domingo, 31 de maio de 2009

Anatomia de uma Crise Silenciosa

Um relatório intitulado "Human Impact Report: The Anatomy of a Silent Crisis", da organização humanitária "Global Humanitarian Forum" (GHF), estima que já 300 000 pessoas morrem por ano como consequência das alterações climáticas.

Kofi Annan, antigo secretário geral da ONU, e fundador da GHF, disse à CNN no passado dia 29: "Pela primeira vez estamos a tentar chamar a atenção do mundo para o facto de que as alterações climáticas não são qualquer coisa que se espera, mas que já tem o seu impacto em muitas pessoas em todo o mundo".

A grande maioria das mortes referidas, cerca de 99%, ocorre em países em desenvolvimento, que se estima contribuírem com menos de 1% para o total das emissões de carbono.

Os países considerados mais vulneráveis são os da zona seca semi-árida e sua cintura, desde o Sahara/Sahel até ao médio oriente e Ásia central, África subsahariana, sul e sudeste da Ásia, América Latina, parte dos Estados Unidos, pequenos estados ilha e a região do Ártico. Dos países desenvolvidos, a Austrália é apontada como o mais vulnerável aos impactos das alterações climáticas.

O mesmo relatório aponta 325 milhões de pessoas seriamente afectadas, perdas na economia de 125 mil milhões de dólares, 4 mil milhões de pessoas vulneráveis e 500 milhões de pessoas em risco extremo. Estes números representam valores médios baseados em tendências projectadas ao longo de vários anos, e têm uma margem de erro significativa: os números reais podem ser superiores ou inferiores.

O relatório diz também que as alterações climáticas ameaçam o desenvolvimento sustentável e todos os oito objectivos de desenvolvimento do milénio, estabelecidos em 2000 para reduzir a pobreza extrema até 2015. Estes objectivos incluem erradicação da fome, redução da mortalidade infantil e parar a disseminação de doenças como a SIDA e a malária.




Fontes: GHF, CNN, Timesonline

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Perfume da relatividade


Como quase tudo neste mundo é relativo.

Enviaram-me um mail com óptimas imagens publicitárias, todas eficazes, algumas lindíssimas. Mas houve uma que me mereceu uma atenção especial, o que aqui vemos na imagem. Pesquisei, e encontrei o site Inspiration Room com esta e imagens semelhantes da campanha da Cordaid - People in Need.

Pensemos juntos: é um frasco de aftershave mais importante que a vida de uma pessoa?
Então passe à acção, e em vez de ir comprar um perfume, que certamente não precisa, pegue nesse dinheiro e transfira para uma associação de ajuda humanitária. Certamente que trará benefícios bem superiores ao que lhe daria esse perfume.
Já aqui falei na AMI no "post" anterior, mas pode também ajudar a UNICEF, ou o WFP (World Food Program). Ou uma de muitas outras ONG de ajuda humanitária.

Ainda não está convencido?

Existe no Facebook um grupo chamado "Feed a Child With a Click", com quase 3 milhões e meio de membros, onde estão enumerados uma série de sites nos quais cada "click" é uma pequena contribuição para a ajuda humanitária, através dos patrocinadores. Vou listar aqui alguns deles:

Ajude com um donativo, ou se não puder, com o click do seu rato.
Vai ver que não custa nada.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Ajudar a AMI também em tempo de crise

A crise actual afecta a maioria dos cidadãos. A uns afecta mais, a outros menos, e são poucos os que não a sentem ou que com ela ganham. E há aqueles que vivem sistematicamente em crise, em luta pela sobrevivência. São afectados directamente e indirectamente com a redução que se tem verificado na ajuda humanitária. Há mais pessoas em crise e menos ajuda.
A AMI – Assistência Médica Internacional, é uma Organização Não Governamental portuguesa com estatuto jurídico de Fundação, privada, apolítica e sem fins lucrativos, fundada pelo médico Fernando Nobre em 1984 com o objectivo de intervir rapidamente em situações de crise e emergência.




Contribua para ajudar os mais necessitados, veja como pode ajudar a AMI.

