quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Mais "Hortas Urbanas", faz favor!

A Câmara Municipal de Ponte de Lima criou o projecto "Hortas Urbanas", distribuindo, pelos munícipes interessados, lotes de terreno para cultivo agrícola. Sei que em Guimarães também existe um projecto similar e admito que outros estejam em curso pelo País.
No concelho limiano, mais concretamente na Veiga do Crasto, foi vedada uma área expressamente para a implantação das "Hortas Urbanas", que, nesta primeira fase, disponibiliza 36 lotes, cada qual com uma área entre 40 a 45 metros quadrados.
O projecto já recebeu oito candidaturas, a quem vão ser atribuídos os respectivos lotes, no próximo sábado. Naquelas hortas poderá cultivar-se todo o género de produtos hortícolas, bem como flores. Além do lote de terreno, o Município disponibiliza também um ponto de água destinada à rega das culturas, um abrigo comum para armazenamento dos utensílios agrícolas e um espaço comum para compostagem ou colocação de estrumes. Fornece ainda informação sobre os modos de produção e práticas culturais ambientalmente correctas e um livro que permitirá a comunicação entre os participantes e o Município de Ponte de Lima.
Sendo de aplaudir, esta iniciativa, assim como outras, faz-me pensar porque é que em sede de planeamento urbano e ordenamento do território não se procurou conciliar o betão com a horta; ou a altura do prédio com o verde. Por exemplo, não seria preferível permitir mais um andar em prédios em altura e obrigar a que entre a fachada principal e o passeio existissem manchas verdes? Ou que em vez do miolo do quarteirão ser todo impermeabilizado à medida que se vai construindo, se obrigasse a uma forma de compropriedade onde a área fosse ocupada por equipamentos de lazer, jardins e infra-estruturas que permitissem o aproveitamento de águas pluviais para rega?

37 comentários:

  1. Só é pena que tenhamos que chegar a situações quase limite para assim se começar a "acordar".
    Cada vez mais, e pelas mais variadas razões, há que apostar nas hortas, no aproveitamento de terrenos abandonados, que se encontram até nas aldeias.
    Quando vamos por esse país fora encontramos imensos terrenos cheios de silvas, ao abandono. Porquê?! Porque os donos morreram, ou já não podem trabalhar, e os responsáveis, (Juntas de Freguesia, etc.) nada fazem no sentido do aproveitamento dos mesmos.
    A criação de mais espaços verdes também vai ter que ser resolvida. Só que, até que quem de direito perceba que estamos perante uma situação grave, que estamos literalmente emparedados, até chegarem aqui, os ilustres responsáveis necessitam de tempo.
    Como vês, é tudo uma questão de tempo!
    No aproveitamento das águas pluviais, cara Amiga, ou muito me engano ou se não acordarem rapidamente talvez se venham a arrepender (será que vão?!).
    Abraço.

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  2. Olá amiga Manuela!

    Ideia genial! Acho que essa é uma ideia a ser considerada sim.
    Eu vivo no campo e em Campos, zona de reserva agrícola. Aqui toda a gente tem a sua horta, até os meus amigos Britânicos têm a kitchen garden e colhem todo o ano, com protecção de estufas que eles próprios controem.

    O que eu sinceramente detesto ver é couves nos jardins em frente da casa, infelizmente onde há um Português há essa tendência, vi até na Suiça :)))

    Beijinhos

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  3. Uma ideia excelente! Bem hajam os limianos...
    Uma iniciativa saudável, ecológica e económica. Se quem cultiva pode poupar nos gastos da alimentação, ainda pode vender o que resta á vizinhança. Se a compostagem e aproveitamento das águas fluviais estiverem nos horizonts dessa produção, é também ouro sobre azul.
    Parabéns Ferreira Pinto, pela mostra de práticas ecológicas e saudáveis.

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  4. Águas PLUVIAIS... desculpem o erro

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  5. Ná os franceses e os belgas fazem jardins com hortículas, de uma beleza transcedental! É uma questão de estética e bom gosto.
    Cuidam da parte estética, como se fossem paisagistas... com muita arte.

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  6. FADA tens toda a razão quando falas nos jardins com produtos da horta; eu que tive o privilégio de estar em Villandry duas vezes asseguro-o!

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  7. TERESA SANTOS se me permite o esclarecimento, trate-me por caro amigo, faz favor. Não é que eu sejo birrento, mas basta olhar para a foto para ver que o Ferreira-Pinto é um careca!

