segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Recicle as rolhas de cortiça



"Comece já a juntar as suas rolhas de cortiça! Já é possível ir colocar as suas rolhas de cortiça para reciclagem nos hipermercados Continente, Modelo, nos centros comerciais Dolce Vita e nos agrupamentos de Escuteiros do Corpo Nacional de Escutas.

O GREEN CORK é um Programa de Reciclagem de Rolhas de Cortiça desenvolvido pela Quercus, em parceria com a Corticeira Amorim, a Modelo/Continente e a Biological. Tem como objectivo não só a transformação das rolhas usadas noutros produtos, mas, também, com o seu esforço de reciclagem, permitir o financiamento de parte do Programa “CRIAR BOSQUES, CONSERVAR A BIODIVERSIDADE”, que utilizará exclusivamente árvores que constituem a nossa floresta autóctone, entre os quais o Sobreiro, Quercus suber.
O projecto foi construído tendo por base a utilização de circuitos de distribuição já existentes, o que permite obtermos um sistema de recolha sem custos adicionais, que possibilita que todas as verbas sejam destinadas à plantação de árvores. Tudo isto sem aumentar as emissões de CO2!
As rolhas de cortiça recicladas nunca são utilizadas para produzir novas rolhas, mas têm muitas outras aplicações, que vão desde a indústria automóvel, à construção civil ou aeroespacial."   Fonte: Green Cork

domingo, 30 de janeiro de 2011

O desafio da sustentabilidade - por Valdemar Rodrigues

Mais um extracto do livro "Desenvolvimento Sustentável - uma introdução crítica"  em complemento da mensagem anterior, e com o qual partilho a visão integrada da sustentabilidade. Com os sinceros agradecimentos ao Professor Valdemar Rodrigues por ter permitido publicar textos seus neste blogue, que tanto o enriqueceram. 

"
Imagem que veio do blogue Ita Tapajônica
"Nos dias que correm é no mínimo imprudente pensar-se o desenvolvimento humano à margem dos limites que a natureza sugestivamente lhe impõe. Sugestivamente porque nem sempre esses limites são nítidos, e a sociedade no seu todo, e particularmente a ciência, têm ainda grandes dificuldades em identificar as relações de causalidade envolvidas. Daí a urgência de procurar formas de tornar mais transparente a relação que existe entre qualidade do ambiente e bem-estar humano, entre pobreza e poluição, entre equidade na distribuição de recursos e igualdade de oportunidades para todos. O ideal da sustentabilidade exprime bem através dos seus princípios o alcance imenso deste desafio. Um desafio que é como se tentou demonstrar inseparável dos ideais de democracia e justiça, e que é portanto um desafio de toda a sociedade de homens livres. Um desafio para o qual existem múltiplas soluções interessantes e válidas.
Falar de sustentabilidade enquanto patamar superior de aperfeiçoamento das sociedades humanas implica também falar de justiça e de democracia.
(...)
A ideia de devolver à responsabilidade dos homens a nobre tarefa de caminhar rumo à sustentabilidade significa  o mesmo que, em democracia, a tarefa de procurar realizar a justiça. É urgente libertar o potencial criativo da sustentabilidade desse tentador totalitarismo técnico e científico, herdeiro do velho iluminismo, que o enleia e assimila.
A solução para a protecção do ambiente é algo que atravessa os tempos e as culturas humanas, e essa é com certeza outra das conclusões deste ensaio. O alcançar da sustentabilidade pode ser hoje mais um problema de visão do que de tecnologia. Mais de justiça e de ética do que de eficiência económica e de gestão ambiental. Para isso é preciso que as escolas incluam o homem no ambiente, e o estudem e respeitem enquanto homem nas suas liberdades e diferenças.
(...)
A natureza não um mero conjunto de de objectos e espaços físicos com história; meras narrativas sem narradores. O frenesi modernizante trouxe consigo a desumanização desses objectos e espaços, e uns quantos passaram a ter estatuto legal de peças de colecção, internacionalmente reconhecidas e catalogadas pela UNESCO, peças que que se tornaram dessa foram exteriores ao homem. O homem moderno, transfigurado em consumidor-espectador das coisas da natureza (e da cultura), convertido em turista globalizado no muito fátuo mundo em movimento que Zygmunt Bauman surpreende, um mundo que insiste em olhar de maneira exótica certas culturas desocidentalizadas e que confunde virtuosismo com riqueza material, justiça com legalidade, beleza com bondade, nomadismo com vagabundagem. Não são seguramente esses nem o homem nem o mundo que mais convém à sustentabilidade."

