segunda-feira, 5 de outubro de 2009

ONU - É preciso mais mulheres em negociações de paz

Hoje limito-me a transcrever abaixo a primeira parte da notícia de hoje na Rádio ONU, onde podem ouvir e ler o resto. Não comento, pois posso não ser isenta, mas fico a pensar.

"O Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, disse que o tema é uma das principais prioridades da organização; ele disse que existem crescentes provas de que a presença de mulheres melhora a qualidade dos acordos alcançados e a sua implementação.
O Conselho de Segurança da ONU fez esta segunda-feria um pedido unânime a todos os países e organizações internacionais para aumentarem a participação de mulheres em todas as fases da resolução de conflitos e construção da paz.
Os 15 membros do órgão expressaram também profunda preocupação sobre o número reduzido de mulheres em processos de paz, particularmente na área de mediação de conflitos."

(Fonte: Radio ONU , Foto: Aung San Suu Kyi em ABC News)

19 comentários:

  1. Li e confesso que fiquei relativamente espantado. Espantado porquanto me parece que a intervenção é mais fruto do "politicamente correcto" do que propriamente da realidade.
    O papel das mulheres na cena internacional (aos mais diversos níveis) é hoje inquestionável e factualmente crescente.
    Onde quer que se vá, vê-se que as mulheres têm uma participação senão maioritária pelo menos em paridade.
    Nos vários patamares da administração, nas organizações não governamentais e outras pessoas colectivas o que mais vemos (e ainda bem que assim é, digo-o já) é a participação activa de mulheres. Ora, se assim é, parece-me evidente que também terão um papel relevante na resolução de conflitos e construção da paz.
    É que os tais processos não se reduzem àquele momento em que meio dúzia de dignitários surgem ante os holofotes da Comunicação Social a assinarem um qualquer papel que alguém lhes meteu à frente; esse é apenas o corolário de um trabalho de paciência e sapa onde pontificam mulheres!

    Reduzir tudo a uma análise simplista como parece ter feito Ban Ki-moon ainda nos leva a ter na ONU a mesma opereta das quotas nas listas eleitorais em Portugal!

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  2. Ferreira-Pinto

    Ainda bem que concordas que as mulheres devem ter um papel importante na vida política.
    Agora que haja paridade, não me venhas com essa. É um facto que está a aumentar a sua participação, mas este é um mundo quase totalmente governado por homens.
    "mulheres representam menos de 10% dos participantes em negociações formais de paz"
    É muito pouco, de facto.
    Não me parece que seja uma análise simplista. Não me parece que seja um apelo a "quotas", mas um apelo à participação das mulheres.

    Não será um apelo também aos homens: deixem as mulheres participar, não lhes barrem o caminho com os vossos jogos políticos trituradores de mulheres!
    (Eu bem me parecia que não queria comentar, mas agora já está - vou arranjar lenha para me queimar)

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  3. Se houvesse tantas mulheres a mandar como há homens, e tantos homens como há mulheres, estou convencida que este mundo seria mais pacífico e haveria menos disparidade na distribuição de riqueza. Perdoem-me os homens.

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  4. É tudo uma questão de hormonas!
    Ponham só homens numa sala a discutir/tentar chegar a um acordo sobre algo... não resulta em grande coisa!
    Basta por uma mulher na mesma sala e o comportamento dos homens altera-se... até falam de maneira diferente!!!

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  5. As mulheres sempre foram subjugadas pelos homens. Tudo começou com Gaia...

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  6. Amigas,

    Desculpe Manuela de falo sempre no plural, mas não consigo deixar de lado a querida mana :)

    Este tema conheço bem, infelizmente, mas vou dar-vos o link para uma muito querida amiga da Malásia, a Phoebe, de apenas 20anos de idade, que tem um post desenvolvido sobre a Yasmin Ahmad, -weeklyyasmin-ahmad.
    O Inglês desta amiga não é perfeito mas perfeitamente perceptível.
    Vão gostar de conhecê-la.
    Beijos

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  7. As mulheres, fazem falta, para dar um novo rumo ao mundo!
    Acredito que neste princípio de milénio, a tendência está a começar a mudar.
    Começa logo, porque este ano o Nobel da medicina, foi para duas mulheres e um homem.
    Elizabeth Blackbur, Carol Greider e o elemento masculino, Jack Szostak.
    As entradas nas Universidades estão a ser ultrapassadas pelas mulhere e em alguns lugares, em larga escala. E viva o sexo gerador de VIDA de PAZ! :)
    Mais uns aninhos e o Mundo será da maoiria! :))

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  8. Voz a o db
    Agora deixou-me curiosa para saber a que género pertence.

