sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Em 2012, inspirem... e inspirem-se

Sinto que 2012 será um ano de mudança, e quero acreditar que será o princípio da mudança para melhor. Aos visitantes deste blogue, mais ou menos assíduos, mais ou menos participativos, e a todos os que contribuem para melhorar um pouco o mundo, nem que seja apenas um bocadinho muito pequenino, desejo que 2012 seja um ano positivo e com muita paz interior. Porque só a partir da paz interior se conseguirá a paz exterior. E sem esquecer que, se a paz é o contrário da guerra, não é o contrário da luta por um mundo melhor, mas a sua essência.



"Ninguém cometeu maior erro que aquele que não fez nada, só porque podia fazer muito pouco"
Edmund Burke
Que 2012 seja o ano dos beija-flores!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

"Nós estamos aqui. Não estamos de férias."

Uma mensagem de Frei Fernando Ventura para o novo ano:

"VIVA A CRISE

Isso mesmo, assim…, sem pontuação, sem sublinhados e sem sinais, sem acordos, por mais ortográficos que sejam.

VIVA A CRISE

Só assim mesmo, um imperativo. Um imperativo de consciência.

VIVA A CRISE

Só assim mesmo, uma interrogação. Uma interrogação, de dignidade.

VIVA A CRISE

Assim sem mais, sem glosas nem variações do politicamente correcto.

VIVA A CRISE

Neste novo ano que agora se inicia. Neste 2012 com tudo por inventar. Neste 2012, ANO NACIONAL E INTERNACIONAL DA SOLIDARIEDADE.

VIVA A CRISE

Isso mesmo, ANO NACIONAL E INTERNACIONAL DA SOLIDARIEDADE, assim…, sem pontuação, sem sublinhados e sem sinais, sem acordos, por mais ortográficos que sejam.

VIVA A CRISE

Neste 2012, o ano de recriar a aritmética do tempo novo e do Novo Tempo. Tempo de DIVIDIR para MULTIRPLICAR e de ADICIONAR sem SUBTRAIR nada a ninguém.

Se assim for,

VIVA A CRISE, vivamos a CRISE, neste imperativo de consciência, que mudará a história na medida em que as nossas consciências se mudarem, na medida em que formos capazes de entender que se não vivermos a vida, seremos vividos por ela e eu, não quero, não tenho tempo, tenho mais que fazer…

Há mais apressados por aí?

Então vamos a isso, vamos juntos, vamos todos, vamos pegar nisto, vamos pegar em nós e fazer a revolução. Pode ser?

Vamos mandar os senhores do tempo, os senhores da política do partidarismo bacoco, da economia que faz de nós carne para canhão, da finança que só sabe entender a linguagem da especulação criminosa, vamos mandá-los à mera… isso mesmo, à mera consideração das suas ideias.

Este tempo é o nosso de inventar a matemática da SOLIDARIEDADE. Este tempo é o nosso de dar a volta a isto. Não podemos parar os comboios, não podemos parar os aviões, não temos sucatas para negociar, nem robalos, nem alheiras, nem títulos de participação, nem sub-primes, nem primos nem primas… a que nos agarrar… mas temo-nos a nós, inteiros, vivos, com esta raiva que nos corre nas veias e que ninguém tem o direito de manipular ou de se “assenhorar”.

Não temos nada, mas temo-nos a nós! Por isso, senhores, temam-nos a nós!

Somos mais que números a contar no final das vossas manifestações.

Somos mais do que gente para mandar gritar na rua, mas depois de enrolarmos as bandeiras… não temos onde as meter…

Somos mais do que pagadores das asneiras que nos fizeram e que nos fizeram fazer.

Somos mais do que exercícios contabilísticos de ignomínia e discórdia.

Somos MAIS, muito mais… somos muitos mais, por isso temam-nos a nós que nos temos a nós.

E não estamos de férias como os nossos parlamentares, de todos os partidos, que foram para casa mais cedo. Não estamos de férias, não temos férias nem subsídios, nem feriados, nem dinheiro, mas temo-nos a nós; por isso temam-nos a nós.

Nós, sem vós e sem voz daremos a volta a isto. A revolução está na rua! Em tantas iniciativas que um pouco por todo o lado estar a ver gente a dar a mão a gente para que cada vez mais gente seja gente e para que nunca ninguém perca a dignidade de ser pessoa.

Nós estamos aqui. Não estamos de férias. Estamos na luta, na exclamação e na interrogação. Na indignação pelo direito à dignidade.

VIVA A CRISE, VIVAMOS A CRISE
Bom Ano 2012"

Frei Fernando Ventura 

(Fontes: http://opiniao.ecclesia.pt/2011/12/viva-crise.htmlhttp://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=10150476916439166&id=628774165

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Curso de Planeamento em Permacultura no Porto

http://www.permacultura.pt.la/
"Em 2012 a Permacultura invade o Porto! 

28 de Janeiro começa no Porto uma viagem de 5 fins-de-semana pelo mundo da Permacultura. Um curso organizado pela Quercus e o Serviço Educativo da Fundação de Serralves em parceria.

