sábado, 28 de novembro de 2009

Campanha do Banco Alimentar e Dia Sem Compras

«Bancos Alimentares realizam mais uma Campanha de recolha de alimentos em 28 e 29 de Novembro.
(...)
Em 17 regiões do país (Lisboa, Porto, Coimbra, Évora e Beja, Aveiro, Abrantes, São Miguel, Setúbal, Cova da Beira, Leiria-Fátima, Oeste, Algarve, Portalegre, Braga, Santarém, Viseu e Viana do Castelo), cerca de 25 mil voluntários unidos pela mesma causa, estarão à porta dos estabelecimentos comerciais a convidar os portugueses a doarem as suas contribuições em alimentos

«Um dia inteiro sem comprar nada é o desafio que várias organizações lançam aos consumidores no sábado, "Dia sem compras", assinalado em Portugal com iniciativas de rua de reflexão sobre o consumismo desenfreado
(Fonte: ionline)

Acho muito bem que se reflicta sobre o consumismo desenfreado, e acho muito bem que se se crie um "Dia" para reflectir sobre o assunto. Ao comprarmos o que não necessitamos, estamos a contribuir para esgotar os recursos do planeta e simultâneamente para o poluir mais - sem necessidade. É bom que reflictamos mesmo, porque nos incutiram um sistema de vida assim, mas uma sociedade que privilegia a moda e o consumo acima de qualquer coisa, acima do bem do ambiente e da justa repartição dos recursos do planeta, está a dar sérias provas de insustentabilidade ambiental e moral. Reflictamos, pois.

Agora, a coincidência do "Dia Sem Compras" com o primeiro dos dois dias para a recolha de alimentos nos supermercados para o Banco Alimentar Contra a Fome, que há muitos meses está programada, é completamente infeliz. Eu sei que a iniciativa já existe nos EUA há 10 anos (Buy Nothing Day), e que o dia é internacional, mas que não calhou bem, isso não.

Se precisa de ir ao supermercado, não fique indiferente aos voluntários que ali estão a ajudar com o seu trabalho. E se quer aderir ao "Dia Sem Compras", pode ajudar o Banco Alimentar amanhã. Ou através de donativo.

O essencial é mesmo formular uma pergunta antes de comprar: "Eu preciso mesmo?"

26 comentários:

  1. Amiga Mauela,

    Hoje nós compramos o essencial, há muita coisa que podemos prescindir. Contudo, ao supermercado onde fomos encontramos uma amiga do coração que fazia voluntariado e levamos um saco que veio mais cheio do que o nosso.
    Só espero mesmo que esses bens cheguem ao seu destino.

    Parabéns pelo post e beijinhos.

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  2. Muito oportuna a sua observação sobre a coincidência de datas – efectivamente muito infeliz – do convite a um "dia sem compras" com a recolha de donativos (nos vários supermercados) e à qual adiro normalmente.
    Uma contradição incompreensível.

    Outro assunto, embora fora do tema deste post.
    Só hoje vi a sua informação no meu cantinho. Queira perdoar o atraso.

    Vi os vários selos que premiaram o seu blogue (muito merecidamente), mas confesso-lhe que passei à frente as listas que premiou: simplesmente, porque acho o meu blogue mais "conversas com o computador" que tratando assuntos de interesse abragente como o que a Nelinha soube criar.
    Logo, pouco merecedor de prémios.

    Estou-lhe muito grata pela importância que me deu - um especial agradecimento vai para o "Selo da Amizade"!
    Um abraço grande
    Alda

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  3. Olá Manuela!

    Hoje, para variar, o tema proposto não é, afinal, um, mas sim dois - e, aparentemente, de sinal contrário ...

    Não ir no canto da sereia daqueles que nos querem fazer crer que a felicidade se encontra num "saco de compras bem carregado" não é, ao que parece, nada fácil para muitos de nós.Aqueles que são pagos para nos tentar converter a esta nova religião - do consumismo -são inteligentes,sofisticados, e também desonestos - e conhecem todos os truques do livro para nos tentar manipular. Só a maturidade de cada um dos visados, para além de legislação mais apertada a regular a publicidade e marketing poderá ajudar a sair deste vazio de pensamento próprio em que caímos. Estamos na era "do ter a qualquer custo", do "consumir como caminho para chegar à realização pessoal, à felicidade", e muitos, ao que parece, acreditam nisto religiosamente ...

    Ajudar os que menos têm - desde que se possa - é, entre outras coisas, uma fòrmula barata de nos ajudarmos a nós próprios, de nos "sentirmos bem com pouco dinheiro", com um baixo investimento. No fundo, ambos os lados ganham, e possivelmente mais a parte que dá ...

