domingo, 28 de novembro de 2010

A crise e a injustiça da austeridade

Neste blogue apela-se à Transição para um modo de vida mais sustentável. Por isso, apela-se à redução do consumo, ao respeito pela natureza,.Apela-se a que se aproveite a terra para cultivo de alimentos de forma limpa (biológica) e com pouco consumo de energia. Apela-se à equidade social, à solidariedade, ao regresso à vida em comunidade, à justiça. Apela-se à simplicidade consciente.

Não há dúvida de que a natureza e o planeta não suportam a nossa acção excessivamente predadora, e que é preciso a acção consertada de todos numa mudança de estilo de vida. Mas estamos em crise económica e financeira. E ela vai agravar-se com o eminente pico do petróleo - quando há uma crescente e exponencial procura do "ouro negro" pelas economias emergentes e a diminuição das reservas mundiais. Não se apostando fortemente em energias renováveis e na redução do consumo energético, não há fuga possível a uma crise bem maior.

Urge tornarmo-nos independentes do petróleo. Mas o problema não é só a crise económica. É sobretudo a crise de valores que o actual e falso sistema financeiro alimenta, e que obriga sempre os mesmos, aqueles que não provocaram a crise, aqueles que menos podem, a pagá-la. E isto implica necessariamente o aumento  do fosso entre os ricos e os pobres, implica que a má e injusta distribuição de riqueza se agrave e que caminhemos no sentido perigoso do caos social.

Sem enveredar pelas questões ambientais ou de dependência de petróleo que por aqui se enfoca, o professor de economia Mark Blyth, dá uma explicação sobre crise e austeridade, fácil de entender:


3 comentários:

  1. Sociedade desenvolvida, a sociedade da MENTIRA, da FALTA DE ÉTICA e VALORES BÁSICOS e cada vez mais da falta de SOLIDARIEDADE, pois só assim é que é possível existirem tantos humanos com fome enquanto uns tantos desperdiçam dinheiro em tanta coisa fútil.
    É completamente inaceitável, numa sociedade que se diz desenvolvida e humanitária, aceitar e receber com "pompa e circunstância" governantes de países onde os mínimos direitos humanos não existem. Isto sim, é falta de alma, isto sim, é a religião de quase todos, o dinheiro acima de tudo e de todos, com o nosso aval, porque não vejo grande contestação, muito menos pelos portugueses. Esta é uma sociedade que tira força ás pessoas e elas deixam.

    Deixo aqui o contrato que aceitamos todos os dias, sem (quase) nos darmos conta:
    http://www.youtube.com/watch?v=q3CXMENr1Gg&feature=related

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  2. Olá Ana Teresa

    Concordo consigo, esta sociedade não é desenvolvida, é sobretudo retrógrada e inculta, porque se esqueceu do essencial e só vê o supérfluo.

    Quanto ao vídeo do contrato, que já conhecia, deve ser um "sopapo" para muita gente. Também o coloquei aqui no blogue há uns meses(aqui), com um link para o texto original, pois andam por aí muitas versões "adulteradas" e acrescentadas. Vale a pena ler o texto original (em francês, de 2003).

    Eu não aceito esse contrato!

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  3. Quando dizemos que precisamos de sustentabilidade temos de referir, ou tentar referir, todas as dimensões do termo. Se pensarmos nem a nossa Democracia é sustentável, pois a sociedade civil e os cidadãos não participam de modo a renovar o tecido politico governativo - local e nacional. Ou seja, partidos e associações esgotam-se e extingue-se a sua qualidade e potencial de fazer algo de bom. precisamos de reciclar e renovar a sociedade, não pela revolução politica mas pela revolução social que torne os cidadãos politicamente participativos - a sustentabilidade social depende disso também.

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Obrigada por visitar o blogue "Sustentabilidade é Acção"!

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