Fim-de-semana sim, fim-de-semana não, os 3 formadores deste curso, irão mostrar que a qualidade de vida real e duradoura, não se atinge com dinheiro mas com conhecimento, engenho e ética. Este curso é um “PDC – Permaculture Design Course” – o curso de 72 horas criado por Bill Mollison – é um dos primeiros a ser realizado totalmente em português em Portugal e o primeiro de sempre a ser realizado no Porto. Dentro da cidade, mas no espaço privilegiado da Fundação de Serralves, serão desenvolvidas várias atividades teórico-práticas; o curso conta ainda com sessões ao fim da tarde dinamizadas em associações culturais da cidade, bem como com um fim de semana de visita a quintas de permacultura."

Fonte, programa, inscrições e mais informações em: http://www.permacultura.pt.la/

domingo, 25 de dezembro de 2011

O mundo maravilhoso de Attenborough

Não podia deixar de trazer para aqui e partilhar convosco, este belo vídeo da BBCOne com imagens do mundo natural e voz de David Attenborough que encontrei no Blogue Pessoal de Valdemar Rodrigues. Feliz Natal!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Cresçamos sempre na harmonia

Como as árvores, cresçamos sempre na harmonia com o ambiente e com os seres que nos rodeiam.

Boas festas para todos os visitantes, e obrigada pelas 200 mil visitas.

Açores Zona Livre de OGM

Um pouco atrasada, pois é de 09/12/2011, mas não podia deixar de caber aqui esta boa notícia (obtida em Gaia, TVI e Zona Livre de OGM):

"Açores livre de organismos geneticamente modificados

Governo regional proíbe «cultura, sementeira, plantio ou criação de organismos geneticamente modificados» 

O Governo dos Açores decidiu declarar o arquipélago como zona livre do cultivo de organismos geneticamente modificados (OGM), aplicando na região os normativos comunitários relativos à utilização destes organismos e dos produtos derivados.

«A aplicação do princípio da precaução aconselha a que os Açores se tornem uma zona livre do cultivo de OGM», refere o comunicado final da reunião do Conselho de Governo, divulgado esta sexta-feira em Ponta Delgada, como noticia a agência Lusa.
Nesse sentido, «fica proibida a cultura, sementeira, plantio ou criação, por qualquer método ou técnica, de organismos geneticamente modificados, à excepção da produção ou introdução para fins de investigação científica ou desenvolvimento tecnológico de manifesto interesse público».

O executivo açoriano considera que a proposta de decreto legislativo regional que aprovou para a aplicação na região dos normativos comunitários «adopta uma posição claramente precaucionaria».
O comunicado refere ainda que o diploma pretende «garantir a unidade e transparência do mercado interno e a segurança alimentar, minimizando os riscos ambientais e económicos da utilização de organismos geneticamente modificados»."

Antes demos os parabéns à Madeira, agora aqui ficam os parabéns aos Açores. Um passo em frente na defesa da biodiversidade, da natureza, da saúde, das pessoas. E continuamos a querer Portugal inteiro Zona Livre de OGM!

domingo, 18 de dezembro de 2011

O Futuro dos Alimentos

«O Futuro dos Alimentos é um filme-documentário norte-americano realizado em 2004 sobre as mudanças que se estão a verificar na natureza da nossa alimentação, sem que muitos de nós tenhamos conhecimento do seu conteúdo nem das suas consequências para a saúde e para o planeta em geral.

Trata-se de uma profunda investigação sobre os bens alimentares geneticamente modificados, cujas sementes e características estão a ser registadas e patenteadas pelas grandes empresas multinacionais que assim passam a monopolizar cada vez o agro-negócio e a dominar em absoluto o mercado global dos produtos alimentares, com a consequente perda de biodiversidade a favor de uma monocultura promovida centralmente pelas grandes empresas transnacionais.

Desde as pradarias de Saskatchewan, Canadá, aos campos de Oaxaca, no México, este filme dá voz aos agricultores que foram afectados por estas mudanças. Os perigos para a saúde, as políticas governamentais e os lobbies globais são algumas das razões porque muitas pessoas estão alarmadas pela introdução de alimentos alterados geneticamente.

Filmado nos Estados Unidos, Canadá e México, "The Future Of Food" analisa a complexa malha de forças políticas e económicas que estão a alterar o que comemos à medida que enormes multinacionais procuram controlar o sistema alimentar mundial.

O filme também explora as alternativas para a agricultura industrial, colocando a agricultura biológica e sustentável como soluções reais para a crise agrícola actual.»

Sinopse, do blogue Pimenta Negra
(Nota: esta versão legendada, introduzida em 8/3/2014, não está completa. Versão completa sem legendas aqui)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Décadas de razão desperdiçada

Imagem obtida em Público
Depois de ler o artigo de Miguel Sousa Tavares "Desculpe, Gonçalo" no Expresso de 10/12/2011, não podia deixar de trazer para aqui pelo menos um extracto desse texto (lido na homenagem a Gonçalo Ribeiro Telles  promovida pelo Centro Nacional de Cultura e Fundação Calouste Gulbenkian, em 06/12/2011):