Vale mais uma pequena ajuda que nenhuma. Mesmo com pouco, muitos, faremos a diferença. Ajude quem ajuda a construir um mundo melhor. Visite o blogue de Fernando Nobre "Contra a Indiferença", pois as suas palavras não o deixarão indiferente.

domingo, 24 de maio de 2009

Hoje, como há 17 anos

Entre 3 e 14 de Junho de 1992 realizou-se no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, que ficou conhecida como a Cimeira da Terra ou Cimeira do Rio. Esta cimeira, em que participaram pela primeira vez representantes de quase todos os países do mundo, e em que foi tornado público o conceito de Desenvolvimento Sustentável, introduzido pelo Relatório Brundtland, teve como objectivo a tomada de medidas para um maior respeito pelo ambiente e garantir a sobrevivência das gerações futuras, através de um modelo de crescimento económico menos consumista e mais ecológico.

Durante essa cimeira, foi dada a palavra a uma menina canadiana de 12 anos, chamada Severn Suzuki, que falou pelas crianças de todo o mundo. Vejam como, passados 17 anos, ainda é actual a sua intervenção.

sábado, 23 de maio de 2009

Consertar a cadeia alimentar

Já pensaram bem na insustentabilidade da curta vida dos animais que nos alimentam? Eu confesso que evito o mais possível pensar nisso. É demasiado degradante o que a nossa espécie faz às outras de que se alimenta. Mas nem sempre assim foi.

No Reino Unido, a organização Friends of the Earth produziu um pequeno filme para a campanha "Fix The Food Chain", para que os britânicos pressionem o seu governo a passar os subsídios dos sistemas intensivos de produção pecuária para a produção de pequena escala, promovendo uma forma mais amiga do ambiente e dos animais.

Uma boa ideia, que espero dê resultados. Não quererá a Quercus seguir o exemplo? O filme não está traduzido, mas é fácil de entender.




Também o filme "Our Daily Bread", de Nikolaus Geyhalter, do qual deixo ficar aqui, primeiro o trailer de apresentação e depois um extracto, retrata a agricultura e pecuária intensiva. Não precisa tradução, pois não tem comentários. E eu também não vou comentar. Uma imagem vale mais que mil palavras.


Room with a Zoo

O Jardim Zoológico de Londres recebe este fim de semana um exemplar da espécie animal mais destrutiva do planeta. Vai ser simulado o seu habitat natural, e os visitantes vão poder verificar o seu poder destruidor no dia a dia.

E pode ser acompanhado no Twitter (em @roomwithazoo).

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Não há uma só verdade

Depois de ouvir a entrevista que o Professor Catedrático José Delgado Domingues deu ontem à TSF, gostaria de aqui deixar alguns pensamentos.

Primeiro, acho que tem toda a razão quando diz que "Não há sustentabilidade possível se não houver equidade na distribuição da riqueza". Esta é a questão fundamental.

Segundo, concordo que as emissões de CO2 não são as únicas responsáveis pela alterações climáticas, e que por trás do CO2 está um problema de energia e de organização de economia. E acrescento eu que por trás disso tudo está a ambição humana.

Terceiro, também é evidente que a comunicação social deturpa muitas vezes os artigos científicos, ou com intenção ou por dificuldade de interpretação, e que a mesma também frequentemente manipula as opiniões das populações.

Quarto, também é certo que aquecimento global não é a mesma coisa que alterações climáticas.

Quinto, concordo que a urbanização e as alterações no uso do solo têm a sua quota parte nas alterações climáticas e originam catástrofes.

Mas dizer que a temperatura média do planeta tem descido desde 1998? Onde estão os factos científicos que comprovam isso, e porque são mais fiáveis que os do IPCC?

É certo que as medições de temperatura no globo que suportam as investigações e análise dos cientistas, estão sujeitas a muitos factores humanos e naturais, e que é muito complexo seleccionar as estações de medida fiáveis e as que têm de ser desprezadas. Mas não são os cientistas que integram o Painel (IPCC) de qualidade científica suficiente?

