segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Tamera - um modelo de futuro, de Portugal para o Mundo

"Que aspecto poderia ter um mundo onde todos os seres humanos tivessem comida suficiente, onde os rios de águas claras pudessem serpentear livremente, onde as crianças pudessem novamente confiar nos adultos e onde os conflitos pudessem ser resolvidos com inteligência e compaixão, em vez de conduzir à violência?
Como parece ser o futuro da humanidade? Podemos imaginar um mundo no qual os seres humanos vivam em paz entre si e com a natureza? Será realmente possível uma vida diferente?
O actual desenvolvimento global não é animador. Para ser capaz de imaginar um futuro diferente e um futuro positivo, precisamos de locais, a princípio em pequena escala, onde os possamos realmente  criar. Este é o significado mais simples dos modelos.
Tamera desenvolve tal modelo para o futuro."

Este texto foi transcrito do livro de Leila Dregger, "Tamera - Um Modelo Para o Futuro", cuja versão portuguesa foi editada em Setembro de 2010,

Tamera, também conhecida pela Aldeia Solar, é um projecto que se desenvolve no Alentejo (Monte do Cerro), com investigação e prática, de um modelo de comunidade sustentável, de paz, e independente das energias fósseis. Os primeiros 11 minutos do programa Falar Global da SIC Notícias, do passado dia 27 de Novembro (abaixo incorporado), explicam melhor o que se passa nesta aldeia. Tamera é um local onde vivem cerca de 160 pessoas (o objectivo é 500), entre voluntários, investigadores  e estudantes, que caminha no sentido da independência da energia da rede, onde se investiga energia solar, onde se pratica pemacultura, onde se formam jovens, onde mulheres em idade de reforma são extremamente úteis à comunidade.
A fundação de Tamera data de 1995, mas a ideia nasceu na Alemanha em 1978, quando se cruzaram Dieter Duhm, sociólogo, Sabine Lichtenfels, teóloga, e Charly Rainer Ehrenpreis, engenheiro e físico. Escolheram Portugal e o Alentejo para arrancar com o protótipo, pela luz solar, pela situação geográfica e climática, pela receptividade e hospitalidade do povo, pela cooperação das autoridades, e pela tradição em tolerância e em trabalho em comunidade.

"Se a nossa Terra fosse pacificamente cultivada, ela produziria alimentos suficientes para 12 mil milhões de pessoas. A realidade, porém, é que diariamente 100.000 pessoas morrem como resultado da fome ou má nutrição”."  Jean Ziegler

Que a experiência de Tamera prove que é possível viver sustentavelmente, e que o modelo seja replicado pelo mundo fora. Força, Tamera!

21 comentários:

  1. um dia quero viver num sitio destes :')
    "A natureza faz do homem um ser natural.
    A sociedade faz dele um ser social.
    Somente o homem é capaz de fazer de si um ser livre.".
    (Rudolf Steiner)

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  2. Manuela,
    Exemplos destes são sempre sinal de esperança.
    Que se multipliquem!

    Beijo :)

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  3. Bastante interessante! Aliás o blogue continua a manter grande qualidade e interesse. Parabéns!
    Bom ano 2011.
    Beijo,
    Manuela

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  4. Manuela,
    Obrigado por este belo post.
    Faço link... naturalmente :)
    Beijinho.

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  5. Já conhecia de ler em revistas, se não me engano até na revista em que uma certa moça com um blogue falou do "bloggers against hunger"... ;-P
    No Algarve há pequenas aldeias onde seguem os mesmos princípios.

    O meu sonho é viver dessa maneira, num local desse género, onde as pessoas não olham para nós como se tivéssemos que ser internados num manicómio quando dizemos que gostávamos de ter uma vida mais calma, com uma cabra para cortar a relva, um ganso para cão de guarda, etc....

    Soubera eu há uns anos o que sei hoje...
    Mas hei-de lá chegar e, nessa altura, o convite para visitar incluirá chá biológico da minha horta! ;-)

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  6. Quando acabarmos com o Sistema Monetário a com as Religiões pode ser que lá cheguemos!!! Enquanto existirem estes dois não há "Tamera" que nos acuda!

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  7. E quem me dera poder estar lá, junto dos que tentam pôr em prática tal programa!
    Um abraço, Manuela!

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  8. Manuelamiga

    É assim que trato aqueles de quem gosto, pois fazer Amizade com alguém é das melhores coisas do Mundo. Deste pobre Mundo que, geração após geração, nós, os homens, desde que descemos das árvores, vimos despudoradamente destruindo.

    Tamera é um verdadeiro paradigma da possibilidade de vivermos nesse mesmo Mundo, tentando melhorá-lo; pelo menos, não o estragando mais.

    Estou de acordo: oxalá Tameras fossem muitas e muitas e muitas, que se multiplicassm à enésima potência, que dessem à Humanidade a ocasião de se descorir e de que o é, ainda.

    Chego aqui, por que te encontrei no INTIMIDADES e estou muito feliz por o ter feito. Excelente blogue, que mereceu e merece sem dúvidas nem tibiezas o Blog de Ouro. Parabéns e muito obrigado pela dádiva que me (nos) fazes.

    Um convite: vai até à minha courela. Não, não é um convite; é uma ordem... hahahahaha. Pelo menos, é diferente. E até está lá a decorrer um passatempo/concurso, com prémios livros.