Desculpe, Gonçalo (extracto)
por Miguel Sousa Tavares

«Há uns quinze anos, fiz uma entrevista ao Gonçalo Ribeiro Telles para uma revista que então eu dirigia, a "Grande Reportagem". E, na introdução à entrevista, escrevi: "este homem tem razão há vinte anos e ninguém o ouve". Se hoje tivesse de refazer essa introdução, a única coisa que mudaria era escrever "este homem tem razão há trinta e cinco anos e continuam a não o ouvir".
Costuma dizer-se que o destino de certos homens é terem razão antes de tempo e não serem escutados por isso mesmo. Não é o caso de Gonçalo Ribeiro Telles: ele teve razão não antes, não depois, nem fora de tempo: teve razão no tempo exacto, no tempo em que, saídos de uma ditadura, todos as esperanças e projectos eram possíveis, tudo era novo e limpo e havia um país todo para reinventar.
...
Nesta altura, quando eu me atrevia a contrapor a esta enxurrada de modernidade sustentada nos dinheiros europeus as ideias de um certo Gonçalo Ribeiro Telles, aqueles empresários de sucesso, aqueles infatigáveis empreendedores, aqueles políticos do instante que passa, olhavam-me com um olhar condescendente, como se eu fosse o último dos ingénuos ou dos imbecis: "O quê? As hortas comunitárias em Lisboa? O corredor verde para Monsanto? Os jovens na agricultura? Cooperativas de distribuição de produtos agrícolas? As oliveiras, os chaparros, os sobreiros, as nogueiras?  Os lençóis quê - freáticos? A reserva agrícola? A reserva ecológica? É pá, o homem está xexé"!
Imagem obtida em Link2greenway
E assim, com essa invocada superioridade de quem dizia representar a modernidade contra a estagnação, as ideias de Gonçalo Ribeiro Telles foram chutadas para o caixote do lixo da história, até descobrirem, tarde e a más horas, que, afinal, eram elas a modernidade. Foi o tempo que demorou a construir as auto-estradas para os espanhóis trazerem a preços imbatíveis os seus produtos agrícolas e até o peixe que nós lhes vendemos e eles nos revendem aos nossos queridos Continente e Pingo Doce. O tempo que nos demorou a fazer 58 campos de golfe e outros tantos projectados e para serem regados com água que há-de cair do céu,  fornecida pela srª Merkel. O tempo que nos levou a formar uns milhares de doutores e engenheiros desempregados de profissões que ninguém sabe ao certo o que sejam e onde possam prestar. O tempo que nos levou a acumular 200.000 milhões de euros de dívida pública. Enfim, o tempo que nos levou a proclamarmo-nos um verdadeiro caso de sucesso.
...
Gostaria de poder acabar dizendo apenas "Obrigado, Gonçalo Ribeiro Telles !". Gostaria também de poder dizê-lo em nome de uma geração, que é a minha, que cresceu a admirar a coragem, a simplicidade e a alegria com que o Gonçalo Ribeiro Telles sempre nos transmitiu a sua razão. Gostaria, mas não posso. Porque dizer obrigado seria reconhecer que esse seu longo e sereno combate não foi basicamente em vão: que produziu frutos, que evitou os males para que ele tantas vezes nos avisou, as asneiras e os erros trágicos que escusavam de ter sido cometidos, que, enfim, fez de Portugal um país melhor e com mais razões de esperança. Mas, infelizmente, não foi o caso. Porque fomos, sim, surdos e negligentes perante a sua mensagem, seria hipócrita agora dizer "obrigado, Gonçalo!". Em vez disso, acho que só nos resta dizer: "Desculpe, Gonçalo!"

domingo, 11 de dezembro de 2011

A Ordem Criminosa do Mundo

A Ordem Criminosa do Mundo - Documentário que passou na TVE há cerca de 5 anos, com testemunhos de Jean Ziegler e Eduardo Galeano, entre outros. Já difundido em muitos blogues, se ainda não viu, não perca, pois apesar de ser de 2006 é actualíssimo e explica de um modo bem compreensível os principais motivos da podridão desta civilização cujo objectivo é a maximização do lucro. FUNDAMENTAL!

sábado, 10 de dezembro de 2011

A História dos Direitos Humanos

Imagem obtida aqui
A 10 de Dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Um passo importante na história da humanidade, mas um passo apenas. Porque, 63 anos depois, os direitos humanos estão a ser continuamente violados em todas as partes do mundo. Enquanto deixarmos que a ganância deste sistema capitalista selvagem nos domine, os direitos humanos continuarão a ser sistematicamente violados.

E não nos deixemos ir em tretas, porque, como se diz no vídeo já a seguir abaixo (de Unidos pelos Direitos Humanos), "Direitos Humanos não são uma lição de história, nem palavras numa página; não são discursos, propagandas ou campanhas de relações públicas; mas são as escolhas que fazemos todos os dias como seres humanos, são as responsabilidades que todos partilhamos, respeitar uns aos outros, ajudar uns aos outros e proteger aqueles que mais precisam." E, não menos importante, não aceitar as violações dos Direitos Humanos!