Também se sabe que a temperatura oscila de ano para ano e pode descer ou subir alguns anos seguidos, mas o que conta é não a alteração sofrida numa escala de tempo representativa?

E se a temperatura média do planeta tem descido nos últimos 10 anos, qual o motivo porque tem reduzido drasticamente o gelo nas regiões polares e fora delas, nas regiões de montanha? porque se deslocam agora muito mais depressa os icebergues? É isso também um embuste? Ou será que foi a temperatura de fusão da água que desceu?

Acho que ficou a faltar a resposta a estas questões.

Quanto à crítica relativa ao mercado de carbono, acho que o Professor tem razão, o interesse de negócio atrai os sensíveis e também os mais insensíveis às questões de sustentabilidade, que assim se vestem com pele de cordeiro. Mas a grande maioria da espécie humana só funciona na perspectiva de lucro.

Estas são opiniões minhas, as alterações climáticas e o aquecimento global são para mim uma evidência. Mas nem eu, na minha ignorância meteorológica, nem o Professor Delgado Domingues do alto da sua cátedra, somos donos da verdade. Não há só uma verdade.

E é pena que o fenómeno das alterações climáticas se tenha transformado numa "ideologia", num "negócio", em "política", e não apenas num problema que a humanidade precise de resolver.

Porque ao tentarmos evitar o agravamento das alterações climáticas, estamos também a contribuir para uma melhor sustentabilidade.

Cabe a nós todos exigirmos também aos nossos políticos medidas sérias para melhorar a sustentabilidade e para mudarmos esta sociedade para uma mais justa e com uma distribuição de riqueza mais equitativa.


quarta-feira, 20 de maio de 2009

Encontros de Ambiente - Vila Nova de Famalicão

No próximo dia 29 de Maio realizar-se-ão na Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão os "Encontros de Ambiente 2009", organizado pelo CEAB - Centro de Estudos e Actividades Ambientais, da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão.

Serão abordados temas de energias renováveis (eólica, solar e das ondas), de eficiência energética, de certificação energética de edifícios, bem como os projecto "Ecocasa" (Quercus) e o projecto "Município Verde" (Forestland).

Os Encontros de Ambiente são abertos à população em geral e não carecem de ficha de inscrição, simplesmente a confirmação da presença e identificação, que pode fazer através do telefone 252 301 740, do fax 252 301 749, ou de e-mail para ceab@cm-vnfamalicao.pt.



terça-feira, 19 de maio de 2009

Exige-se mudança de paradigmas... e esta pode gerar lucro

A conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas em Copenhaga a realizar em Dezembro representa a última oportunidade para mudarmos para um modelo económico mais sustentável. O recente estudo Pathways to a Low Carbon Economy da McKinsey mostra que combater as alterações climáticas faz todo o sentido em termos económicos.
Talvez seja uma oportunidade única para iniciar a despoluição do planeta, respeitar as outras espécies e deixarmos para o futuro um mundo mais bonito e saudável.
Em termos relativos quem mais polui: Breathing Earth

Ladislau Dowbor e a Democracia Económica

A seguir transcrevo alguns parágrafos extraídos de um livro do economista brasileiro Ladislau Dowbor, disponível para download na sua página da internet, chamado “Democracia Económica - Um passeio pelas teorias”, editado em São Paulo, Março de 2007.


"Nestas condições, limitar a democracia à sua expressão política tornou-se cada vez menos realista, tornando-nos inclusive cada vez mais céticos. Temos de evoluir para um conceito mais democrático da própria economia, para que a política volte a ter sentido."

"Enfrentamos hoje o problema central da governança, da forma como nos organizamos para fazer a sociedade funcionar. No plano político, a democracia foi um imenso avanço, já que pelo menos formalmente cada pessoa tem direito a um voto, e saímos da barbárie. No mundo econômico, no entanto, continuamos a aplicar regras que de democráticas não têm nada."