Valdemar J. Rodrigues, em "Desenvolvimento Sustentável - uma introdução crítica", Conclusões, Editora Principia, 2009. Itálico do autor. Negrito meu.

Abordagem à sustentabilidade - por Valdemar Rodrigues

O seguinte texto foi extraído do livro abaixo referido, do Professor Valdemar Rodrigues, e do qual já várias  vezes  falei neste blogue, pela sua excelente clareza de abordagem: 

"À semelhança do que se verificou na maioria dos países da União Europeia e um pouco por todo o mundo desenvolvido, o apelo da sustentabilidade em Portugal ficou marcado pela deriva da modernização ecológica e pelo discurso tecnoburocrático em torno das questões de ambiente stricto sensu e da gestão eficiente dos recursos naturais. A face mais visível dessa deriva foi o nascimento de uma nova burocracia - a burocracia ambiental - baseada em instituições novas ou renovadas da administração pública e apoiada por um elaborado regime de enquadramento legal das diversas políticas, programas e projectos tendo em vista o desenvolvimento, regime este em grande medida delineado pela mão de técnicos e especialistas. Paralelamente à evolução desta burocracia desenvolveram-se e consolidaram-se novas áreas de negócio num sector emergente - o «sector do ambiente» - e cresceram e multiplicaram-se pelo país os grupos e associações cívicas com interesses específicos na área do ambiente, do ordenamento do território e da conservação da natureza.

Em síntese, a abordagem à sustentabilidade fez-se sobretudo por via de questões estritamente ambientais, em detrimento das questões relativas à equidade, à autonomia ou aos aspectos sociais do desenvolvimento. Seria pois legítimo esperar-se que, dada a concentração do esforço de investimento público no  «sector do ambiente», fossem visíveis, pelo menos a esse nível progressos substanciais. (...)  Contudo, os progressos registados em tais domínios são sofríveis, sendo até nalgumas áreas manifesto o agravamento das condições necessárias para a denominada «sustentabilidade ambiental». (...)

Valdemar J. Rodrigues, em "Desenvolvimento Sustentável - uma introdução crítica", Conclusões, Editora Principia, 2009. Imagem do mesmo livro. 

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Como vai tirar as dúvidas? Hipotecando os seus descendentes?

Estão mesmo os humanos a provocar o aquecimento global?  Duvida da nossa influência no aquecimento global e alterações climáticas? E como vai tirar as dúvidas? Hipotecando os seus descendentes?

Os seguintes dois parágrafos foram extraídos e traduzidos do artigo do "Guardian", de 30/12/2010, intitulado "Are humans definitely causing global warming?"

"Existem fortes evidências de que o aquecimento da Terra no último meio século foi causado em grande parte pela actividade humana, como a queima de combustíveis fósseis e alterações no uso do solo, incluindo agricultura e desflorestação"

"A única maneira de provar com 100% de certeza que os humanos são responsáveis pelo aquecimento global é fazer uma experiência com duas Terras idênticas - uma com influência humana e outra sem ela. Tal, obviamente, não é possível, e por isso a maioria dos cientistas são cuidadosos em afirmar a influência humana com absoluta certeza. No entanto, as evidências são agora extremamente fortes"

Entretanto, vamos a alguns factos. Quanto a temperaturas (Fonte: NOAA - National Oceanic and Atmospheric Administration - National Climat Data Centre - U.S. Department of Commerce):

O ano de 2010 (empatado com 2005), foi o ano o mais quente desde o início dos registos em 1880. A temperatura global combinada das superfícies da terra e do oceano esteve 0,62°C acima da média do século 20. No hemisfério norte também foi o ano mais quente já registado, enquanto que no hemisfério sul foi o sexto ano mais quente.

A década 2001-2010 foi a mais quente já registada com uma temperatura de superfície global de 0,56°C acima da média do século 20, tendo superado o recorde da anterior década (1991-2000) em 0,36°C.