E para relembrar mais uma vez os Direitos Humanos:

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Obrigada pela companhia nestes MIL DIAS

Depois de uma existência de 1000 dias, desde 14 de Março de 2009, deixo aqui um balanço resumo deste blogue, neste  sexcentésimo post:
  • 196 mil visitas
  • 600 mensagens (posts)
  • 4900 comentários (incluindo os meus)
  • 602 seguidores  através do Blogger/Google
  • 623 seguidores através do NetworkedBlogs 
  • 508 seguidores através do Twitter
  • 2561 seguidores através do Facebook
  • 7 seguidores através do Google+

Espero que tenha sido de alguma utilidade e que tenha contribuído para informar sobre temas relacionados com sustentabilidade e ambiente que passam ao largo da comunicação social (ou distorcidos). Nunca foi pretensão deste blogue ser dono da verdade, mas antes tentar olhar para o mundo que nos rodeia com uma perspectiva bem diferente daquela que esta civilização dominada pelo poder económico e pelo consumismo  nos quer impingir.

A todos os que por aqui passam ou passaram, comentaram, ou seguem este blogue, um sincero agradecimento pela companhia. Obrigada e bem hajam!

domingo, 4 de dezembro de 2011

Para além do petróleo - "A Crude Awakwening"


O documentário "A Crude Awakening - The Oil Crash", produzido e realizado pelos jornalistas/realizadores europeus Basil Gelpke and Ray McCormack, é já de 2006. O extracto da sinopse que se segue (tradução) foi obtido em http://www.oilcrashmovie.com/

"SINOPSE

É realmente o dinheiro que faz girar o mundo? Se fosse assim tão simples. O petróleo lubrifica a nossa economia global.
Prova? 98% do transporte do mundo está directamente dependente do petróleo. Apenas duas analogias para ilustrar o valor do petróleo:
- Um único barril contém a energia equivalente a doze homens a trabalhar durante um ano inteiro: devemos a nossa riqueza à oferta abundante de energia barata.
- Por cada caloria de alimento produzida numa fazenda nos EUA são gastas 10 caloria: nós literalmente comemos petróleo.
Como a procura continua a crescer, há cada vez menos petróleo novo á ser descoberto.
Atingimos ou estamos prestes a atingir o pico na produção mundial.
E se o preço do petróleo - ainda inferior ao da água engarrafada – foi muito baixo dada a sua disponibilidade limitada e suas qualidades únicas?
E se o preço do petróleo duplica num instante por causa de furacões e ataques terroristas? E se a guerra for a única maneira de garantir os restantes campos de extracção?
O que significa para todos nós, para as nossas economias, os nossos países, a nossa civilização?
Está o céu realmente a cair - ou trata-se de falso alarme?
Cada vez mais geólogos, políticos e especialistas na indústria do petróleo estão preocupados porque o pico na produção de petróleo vai acontecer nesta década. Alguns acreditam que está a acontecer agora."

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

“Será que a ASAE deixa?”

“Será que a ASAE deixa?”

Como apoiar a produção local e o comércio de proximidade?



 “Como apoiar a produção local e o comércio de proximidade?” é o tema de uma sessão de esclarecimento que decorrerá no próximo dia 17 de Dezembro, entre as 15:00 e as 17:00 horas, no auditório da Junta de Freguesia de Castelões de Cepeda (Academia de Música de Paredes).

A iniciativa, promovida pela "Paredes em Transição – Associação para o Desenvolvimento Sustentável de Paredes" com o apoio da Junta de Freguesia de Castelões de Cepeda e da Associação Empresarial de Paredes, conta com a participação da ASAE e das Finanças.

O desconhecimento das leis e dos regulamentos, e dos métodos de actuação da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, bem como as exigências fiscais, acabam, muitas vezes, por funcionar como um obstáculo ao desenvolvimento da economia local.

Esta sessão de esclarecimento procurará dar resposta a questões que se colocam aos "pequenos" produtores locais e a todos aqueles que lidam com produtos alimentares, querendo, também, contribuir para o desenvolvimento de uma economia local forte e resiliente.

Nesta sessão de esclarecimento poderá encontrar resposta a questões como:
  • “Poderei obter alguma receita adicional com a produção do meu quintal?”;
  • “Poderei valorizar a minha produção frutícola através de métodos de transformação tradicionais?”;
  • “Poderei obter alguma receita suplementar com a criação dos meus animais?”
  • “Como gerente de restaurante, poderei comprar produtos directamente ao produtor local, ou usar produtos do meu próprio quintal?»
Fonte: e-mail enviado por Paredes em Transição (press release)

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Desabafo de um agricultor (brasileiro)

Imagem obtida aqui
      "Encurralar: meter em curral, encantoar em local sem saída, sem opção de escolha, perda da liberdade... é assim que está o agricultor que não deseja aderir ao plantio de organismos geneticamente modificados, no meu caso a soja e o milho.

        Gostaria que me permitissem um desabafo.

        A agricultura, atividade milenar que fixou o homem tirando-o do nomadismo, criou a possibilidade da civilização se desenvolver, é a pedra angular na produção de alimentos para a humanidade. Hoje é uma atividade controlada.

        A produção de alimentos é entendida, ou pelo menos deveria ser entendida pelos governantes de um país, como um ponto estratégico, segurança alimentar.