    Tem toda a razão quando fala do abandono dos terrenos, mas não deixe de considerar que as Freguesias não têm nem o direito, nem o dever de zelar por património privado. Aliás, nem podem. Contudo, importaria porventura arranjar um enquadrameno legal apropriado que permitisse erradicar esse flagelo e reaproveitar os solos.

    Contudo, também a nós, enquanto cidadãos, cabe uma parte considerável da intervenção nesses solos.

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  8. Cara FERNANDA o que disse à comentadora que a antecedeu, digo-o a si. Entre a Manuela e aqui o modetso escriba há uma amizade que eu considero, mas uma pequena diferença (a tal, aquela que os franceses glorificam dizendo "vive la diference!") ... ela é mulher e eu homem!

    Acho bem que todos façam o aproveitamento dos espaços e terrenos que têm.
    Sobre o famoso mito que todo o português tem couves frente à casa, estou em rigorosas condições de lhe garantir que isso é tão verdade quanto a existência do BIGFOOT!

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  9. QUINN
    Tu é mesmo um brincalhão! :))
    O verdadeiro postal! eheheheheheheheh

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  10. Ferreira-Pinto

    Comentando os comentários, se estás em "forte" minoria de género nos contribuidores do blogue, e se ainda por cima escasseiam as tuas "postagens" sujeitas-te a levar com tratamento no feminino! É bem feito! Mas acho que deverias considerar uma honra :)
    Ora, agora com pruridos sexistas!
    A mim, quando me tratam no plural, junto com outras pessoas, basta haver um barão no grupo que levo logo com tratamento no masculino! E nunca me queixei!
    Quanto ao importante, que é o tema do texto, e que me é muito caro, deixo para comentar depois, que agora estou sem tempo.
    Uma abraço!

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  11. Olá Manuela Araújo!

    Felizmente são cada vez mais as autarquias que cuidam de criar condições para que aqueles que gostam possam "fazer de agricultores", amanhando um pequeno talhão de terra. As vantagens de tal prática são muitas, começando pela económica, pasando pela paisagística e ambiental... para além de ajudar no combate ao stress dos que andam de enxada na mão. A mediada é louvável; pena que seja, por enquanto, em pequena escala, mas certamente que a crise irá dar um empurrãozinho ...

    Um abraço.

    Vitor Chuva.

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  12. Ó FADA eu, como já sabes, considero-me um animador destas coisas. Ali a patroa é a parte séria, eu venho aqui ocasionalmente desestabuilizar! :)

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  13. Tu desestabiliza!... :))

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  14. Perdão donzela e senhorita Manuela Aráujo mas tenho de pedir a defesa da honra.
    Se já é cruel que havendo barão no grupo (e não varão, noto) a tratem por Manuel, coisa que só é possível com um cego, aqui nem havia grupo pois estava ali bem visível que era cá o rapaz o escriba de serviço.

    Quanto à escassez de letras, bem sabe a senhorinha, que eu tenho também por mister manter um projecto de má-língua que bem me d+á trabalho; onde. por sinal, é igualmente notável a aridez da presença da donzela!

    Finalmente, bem sabe a menina que isto depois de andarmos nas bocas do mundo com ligações a canais temáticos e entrevistas na Comunicação Social, tenho de cuidar que não me confundam, pois atrás da notoriedade ainda pode vir o assédio de algum ofuscado pela beleza da minha careca e da escrita! :)

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  15. Caro Vítor Chuva nem sabe como concordo integralmente consigo, excepto no PORMENOR de me chamar Manuela! :)

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  16. Ó FADA já me viste isto? Vem um colaborador aqui de vez em quando debitar, o que devia ser coisa para salamaleques, e o povo insiste em me chamar Manuela?
    Ó sina!

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  17. Ferreira-Pinto

    E não é que escrevi mesmo "barão"? das duas uma, ou ando com pensamentos de realeza, ou confundiste-me naquele teu post recente da dança do varão!
    E tens razão, a minha presença no Abirritante anda pouco assídua, mas já sabes que tenho poucos dotes de língua viperina, e ainda por cima tenho mais tempo à noite, quando o Abirritante entra em banho-maria... (ou vai para o ginásio?)
    Quanto a ofuscadelas, por quem sois, Ferreira-Pinto. Ah já sei, é pelo Porto!