Quanto a concentrações de CO2 (Fonte: CO2Now): 




Entretanto, se não viu ainda o filme "A Era da Estupidez", tente não o perder. Para reflexão. Infelizmente, o actor, o britânico Pete Postlethwhaite, já não estará cá para testemunhar o futuro - morreu no passado dia 2 de Janeiro.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Agricultura ecológica ou permacultura holzeriana

Sepp Holzer é um agricultor austríaco que pratica agricultura ecológica desde 1962. Mais tarde, alguém lhe disse que a sua agricultura era uma forma de permacultura, que, sendo um pouco diferente da permacultura de Mollison e Holmgren, acabou por ser denominada de Permacultura Holzeriana. Com a modelação inicial do terreno para melhor gestão da água, criando terraços e represas, com o saber e experiência adquiridos ao longo de décadas, Sepp transformou um terreno de montanha com 45 hectares, com altitude dos 1000 aos 1400 metros, e com uma temperatura média anual de 4ºC, na quinta mais produtiva da Áustria. Nessa quinta, trabalham ele, sua mulher, e alguns animais. 
Sepp Holzer agora dedica-se também a divulgar pelo mundo os princípios da sua agricultura e do seu saber. E segundo o próprio, os dois grandes segredos são: gestão da água e agricultura com a natureza e não contra ela. Em Portugal, Sepp Holzer tem acompanhado e ajudado a transformar Tamera, (de que já falei aqui) no Alentejo, num verdadeiro oásis.

Foto do blogue Paredes em Transição
No passado mês de Dezembro, Sepp Holzer esteve cá para a conferência "Portugal: Paraíso ou Deserto?", no Porto e em Lisboa, organizada pela Quercus e por Tamera.

Recentemente, a Quercus Porto disponibilizou o vídeo da intervenção de Sepp Holzer, no dia 5 de Dezembro de 2010, no Fórum Maia (abaixo), que se seguiu à apresentação do projecto Tamera e a um interessante documentário sobre o trabalho de Sepp na Áustria. O debate que se seguiu, pode ser visto aqui.

SEPP HOLZER - Portugal: Paraíso ou Deserto? - PALESTRA from Quercus Porto on Vimeo.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Sobre capitalismo, direitos humanos e conhecimento

Boaventura de Sousa Santos, doutorado em Sociologia do Direito, é Professor Catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Tem trabalhos publicados sobre globalização, sociologia do direito, epistemologia, democracia e direitos humanos. Escreve também artigos de opimião na revista Visão.

O vídeo seguinte, que encontrei na rede Transição e Permacultura Portugal, integra a 1ª parte da sua conferência Epistemologias do Sul, em Belo Horizonte, Brasil.




A segunda parte da conferência pode ser vista aqui.  Aproveito para o parabenizar, dado que "O sociólogo Boaventura Sousa Santos vai receber uma bolsa de investigação no valor de 2,4 milhões de euros do European Research Council. Trata-se do maior prémio científico europeu, que assim é atribuído, pela primeira vez, na área das ciências sociais. A bolsa destina-se a financiar o projeto "ALICE - Espelhos estranhos, lições imprevistas: definindo para a Europa um novo modo de partilhar as experiências do mundo", no qual Boaventura Sousa Santos defende a "ecologia dos saberes", ou seja, o reconhecimento da pluralidade de conhecimentos existentes no globo." (fonte: Boas Notícias, 3/12/2010)

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Petição pelas abelhas

Muitas pessoas já se aperceberam que as abelhas estão a desaparecer, conforme foi referido aqui neste post (ver também no blogue A Linguagem das Folhas).
Estudos demonstram que (entre outros factores, eventualmente), os insecticidas à base de neonicotinóides são altamente tóxicos para as abelhas. Países como a França, Itália, Eslovénia e mesmo a Alemanha proibiram o seu uso, mas a Bayer continua a vender no resto da Europa, Estados Unidos e muitos outros países.

A AVAAZ lançou uma  petição  para que sejam proibidos estes químicos, e mais de 900 mil pessoas já a assinaram para ajudar a salvar as abelhas. Ajude a chegar a 1 milhão. Aqui fica o apelo da AVAAZ:
 
«ALERTA DAS ABELHAS - AJA AGORA!

