domingo, 25 de abril de 2010

Da Liberdade à Sustentabilidade

Trinta e seis anos depois do 25 de Abril de 1974, dessa data tão importante de viragem para a LIBERDADE e construção da democracia, está na hora de pensarmos noutro ponto de viragem: a viragem para a SUSTENTABILIDADE. Mas, para isso, precisamos de uma DEMOCRACIA saudável. E para conseguirmos uma democracia saudável, precisamos, antes de mais, de uma JUSTIÇA que funcione. Degrau a degrau, temos pela frente um longa escada a subir.

(Cartoon de Rodrigo de Matos, obtida no livro de Valdemar J. Rodrigues: "Desenvolvimento Sustentável - uma introdução crítica")

14 comentários:

  1. Passaram 36 anos! E ainda estamos como estamos... Mal.
    Se demorarmos outros 36 anos para atingir a Sustentabilidade... estamos condenados!
    O Boneco até vai mais adiantado que Nós, pois já ultrapassou o degrau da Justiça... Nós ainda outro dia caímos pela escada abaixo, e estamos outra vez a tentar chegar ao degrau da Justiça...
    Está difícil.......

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  2. Pois é, Voz a 0 db, na Justiça por cá é cada trambolhão...
    A liberdade conquistada no 25 de Abril, na minha opinião, está a ser posta em causa com o estado lastimável da Justiça. Sem Justiça, a liberdade é-o apenas para quem não respeita a liberdade dos outros, portanto, é uma falsa liberdade...
    Temos de no focar no primeiro degrau sem perder de vista os outros. Mas está difícil...

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  3. A caminhada é longa. Será que vamos chegar ao fim? Lutemos em conjunto, tendo em vista atingir essa meta.

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  4. Querida Amiga Manuela Araújo,
    Está mesmo muito difícil porque a justiça precisa de um empurrão pois está muito "perra" e ligada ao poder... Já reparou que os orgãos judiciais são de nomeação política? Assim sendo para defenderem o "tacho" fazem o "frete" aos partidos que os nomearam... Tenho dito!!!
    Beijinhos amigos.

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  5. Esperançosa
    Obrigada pela visita. Eu também tenho esperança que a sociedade mude para melhor, e sei que tem partir de todos e cada um. Se chegamos ao fim? Tenho a certexa que não! Só espero qcontribuir para melhorar.
    Votos de sucesso para o seu blogue "amanteadajustiça", novinho em folha :)
    Já sou a 1ª seguidora!

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  6. Olá caro amigo Luís
    Sinceramente, não sei o que é que a Justiça precisa, mas de justiça precisa de certeza! Nunca pensei que chegasse tão ao fundo, embora já há muitos anos que tenho uma péssima impressão da mesma!
    São tantos os motivos: leis más, leis demais, leis confusas, leis protectoras dos prevaricadores mas que não protegem quem cumpre, falta de bom senso, excesso de burocracia, lentidão, juízes menos bons que se acham supra-sumos,... sei lá... Tanta coisa mal...
    Pode ser que tenhamos chegado ao fundo do poço, e que o remédio não seja outro senão MUDAR para melhor.
    Uma abraço

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  7. A Manuela está para a Justiça
    como o
    Voz a 0 dB está para a Biodiversidade!!!
    Quanto ao remédio: Botão de reinicializar...formatar antes do arranque e instalar sistema operativo diferente... de preferência livre de licença!!!
    Estiquei-me?

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  8. Voz a o db

    Acho que se esticou sim, mas só no caso da Biodiversidade, pois na Justiça precisamos mesmo de fazer RESET :)

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  9. Querida Manuela :)
    Faço link hoje mesmo no Leituras Cruzadas desta semana :)
    Beijinho :)

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  10. Bom dia Manuela Araújo e presentes.
    Sou da opinião, porque o sinto de forma efectiva e em todos os grupos de indivíduos que habitam cada uma das suas esferas de vida particulares, desde aquele que decidem não contribuir de forma alguma para desenvolver qualquer tipo de actividade social até aos grupos que detém o comando dos vários estratos de poder, social, económico e político, uma característica comum a todos eles: situam-se num patamar inteligente em cuja vontade é guiada por aquilo que são os seus interesses particulares e agem sempre, tendo em mente a finalidade única de que os resultados das suas acções sejam traduzidos em resultados que os possam favorecer. Tive a oportunidade de há uns tempos atrás, passar uma tarde a desenvolver uma tarefa que consistia em receber e encaminhar pessoas sem recursos financeiros que se dirigiam a um centro de solidariedade social, onde lhes são oferecidos vários bens de primeira necessidade, como alimento, vestuário ou medicamentos e confesso que fiquei perplexo ao verificar que em quase todos existem tipologias de condutas morais ditadas pelos mesmos tipos de interesse dos que movem os que detêm o poder. O mesmo verifica nas relações laborais, sociais e mesmo no seio das relações familiares, onde o universo emocional que caracteriza as relações de afecto nas mais das vezes não são suficientes para que o amor expresso na acção completamente desinteressada seja efectivo.
    Com isto quero-me referir acerca do meu pessimismo a propósito da possibilidade da sustentabilidade do planeta seja possível de ser obtida num tempo anterior à desintegração das condições que favoreçam a existência da vida, pois somente através da experimentação directa do que isto significa, poderá resultar na mudança de sentido evolutivo na inteligência individual de cada individuo, não porque pense necessária a preservação da vida para assegurar a continuidade da espécie humana, mas sim porque eles mesmo não pode nessas condições concretizar as vontades de poder individuais.
    Como não me parece ser possível que a palavra possa ter um efeito efectivo na evolução dos padrões da inteligência moral e que somente a experimentação empírica das situações que a vida impõe o possa fazer, temo que a derrocada da civilização seja uma inevitabilidade.