        A nação que se auto sustenta na produção de alimentos tem uma vantagem óbvia em relação às que não forem capazes. Mas, pelo que tudo indica, nossos governantes (eu me refiro em especial aos parlamentares, congressistas que compõem a bancada ruralista) não estão dando importância para auto sustentabilidade e segurança alimentar da nação. Se eu pudesse gostaria de fazer algumas perguntas a esses parlamentares que me referi acima:
  • Por que depender de uma tecnologia criada por um concorrente que tem por principal objetivo o controle sobre as sementes e os agricultores e o controle sobre a produção de alimentos no mundo?
  • Por que deixar corporações estrangeiras ditarem as regras de um setor tão importante?
  • Será que com todos os cientistas e mentes brilhantes que temos aqui no Brasil não seria possível encontrar uma outra solução para os problemas enfrentados pela agricultura além dessa proposta dos organismos geneticamente modificados?
Imagem obtida aqui
        Do agricultor foram tirados todos os direitos básicos elementares de optar por um ou por outro sistema de produção, de poder guardar as suas sementes, a liberdade de escolha.

        Além do agricultor ter que arcar com o risco das intempéries, das mudanças climáticas e de toda má sorte que pode ocorrer desde o plantio até a colheita, ele é jogado no covil desses leões famintos que são essas mega corporações que estão nos empurrando para um brete sem saída. E o pior, com o aval de quem deveria nos proteger.

        Quem deveria nos proteger são os representantes do setor agrícola no congresso. Criando leis, mecanismos que impeçam essas corporações de fazer o que bem entendem, de fazer com que o agricultor fique cada vez mais dependente, mais endividado, mais impotente, mais desesperado, mais sem saída.

        Afinal, bancada ruralista, a quem vocês estão representando mesmo?

        Grato pela atenção,

        Silvio Guerini"

O texto anterior é uma carta de um agricultor do Paraná,  foi publicada no Boletim 565 da AS.PTA de 26 de Novembro de 2011, e foi hoje divulgada por mail através da lista OGM. Vejam o contexto da carta aqui.

sábado, 26 de novembro de 2011

"Capitalismo: Uma História de Amor " - o Filme


Capitalismo, Uma História de Amor - (2009) LEGENDAS PT from MDDVTM TV11 on Vimeo.

Foi já há dois anos que aqui falei no filme "Capitalismo: Uma História de Amor", de Michael Moore. Do seu conteúdo, transcrevo uma parte do diálogo de Michael Moore (MM) com o padre Peter Dougherty (PD):
MM -  O que pensa sobre o capitalismo?
PD - O capitalismo é imoral, obsceno,ultrajante.
MM - Como suportamos este sistema durante tanto tempo?
PD - O sistema tem incorporado o que chamamos propaganda, a habilidade de convencer as pessoas que são vitimizadas por este sistema a apoiá-lo e vê-lo como bom.

Hoje,  precisamente dois anos depois da sua estreia em Portugal, aqui fica o documentário.  A história continua com Michael Moore e muitos mais milhares em Occuppy Wall Street , em Occuppy Together.  Somos os 99%.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Banco Alimentar contra a Fome - Campanha Novembro 2011


Este fim de semana (dias 26 e 27) ocorre a campanha de Novembro do Banco Alimentar contra a Fome. Se pretende ajudar quem está a sentir a crise de uma forma muito mais dramática do que você, e se vai a um dos supermercados onde estão os voluntários a fazer a recolha, lembre-se também de ajudar a nossa economia, e  compre produtos portugueses.

Também pode ajudar sem por os pés num supermercado, pois  "A partir de agora, os donativos poderão ser efectuados através de uma plataforma electrónica, sem necessidade da deslocação tradicional aos estabelecimentos comerciais

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Workshop de Revestimentos de Cal Aérea


Sítio está a organizar um workshop de Revestimentos de Cal Aérea com o Eng. Fernando Cartaxo e a Fradical, dias 3 e 4 de Dezembro de 2011, na Quinta de Darei, em Mangualde. 

"A história da Cal Aérea remonta ao amanhecer da história do próprio homem. Foi ainda na pré-história que o homem começou a produzir a cal, havendo vestígios da sua utilização com mais de 10 000 anos.
É utilizada há milénios, na construção, enquanto argamassa de assentamento de alvenaria e enquanto revestimento.

Hoje, utilizando receitas tradicionais e desenvolvendo novas investigações é possível obter resultados que superam largamente o desempenho do cimento e de outros materiais proporcionando soluções de grande qualidade estética, ambiental e construtiva. Estas características tornam a Cal Aérea num material com grande interesse estratégico na procura de soluções que promovam a capacidade de indivíduos e comunidades de gerirem o seu próprio espaço construído em harmonia com o ecossistema que habitamos.

O domínio deste material abre assim uma grande gama de possibilidades podendo ser aplicado na criação de emprego e relações económicas de nível local trabalhando de forma sustentável, resiliente e criativa.

Este workshop tem como objectivo a transmissão dos conhecimentos acerca da cal aérea e todas as suas possibilidades. Especial importância será dada às suas espantosas possibilidades enquanto solução de revestimento. Esta exploração inclui soluções de um revestimento totalmente hidrófugo. Haverá um constante equilíbrio entre as componentes teórica e prática. Em conjunto, estes dois tipos de aprendizagem permitirão que os alunos acabem o workshop com a capacidade de entender e aplicar este material.

O workshop terá três grandes momentos:
1- Transmissão teórica de conhecimentos relativos à Cal e à Pozolana.
2- Experimentação de várias soluções de revestimento (amostras)
3- Aplicação dos conhecimentos no trabalho de revestimento de um edifício de adobe construído num workshop anterior. Para saber mais sobre este edifício clique aqui.