Silenciosamente, ao redor do mundo, bilhões de abelhas estão sendo mortas, ameaçando assim nossas plantações e segurança alimentar. Porém a proibição de um tipo de pesticida, poderia salvar as abelhas da extinção.
Desde que este veneno foi proibido em quatro países europeus, a população de abelhas já está se recuperando. Mas empresas químicas estão fazendo um lobby forte para manter a sua pesticida letal no mercado. Um chamado para baní-la nos EUA e na União Europeia, onde o debate é mais forte, poderá desencadear ações de outros governos ao redor do mundo.
Vamos fazer um zumbido global gigante para banir este veneno perigoso nos EUA e Europa a não ser que hajam evidências de que ele seja seguro. Assine a petição para salvar abelhas e as nossas plantações e encaminhe para todos:

Para governantes dos EUA e UE:
"Nós pedimos que vocês proibam agrotóxicos à base de neonicotinóide até que novos estudos científicos independentes comprovem que esta substância é segura. A morte catastrófica de colônias de abelhas poderão colocar toda a nossa cadeia alimentar em perigo. Se você agir urgentemente com precaução, nós poderemos salvar as abelhas da extinção.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Uma questão de inspiração

Imagem obtida em Planeta Educação
O texto que se segue, é de Joana Montenegro, aluna do 10º ano, de Espinho. Veio fora de tempo e com palavras a mais para o concurso Melhorar o Mundo na Escola, mas foi feito com o intuito de nele participar. Por isso, porque vale a pena lê-lo e reflectir sobre ele, e também porque a jovem autora gostaria de o ver aqui publicado, aqui fica (o título fui eu que dei) :

"Sem música a vida seria um erro"

"A meu ver, e digo isto com imensa certeza, o que falta à nossa sociedade, em geral, é inspiração. As acções humanas produzem-se se existir vontade, e para existir vontade tem que existir algo que a alimente. Não falo em motivos ou intenções, mas sim numa entidade, digamos, que seja capaz de despertar nos homens o desejo de querer fazer algo, um sentimento de mudança, uma força interior, o amor à causa. É desse tipo de inspiração que estou a falar, pois tal como um pintor se serve de uma musa inspiradora, se queremos levar este mundo para melhor necessitamos de inspirar a sua população. Eu digo isto porque por mais informação, ameaças e avisos sobre as alterações que o nosso planeta está a sofrer e sobre os imensos problemas que afectam as sociedades, como a pobreza, por exemplo, que por aí andem a circular, a verdade é uma, o ritmo a que contagiam pessoas a tomarem medidas e a passarem à acção é muito lento, tal como a reposição dos recursos minerais na Terra pela natureza. A minha palavra-chave é inspiração, e se alguém quiser ver feita obra necessita de inspirar os trabalhadores, ou seja, se nós, um grupo de protectores da Terra, queremos juntar mais membros precisamos de inspirá-los, criar neles o gosto pela obra. Qualquer um pode demonstrar a veracidade destas palavras por experiência própria, não é difícil. Quando fazemos por gosto, fazemos bem, não ouvimos isto tantas vezes? Este deve ser o lema.

Agora só falta encontrar o alimento da alma, a fonte de inspiração, e é aí que reside a minha ideia. Pedem-me uma maneira de melhorar o mundo na escola, e a minha ideia é inspirar os seus alunos através da música. O maior problema da sociedade é a apatia, pois se assim não fosse não estaríamos na situação em que nos encontramos. Não podemos tolerar esta inexpressividade que afecta muita gente, cujo lema é "deixar andar" ou "não vale a pena" ou ainda "como não é comigo". E isto não podemos tolerar, "tudo vale a pena quando a alma não é pequena" e se há um problema com a sociedade em que estamos inseridos então esse problema também nos diz respeito. Ao colocar um piano, instrumento tão notável e impetuoso, num local de encontro da comunidade escolar, ao qual ninguém consegue ser indiferente, e ao deixar que um pianista, que não é difícil de encontrar numa escola com mais de mil alunos, como é o meu caso, levasse a sua música a preencher as almas apáticas de alegria e inspiração, iríamos, sim, possuir a chave que franquearia a entrada ao novo mundo, um mundo melhor. A música é capaz de mover massas, de inspirar mentes e apaixonar corações, e acho que não exagero ao dizer que a arte, criada pelo homem, será a salvação do humano, irá acordá-lo para a realidade, que não precisa de ser entediante, triste ou assustadora. Irá acordá-lo para a realidade em que a Terra, a sua casa, precisa de ajuda, chama por ajuda. Irá inspirá-lo a salvar essa "jóia do Sistema Solar" (Carl Sagan, em Cosmos), a “mexer-se” em prol dela.