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  11. Joaquim Santos Albino

    Muitro obrigada pelo seu comentário, deveras elucidativo e talvez muito pessimista.
    É certo que o maior problema é a cultura e a conduta que refere, pois os valores éticos foram-se perdendo e diluindo fronteiras entre o bem e o mal. Estou convicta de que muitas pessoas pensam e agem de forma eticamente errada porque estão convencidas que não é errada, é apenas "aquilo que normalmente se faz".
    Penso que a palavra poderá ter algum efeito, ou não perderia tanto tempo com estes assuntos. Mas esse algum será sempre muito pouco porque não é fácil, e porque os meios que facilmente poderiam divulgar uma cultura de ética são aqueles que menos a tem.

    Por isso, não me deixando abalar pelo seu pessimismo, temo seriamente que tenha razão e que a derrocada da civilização aconteça.

    Por isso cada vez mais me interesso pela Transinção - são as comunidades que se preparam desde já que melhor conseguirão resistir.

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  12. Manuela Araújo

    É um prazer ter a oportunidade de participar neste espaço. Sinto necessidade de reenquadrar alguns aspectos que foquei. Apesar da minha convicção acerca da ineficácia da palavra como factor que potencia um aumento na competência da inteligência moral e portanto na conduta individual, tem uma importante e decisiva competência na construção dos padrões da moralidade social que dita um conjunto de noções universalmente aceites como legítimos acerca daquilo que é tido como o bem e o mal e cuja aceitação é assumida aquando da execução de acções apresentadas no domínio da esfera pública.
    No entanto, é até divertido verificar, que o universalmente aceite direito à reserva da privacidade, é a confissão pública de que as acções cometidas na esfera privada não são passíveis de serem conhecidas na esfera pública! lol.
    Essa reserva da privacidade que todos exigimos é uma capa que encobre uma natureza cuja inteligência se manifesta numa vontade de poder de cujo potencial de concretização na acção nos envergonhamos pois sabemos ser indubitavelmente condenada no tribunal da consciência colectiva mas que entretanto absolvemos no tribunal da consciência íntima cujos únicos legítimos detentores de direitos somos nós mesmo.
    Aproveitando para nos divertir um pouco, evoco a imagem do político cuja fisionomia, voz e atitude muda radicalmente quando o jornalista liga o gravador e que sempre se preocupa com o estado em que este se encontra quando termina a entrevista e normalmente diz: "... Agora aqui em off, se não fosse esta paranóia que por aí anda com estas coisas do clima não era necessário gastar tanto dinheiro em coisas que afinal não vão adiantar nem atrasar... não era por causa de uma pequena fabrica aqui nesta região que o mundo ia acabar, nem calcula o que eu perco, esta coisa da política só me traz prejuízo mas enfim... (amargura). Isso está desligado não está? "lol
    Este factor, Manuela, que diz respeito à identidade inteligente do ser, penso não ser passível de ser alterado sem que a experiencia empírica na vivencia do resultado prático das suas vontades seja vivido e assim como se observa as coisas continuam exactamente na mesma. Se o colapso económico e financeiro que ameaça neste momento a nossa civilização for adiado, tudo continuará na mesma, mas se realmente acontecer, assim sim, cada um vai individualmente experimentar os resultados das acções que a sua inteligência determinou e inevitavelmente terá de reavaliar aquilo que é o resultado da vontade de pode egoísta.

    PS: Está algures aqui escrito no teu Blog acerca do que é a Transição, acerca dessas comunidades?

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  13. Joaquim Albino

    Infelizmente a hipocrisia dos detentores do poder é demais! Escaparão alguns. Também penso que o colapso é praticamente inevitável, resta-nos tentar atenuar os efeitos e prepararmo-nos.

    Quanto à Transição, falei aqui ainda algumas vezes (ao de leve, ainda não aprofundei), mas poderá obter informação na rede Permacultura e Transição Portugal), mais propriamente no
    Grupo Transição, ou no site http://www.transitionnetwork.org/

    Muito obrigada pela sua reflexão.

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