    Um abraço; bom fim de semana.

    vitor Chuva

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  4. O chamado "Dia sem compras" existe desde 1992 e teve origem no Canadá. Apenas pergunto o que realmente se conseguiu?
    Desde 1992 até 2009 como estamos de febre consumista?
    Para mim PIOR...
    Basta irmos na rua com os olhos abertos e o cérebro ligado e vemos o consumismo desenfreado por toda a parte. Desde os jovens aos adultos.
    As gerações de 70 para a frente estão educadas a consumir mais e mais e mais... e este tipo de "dia/acção", pelo que vejo, nada fez/faz para mudar este rumo.
    Deixem chegar a época de saldos que vamos ver o frenesim!!!
    Aliás até acho deveras curioso como é que ontem (sexta-feira) arrancou a época de saldos nos EUA
    conhecida por "BLACK FRIDAY"!!!
    Isto é tudo uma hipocrisia só...

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  5. Amiga Fernanda

    Claro que os bens chegarão ao destino, ou como é que o Banco Alimentar alimentaria tanta gente?.
    Obrigada e beijos

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  6. Olá Cara D. Alda

    Não tem dada de que agradecer, os selos são mais que merecidos e a mim não me custou nada dá-los :)

    Quanto à coincidência das datas, embora muito infeliz, acho que não é incompreensível: por cá, acho que é a primeira vez que importam o "Dia Sem Compras", coisa que o Banco Alimentar nem deve ter sonhado...

    Beijos e volte mais vezes

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  7. Caro Vítor Chuva

    Acho que tem muita razão no que diz. Essa desonestidade de que fala, não sei se se refere aos que lucram com a venda dos produtos, ou se aos que idealizam a publicidade que nos seduz.
    Uns e outros, fazem aquilo que na sociedade é muito bem visto, e na maior parte dos casos não têm qualquer intenção de serem desonestos. Porque todos aceitam pacificamente ser ludibriados, enganados manipulados. É um jogo com dois lados, em que um lado ganha, o outro julga que ganha, e quem perde é o nosso ambiente que cada vez mais poluído fica.

    Um abraço

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  8. Voz a 0 db
    Não sabia que esse dia tinha tantos anos e começado no Canadá.
    Julgo que só o facto de haver um "dia" para levantar o tema poderá ajudar a que muitas pessoas comecem a pensar ... é que estamos metidos num sistema em que comprar coisas é um acto mecânico...
    Talvez não veja grandes resultados, eu também não os vejo, pois em Portugal, não fosse a crise e continuaríamos a comprar compulsivamente cada vez mais... é que ainda não pararam para pensar.
    Quanto ao Canadá, não sei, mas de um livro de uma canadiana que li há uns meses, fiquei com a ideia de que estão muito mais conscientes dos malefícios do consumo para o ambiente do que nós...

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  9. Pois é! Os Canadenses até podem estar mais conscientes sobre este tema... mas ajudam à festa e não é pouco... basta olhar para o que estão a fazer ao seu (nosso) Ambiente em busca de algo maior... o petróleo nas famosas TAR SANDS...

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  10. D. Alda
    Se eu tivesse ido antes ao blogue O Único Planeta que Temos, não tinha dito a asneira de dizer que é o primeiro ano que há em Portugal iniciativas no âmbito do Dia Sem Compras. Afinal parece que já há quatro anos que existe.
    Se calhar, assim como eu nunca me apercebi, as pessoas que decidiram a recohha para o Banco Alimentar neste dia também não sabiam...
    Beijos

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  11. Voz a 0 db
    O mal que fazem alguns industriais e os governos, não pode ser imputado a toda uma população. E pelo menos há lá quem lhes faça frente.
    Vi parte o programa GeoPortugal (acho que se chamava assim...) na RTP2, dia 18, e fiquei alarmada como que os portugueses andam a pensar fazer, na plataforma que reclamam como sua entre a do continente e dos Açores: extrair minérios do fundo do mar...
    Bem sabe que em todos os países há gente capaz do pior em todos os aspectos.

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  12. Olá Manuela,
    À pouco, passei no supermercado para comprar algo de comer... Ao passar pelo Banco Alimentar deixei alguns alimentos que apesar de poucos, ajudam. Aquilo que me "chocou" foi o facto de ver tantas e tantas pessoas a negar "qualquer coisa" e, ainda iam a "praguejar": "A mim ninguém me ajuda". Caramba, 1k de arroz custa 50 cêntimos!Até fico indisposta...

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  13. Então permita-me a correcção: Os Canadenses, os Americanos, os Portugueses, os Ingleses, os Franceses, os Brasileiros... Eu a Manuela... enfim todos nós os petróleo dependentes (seja em que escala for) todos contribuímos para o mal maior...

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  14. Olá Jeune Dame

    Eu ainda não apreciei uma cena dessas, mas é muito triste se há tanta gente a negar. Se calhar, muitas dessas que negaram há uns anos estão agora dependentes do Banco Alimentar, infelizmente.