    Gaia
    É verdade que a história tem sido escrita sobretudo por homens, as mulheres ficam em segundo plano, ou pior são subjugadas, como acontece descaradamente em outras civilizações, e sub-repticiamente na nossa (ver O Corpo da Mulher)
    Mas ainda vão existindo excepções (ver post de hoje).

    Fernanda
    Já fui a esse blogue e agradeço ter-me dado a conhecer a recentemente desaparecida realizadora Yasmin Ahmad.
    Bjs

    Fada
    Eu também espero que o papel das mulheres no mundo venha a ser cada vez mais importante e reconhecido.
    Fiquei contente também em saber que é a primeira vez que duas mulheres recebem o Nobel no mesmo ano.

    Obrigada a todos por deixarem aqui o vosso comentário. Bem hajam.

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  9. É verdade o que disse Manuela, mas pena sinto é que ainda estejamos na “honrosa” galeria das excepções...

    Gostei muito do seu blogue. Tem aqui um trabalho de Titã! Parabéns!

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  10. Assinalo apenas que uma pessoa não se pode distrair sob pena de ser logo vilipendiado!
    Então afirma a senhora dona manuela araújo que não existe paridade ou um número crescente de mulheres em lugares de
    topo nas administrações?
    A não ser que nos estejamos a referir aos lugares de Presidente ou Primeiro-Ministro, quer começar a contabilizar?
    Por exemplo, o vizinho Governo de Espanha? Quantas mulheres lá estão como ministras?
    Em França quantas mulheres integram o Governo de Sarkozy e quantas estão no Parlamento?
    Quem é o Chanceler da Alemanha?
    Quantos membros femininos tem o governo italiano?
    Depois de Obama e Biden, quem é o elemento mais influente e com mais poder do Governo dos EUA?

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  11. Gaia
    É verdade, lá vai havendo excepções, e felizmente, cada vez mais.

    E muito obrigada pelos parabéns pelo blogue, o que vale é a ajuda de amigos e a participação de vocês.
    E também já dei uma vista de olhos ao seu blogue, gostei, mas confesso que não tive tempo de ler aprofundadamente. Hei-de lá voltar.

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  12. Ferreira-Pinto
    Tens alguma razão, mas infelizmente pouca. Há assim uns governos com já uma participação de mulheres, mas, mandar mesmo, são poucas. E contam-se pelos dedos os casos.
    Mas admito que está a melhorar.
    A igualdade ainda está longe.
    Porque quem definiu as regras do jogo na política, foram os homens. E essas regras são muitas vezes inaceitáveis para as mulheres. Felizmente que vai havendo algumas com coragem e estômago para jogar o jogo sujo da política, pode ser que ajudem (elas e muitos homens, claro) a torná-lo mais limpo.
    E já agora, na Itália, não contam.
    E essa de ser vilipendiado, caro amigo, não é bem assim, até estou a ser meiguinha :)

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  13. Vou-me limitar a assinalar uma perigosa deriva feminista neste blogue! :)

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  14. perigosa? QUINN?
    Ameaçadora... tu põe-te a pau!! :))

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  15. Ferreira-Pinto
    Constatar que as mulheres têm um papel muito reduzido na política e que quem tem desencadeado quase todas as guerras são homens, não é feminismo. Por isso, presumo que se houvesse mais mulheres a mandar, o mundo teria mais paz.
    Acho que não há perigo nem ameaça, oh Fada :o))

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  16. Toda a gente sabe, muito mais o QUINN, que estou a brincar! :))

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  17. E quanto a laureadas com o Nobel, este ano já vai em 4 (quatro) mulheres: 2 na Medicina, já mencionadas, 1 na Química (a israelita Ada Yonath), e agora na literatura, que levou só para ela o prémio, a romena/alemã Herta Müller.
    Claro que 6 homens este ano já levaram o Nobel: 1 na Medicina, 2 na Química e 3 na Física.
    Mas mesmo assim, está a melhorar!

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  18. E mais uma laureada, Elinor Ostrom: pela primeira vez uma mulher recebe o Prémio Nobel da Economia. Este anos as mulheres arrasaram nos Nobel... 5 mulheres (e 7 homens, agora com Obama incluído).

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  19. Eu não digo que isto do Mundo governado por homens está a atingir o ponto de viragem?

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