Este workshop será orientado para todos aqueles (com ou sem formação na área da construção) que tenham curiosidade em compreender melhor este material e será ministrado em português com tradução simultânea para inglês.
  
Para inscrições e mais informações: www.sitiocoop.com

Sítio é uma cooperativa dedicada ao desenvolvimento de economias locais.
Tem como grande objectivo contribuir para a criação, organização e transmissão de soluções que contribuam para que os indivíduos e comunidades possam gerir, de forma resiliente, livre e abundante a realidade que habitam."

Fonte: Sítio

domingo, 20 de novembro de 2011

11 Mitos sobre a Fome

Um dos mitos mais comuns sobre a fome é que não há alimentos suficientes no mundo. Na realidade, há.  A fome é muitas vezes uma questão de acesso. Não há comida o suficiente para alimentar o mundo, A maioria das pessoas com fome no mundo vivem na África, Deve-se sobretudo a secas e outros desastres naturais - Estas ideias falsas reflectem um conjunto de conceitos errados sobre a fome. A seguir 11 desses mitos mais comuns e a verdade que escondem.  (Fonte: WFP)

11 Mitos sobre a Fome  (tradução obtida em Documentários Ativistas)

Mito 1: Não há comida suficiente para alimentar a população mundial. 
Realidade: Existe comida suficiente no mundo de hoje para que todos possam ter a nutrição adequada para uma vida saudável e produtiva. Entretanto, é preciso que a produção e a distribuição de alimentos seja mais eficiente, sustentável e justa. Isso significa apoiar pequenos agricultores – que são maioria nos países em desenvolvimento – e assegurar que eles tenham acesso adequado aos mercados para que possam vender seus produtos.

Mito 2: Resolver o problema da fome significa garantir que as pessoas tenham o suficiente para comer. 
Realidade: Fome também envolve que tipo de alimento você come. Uma boa nutrição significa ter a combinação certa de nutrientes e calorias necessárias para um desenvolvimento saudável. Isso é muito importante, principalmente para bebês, mulheres grávidas e crianças.

Mito 3: Secas e outros desastres naturais são os culpados pela fome.  
Realidade: Comunidades que constroem sistemas de irrigação e de armazenamento e estradas para conecta-las ao centros comerciais melhoram suas colheitas. E então, essas pessoas conseguem sobreviver mesmo em tempos de seca. A natureza é apenas um dos fatores que influenciam a fome. A proporção das crises alimentares que tem relação com causas humanas mais que dobraram desde 1992. Conflitos muitas vezes estão no coração das piores crises alimentares do mundo atual.

Mito 4: A fome existe quando não há comida em supermercados. 
Realidade: As pessoas podem passar fome mesmo quando há muita comida ao redor. Muitas vezes, o problema é uma questão de acesso: falta de condições financeiras para comprar comida ou impossibilidade de ir até os mercados locais. Uma maneira de ajudar é por meio de transferências de dinheiro ou cupons eletrônicos, que dão às pessoas a habilidade para comprar comida.

Mito 5: Todas as pessoas que passam fome vivem na África. 
Realidade: No mundo, 1 bilhão de pessoas estão famintas e mais da metade vive na Ásia e no Pacífico. A fome também é um problema relevante nos Estados Unidos, onde 50 milhões de americanos enfrentam a insegurança alimentar.

Mito 6: Muitas pessoas estão famintas no meu país para eu me preocupar com a fome em outras nações.  
Realidade: Uma a cada sete pessoas no mundo não tem o que comer, o que significa que uma a cada sete não pode criar, estudar ou atingir os seus potenciais. Isso afeta a todos. A fome diminui os progressos em áreas importantes que conectam nações, como a segurança.

Mito 7: Não é fácil prever a fome e não é possível se preparar para ela. 
Realidade: Existem ferramentas para monitorar e prever tendências na produção alimentar, assim como para os preços dos alimentos. Por exemplo, o Sistema Antecipado de Alerta da Fome faz uma análise dos fatores meteorológicos e econômicos e avisa onde há a possibilidade das pessoas passarem fome.

Mito 8: A fome é basicamente um problema de saúde 
Realidade: O problema afeta também a educação e a economia. Crianças com fome sofrem para ter um foco, aprender ou até mesmo, frequentar a escola. Sem educação, é muito mais difícil para eles crescerem e contribuirem para a economia nacional. Um estudo feito na Guatemala concluiu que meninos que receberam comida fortificada antes dos três anos de idade acabaram por receber salários 46% maiores

Mito 9: As pessoas só ficam famintas durante emergências ou desastres  
Realidade: As emergências são responsáveis por apenas oito por cento da fome mundial. Quase um bilhão de pessoas estão famintas em todo o globo. Por isso, projetos de longo prazo, como programas de refeições escolares são tão importantes.

Mito 10: Há outras questões globais mais urgentes que a fome 
Realidade: Quando as populações estão famintas, as economias sofrem, as pessoas entram em conflitos e os agricultores não conseguem fazer suas plantações crescerem de forma eficaz. É preciso combater a fome para que seja possível resolver questões ambientais, econômicas e de segurança.