Resumo então a minha ideia: o mundo precisa de mudanças, de melhoramentos; grande percentagem da população humana sente-se indiferente a este assunto; falta-lhe inspiração que lhe dê forças para passar à acção; este problema reside também nas escolas; vamos inspirar, então, os estudantes, vamos dar-lhes a conhecer o verdadeiro mundo da música; mentes felizes são mentes inspiradas que pertencem a seres prontos para entrarem em movimento, o movimento de salvação da Terra; e a inspiração é contagiosa, não tardará, ficará mais gente “infectada”.

O desafio era encontrar uma ideia exequível, aqui está ela. Vai melhorar o mundo? De certeza que sim, porque "sem música a vida seria um erro" (Friedrich Nietzsche). E se existem outras maneiras de inspirar? Claro que sim, agora é o papel de cada um encontrar a sua. A partir daqui, tudo é possível e sem limites definidos, basta querer."
 
Joana Montenegro

sábado, 15 de janeiro de 2011

Telhados verdes no Biosfera


Foto do blogue Gaiatos e Gaianos de Giuliana Capello
Já falei aqui um pouco das vantagens das coberturas ajardinadas. Mas as "coberturas verdes" não se limitam a jardins - podem ser ultizadas também para a produção de alimentos, o que as torna ainda mais vantajosas.  Telhados e coberturas verdes melhoram a eficiência energética das construções, embelezam a paisagem, e, sobretudo no caso das cidades, minimizam os efeitos das enchentes, diminuem o efeito ilha, purificam o ar, aumentam a biodiversidade...  Mas o melhor é ver o programa Biosfera (RTP2) sobre o tema, com o agrónomo Luís Alves do Cantinho das Aromáticas, e a arquitecta Lívia Tirone, autora do livro "Construção Sustentável".

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Em nome da terra

No passado dia 5 de Junho, a RTP2 emitiu o documentário "Em Nome da Terra", com autoria e realização da jornalista Rita Saldanha e produção de Miguel Ferraz, " baseado em testemunhos próprio e de outros a visão do ambiente e do ordenamento do território na óptica de Gonçalo Ribeiro Telles.

Há muito que o Arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles vem avisando e alertando para os perigos do mau ordenamento do território, do desrespeito da construção pelo ambiente, da excessiva impermeabilização, da falta de espaços verdes nas cidades. Será que já está na hora de começar a ser ouvido? É tarde, mas como diz o ditado, mais vale tarde que nunca.

O documentário completo pode ser visto nesta página da RTP2. Por aqui ficam os minutos finais, e uma das frases de Gonçalo Ribeiro Telles no documentário: "O homem do futuro, que está a nascer por todo o lado, é um homem que vai juntar a cidade e o campo"


[Esta mensagem foi originalmente aqui publicada em 6 de Agosto de 2010. Na sequência da participação na "Conversa sobre Ambiente" em Serralves, dia 13/01/2011, onde se falou em Ordenamento do Território (Professor Paulo Pinho, da FEUP), em Impermeabilização do Solo (Dr. Carlos Lage, Presidente da CCDR-N) e em Agricultura Urbana (Eng. Miguel Malta, da GRAU/ESAC), onde o nome do Arq. Gonçalo  Ribeiro Telles surgiu naturalmente, decidi republicá-la]

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Conversas sobre ambiente, em Serralves

No Porto, as CONVERSAS SOBRE AMBIENTE decorrem mensalmente na Biblioteca da Fundação Serralves, desde 11 de Novembro passado e até 9 de Junho próximo, das 17:00 às 19:30, numa parceria desta instituição com a LPN - Liga para a Protecção da Natureza .