    Qjs = queijinhos = beijinhos

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  9. Manuela, um mundo parecido com o que descreves no início do post conheci eu na minha infância e adolescência, na aldeia onde nasci; havia segurança,( quase nunca se fechava as portas de casa), confiança nas pessoas, convivência com vizinhos, completa segurança nas brincadeiras na rua.Mas, infelizmente havia muita fome..convivia com famílias com um grande número de crianças onde eu gostava de passar o meu tempo, pois eramos só dois em casa; apesar de filha de um taxista de aldeia fui uma previlegiada; estudei, formei-me e nunca passei fome; não tinha nada em excesso, mas tinha o suficiente e isso fez com que me sentisse feliz; via muitas amigas minhas ( até hoje as mantenho como tal) irem para a escola de pés descalços, cheias de fome e sem a merenda; se a minha mãe lhes oferecia um pão ( trigo), pois comiam boroa de semanas, para elas era como se fosse um bife tenro: neste aspecto as coisas estão melhores; se vou à minha aldeia fico espantada, pois aquela fome não existe mais; claro que em outras o mundo piorou, mas hoje há sempre quem ajude, quem mate a fome; naquele tempo só os vizinhos; não havia apoio de qualquer espécie e vivíamos numa ditadura. As aldeias, as pequenas comunidades são sempre bem-vindas; nelas o homem se torna mais solidário, mais alegre, mais participativo; no que eu acho fundamental que esta sociedade mude é na correria desenfreada para ter cada vez mais e se esquece de SER. O tempo não lhe chega para desfrutar das pequeninas coisas porque o que interessa é ter. Que venham muitas Tameras por aí. Um beijinho e vamos lá.... tenhamos sempre esperança de que esta crise sirva ao menos para isso, para fazer com que o homem pense mais no ser do que no ter,
    Emília

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  10. M. Sunshine:

    Eu também, mas com a minha família :)

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  11. AC

    Exemplo totalmente inspirador. Espero ir lá ver com os meus olhos... pois o livro é também muito interessante, e ouvi sobre Tamera num seminário. Uma pessoa fica fascinada!

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  12. Manuela

    Muito obrigada e um bom ano para si também, com luita luz :)
    Beijos

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  13. Ana Paula

    Mais uma vez obrigada pelo ânimo que me dá, com os seus links, e que ainda há pouco recebi um prémio que tanto me alegrou das suas mãos.
    Obrigada, do coração.

    Beijinhos

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  14. Sónia

    Bem dito: soubera eu há uns anos o que sei hoje...
    Mas o nosso percurso é só um, não dá para andar para trás... é só para a frente... faremos depois o que não pudemos fazer antes...

    E o convite para o chá biológico da horta que fique de pé, que eu aceito :)

    Beijinhos

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  15. Voz

    Não há qualquer hipótese de pensar que vai chegar aí um salvador que vai explodir o Sistema Monetário... são pessoas como as que estão em Tamera que têm a capacidade de mudar o mundo.
    Quanto às religiões, a conversa é outra: elas excerbam o que as pessoas têm de bom... e de mau... e não vou entrar por essa discussão...
    mas em Tamera, são muito espirituais, não sei se é religião ou não, mas é uma coisa positiva.

    Quanto ao seu pessimismo permanente, deixo-lhe um link de uma reportagem da TVE: http://www.youtube.com/watch?v=7L6530Av-MM

    Seja feliz!

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  16. Maria

    Ah, quem me dera a mim também poder pegar na família, deixar tudo o resto e ir para Tamera... até o calor suportaria :)

    Beijinhos

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  17. Henrique

    Muito obrigada pela visita, pelo comentário e pelas amáveis e palavras, umas, sábias, outras.

    Decerto chegou aqui através do INTERIORIDADES do AC... :)

    Quanto ao seu espaço, julgo que fala do "A minha Travessa do Ferreira", já lá fui espreitar de corrida, mas em breve vou lá com mais tempo, e participo no desfio :) Ordens são ordens ;)

    Obrigada pela visita e seja bem vindo!

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  18. Emília

    Muito obrigada pelo testemunho que deixou no seu comentário. De facto, este mundo de futuro que Tamera propõe vai buscar muito ao saber ancestral, polular, que está em riscos de se perder, mas alia-o à ciência e à investigação, e sobretudo, a uma consciência de nós como parte da natureza, e não como "dominadors implacáveis" da mesma.

    Precisamos de regressar a muitas coisas do passado, mas não à fome, que nunca passei (mas passou a minha mãe)... mas à partilha!

    Beijinhos

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  19. Não sei porque mistura felicidade com pessimismo com ilusão... Quando me apelida de "pessimista" eu considero "realista"... de igual modo posso apelida-la de "quimerista"...
    No fim é bom pois assim temos os dois uma parceria fantástica por um lado o "pessimista permanente" do outro a "quimerista eterna" já viu melhor?!?
    Felicidade... não pense que por eu ser conhecedor e estar ciente do que realmente se passa neste Planeta faz com que seja infeliz... bem pelo contrário.

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  20. Voz

    Eu não quis dizer que é infeliz, apenas lhe desejei que seja feliz.

    Mas continuo convencida que o optimismo (e não cegueira) é um ingrediente muito importante para a felicidade. O pessimismo crónico é, pelo contrário, um ingrediente chave para não se ser feliz. Mas há regras, e há excepções.

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  21. http://permaculturadesign.wordpress.com/participe-no-inquerito/

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