"Democracia econômica pode parecer um conceito estranho. Aprendemos a apreciar a democracia política, vital para a nossa liberdade. Mas quando a economia passa a dominar todas as áreas, inclusive a própria política, precisamos repensar o equilíbrio geral dos processos de decisão, o que hoje tem se chamado de governança.

Não basta ter eleições periódicas de representantes políticos, quando as decisões essenciais sobre as nossas vidas, nossos valores e o nosso futuro escapam à esfera política, e são tomadas por gigantes corporativos sobre os quais não temos nenhum controle. As corporações hoje manejam orçamentos maiores do que a maior parte dos governos do planeta. Ninguém elege os seus líderes. Nas principais cadeias produtivas, um grupo restrito de empresas domina o mercado, impõe os preços, constrói através da publicidade e do controle da mídia a visão positiva de si mesmo. A democratização da economia aflora como tema central.

"As teorias econômicas que herdamos do passado não dão realmente conta do que acontece. O presente ensaio busca, nas diversas correntes de pensamento alternativo, identificar uma tendência mais ampla de resgate do controle, por parte dos cidadãos, dos rumos do nosso desenvolvimento. Não é um exercício meramente acadêmico."

"O aquecimento global está às nossas portas, e nos damos conta de que o consumo obsessivo baseado na exploração de um recurso barato e finito, o petróleo, nos leva simplesmente a um impasse. A água esbanjada e poluída de maneira irresponsável leva a que 4 milhões de crianças morram anualmente por contaminação. A vida nos mares está sendo literalmente destruída, e se trata da maior reserva de vida do planeta. Só 2% das famílias concentram metade da riqueza mundial; os 50% mais pobres da população respondem por apenas 1% da riqueza do planeta."

"Só os inconscientes ou pessoas de má fé não se dão conta do drama que se amplia."

Para reflectir!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Primeiro são eles, depois seremos nós.

Com música de Vivaldi interpretada por Vanessa Mae, está interessante este composição de "elephantologist" disponível no Youtube desde 2006, feito com videoclips da BBC Motion Gallery e informações extraídas de "Nature Magazine", "National Geographic", "Defenders of Wildlife", e de "World Wildlife Fund".



Focalizado no efeito que o aquecimento global terá na extinção das espécies animais através da eliminação ou alteração radical dos seus habitats, o vídeo finaliza com a futura destruição do planeta terra.

No entanto, não há-de ser o aquecimento global a destruir o nosso planeta, pois antes disso, ele encarregar-se-à de nos destruir. Lembrem-se, a terra é como um organismo vivo, quando doente, reage de modo a destruir o elemento que provocou a doença, de forma a restabelecer o equilíbrio.

domingo, 17 de maio de 2009

DAR VOZ A QUEM A NÃO TEM: A FLORESTA

Pelo meu pseudónimo, poderão ver que falo por ela de pleno coração.
Não querendo ser maçadora, venho apelar à consciência social, pelo respeito e amor à FLORESTA.
As árvores, bem essencial à vida, criadoras de micro, mini, grandes e macro ecossistemas,.
Veneradas desde a Antiguidade, divinizadas pelo Mito, adoradas pelo Homem, têm tudo para serem consideradas seres superiores, basta pensar que, através delas respiramos! Alimentamo-nos dos seus frutos, aquecemo-nos com a sua madeira e com ela construímos e mobilámos a nossas casas.
Conseguimos imaginar o Mundo sem elas?!
O aroma das suas flores na Primavera, o deleite da sua sombra no Verão, as suas cores mágicas no Outono, a sua silhueta nostálgica e o calor das suas chamas, no Inverno.
O burburinho da vida que pulula em seu redor, numa azáfama de sobrevivência.
Fonte de inspiração dos mais exímios artistas, fonte inspiradora do nosso espírito, na partilha ou solidão. Profundamente enraizadas à Mãe Terra, numa súplica muda, apenas audível com a cumplicidade das brisas ou tormentas!