"O objectivo destes encontros mensais é o de difundir informação e contribuir para ampliar conhecimentos em matéria de ambiente, apoiando a participação da sociedade civil e das suas organizações na discussão destas problemáticas. Em 2010 assinala-se o 1º ano da Década das Nações Unidas dos Desertos e do Combate à Desertificação 2010-2020 e, em 2011, celebra-se o Ano Internacional das Florestas. Estes dois temas constituem o ponto de partida das Conversas programadas.  Entrada Gratuita mediante inscrição prévia para:  tel: 226 156 587 ou e-mail: c.almeida@serralves.pt"

O programa para este ano é que o se segue, e já a partir de quinta feira :

CRESCIMENTO URBANO E IMPERMEABILIZAÇÃO, HAVERÁ ALTERNATIVA PARA OS NOSSOS SOLOS? - 13 JAN 2011 (veja mais aqui)

BIODIVERSIDADE VERSUS DESERTIFICAÇÃO: UMA LUTA A VENCER? - 10 FEV 2011

A ÁGUA IMPEDE A DESERTIFICAÇÃO? OU SERÁ QUE A PROMOVE? - 10 MAR 2011

EM PORTUGAL HAVERÁ RELAÇÃO ENTRE DESERTIFICAÇÃO E ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS? - 14 ABR 2011

INCÊNDIOS FLORESTAIS, EROSÃO E DESERTIFICAÇÃO. TRÊS PROBLEMAS COM SOLUÇÃO? - 12 MAI 2011

SOLO, O NOSSO BEM PRECIOSO NA DÉCADA 2010-2020, MITO OU REALIDADE? - 9 JUN 2011

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A Pegada Humana USA - parte 2

Há cerca de um ano, deixei aqui a primeira parte do documentário da  "National Geographic: The Human Footprint USA", que tinha passado recentemente na RTP2. Um excelente documentário que mostra de uma maneira fácil de entender, o que consumimos ao longo de uma vida: as toneladas que comemos, as embalagens que usamos, a roupa que vestimos, o lixo que produzimos...

Agora, ficam aqui os vídeos que compõe a 2ª parte do documentário, e onde ficamos com uma noção do que se gasta  na construção de uma casa, nos automóveis, em gasolina, carvão...  a pegada de carbono... o impacto na natureza e biodiversidade...

O documentário é aplicado aos americanos, que têm uma pegada ecológica equivalente a mais de 5 planetas.... são bem mais consumidores que os europeus, mas nós também gastamos muito mais planeta do que a nossa quota parte... por isso, vamos lá tentar perceber porque precisamos de tantas coisas... será que precisamos mesmo de consumir tanto? Eu acho que não... foi apenas uma questão cultural de um século que já passou e que ainda deixa as suas pegadas devastadoras!  Está na hora de pensar... e  mudar!










quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Tamera - um modelo de futuro, de Portugal para o Mundo

"Que aspecto poderia ter um mundo onde todos os seres humanos tivessem comida suficiente, onde os rios de águas claras pudessem serpentear livremente, onde as crianças pudessem novamente confiar nos adultos e onde os conflitos pudessem ser resolvidos com inteligência e compaixão, em vez de conduzir à violência?
Como parece ser o futuro da humanidade? Podemos imaginar um mundo no qual os seres humanos vivam em paz entre si e com a natureza? Será realmente possível uma vida diferente?
O actual desenvolvimento global não é animador. Para ser capaz de imaginar um futuro diferente e um futuro positivo, precisamos de locais, a princípio em pequena escala, onde os possamos realmente  criar. Este é o significado mais simples dos modelos.
Tamera desenvolve tal modelo para o futuro."

Este texto foi transcrito do livro de Leila Dregger, "Tamera - Um Modelo Para o Futuro", cuja versão portuguesa foi editada em Setembro de 2010,