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  18. Que a minha prezada amiga e aqui no blogue patroa tem um certo ar distinto, já nós sabemos agora se é da realeza é que eu já cá não sei ... agora que foi escrito "barão", lá isso foi e eu, que me recordei daqueloutro texto argentino, resolvi meter-me com a amiga.
    Quanto aos dotes de língua viperina, o melhor é eu remeter-me ao silêncio! Um "gentleman" nunca, mas nuca, compromete uma senhora.
    E é bem verdade que no período nocturno o ABIRRITANTE abirrita, mas não significa tal que não fervilhe.
    Preciso é de arranjar um "magalhães" para levar para o ginásio.

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  19. A Câmara de Ponte de Lima está de parabéns. As hortas comunitárias cada vez mais estão aparecendo por esse país fora, e devia ser um exemplo a seguir por todos os municípios. Já existem algumas na área metropolitana do Porto (ver notícia no Ecosferao), mas não bastantes.
    Estive também na Horta Pedagógica da Quinta da Gruta, na Maia, e achei uma iniciativa muito importante e interessante.

    Ainda existem no Porto, e outras cidades, as tradicionais hortas urbanas, naqueles compridos logradouros dos quarteirões antigos. Algumas, ainda continuam a ser cultivadas, e devem ser um óptimo contributo para a saúde e subsistência dos seus proprietários. Se em alguns casos o actual planeamento não as permitirá manter, muitos haverá que bem poderiam ser repescados e repensados.

    Quanto ao construir mais em altura como contrapartida de um solo mais livre, sou apologista, claro, dentro de determinados limites.
    Nesse aspecto, Corbousier foi um visionário.

    Ferreira-Pinto, obrigada por teres trazido este tema, sobre o qual tenho recolhido algumas ideias e fotos para "postar", mas que, por falta de tempo ainda não concretizei. Mas espero voltar ao tema mais tarde, ainda há muito "pano para mangas".

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  20. Minha cara MANUELA ARAÚJO (é sempre bom escrever em letra bem grande o nome de quem "manda") foi um enorme prazer trazer este tema à colação, porquanto penso que uma horta (seja urbana, ou rural) tem virtualidades inquantificáveis e que é um fenómeno que devia interessar a muito mais gente.

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  21. Plenamente de acordo, FERREIRA-PINTO, acho que enumerar as suas vantagens dar-me-ia grande prazer, não fosse elas serem tantas e eu já estar cansada.

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  22. Nem mais, Manuela Araújo! Aliás, algumas são tão evidentes que nem é preciso estar a enumerá-las. Só as não vê, quem não quer.

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  23. FERREIRA-PINTO, FERREIRA-PINTO, FERREIRA-PINTO, FERREIRA-PINTO,

    Não sei se 4 vezes em maíusculas dá para compensar.:)

    As hortas comunitárias de Lisboa e arredores que têm sido mostradas parecem-me agora tão "enfezadas" em comparação com as que descreve em Ponte de Lima, que espero que nalguma reunião de Municípios ou de Freguesias esse exemplo passe.
    Parabéns.
    Abraço.

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  24. Cara Josefa Pais, uma só vez basta!
    Obrigado oeka solidariedade.

    O estado das hortas limianas não é o da foto, mas admito que venha a ser porquanto o Minho graças às condições climatéricas é mais verdejante. Mas isto, normalmente, vai é do entusiasmo inicial ao desânimo dos calos ...

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  25. Caramba, eu que tanto protestei por ter passado a Manuela Araújo e vou logo assassinar o seu nome, cara Maria Josefa Paias; mil perdões.

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  26. Depois de tão divertido debate, que acabei de ler, eu vim aqui só para dizer, que as hortas urbanas são uma ideia excelente, se tiverem continuidade, por vezes uma boa ideia morre pelo caminho.
    Quanto aos assuntos que questiona tem toda a razão. Aqui pelo Porto, não me parece que hajam hortas, o terreno já é pouco para construir!!!
    Bjs,
    Manuela

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  27. Caro Ferreira-Pinto!

    Longe de mim a idea de lhe trocar o nome, e muito menos a de lhe mudar o sexo; foi lapso, como compreenderá, já que por hábito sempre me dirijo à Manuela Araújo, o que também fiz desta vez. "Vejo" que é uma pessoa bem disposta, e certamente não levará a mal o deslize.Quanto a eu ser do povo, tem toda a razão - é mesmo verdade!

    Um abraço.