Defendam-nas com toda a força do vosso ser, venerem-nas, e poupem algo, que por vezes levou séculos, para impor sua Majestade!
Companheiras dos vivos, zeladoras dos que pereceram, escutem no vosso espírito, o murmúrio do terror da extinção!
Por isso suplico: Digam NÃO ao abate de árvores desmesurado. Digam NÃO ao consumo excessivo de madeiras protegidas! Digam NÃO à destruição da Floresta Amazónica e outras do Mundo inteiro! Digam NÃO à extinção de todos os seres!
Plantem uma árvore autóctone, não será para vosso deleite, mas gerações futuras agradecer-vos-ão.
Exijam certificados das madeiras utilizadas na construção e móveis da vossa casa.
Excluam o contrabando e a pirataria, que põe o nosso futuro em risco!
Alarguem a voz do Continente Americano, a esta velha, consumista e inconsequente Europa!
Dêem voz aos nossos irmãos brasileiros e canadianos, que defendem pró-activamente e veementemente, o Pulmão, já tão fragilizado, do Planeta!
Exijamos guardas florestais formados (técnicos) , como havia antigamente, em que cada um, conhecia a sua área protegida, como a palma das suas mãos!
Não, não havia incêndios! As casas florestais, não estavam vazias, vivia lá alguém que sabia defender o seu entorno, como se da sua própria vida se tratasse!
Vivia lá alguém, com a sua família, com o fim da protecção da floresta...
Qualquer estranho era observado, seguido e se suspeito, interpelado. Os guardas florestais estavam directamente ligados às forças policiais! Não, não havia incêndios!!!
Quem florestou um País, com árvores de alto risco de incêndio, também soube PROTEGER e criar, os mecanismos necessários e essenciais para a sua defesa!
E AGORA? NADA!! Apenas o vazio dos lugares, a ruína das casas florestais e o abandono da Natureza. Os incêndios colossais a, destruição da vida! E tanto, tanto desemprego!...

A VIGILÂNCIA É ESSENCIAL!

sábado, 16 de maio de 2009

Earth Mother Water

Ainda bem que os artistas começam a alertar para o aquecimento global e sobreutilização dos recursos do planeta, como é o caso desta música de Carlinhos Brown (Earth Mother Water), com letra de Brown e Alain Tavares, e respectivo videoclipe, dirigido por Gualter Pupo e Valter Kubrusly.



Espero que outros artistas, incluindo portugueses, lhe sigam o exemplo.
(Fonte: Agência Public)

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Earth Water

A cada 15 segundos morre uma criança devido a uma doença relacionada com a falta de água potável. A Earth Water pretende fazer a diferença e melhorar estas estatísticas assustadoras. Ao desenvolver o conceito "You Never Drink Alone" pretende criar uma solução para a falta de água potável no mundo.

"A Earth Water é o único produto comercializado no mundo com o apoio do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). Esta é uma marca ambiental, com responsabilidade social e que já se encontra à venda em alguns hipermercados. Os lucros serão, por sua vez, revertidos na totalidade para programas de gestão de água nos países em desenvolvimento.

A realidade que esta iniciativa pretende mostrar é a de que todos os dias morrem 6 mil pessoas por falta de água potável, sendo que 80 por cento dessas pessoas são crianças. Com a criação desta água pretende-se, então, marcar a diferenças e reduzir estas estatísticas assustadoras.

Inacreditável será pensar que comprar uma embalagem desta água equivale a dar de beber a um refugiado durante um dia inteiro. Água esta que custa apenas 59 cêntimos.

Portugal iniciou agora a comercialização desta água mas nos Estados Unidos da América, no Canadá e na Holanda esta água já se encontra à venda há mais tempo. A nível nacional a iniciativa tem contado com algumas colaborações com a Tetra Pack, o Continente, a Central de Cervejas e Bebidas e com a Fundação Luís Figo." (Fonte: SOL)

2 meses - balanço (in)sustentável? - 3 apelos

Este blogue, que nasceu com o objectivo de se tornar num ponto de encontro para troca de ideias e divulgação de informação sobre a sustentabilidade, completa hoje 2 meses de existência.