Tamera, também conhecida pela Aldeia Solar, é um projecto que se desenvolve no Alentejo (Monte do Cerro), com investigação e prática, de um modelo de comunidade sustentável, de paz, e independente das energias fósseis. Os primeiros 11 minutos do programa Falar Global da SIC Notícias, do passado dia 27 de Novembro (abaixo incorporado), explicam melhor o que se passa nesta aldeia. Tamera é um local onde vivem cerca de 160 pessoas (o objectivo é 500), entre voluntários, investigadores  e estudantes, que caminha no sentido da independência da energia da rede, onde se investiga energia solar, onde se pratica pemacultura, onde se formam jovens, onde mulheres em idade de reforma são extremamente úteis à comunidade.
A fundação de Tamera data de 1995, mas a ideia nasceu na Alemanha em 1978, quando se cruzaram Dieter Duhm, sociólogo, Sabine Lichtenfels, teóloga, e Charly Rainer Ehrenpreis, engenheiro e físico. Escolheram Portugal e o Alentejo para arrancar com o protótipo, pela luz solar, pela situação geográfica e climática, pela receptividade e hospitalidade do povo, pela cooperação das autoridades, e pela tradição em tolerância e em trabalho em comunidade.

"Se a nossa Terra fosse pacificamente cultivada, ela produziria alimentos suficientes para 12 mil milhões de pessoas. A realidade, porém, é que diariamente 100.000 pessoas morrem como resultado da fome ou má nutrição”."  Jean Ziegler

Que a experiência de Tamera prove que é possível viver sustentavelmente, e que o modelo seja replicado pelo mundo fora. Força, Tamera!

domingo, 2 de janeiro de 2011

Prémio "Blog de Ouro" - agradecimento

Fica aqui registado o meu sincero agradecimento à Ana Paula Fitas do blogue A Nossa Candeia por ter atribuído ao Sustentabilidade é Acção o prémio Blog de Ouro. Um prémio que muito honra esta casa e esta autora, tanto mais que a Ana Paula o ofereceu por considerar um dos blogues que valeu a pena ler em 2010.

Este prémio veio sem regras e sem obrigações, e poderia desde já enumerar muitos blogues merecedores a quem o dedicar, mas vou deixar essa tarefa para um pouco mais tarde. Por agora, o meu OBRIGADA à Ana Paula Fitas e ao blogue "A Nossa Candeia" pelo "mimo" de ouro.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Tudo está interligado!

Porque o Cosmos quis, aqui o Sustentabilidade é Acção chegou às 100 mil visitas algures entre ontem e hoje, na passagem para o ano de 2011.
Para agradecer as 100 mil visitas ao blogue, que ainda não completou 2 anos, e para vos desejar um bom ano de 2011, deixo aqui uma mensagem de 4 cientistas do século XX: Carl Sagan, Richard Feynman, Neil deGrasse Tyson e Bill Nye


Um vídeo que agradeço à Ana Teresa, que mo enviou por e-mail, originário daqui e cuja tradução pode ser lida aqui.  Uma resposta à (triste) constatação de que a história da humanidade tem sido a história da sua cisão com a natureza, que António Carlos Valera, doutorado em arqueologia pré-histórica, tão bem sistematizou num texto que ainda está no prelo ("A “vaca de Almada” e o problema das relações Homem / Animal na Pré-História Recente") e que gentilmente me enviou, do qual transcrevo uma pequena parte:

"a) A ideia de destacamento da humanidade relativamente à natureza não é um universal cultural ahistórico, mas essencialmente uma expressão historicamente construída, particularmente vinculada ao Mundo Ocidental e às suas raízes clássicas, cristãs, humanistas e cientistas.
b) Daqui decorre que as ideias de humanidade são, no espaço e no tempo, plurais e contingentes e a visão da Natureza como um recurso passivo à disposição da acção dominadora do Homem, com base numa racionalidade economicista, não o é menos.
c) A ideia que o Homem faz de si próprio e da forma como se relaciona com o mundo que o rodeia interfere profundamente na acção humana e essa ideia não foi sempre a mesma.
d) Existe, pois, a necessidade de contemplar, no problema em análise, concepções ontológicas (do humano e de outros elementos do mundo) diferentes da que domina o nosso contexto social
."

Assim, porque existe mesmo essa necessidade de o homem se sentir parte da natureza,  realço as ideias de Carl Sagan:
 "O Cosmo também está em nós: somos feitos da mesma matéria que as estrelas. Nós somos uma forma do Cosmo se autoconhecer

"Estamos todos conectados; uns aos outros, biologicamente; à Terra, quimicamente; ao resto do Universo, atomicamente."


Pensem nisso, e sejam felizes, ligados e inspirados em 2011.