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  15. Voz a O db
    Nem mais! Mas não me parece que a auto destruição ou a nossa extinção seja solução desejável!
    Não acha que devemos ter uma atitude positiva na consciencialização do cuidado com o planeta, por muitos poucos decibéis que tenha? Não é isso que faz também com o seu blogue, alertando?

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  16. Mais uma vez... Não acredito, que a bem, o ser humano altere a sua forma de estar...
    Peço desculpa por ir em inglês:
    "Rich deposits - oil, gas, precious metals and even fish and marine organism stocks - are there to be exploited, for any nation with the technology and spirit to conquer the planet's final frontier.

    Climate change and the impact of increased areas of melting Arctic pack ice are making the area all the more accessible for exploration."

    Afinal as alterações climáticas até são boas!!! Pelo menos para alguns... como vê assim não se vai lá de certeza absoluta!

    Quanto ao meu blogue... o seu impacto real posso considerar nulo!
    Espero que os poucos que lêem as sandices que lá escrevo mudem a sua forma de viver, nem que seja olhar para a etiqueta da roupa que vão comprar para ver onde foi feita e mais importante de que é feita!

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  17. A não perder...

    http://video.google.com/videoplay?docid=-2174195060267517042#

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  18. Voz a o db
    Onde foi desencantar esse texto?E a cara chapada do que pensam muitos governantes e donos da massa e do petróleo...
    E acha que devemos desistir, baixar os braços, calar a voz e perder a esperança? Isso é o que eles querem!

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  19. Voz a O db

    É o "11th hour" do Leonardo di Caprio! Ainda não vi todo, só vi uma parte. Se arranjar com legendas em português e com qualidade razoável, ponho aqui no blogue (encontrei esta versão mas a qualidade é fraca -http://video.google.com/videoplay?docid=-9198942861431281911&ei=OLgRS6-tBtef-AaI6P2sDw&q=11th+hour+portugu%C3%AAs#)

    Obrigada pela dica.

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  20. Quem procura sempre encontra...
    Vai ser emitido dia 6 de Dezembro na RTP2 às 20:30

    http://tv.rtp.pt/EPG/tv/epg-janela.php?p_id=25697&c_id=8

    Pena é que não passe em horário nobre em lugar de programas da treta e anestesiantes do cérebro deste nosso povinho...

    Pode ser que depois se consiga o vídeo...

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  21. Manuela,
    Embora eu ache que as campanhas pontuais apenas minoram um pouquinho o problema da fome, elas também podem funcionar como um chamado de atenção para a questão da fome no mundo, que tem origem no nosso modelo político e econômico. A exploração do capital,da mão-de-obra e dos recursos materiais entre as nações são algumas das origens da fome no mundo.O grande contingente de famintos está localizados nos países do sul do planeta que sempre foram espoliados. Quem sabe um dia conseguimos mudar esta triste realidade.Continuamos na luta companheira!Abração, Liete.

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  22. Olá Liete

    Tem toda a razão. Por cá, o Banco Alimentar ajuda aqueles que não conseguem sozinhos arranjar dinheiro para comer, que com a crise e o desemprego, são cada vez mais.
    Agora nos países do sul, onde há tanta miséria e se morre de fome, a carência de ajuda é demasiada.
    Eu não tenho esperança de ver o mundo mudar muito para melhor, temo que piore, mas quem sabe um dia comece a melhorar.
    Obrigada e um abraço

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  23. Para quem tem dúvidas os bens do Banco Alimentar são devidamente entregues a instituições e pessoas que necessitam. Pelo menos o Banco Alimentar da Cova da Beira tenho a certeza que o faz porque fui voluntária lá durante os meus tempos de estudante( e não só nas campanhas de recolha de alimentos).
    Eu conhecia a iniciativa do dia sem compras,mas infelizmente faltava-me comida em casa e tive mesmo de ir comprar.Aproveitei e dei o meu contributo.Acho incrível que haja pessoas a reclamar quando um dia poderão ser elas a bater à porta do banco a pedir ajuda.
    Eu também não dei muito porque não tenho muito,acho que ninguém fica mais pobre por dar um massa ou enlatados.É que o contributo de cada um faz toda a diferença.
    Aproveito também para dizer que há pessoas que fazem doações incríveis como sabonetes e outros bens não alimentares...Eu prefiro pensar que são distraídas...

    Abraço
    Ana

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  24. Ana
    Acho que as pessoas que dão sabonetes para o banco alimentar não o fazem por mal, claro. Não terão percebido bem o objectivo.
    Quanto ao dar, todos sabemos que muitas pessoas participam, mesmo com dificuldade, enquanto muitas outras refilam e são capazes de a seguir gastar mais dinheiro do que o valor de alguns sacos de arroz, numa porcaria ou inutilidade qualquer.
    É assim a humanidade, preto, branco, cinzentos e coloridos.
    Um abraço

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  25. Caro A. João Soares
    Muito obrigada, e retribuo os mesmos votos.
    Um abraço

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