Mito 11: Não há nada que possamos fazer para ajudar os que passam fome 
Realidade: Há muito que pode ser feito, mesmo enquanto indivíduos. Organizações como o Programa Mundial de Alimentos precisa de apoio constante e esforços para sensibilizar as comunidades locais.

sábado, 19 de novembro de 2011

O Direito ao Delírio



"No século vinte e um,
se ainda estamos aqui,
todos nós seremos gente do século passado
e, pior ainda, seremos gente do milênio passado.

Ainda não podemos adivinhar o tempo que será,
sim que temos, ao menos, o direito de imaginar
o que queremos que seja.

As Nações Unidas proclamaram
extensas listas de direitos humanos,
mas a imensa maioria da humanidade
não tem mais que o direito
de ver, ouvir e calar.

Que tal se começarmos a exercer o jamais proclamado
direito de sonhar?
Que tal se deliramos por um tempinho?,
ao fim do milênio,
vamos fixar os olhos mais além da infâmia
para adivinhar outro mundo possível:

O ar estará limpo de todo veneno que não venha
dos medos humanos e das humanas paixões.

As pessoas não serão dirigidas pelo automóvel,
nem serão programadas pelo computador,
nem serão compradas pelo supermercado,
nem serão assistidas pelo televisor.

O televisor deixará de deixar de ser
o membro mais importante da família.

As pessoas trabalharão para viver,
em lugar de viver para trabalhar.

Se incorporará aos códigos penais
o delito de estupidez,
que cometem os que
vivem para ter ou para ganhar,
em vez de viver
por viver e só.


Como canta o pássaro,
sem saber que canta,
e como brinca a criança,
sem saber que brinca.

Em nenhum país irão presos os rapazes
que se neguem a cumprir o serviço militar,
mas os que queiram cumpri-lo.

Os economistas não chamarão nível de vida
ao nível de consumo;

As crianças de rua não serão tratados
como se fossem lixo,
porque não haverá crianças de rua.

As crianças ricas não serão tratadas
como se fossem dinheiro,
porque não haverá crianças ricas.

A educação não será o privilégio
dos que possam pagá-la,
e a polícia não será a maldição
de quem não pode comprá-la.

A justiça e a liberdade,
irmãs siamesas,
condenadas a viver separadas,
voltarão a juntar-se,
voltarão a juntar-se bem grudadinhas,
costa contra costa.

Na Argentina, as loucas da praça de maio
serão um exemplo de saúde mental,
porque elas se negarão a esquecer
Imagem daqui
os tempos da amnésia obrigatória.

A perfeição,
a perfeição continuará sendo
o aborrecido privilégio dos deuses.

Mas neste mundo,
neste mundo desajeitado e fodido,
cada noite será vivida
como se fosse a última,
e cada dia como se fosse o primeiro."

Eduardo Galeano, Patas Arriba, Buenos Aires, dezembro de 1998

(Texto obtido em: http://www.radialistas.net/portuclip.php?id=1500513, acrescentado ao post em 18/04/2012)

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Pela Amazónia, pelo Xingu Vivo, contra Belo Monte

Imagem de Ricardo Moraes/Reuters em R7
Aos nossos irmãos do Brasil, apelo a que se juntem à enorme mobilização contra o crime ecológico que é a mega barragem de Belo Monte, assinando a petição do Movimento Gota de Água. Internacionalmente, continua online a petição da Avaaz, que já ultrapassou as 500 mil assinaturas.

Se as razões invocadas no vídeo abaixo não lhe parecem suficientes, veja os vídeos contidos nesta mensagem, ou visite a página de Xingu Vivo Para Sempre.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Sabor da despedida

Barragem do Baixo Sabor e a despedida à vida selvagem, à biodiversidade, ao património natural e cultural...

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Economia Baseada em Recursos

"Será o Modelo Económico Baseado em Recursos perfeito? Será Utopia? Não! Mas seria cataclismicamente melhor do que o que temos hoje, que é continuarmos a prejudicarmo-nos a nós mesmos, destruirmos o  nosso ambiente, e tudo indica que vai ficar muito pior." 

No vídeo que se segue, donde foi retirado o parágrafo acima,  Peter Joseph apresenta a visão resumida do Movimento Zeitgeist sobre o modelo económico. Independentemente de se concordar ou não com todas as suas premissas, vale a pena conhecer, pois, tal como foi dito acima, é uma solução muito, mas muito melhor do que aquilo que temos hoje.

domingo, 13 de novembro de 2011

Hortas Urbanas em Guimarães

A Horta Pedagógica de Guimarães, de iniciativa camarária, arrancou em 2008 num espaço com 3 hectares de elevado potencial agrícola, a Veiga de Creixomil. As hortas urbanas são cultivadas em talhões de 50 m2 (alguns de 100 m2) por cerca de  270 de utilizadores. 

No espaço, existem também zonas de lazer arborizadas com mesas de madeira e bancos, grelhadores e edifício de apoio com instalações sanitárias e sala de formação. A Câmara Municipal de Guimarães tem ainda no local talhões destinados a fornecer o Banco Alimentar, assim como canteiros de aromáticas e de flores, que embelezam o local e atraem os insectos polinizadores.

