subjugados às vontades desses todo-poderosos.

        Os Anti-Nova Ordem acreditam que os Nova Ordem preparam a aniquilação de uma parte da população e a subjugação da restante. Acreditam que o 11 de Setembro foi obra dos americanos manobrados pelos Bilderberg. Acreditam em imensas teorias da conspiração relacionadas com medicamentos, vacinas, fumos dos aviões, flúor na água, etc., etc., tudo com o objectivo de dominar a população (não sei se alguma dessas coisas tem fundamento, eu não tenho tempo de averiguar; aparentemente é tudo muito surrealista e muito conspirativo, e não vou seguir por aí). Alegam que o aquecimento global é uma fraude e que os movimentos ambientalistas (que apelam à redução dos consumos e à protecção do planeta) são controlados pelos tais Bilderberg, para amedrontar as pessoas e assim as subjugar melhor (esta, para mim, é o mote que os desacredita).

        Mas o que Alex Jones e os Anti-Nova Ordem pensam dos ambientalistas é fruto de uma teoria ignorante que ainda não percebeu que a economia (e ainda mais a população) não pode crescer sempre, porque o planeta e os recursos são finitos. Também ainda não perceberam que os poderosos do dinheiro na realidade já subjugaram as pessoas pelo vício do consumo, tal como a "soma" do "Admirável Mundo Novo", que é muito mais eficaz que o método do "medo" usado em "1984".

        Dando o "desconto" à barbaridade sobre os ambientalistas que Alex Jones diz quase no fim do vídeo, vale a pena  vê-lo. Não sei se a banca planeia o colapso das economias dos países, como ele acusa, ou se actua criminosamente por instinto predador. Mas, na realidade, este sistema financeiro mundial é um cancro da civilização que tem de ser eliminado.

        sexta-feira, 1 de abril de 2011

        "Lixo Zero, Arquitetura Sustentável, Energia Renovável"

        Está a decorrer o concurso Sustainable Urban Housing: Collaborating For Liveable And Inclusive Cities, cujo objectivo é incentivar "iniciativas mais inovadoras que engajem comunidades, empreendedores e instituições chave em colaborações para integrar e desenvolver moradias urbanas sustentáveis, inclusivas e acessíveis que respeitem o meio ambiente, as culturas locais e práticas", e as três inscrições mais votadas receberão um prémio de 10 mil dólares cada.

        Foram apresentados 289 propostas de 48 países, tendo já sido seleccionados os onze finalistas, entre os quais duas propostas vêem do Brasil.

        A votação é feita online até 6 de abril de 2011, neste site, onde estão listados os 11 projectos finalistas.

        Fica aqui um dos vídeos do projecto "Lixo Zero, Arquitetura Sustentável, Energia Renovável", dos Curadores da Terra, (ONG Verdever, SP Brasil),  um dos 11 finalistas do concurso, bem como o respectivo texto de apresentação: 

        "As cidades são organismos vivos, com enormes deficiências digestivas, como acúmulo de lixo e falta de moradia. Curadores da Terra (Earth Curadores) desenvolveu um sist inovador q transforma resíduos em materiais fabricados p/ habitação, ajudando no processo de cura das cidades. A inovação consiste em uma tecnologia patenteada q combina lixo com resinas de resíduos orgânicos para a produção de materiais de construção renováveis. Ela é então usada p/ construir casas sustentáveis e acessíveis através de um processo de construção já testado e em implementação."