    Vitor Chuva

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  28. Ontem, o meu grupo de trabalho participou numa tertúlia sobre sustentabilidade promovida pela Ordem dos Engenheiros da Região Norte. Lembrei-me disso ao ler o artigo pois um dos intervenientes tocou neste assunto das "hortas urbanas". A ideia por ele apresentada (perdoem-me não me lembrar do nome) consistia em aproveitar terrenos desocupados para que sem abrigos (pe) os trabalhassem a troco de casa e, claro, alimentos da sua horta biológica. A proposta por ele apresentada tinha ainda outra vertente: a venda destes productos a superfícies comerciais. Com isto, dizia ele, diminuiriamos as importações promovendo a actividade económica interna. Claro que isto levantou questões muito mais políticas como o desleixo das pessoas incluídas neste projecto porque, obviamente, a ideia seria que elas se reestabelecessem economicamente dando depois lugar a outras. Não posso negar que a ideia me pareceu, de todo, extremamente vantajosa em inúmeros aspectos. Tenho esperança que a divulgação da ideia neste blog tenha o seu efeito ;D

    ah e já sabem: http: //gr-school.blogspot.com/ :D

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  29. Olá!
    Parece q está em marcha a nova reforma agrária. rsrs ;-)
    Bom FDS!

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  30. Manuela muito grato fico pela sua participação. Tem razão quando diz que entre o entusiasmo inicial e os calos que a enxada tarde ou cedo provoca, não se pode perder o rumo numa ideia destas.

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  31. Amigo Vítor Chuva eu ia lá ficar abespinhado com a troca de identidades; aliás, é a mesma pefeitamente compreensível porquanto a "chefe" costuma, em cada 10 textos, ser a responsável por 9. Mal nenhum, eu é que aproveitei para tentar animar um pouco as hostes.

    Quanto ao povo, meu caro amigo apenas lhe digo "venham daí esses ossos" pois tem aqui um legítimo filho do povo como seu interlocutor.

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  32. Cara Celina tem razão quando diz que nós por cá, e você por aí podemos dar um pequeno impulso a esta e outras ideias. Importa mesmo é que a opinião pública se mobilize em torno dela. Sem isso, nada feito.

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  33. Nunca se sabe, amigo C Narciso, nunca se sabe; olhe, à cautela, vou já procurar os suspensórios com a efígie do camarada Che ... sempre me daria um ar mais revolucionário ali a comandar as tropas a cavar na horta! :)

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  34. e como disse o engenheiro: quando os utilizadores do facebook e do twitter acertarem os relógios (e já agora, os bloggers também), revolução mundial! Não há por onde fugir: a internet liga pessoas, une ideias e possibilita o avanço destas. HÁ QUE MEXER!!! :D

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  35. Caro amigo Ferreira Pinto,

    Peço desculpa se nem li quem tinha publicado o texto. De facto é com a amiga Manuela que costumo tratar ou com a Helena e pronto...está explicado, espero que desculpada:)

    Quando disse que todos os portugueses têm couves no jardins, devia ter dito uma grande maioria... eu também não tenho...aliás não tenho em lado nenhum.
    No entanto quando o disse pensei que seria capaz de perceber que era tão somente para enfatizar esse facto que é realmente uma constante. Acho que não precisava de ironizar.

    Cumprimentos

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  36. Celina, como diz o que importa é ter a hora acertada e não deixar passar o comboio da História!

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  37. Caríssima Fernanda,

    Elucidando melhor as coisas, friso que apenas assinalei a confusão de nomes como forma de potenciar não só o regresso dos comentadores, como para permitir uma saudável troca de opiniões.
    Por isso, não há nada que desculpar.

    Sobre a história dos portugueses e das couves, eu bem sei que essa é uma ideia feita quase como a do bacalhau.
    E sobre a sua necessidade de agora explicar que pretendia apenas enfatizar uma questão, é a minha vez de protestar vivamente que entendi perfeitamente que assim era pois aquilo que escreveu foi que era uma tendência. Uma tendência é algo que maioritariamente acontece, não significa que tenha de ser uma unanimidade.

    Admito que possa ser defeito meu pois sou homem ligado a essas coisas áridas chamadas leis e ao jornalismo, mas olhe que o recurso àquela comparação não pretendia transformar a ironia numa ofensa.

    Contudo, fica feito o registo que a caríssima Fernanda não é particular apreciadora da leveza da escrita e da ironia.

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