Eventos e festas ao longo do ano ajudam a criar o espírito de colectividade, não menos importante que o impacto positivo na economia doméstica, na alimentação, na saúde física e mental. Embora patrocinados pela Câmara Municipal, uma Comissão de Utentes da Horta tem um papel essencial na organização destes eventos.








Está para breve o arranque da 2ª fase, com a duplicação da área disponível de 3 para 6 hectares, pois não faltam mais pessoas a quererem cultivar os seus próprios vegetais, estando já as inscrições lotadas. No entanto, parece que as hortas urbanas de Guimarães vão continuar a crescer, mas em outros locais.

Fonte desta imagem: Henry Silva

Mais informações no respectivo site, onde se encontra o regulamento, a ficha de inscrição, entre outras informações úteis, designadamente sobre os vegetais e o seu cultivo.

Agradeço a cedência das fotos à colega Clara Lemos

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Impostos, subsídios e economia de dinossauros

Sabe para o que servem os impostos que paga? E a quem vão subsidiar? Esta é a história do que acontece aos impostos e para quem vão os subsídios (nos Estados Unidos e não só)! 

Veja no novo e excelente vídeo de Annie Leonard e "The Story of Stuff", chamado "The Story of Broke". Com os agradecimentos ao Nuno Oliveira, de Guimarães, que legendou em português. Obrigada, Nuno! 

Desonestamente (diz Annie Leonard, criminosamente, diria eu), os governantes abusam da confiança dos cidadãos e entregam uma grande fatia do dinheiro de quem trabalha aos dinossauros da economia - as grandes multinacionais que contribuem para a guerra e para uma economia suja e injusta. Mas isto tem de mudar! 

domingo, 6 de novembro de 2011

A população mundial e o crescimento exponencial

No ano em que nasci, a nossa espécie contava com pouco mais de 3 mil milhões de habitantes. Durante o meu tempo de vida (e ainda não completei meio século), a humanidade mais do que duplicou, sendo que na passada semana (dia 31/10/2011) atingimos os 7 mil milhões (7 000 000 000).

Fonte: Wikipedia
Apesar da infâmia desta civilização que permite que morra uma criança de fome a cada 6 segundos, que permite que 1/7 dos seus sobreviva (ou morra) com fome crónica, o crescimento da população mundial tem sido exponencial. E com este crescimento populacional, cresce também o consumo de recursos, exponencialmente.

Em toda a história da natureza, um crescimento exponencial de uma população (infecções, pragas) leva, inexoravelmente, ao colapso. Porque os recursos se esgotam e a espécie que cresceu exponencialmente acelera então o seu declíneo devorando-se ou guerreando-se entre si.

David Attenborough, conhecido repórter de natureza e vida selvagem da BBC juntou a sua voz a uma organização que tem como objectivo sensibilizar para a necessidade de travar o crescimento exponencial da população (Optimum Popullation Trust - hoje Population Matters) e apresentou, em 2009, um documentário chamado How Many People Can Live on Planet Earth (completo e sem legendas nesta ligação).


Quantas pessoas podem viver no planeta Terra... por mcrost   (1º parte)

(Documentário em 6 partes: playlist aqui)

E sobre este tema, gostaria ainda de deixar aqui uma referência ao Professor de Física da Universidade Colorado em Boulder, Dr. Albert Bartlett, que tem dado palestras sobre Aritmética, Energia e População. Na sua opinião, crescimento sustentável é uma contradição, e considera o crescimento populacional o maior problema que a nossa espécie enfrenta. Tão famosa ficou a sua aula gravada, que há quem lhe chame "O vídeo mais IMPORTANTE que você alguma vez verá" (e também quem lhe chame "O vídeo mais aborrecido que você alguma vez verá", devido ao tom algo monocórdico). A verdade é que, desde 2007, a palestra já foi vista mais de 3 milhões de vezes no Youtube!

Nesta palestra, Albert Bartlett explica, de uma forma muito simples e clara, o que é a função exponencial do ponto de vista matemático, e as suas implicações no mundo físico. Aconselho a que vejam pelo menos os primeiros minutos do primeiro vídeo (à esquerda), e o último (à direita), especialmente o apelo que faz aos americanos no início deste (pelo meio, ficam a parte 2, 3, 4, 5, 6 e 7). 



Os seis países mais populosos albergam  hoje metade da população mundial (Fonte dos dados: Wikipedia, 2011):
  1. China -1347 milhões de habitantes (19,3%)
  2. Índia -1203 milhões de habitantes (17,1 %)
  3. Estados Unidos -312 milhões de habitantes (4,5%)
  4. Indonésia - 238 milhões de habitantes (3,4%)
  5. Brasil - 195 milhões de habitantes (2,8%)
  6. Paquistão -177 milhões de habitantes (2,6%)
Albert Bartlett afirma que o maior problema de crescimento populacional não está na China ou na Índia, mas nos Estados Unidos, porque apesar de a sua população ser 1/5 da da China ou 1/4 da da Índia, o seu consumo per capita é 30 vezes superior ao dos países em desenvolvimento.

Quanto à minha opinião, o crescimento populacional é um problema muito grave que temos de enfrentar, mas mais grave ainda é a imoral, injusta e criminosa distribuição de riqueza que o capitalismo selvagem infligiu à humanidade e que por tabela também destrói a natureza e o planeta.