Foram colocadas 46 mensagens ("posts"), tendo obtido um total de 84 comentários; destes, cerca de metade foram feitos por dois dos contribuidores deste blogue, Fada do Bosque e Ferreira-Pinto, aos quais aqui deixo um obrigada especial, um quarto foram respostas minhas, e o outro quarto foi feito pelos restantes visitantes do blogue, a quem também agradeço.

Agradeço também aos bloggers que se juntaram e seguem este blogue, e que contribuem, assim, e de outros modos, para a divulgação deste tema da sustentabilidade, e em particular deste blogue.

Tendo consciência de que a maior parte das pessoas não se apercebeu ainda da seriedade que tem o aquecimento global, nem da importância que têm a sustentabilidade nas sociedades humanas e a necessidade de mudança de paradigma económico, deixo aqui três pelos:

  1. O que sugerem, e em que podem contribuir, para ajudarem a consciencializar o maior número de pessoas de que é urgente combater o aquecimento global, a sociedade de consumo e a má distribuição de riquezas pelo planeta?
  2. Calculem a vossa pegada ecológica e a vossa pegada de carbono, e no fim deixem um comentário no respectivo "post", com o que pensam fazer para as diminuir.
  3. O que acham que precisa este blogue para melhorar, de forma a que se torne mais apelativo ou mais interessante, assim cativando mais as pessoas a visitar e participar comentando?

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Eu sou seguidora deste blog. Posso saber onde se meteram os outros?!


As pessoas excelentes, falam de ideias.
As pessoas comuns, falam de eventos.
As pessoas medíocres, falam de pessoas.
Há por aí alguma ideia?
Trate bem a Terra. Não a herdou dos seus pais, foram os seus FILHOS que lha emprestaram!
Provérbio chinês

Se vocês adultos, dizem para nós crianças, não lutarmos, não destruirmos e não nos dividirmos, porque fazem então isso?
Se vocês adultos não sabem cuidar da Natureza, então por favor não a destruam!

domingo, 10 de maio de 2009

O Mundo não vai superar a sua crise actual, usando o mesmo pensamento que gerou essa situação! Einstein

sábado, 9 de maio de 2009

Será sustentável?

Será sustentável:
  1. Não participarmos activamente na nossa sociedade?
  2. Não querermos saber de política e por isso nem sequer votarmos?
  3. Ignorarmos sistematicamente as pessoas que na rua nos pedem uma ajuda?
  4. Não nos empenharmos no nosso trabalho dentro das nossas possibilidades?
  5. Não colaborarmos com os nossos colegas mais do que o mínimo imposto?
  6. Deixarmos para os outros as poupanças de energia e de água?
  7. Usarmos o automóvel em viagens que poderiam ser feitas em transportes públicos?
  8. Comprarmos tudo o que podemos, mesmo que para nada sirva?

sexta-feira, 8 de maio de 2009

China, EUA, e as emissões de gases de estufa

O secretário de Estado britânico para as alterações climáticas, Ed Miliband, esteve esta semana na China, tendo afirmado ao Daily Telegraph que veio optimista e convencido de os chineses estão seriamente empenhados em parar o aquecimento global, e que estão prontos para um acordo em Copenhaga, em Dezembro. (Fontes: Público-Ecosfera, Telegraph-UK)

De acordo com dados do Centro de Análise de Informação sobre o Dióxido de Carbono, EUA, em 2004 os EUA emitiram 20,9% das emissões totais de CO2, e a China 17,3 %; de seguida vem a Rússia com 5,3 %, a Índia com 4,6% e o Japão com 4,3%.
Actualmente, estima-se que os valores de emissões totais anuais da China e dos EUA devem estar próximas.

Em termos de valores acumulados, até hoje, os EUA foram responsáveis por cerca de 30% das emissões totais de gases de estufa.

Em 2004, o valor das emissões de gases de estufa per capita dos EUA (5,6 ton CO2) era o 9º da lista mundial. No topo das emissões per capita vem o Qatar (21,6 ton CO2), seguido do Kuwait (10,1 ton CO2) e do Emiratos Árabes Unidos (9.3 ton CO2) .
As emissões per capita da China são relativamente baixas, e o seu peso no total mundial resulta da sua numerosa população. No entanto, a crescente industrialização da China tem feito aumentar as suas emissões a um ritmo preocupante, de quase 10% ao ano.
(Fonte: Robert Henson - Alterações Climáticas, Rough Guide)
Em relação aos Estados Unidos, um recente relatório da EPA, dá conta de um aumento global das emissões de gases de estufa na ordem dos 17% entre 1990 e 2007. Este aumento está diferenciado por ano e por gás com efeito de estufa na figura ao lado, que consta do dito relatório.
(Fonte: INVENTORY OF U.S. GREENHOUSE GAS EMISSIONS AND SINKS: 1990 – 2007)

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Pegada de Carbono

Depois de termos abordado a pegada ecológica e a pegada de água, faltava então falarmos de pegada de carbono.
Como vimos, este conceito de "pegada" refere-se ao rasto directo e indirecto que deixamos no nosso planeta ao longo da nossa existência, e que está associada a um certo estilo de vida e consumo: a pegada ecológica, em termos de área de planeta; a pegada de água, em termos de água potável; e agora, a pegada de carbono, em termos de emissão de gases de estufa.

A pegada de carbono é uma medida do impacto que as nossas actividades têm no ambiente, e em particular nas alterações climáticas, e está relacionada com a quantidade de gases de estufa produzidos no nosso dia a dia, através da queima de combustíveis fósseis para a produção de electricidade, aquecimento, transporte, etc.

Ou seja, a pegada de carbono é uma medida de todos os gases de estufa que individualmente (directa ou indirectamente) produzimos, expressa em unidades de toneladas (ou kg) de dióxido de carbono equivalente.
Este termo equivalente tem também a ver com as emissões de outros gases de estufa para além do CO2, que são convertidos nesta unidade, tendo em consideração a sua massa molecular e a sua capacidade intrínseca de absorção da radiação infra-vermelha.

A pegada de carbono é composta por duas partes:
  • A pegada primária, ou directa, que mede as emissões directas resultantes da queima de combustíveis fósseis, no uso doméstico e nos transportes (automóvel, avião, etc.), e é a parte que mais facilmente controlamos.
  • a pegada secundária, ou indirecta, que mede as emissões associadas com todo o ciclo de vida dos materiais que usamos, incluindo o fabrico, transporte, manutenção e eliminação; no fundo, quanto mais compramos, maior a nossa pegada indirecta.
Para calcular a sua pegada de carbono completa, use a calculadora do site Carbon Footprint. Mas antes vá ver nas facturas, quantos quilowatts-hora de energia eléctrica, de gás, ou de gasóleo, consome a sua habitação no ano, e veja também quantos quilómetros faz no automóvel e outros meios de transporte, em média, por ano.

Compare-se com as pegadas de carbono médias e com o objectivo para combater as alterações climáticas:
  • Média dos portugueses - 5.63 ton CO2/pessoa/ano
  • Média dos países industrializados - cerca de 11 ton CO2/pessoa/ano
  • Média mundial - cerca de 4 ton CO2/pessoa/ano
  • Objectivo - cerca de 2 ton CO2/pessoa/ano
Assustador, não? Eu pelo menos, assustei-me com a minha pegada de carbono, mais do que com a pegada ecológica ou a pegada de água. Tenho mesmo de continuar a esforçar-me por reduzir o consumo, e sobretudo comprar menos coisas, pois mais de metade da minha pegada é indirecta.

Pode também aceder a uma calculadora em português no site Carbono Zero, embora esta só apresente a sua pegada directa, para a habitação e deslocações. Mas lembre-se, a minha pegada secundária é maior do que a primária, o que pode ser também o seu caso.

Fonte: Carbon Footprint.
Veja também o artigo de comotudofunciona.

domingo, 3 de maio de 2009

Alterações Climáticas - Rough Guide (2)

Este slide-show foi feito com imagens extraídas da capa e contra-capa do livro "Alterações Climáticas - Rough Guide", de Robert Henson. Vale a pena lê-lo, se quer ficar informado, de uma forma acessível, sobre o estado da ciência e das previsões relativas às alterações climáticas e aquecimento global.

sábado, 2 de maio de 2009

O efeito de estufa na atmosfera e os gases de estufa

Perdoem-me os mais sabedores se disser algo impreciso, mas gostaria de relembrar os conceitos de gases de estufa e de efeito de estufa:

A radiação solar chega à terra, penetrando na atmosfera; uma parte dela é reflectida para o espaço pelas nuvens e poeiras; outra parte, é absorvida pelas nuvens, pela atmosfera e vapor de água; outra ainda, é absorvida pela superfície terrestre e oceanos; parte desta última, a Terra devolve para fora, para o espaço, atravessando a atmosfera, sob a forma de radiação de infra-vermelhos; mas uma parte desta irradiação da terra, é absorvida pela atmosfera, pelas nuvens e pelos chamados gases de estufa.

Há certos gases na atmosfera que captam parte desta radiação infra-vermelha, armazenando calor na atmosfera. Isto é o efeito de estufa. E o efeito de estufa é necessário para a vida na Terra, pois se não existisse, em vez de a atmosfera terrestre ter uma temperatura média de 15ºC, a mesma seria de -18ºC.

A atmosfera é composta por vários gases, sendo os seus maiores componentes o azoto (N2 - cerca de 78%) e o oxigénio (O2 - cerca de 21%). Estes dois gases, devido a uma estrutura molecular simples, composta por apenas dois átomos iguais, não absorvem a radiação infra-vermelha que a terra emite, e por isso, não a fazem aquecer.

No restante 1%, muitos outros gases entram na composição da atmosfera, sendo o o árgon , gás monoatómico e inerte, o mais abundante (com uma concentração de cerca de 0,9%), e em quantidades muito menores, muitos outros gases.
Entre eles, o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o dióxido de azoto (NO2) e os clorofluorocarbonos (conhecidos por CFCs, aqueles gases que iam dando cabo da camada protectora de ozono), que têm estruturas moleculares mais complexas e que, por isso são capazes de absorver a radiação infra-vermelha, aquecendo a atmosfera.
São estes os principais gases de estufa, e a contribuição de cada um deles para o efeito de estufa da atmosfera depende de duas coisas: da sua concentração, e da sua capacidade intrínseca de absorver a radiação.

O dióxido de carbono é o maior contribuidor devido à sua elevada concentração, 0,038% ou 380 ppm (1 ppm= 1 parte por milhão), e que participa em 63% para o efeito de estufa. A seguir, vem o metano, com uma elevadíssima capacidade de absorção da radiação, que faz com que, com uma concentração de apenas 1,77 ppm (0,000177%), tenha uma contribuição em 18% para o efeito de estufa.

Mas, apesar de o efeito de estufa ser um fenómeno potenciador da vida na Terra, o forte aumento da concentração de gases de estufa na atmosfera, que vem acontecendo desde o início da revolução industrial, está a gerar graves desequilíbrios no clima.

A quantidade de gases de estufa libertada anualmente para a atmosfera pelas actividades humanas é demasiado elevada: só no ano de 2006 (último que se conhecem dados), as actividades humanas libertaram 31 gigatoneladas de CO2 (31 mil milhões de toneladas) para a atmosfera. O aumento é assustador: em 1970 esta emissão era de 15 gigatoneladas de CO2, e em 2002 de 26 gigatoneladas.

Assim, aumentando o efeito de estufa, aumenta a temperatura média, o clima muda e os ecossistemas tentam adaptar-se, mas há cada vez maior número espécies extintas ou em riscos de extinção, cada vez maior probabilidade de furacões, tufões, de chuvas que provocam cheias e desmoronamentos, de secas em determinadas regiões, de incêndios florestais, de propagação de doenças contagiosas, de pobreza e miséria, de migrações de pessoas, ... ... ...

(Fontes: Robert Henson: "Alterações Climáticas - Rough Guide", SEED - Schlumberger Excellence In Educational Development)